terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O renascimento de Ronaldinho


Escrevo um post sobre um dos três melhores jogadores que eu já vi actuar: Ronaldinho Gaúcho (a par de Figo e Zidane). Agora no AC Milan, parece renascer.

O gaúcho já ganhou quase tudo o que há para ganhar: Campeonato do Mundo(2002, pelo Brasil), ganhou uma Liga dos Campeões (em 05/06) e ainda ganhou o Campeonato e a Supertaça de Espanha. Já foi FIFA World Player (2004 e 2005), Bola de Ouro (2005) e a nível individual ganhou muitos mais prémios. Marcou presença no "onze do ano" da UEFA por três anos consecutivos (2004, 2005 e 2006) e já se tornou Futebolista de Ouro "Golden Foot) em 2009. Este é um breve resumo do palmarés do brasileiro.

Começou a carreira no Grémio de Porto Alegre, clube que já lançou muitos jogadores de qualidade para a Europa (em Portugal o caso mais conhecido é o de Jardel) e que foi ideal para o médio. Ele, que nasceu a 21 de Março de 1980, estreou-se com apenas 18 anos no onze titular, tendo 6 aparições no ano de 98. Foi no sofá que assistiu à derrota do Brasil frente à França (3-0), na final do Mundial desse ano. No ano seguinte, já apareceu melhor, foi ganhando espaço na equipa e conseguiu fazer 20 jogos e marcar 6 golos no total. A explosão foi em 2000, quando fez 24 jogos e 17 golos (entre Liga e Taça do Brasil). Ronaldinho foi olhado de maneira diferente na Europa. Estava pronto para dar o salto e fê-lo para o "modesto" Paris-Saint-Germain (por 5M€).

Em França, o canarinho somou dois anos de grande nível, fazendo 77 jogos e marcando 25 golos no total. Pode-se por aqui perceber facilmente que este organizador de jogo facilmente aparece em zonas de finalização, para além de assistir os seus companheiros. No fim da primeira época, tornou-se titular no Brasil campeão do Mundo e o PSG espantou o Mundo por o ter conseguido segurar. Mas terminada a segunda época (02/03), foi impossível manter Ronaldinho no seu plantel. O Barcelona entrou na corrida e acenou com 32,250,000€ para a compra do passe do médio. Assim o fez e Juan Laporta, nos anos seguintes, não se arrependeu.

Foi na Catalunha que Ronaldinho atingiu o auge. Em cinco épocas, fez 145 jogos oficiais, marcando 70 golos (quase média de 1 golo em cada 2 jogos, bastante para um médio). O canarinho é a imagem típica de um jogador do seu país: rápido, inteligente, tecnicista e finalizador, vindo das favelas do Brasil e que se tornou gente graças a muito trabalho. A imagem do futebol mundial mais bonito esteve nos seus pés. Durante anos, apaixonou multidões. E mesmo no último ano em Barcelona, afectado por lesões e supostamente em "crise", Ronaldinho marcou 8 golos em 17 jogos na Liga Espanhola. Foi aí que saiu para Itália, com 28 anos, para tentar reencontrar-se.

Parece agora estar a renascer. Quase com 30 anos e depois de um primeiro ano em Milão novamente muito criticado, Dinho pode ter renascido. A alegria de jogar e o sorriso de cavalo parecem voltar ao fim de dois anos. Todos disseram que estava acabado para o futebol e o melhor era voltar ao Brasil. Nunca acreditei nisso. Nenhuma lenda se "apaga" aos 28 anos. O brasileiro, para minha grande satisfação, não foi excepção. Com 29 anos (quase 30), tudo volta ao normal. O hat-trick no último Domingo e o habitual gesto de festejo(na foto) parecem ser os indicadores para se poder pensar assim. Aquele génio, que meteu os miúdos a tentarem vírgulas durante anos, que fazia os passes sem olhar, que se ria cada vez que fazia um golo ou assistia alguém, aquele que fez samba cada vez que marcava um golo, parece estar de volta. Não é tarde, não! O povo agradece.

O AC Milan, se ganhar à Fiorentina o jogo em atraso, pode ficar a três pontos do rival Inter e o 'derby' é já no sábado. Se o génio se solta, dificilmente o conseguirão parar. Mourinho que se cuide...

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