terça-feira, 28 de setembro de 2010

Um jogo importante - O lançamento europeu do Benfica


Amanhã joga-se a segunda partida da fase de grupos da Liga dos Campeões para o Benfica. É um jogo muito importante, frente a um adversário directo na luta pela qualificação, e que pode ser decisivo nas contas finais do apuramento. O Schalke 04 não está bem, longe disso mas os dias que o Benfica vive, apesar de melhores que nos últimos tempos, não são comparáveis aos do ano passado. Aliás, este problema afecta todas as equipas do grupo dos encarnados, pois também o Lyon e o Hapoel estão a ficar aquém das expectativas (então o Lyon, que diferença!!).

Na minha opinião, a equipa que jogou contra o Marítimo mantinha-se, pois a boa dinâmica apresentada nos últimos dois jogos do campeonato não pode ser esquecida. Aimar não deverá estar nas melhores condições, Salvio ainda não ganhou ritmo e Peixoto até tem jogado bem. Só há um homem que eu trocava: Javi Garcia. O espanhol tem-se apresentado em clara baixa de rendimento neste início de época e Airton espreita há muito por um lugar. Se entrasse até podia servir de estímulo, pois jogar num palco como como Gelsenkirchen é empolgante para qualquer jogador. Além disso, desde a Supertaça que não tem uma oportunidade no onze titular e portanto já é altura de voltar.

Apesar de "estar por baixo", o Schalke não pode ser descurado. Tem jogadores que de um momento para o outro decidem um jogo, casos de Huntelaar, Raúl, Rakitic ou Farfán, entre outros. A sua consistência defensiva é que não está famosa, apesar de ter um super guarda-redes, que dá pelo nome de Neuer (más recordações dele têm os portistas). O que o Benfica tem de fazer é entrar cuidadoso, testando o adversário e vendo o que os alemães pretendem fazer do jogo. Se pressionar logo desde o apito inicial ou ir adormecendo para matar o jogo na 2ª parte. Ao Benfica cabe deixar a bola rolar até ao fim dos primeiros vinte minutos, apertando marcações e adoptando um estilo de jogo mais esperto. A partir daí, se se mantiver o 0-0, cabe-lhe começar a aumentar o volume ofensivo, pois quem busca a igualdade, normalmente dá-se mal.

Coentrão e Martins estão em grande forma e Jorge Jesus terá de tirar proveito disso para conseguir extrair o melhor da sua equipa. Saviola já voltou a dar um ar da sua graça mas os índices de finalização não estão no máximo. No entanto, a sua experiência, que é muito superior à de Franco Jara, tem de ser considerada como um factor fundamental para a manutenção de Saviola. Mas a oportunidade de Jara há-de surgir, mais cedo ou mais tarde.

Quanto ao jogo em si, que seja uma grande partida de futebol, com golos bonitos e que no fim, Portugal vença. Força Benfica!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

GR: Roberto (Benfica) - Exibição muito segura do espanhol com duas grandes intervenções. O branco parece dar-lhe sorte e Roberto vai ganhando confiança.

LD: Fucile (FC Porto) - Allez Allez Jorge Fucile! Fucile está de volta e os Super agradecem.

DC: Otamendi (FC Porto) - Não podia desejar melhor estreia. Baliza inviolável e um golo que abriu a contenda. Serviu para ganhar confiança e talvez o lugar.

DC: Di Fábio (Portimonense) - Ao que parece, o jogador destacou-se na defesa algarvia, chefiando-a com qualidade e impedindo que o Beira-Mar marcasse.

LE: Evaldo (Sporting) - Apesar do azar dos leões, Evaldo rubricou uma boa exibição. Ataca, defende, corre, passa, cruza e só não marca.

MD: Jumisse (Portimonense)
- Ajudou a equipa a ficar mais tranquila, sendo um pêndulo ao longo do jogo. É um jogador a apontar que tem vindo a fazer boas exibições na campeonato.

MAD: Sougou (Académica) - Vi o jogo ao vivo e até tive pena de Bruno Teles. Sougou fez dele o que quis e massacrou-o por completo. É uma seta e ainda marcou um golão.

MAC: Carlos Martins (Benfica) - Está-se a afirmar, a par de Coentrão, como o melhor destes primeiros jogos do Benfica. Jogou no espaço de Aimar e não diminuiu o seu ritmo habitual. Antes pelo contrário, até jogou melhor.

MAE: Fábio Coentrão (Benfica) - Está em grande forma e quer a lateral quer a extremo, joga em grande nível. Marcou o golo que deu a vitória à equipa, depois de grande jogada colectiva, Parece ter pilhas que não acabam.

AV: Hulk (FC porto) - Agitaram o Incrível, puseram-no em cativeiro (justamente) mas desde Abril que explodiu definitivamente e ainda não parou. Não há solução para parar este portento e afirma-se claramente como o melhor jogador do campeonato (por enquanto, claro).

AV: Saleiro (Sporting) - Marcou um golo de belo efeito e fez uma boa exibição no jogo frente ao Nacional. Não fosse o golo de Danielson e teria sido o herói da partida.

Treinador: Jorge Costa (Académica) - A Briosa está em 2º lugar com 11 pontos, coisa que não se via há 42 anos. Montou a equipa que na primeira parte não correspondeu da devida maneira. Até que deve ter explodido com o balneário no intervalo e a equipa transfigurou-se na segunda parte. Grande exibição, três grandes golos e mais três pontos frente ao maior rival. Parabéns!

Golo da jornada: Sougou (Académica) - O golo que marcou frente ao Vitória, junto ângulo superior esquerdo da baliza, é fabuloso!

O regresso de Mossoró: ucranianos, acautelem-se!


Amanhã, o Sporting de Braga entra em campo para uma partida fundamental no que toca à qualificação para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Recebe na "Pedreira" os ucranianos (ou brasileiros) do Shakthar Donetsk. Uma equipa que tem nas sua fileiras jogadores como Douglas Costa, Jadson ou Chygrynski, entre outros. No entanto, em Braga conta-se com o regresso à Europa de um jogador que mal foi titular, marcou um golo: Márcio Mossoró.

Por muito que falem de Matheus, Alan, Rodriguez ou Luís Aguiar como sendo os melhores do Braga, julgo que deverá ser por esquecimento. Pois se se recordarem da época passada feita por Mossoró, toda a gente deixa de dizer isso. Mossoró é, efectivamente, o melhor jogador dos "Guerreiros do Minho". É um jogador pelo qual nutro grande admiração, tem grande capacidade de drible, finaliza e passa bem, é muito inteligente e é muito trabalhador dentro de campo. É O criativo na equipa bracarense e as suas características juntam o melhor de cada um dos restantes elementos do ataque bracarense. Daí dizer que é o melhor. É o que oferece mais soluções em apenas um homem. Como "10" explode mas ocupar as alas e um lugar mais avançado. Com ele, tudo muda e o Shakthar precisa de se cuidar. Pode ser um elemento surpresa pois nos vídeos de observação dos ucranianos, Mossoró só aparece num: no jogo de 6ª frente à Naval, jogo no qual marcou o primeiro golo.

Há um "Com" e um "Sem" Mossoró neste Braga e veremos se no jogo de amanhã ele terá espaço para brilhar. Se tiver, Portugal agradece. Que bom que é ter de volta Mossoró!

Observando o Brasil: Kléber "Gladiador"



Em Janeiro esteve para ir para o Porto mas acabou por ir para o Palmeiras, saindo de Belo Horizonte onde até tinha o "Rap do Gladiador". Essa foi a alcunha criada pelos adeptos do Cruzeiro para o seu ídolo. Falo de Kléber. Aceitou então fazer dupla com Valdivia e agora é, com toda a naturalidade, um dos melhores jogadores do "Verdão". No último Sábado, frente ao Flamengo, marcou dois golos e entregou "de bandeja" a vitória à equipa treinada por Scolari.

É curioso observar Kléber. as a sua observação não pode passar por apenas um ou dois jogos mas sim por quatro ou cinco, pelo menos. É um jogador irregular e quem vir Kléber em dia não pensa que é um jogador fraco. Muitas vezes parece desinteressado do jogo mas mesmo nesses dias, os defesas não lhe dão descanso. Por vezes faz-me lembrar Ricardo Quaresma, um jogador algo irregular mas que de um momento para o outro conseguia decidir um jogo (falando nos tempos do FC Porto).

Falando das suas características, o avançado brasileiro quase não corre sem a bola, beneficiando do trabalho de Valdivia (ou Rivaldo) para poder estar mais parado. É um jogador muito forte fisicamente, género Hulk, e não é muito rápido. Mas quando tem a bola, transforma-se e quando embala é quase impossível de parar. A velocidade que atinge com facilidade, permite-lhe ultrapassar vários adversários na mesma jogada. A solução passa por não o deixar receber a bola em condições. Se isso acontece, BUM! Explode. E aí é um grande problema para os adversários.

Irregular, com grande potência de remate e difícil de parar. Define-se assim Kléber "Gladiador".

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Observando o Brasil: Arouca


Não é propriamente um desconhecido mas é necessário destacar Arouca, dos poucos médios-defensivos puros do futebol brasileiro. Um nível intermédio entre Gilberto Silva e Fernando. Não tão defensivo como o primeiro mas com maior capacidade do que o segundo.

Arouca tem 24 anos e há cerca de três anos foi seguido por vários clubes europeus. Foi o seu último ano no Fluminense 8o seu primeiro clube, onde jogou até 2008, e quando muitos esperavam o seu ingresso no Velho Continente, eis que o São Paulo anuncia a contratação do volante brasileiro. Jogou um ano e meio no clube tricolor, seguindo viagem para a Vila Belmiro. Em Julho, o Santos contratou-o em definitivo, pagando cerca de dois milhões de euros (5,5M de reais). Na altura, o presidente disse não haver risco e ser um investimento forte num jogador de qualidade e que "encaixa que nem uma luva na equipa do Santos". E é a mais pura das verdades.

Arouca é fundamental na equipa santista. Com as saídas de Wesley (agora joga Brum, ex-Académica, ou Jefferson no lugar do médio do Bremen), Robinho e André e ainda a lesão de Ganso, Arouca tornou-se num elemento que, em campo, todos procuram na saída da bola, visto que Neymar quase não sai do último terço do campo. É um volante com grande capacidade de corte, uma espécie de "tanque". É um jogador que não é rápido mas que executa rápido e consegue sair a jogar bem em velocidade. A sua visão de jogo é considerável mas, por vezes, precipita-se na hora de sair a jogar. Assumiu maior preponderância no miolo do Santos a partir da saída de Wesley, que era o seu maior apoio. Não é muito forte fisicamente (mede apenas 1,71m) mas é um jogador agressivo (às vezes até de mais, com 6 cartões amarelos em 17 jogos). A defender é bastante inteligente, sabendo os 'timmings' correctos para atacar a bola e parando contra-ataques que podem ser perigosos com as chamadas "faltas úteis"(uma forma de explicar os seis amarelos). Um jogador para Europa.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Duas máquinas trituradoras. Proveniência? Inglaterra, pois claro



Neste momento, em Inglaterra existem duas equipas que estão a jogar o melhor futebol da Europa (vá, e do Mundo também). No entanto, estão inexplicavelmente separadas por quatro pontos. Falo, claro está, de Chelsea (1º) e Arsenal (2º), os rivais de Londres e que praticam o desporto-rei como ninguém. Na Champions, traduziram esse futebol em duas goleadas. Os "blues" ganharam na Eslováquia por 4-1 e o Arsenal goleou o "nosso" Braga por 6-0.

Começando pelo Chelsea, treinado por Carlo Ancelotti, gosta de jogar em 4x4x2, variando para o 4x3x3 dentro do relvado. É uma equipa que vai alternando ao longo do jogo, confundindo os adversários e complicando marcações. Embalado é difícil de travar, e a provar isto mesmo estão os 21 (!!) golos em apenas cinco jornadas. Uma média de 4,2 por jogo!! Incrível, de facto.

Habitualmente, o Chelsea alinha com quatro homens no meio-campo: dois médios de maior trabalho defensivo (Mikel e Essien), um médio mais criativo (Lampard ou Ramires) e um extremo puro (Malouda ou Kalou). A dupla da frente é constituída por dois goleadores-nato: Didier Drogba e Nicolas Anelka. Atrás, com a lesão de Bosingwa, tem actuado Paulo Ferreira. No centro, Terry e Alex e na esquerda, Ashley Cole. Na baliza, Petr Cech.

É uma equipa que se desmonta bem, Anelka ou Drogba caem várias vezes na ala contrária à do extremo puro, abrindo espaço para que o médio mais criativo se aproxime da área, puxando Mikel mais para a frente. É assim, com muita velocidade e eficácia à mistura, que o a equipa londrina tem-se dado bem neste início de época. A questão que se coloca todos os anos, no entanto, é a mesma: Será que aguentam assim o ano inteiro? Porque já é tradição estes grandes inícios de época do Chelsea se traduzirem em nada na Liga dos Campeões (grande objectivo para esta época). Veremos como vai correr o futuro.

Em relação ao Arsenal, também já é norma a prática de bom futebol. Apesar disso, este ano a equipa parece ainda mais ofensiva e mais inteligente. Não fosse a situação ridícula que se verificou no último jogo e a diferença para o Chelsea seria de apenas dois pontos. O Arsenal dos últimos anos tem sido uma equipa atraente (e muito) mas acaba sempre por claudicar em algum momento da época. Mourinho disse em Agosto que não acreditava no título do Arsenal pois estes são "sempre a mesma coisa". Mas a equipa vai ganhando maturidade, Walcott, Rosicky, Nasri ou Arshavin já não são nenhuns miúdos, assim como o próprio Fabregas. A equipa tipo apresenta jogadores que gostam de atacar sobretudo pelo centro e os laterais vão garantindo a segurança defensiva, pois não têm grande pendor ofensivo.

O onze-base é constituído por Almunia, Sagna, Squillaci, Koscielny, Clichy, Diaby, Fabregas, Rosicky, Arshavin, Van Persie e Chamakh. No banco ficam, entre outros, Vermaelen, Song, Nasri ou Walcott, jogadores de grande valia e que garantem soluções no banco de suplentes. A equipa é virada para a frente, e mesmo que esteja a ganhar por 3-0, o pensamento está sempre no próximo golo. É um futebol de toques muito bonitos mas que acabam por ser eficazes pois os executantes são de elevada qualidade. É um grande prazer para mim ver o Arsenal jogar. E o "velhinho2 Wenger mantém-se no leme. Talvez seja este o ano do Arsenal.

Paulo Bento treinador

Nota: Não tenho grande coisa a dizer sobre a contratação.

Já era esperada, é um treinador jovem, com ambição e disponibilidade. Quer a selecção e mete o país à frente dos seus interesses. Esta era a minha maior preocupação. Bento apagou-a desde a sua conferência de imprensa de apresentação. Pareceu-me seguro do que quer, sem receios como é seu hábito e a pré-convocatória mostrou que ninguém está afastado definitivamente. Agora resta aos jogadores provarem em campo as suas qualidades. O jogo com a Dinamarca vai ser fundamental. Há que ganhar!

P.S.: Carlos Queiroz foi "absolvido" e deixou de estar castigado pelo Conselho de Justiça da Federação. Estranho, não?

Onze da jornada

Aparece um pouco tarde mas cá vai:

GR: Diego (V.Setúbal) - Não vi o jogo mas dois jornais desportivos elegeram-no como o melhor em campo e acredito que tenha feito uma boa exibição.

LD: Sapunaru (FC Porto) - Fez uma boa exibição contra o Nacional, estando bastante seguro e como que "avisando" Fucile de que a luta por um lugar não está ganha.

DC: Ricardo (Vitória Guimarães) - A defesa vimaranense passou incólume no jogo contra a União de Leiria. Ricardo tem o mérito de estar a compensar a falta de João Paulo, mostrando qualidades que já lhe eram reconhecidas no Paços.

DC: Valdomiro (V.Setúbal)
- O defesa brasileiro chegou e facilmente se estabeleceu como titular na defesa sadina. É um grande jogador e pode ser importante ajuda nas bolas paradas.

LE: César Peixoto (Benfica) - Fez um jogo muito melhor do que é seu hábito e não deu qualquer falha defensiva. Não precisou de avançar muito, pois tinha Coentrão à sua frente mas quando o fez, fê-lo bem.

MD: Delson (Olhanense) - O meio-campo foi o sector-chave para a vitória no 'derby' algarvio e Delson foi fundamental na conquista dos três pontos.

MAD: Paulo Sérgio (Olhanense) - Está a ser o melhor jogador da equipa algarvia neste início de época e voltou a criar grandes problemas ao seu adversário, neste caso o Portimonense. Marcou um golo e sofreu o 'penalty' que deu origem ao segundo.

MAC: Carlos Martins (Benfica)
- Grande exibição do médio encarnado no clássico lisboeta. Quer na direita (onde jogou a primeira parte), quer no centro (onde jogou na segunda parte), este a bom nível, tendo uma melhoria de rendimento quando ocupou a posição "10". Está a ser dos poucos a mostrar-se em bom nível regularmente.

MAE: Fábio Coentrão (Benfica) - Outro a ser decisivo na vitória sobre o Sporting. Massacrou João Pereira e criou muitos calafrios à defesa leonina. Parece não saber jogar mal.

AV: João Tomás (Rio Ave)
- Bisou frente á Académica, apesar de isto não ter chegado para ganhar a partida. Está em grande forma e, aos 35 anos, prova ainda merecer uma chamada à selecção.

AV: Cardozo (Benfica)
- A figura do 'derby', a figura da jornada. Bisou, mandou uma bola ao poste (logo aos 4 minutos, como que "avisando" o adversário) e podia ter marcado mais dois golos. Esteve em todo o lado, correu (sim, é verdade), foi buscar jogo ás alas (nem parece do paraguaio) e criou os seus próprios espaço, à falta de Saviola (está em clara baixa de forma). Se fosse sempre assim...

Treinador: André Villas Boas (FC Porto) - A equipa pode não entusiasmar, mas nesta altura da época e com uma equipa que não conhecia, tem feito um excelente trabalho. No campeonato leva cinco vitórias em outros tantos jogos e nos restantes jogos oficiais também só soube o que é ganhar. Tem uma equipa no verdadeiro sentido da palavra, que não se importa de esperar pelo momento certo. É inteligente mas á medida que o tempo passa, precisa de começar a melhorar o futebol da equipa. Há tempo...

Golo da jornada: Baiano (Paços)
- Golaço contra o Braga e só não está na equipa da jornada devido à belíssima exibição de "Sap".

sábado, 18 de setembro de 2010

Observando o Brasil: Botafogo vs Cruzeiro


Esta noite vi o Botafogo-Cruzeiro, um jogo da luta pelo título e que terminou com um empate a duas bolas. Foi um grande jogo, um dos melhores jogos da época 2010 no Brasil. Várias oportunidades de golo, agressividade, alta rodagem durante o jogo e muita velocidade foram as características desta partida.

Entre vários jogadores, observei com especial de Montillo, de quem muito bem se tem falado durante este Brasileirão. Mas houve mais alguns a chamarem a minha atenção. Confirmações, jogadores que não eram meus desconhecidos mas que de facto provaram como o jogo de hoje o seu elevado valor.

A começar pela baliza, duas grandes exibições de Jefferson e Fábio. O segundo já foi referido nesta etiqueta, mas o primeiro ainda não. Jefferson é, sem dúvida, um dos melhores guarda-redes do Brasileirão.
"Nasceu" no Cruzeiro em 2000, foi emprestado ao Botafogo em 2003 e lá ficou até 2005, tempo em que se mostrou a elevado nível, participando na conquista do Mundial sub-20 em 2003. Saiu então para a Turquia, para representar o Trabzonspor. Em 3 anos, fez apenas 32 partidas, rescindindo contrato e seguindo para o Konyaspor, onde esteve uma época. Não renovou e voltou para o Engenhão, regressando igualmente as grandes exibições e a alegria de defender. Fixou-se naturalmente como o titular do "Fogão" e renovou contrato depois da conquista do Carioca 2010. O seu valor foi repensado com a chamada à selecção para defrontar os E.U.A. De topo.

Em relação a jogadores de campo, Maicosuel, Somália (ambos já referidos no blog) e "El Loco" Abreu foram os melhores do lado dos anfitriões. Em relação ao Cruzeiro, Henrique, Roger (ex-Benfica) e Montillo foram os melhores.
Se Roger não é novidade para os portugueses, já Henrique e Montillo são desconhecidos para a maioria dos adeptos portugueses.

Henrique (Cruzeiro) – Tem 25 anos e nasceu para o futebol no Figueirense. Esteve entre 2005 e 2007 no clube, até emigrar para o Japão. Esteve apenas um ano na Ásia, pois o Cruzeiro resolveu não desperdiçar o seu talento. Grande volante, sabe marcar em cima o seu adversário directo e mesmo marcando à zona, marca muito bem. Sabe jogar, é inteligente e passa muito bem, o que é fundamental na sua posição. Conduz muito bem a bola, não precisando de ter grandes rasgos ofensivos, visto que tem à sua frente Roger e Montillo. É um jogador admirado no Brasil e dá para perceber porquê. Tem 115 partidas realizadas em três anos.

Montillo (Cruzeiro) - É um "meia" de topo do futebol brasileiro. Tem o ADN argentino, o típico rato (1,71m e 70kg) fução que se encontra, por exemplo, em D'Alessandro. Foi internacional sub-20 pela Argentina em 2003 e agora, com 26 anos, espalha magia no Brasileirão. Começou a carreira sénior no San Lorenzo e foi recrutado este ano pelo Cruzeiro à Universidade do Chile (onde realizou 74 partidas e marcou 15 golos). Apesar de muito se ter especulado sobre se Montillo e Roger seriam compatíveis no mesmo onze, o jogo de hoje provou que sim, pois ambos realizaram grandes exibições e entenderam-se às mil maravilhas. É um jogador muito tecnicista, que joga bem em espaços curtos (género Saviola e Aimar) e com velocidade. Se arranca, é difícil pará-lo e torna-se um pesadelo para os adversários quando está em "dia sim". Em apenas oito jogos, marcou quatro golos. No entanto, não é egoísta e assiste várias vezes os companheiros. É um meia-central de elevadíssima qualidade.

A questão Mourinho - A solução ideal?


Por estes dias muito se fala da possibilidade de José Mourinho vir treinar a selecção de todos nós nos próximos dois jogos de qualificação. Ele quer vir, Madaíl quer que ele venha e se dependesse apenas deles, Mourinho estaria de bom grado a treinar-nos frente a Dinamarca e Islândia, percebendo a situação urgente. Mas há outro interveniente na questão que, claro está, não achou piada à ideia: Florentino Pérez.

Se eu fosse Florentino Pérez deixava Moutinho vir. Como o próprio diz, estar ou não estar em Madrid durante os dias em que as selecções internacionais actuam, é a mesma coisa visto que (quase) não tem jogadores para treinar. Mas se fosse Madaíl, não escolheria Mourinho. Não acredito em milagres. E não faz sentido vir com a história da urgência. Porque há treinadores no desemprego, treinadores mais fáceis de aceder do que Mourinho e que também viriam a correr para a selecção portuguesa. Até treinadores estrangeiros. Mas não, Madaíl, em mais um dos seus rasgos de inteligência, quis ir pedir a Mourinho para vir treinar Portugal durante... dois jogos.

O que Portugal precisa é de estabilidade. E a estabilidade não se consegue tendo agora um treinador, depois outro e depois outro para completar a qualificação. Isso pode acontecer na Lituânia, na Letónia ou na China, mas estamos a falar de uma das melhores selecções do Mundo, onde essas coisas não têm cabimento. E, mesmo que agora contrate outro definitivamente (seja ele Paulo Bento ou seja quem fôr), Madaíl passou um atestado de incompetência aos restantes nomes falados para treinar o nosso país. Pois parece que apenas e só Mourinho consegue recuperar a selecção, consegue dar um rumo a um grupo de grandes jogadores contra duas selecções inferiores (Dinamarca e Islândia são inferiores e ponto final). Ou seja, cometeu um grande risco que foi completamente desnecessário. Pois era quase óbvio que Florentino iria recusar e que há treinadores perfeitamente ao alcance de Portugal com qualidade.

Não condeno Mourinho, pois este apenas quis fazer o serviço que lhe estavam a pedir em nome do país. Mourinho na selecção? Sim, sem dúvida. Mas esta era uma situação de circunstância, um trabalho em part-time e sem sentido. Madaíl está cada vez mais queimado aos olhos do povo e a sua não-demissão é muito triste para o futebol português. Haja quem ponha mão nos homens da Federação!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Primeira jornada europeia; o descalabro e a eficácia

No regresso de uma jornada europeia de três dias (voltamos a ter dois clubes na Liga dos Campeões), Portugal portou-se bastante bem. Tirando o Sporting de Braga, que não conseguiu surpreender o poderoso Arsenal, as outras três equipas nacionais venceram (até mesmo o Sporting, que não se esperava) e deram maior segurança no ranking. O 6º lugar está agora melhor protegido em relação a Rússia e Ucrânia.

Começando pelo Benfica, foi uma vitória da eficácia, aquela que tem faltado à equipa encarnada e essencial tópico para a recuperação de tão importante confiança. Não fez uma grande exibição, mas acaba por ser eficaz e, no cômputo geral, merecer a vitória. É certo que há um Benfica com Aimar e outro sem, "El Mago" está em grande forma e desde o jogo na Choupana que vai acumulando boas exibições. Por outro lado, o Benfica sente a falta de Saviola e de um intermitente Gaitán, que tanto faz uma boa exibição como outra do pior. Não se encontrou no jogo e os encarnados sentiram a sua falta, já para não falar do apagadíssimo Cardozo. Mas lá está, mesmo apagado, mesmo sem tocar na bola e até falhar uma grande oportunidade, o paraguaio marcou o golo habitual, mandando calar os adeptos. Um gesto de raiva mas que até é bom para alguém que costuma ser tão monótono. Três importantes pontos no início da caminhada dos Campeões.

Em relação ao Braga, foi esmagado no Emirates Stadium. Se é um facto que havia enorme expectativa para ver o que esta equipa podia fazer em Londres, a verdade é que não se pode condenar os arsenalistas, pois quase nenhum tinha já realizado jogos na fase de grupos da Champions e poucos tinham enfrentado um ambiente e uma equipa como aquela que é o Arsenal. O Arsenal é uma das três equipas a apresentar melhor futebol por essa Europa fora e quando "engrena" é quase impossível de travar. Que o diga Jesualdo Ferreira, que na época passado levou 5 nos oitavos-de-final. Calma gente! Este era um jogo que todos os adversários directos (Shakthar e Partizan)devem perder e que não se deve dramatizar demasiado. Foi uma goleada pesada, sim senhor, mas nada de especial no que toca a pontos. Fazer zero no Emirates é o provável para ucranianos e sérvios. Agora resta olhar para o próximo jogo, esse sim fundamental na qualificação, pois o Braga recebe na Pedreira o Shakthar Donetsk.

Na Liga Europa, o Sporting foi o primeiro a entrar em campo. O jogo em Lille adivinhava-se difícil e as expectativas não eram grandes. Mas a verdade é que muitas alterações, por vezes, dão resultado e os suplentes leoninos deram provas de qualidade, vencendo em França por 2-1. Até ao segundo golo, o Sporting foi controlando as operações, marcou dois e depois entregou o comando ao adversário, tentando poupar-se para o 'derby' com o Benfica e visto que o mais importante era não perder. Defendeu bem, apesar de ter um Torsiglieri extremamente infeliz (e que não consegue provar ter qualidade), e conseguiu levar os três pontos, fundamentais para a conquista do primeiro lugar do grupo (que dá estatuto de cabeça-de-série nos dezasseis-avos-de-final) Agora, o próximo jogo é na Luz e este irregular leão poderá ter um jogo de sonho como um de pesadelo. Tal como a sua época.

Por fim, o FC Porto venceu por 3-0 o Rapid Viena, algo que já se esperava, tendo em conta as fragilidades dos austríacos, desfalcados, por exemplo, de Jan Venegoor of Hesselink. A equipa entrou segura mas pareceu demasiado confiante. A verdade é que o golo de Rolando aos 25 minutos deu demasiada tranquilidade ao Porto, que adormeceu e correu riscos de sofrer um incómodo golo Desnecessário para uma equipa da qualidade dos dragões, claramente favoritos na partida do Dragão. Mas pronto, o tempo foi passando até qe o inevitável Radamel Falcão apareceu a resolver.
Numa sobra fez o 2-0 e depois apareceu Rúben Micael a fazer o melhor golo da noite. Saiu muito ovacionado e mostrou a sua alegria, quando procura um espaço no onze portista. A equipa poupou-se claramente para o jogo na Choupana a realizar na 2ªfeira. No fim, a vitória, que é o mais importante.

P.S.: as fotos serão colocadas mais tarde por indisponibilidade do blog.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Despedida de Queiroz


Carlos Queiroz foi oficialmente despedido. Já havia sido despedido (pelo povo) depois do Mundial mas a verdade é que a Federação Portuguesa de Futebol quis prolongar o inevitável. Defendia Queiroz como pessoa e técnica. Mantenho-me um defensor da sua pessoa, pois tudo isto foi apenas uma emboscada para o levar à saída. Fizeram de uma frase algo muito mais grave do que ela é na realidade. Mas enfim, a FPF apercebeu-se do erro que estava a cometer depois de manter Queiroz no comando após o Mundial 2010, depois de tantas críticas recebidas pelos adeptos e de tantos críticos terem feito o seu trabalho: criticarem.

Após tantos avanços e recuos, eis que aparece a notícia do "Caso Queiroz". Caiu o carmo e a trindade e no fim de contas caiu Queiroz. Agora já não defendia a sua manutenção. Por tudo. Houve quebras no balneário, a Federação estava mal com o técnico e isso é prejudicial. No entanto, também louvo a selecção de umas eleições para os órgãos sociais para a Assembleia Geral da Federação. Madaíl também devia cair com Queiroz. Porque o problema não está só no técnico. Está no clima de instabilidade, em algumas pessoas que criam conflitos dentro da estrutura. Essas pessoas não podem continuar na Federação, têm de abandoná-la no devido tempo e esse tempo chegou.

Agora que o novo técnico seja português e seja contratado rapidamente. Felicidades Queiroz!

Wuppertal, terra do Europeu

Não se trata de futebol. Trata-se de hóquei em patins, um desporto que não tem o devido reconhecimento em Portugal mas no qual a nossa selecção dá cartas e se agiganta. Juntamente com Espanha, Portugal é a melhor selecção do Mundo e este ano aparece em mais um Europeu com classe e força. Na fase de grupos, não deu hipótese aos adversários e até a candidata Itália foi goleada por Reinaldo Ventura e Companhia (4-1). Já para não falar da Inglaterra (14-1) e da anfitriã Alemanha (5-1).

Portugal está em grande forma, os jogadores estão muito bem. Caio, Reinaldo Ventura, Ricardo Barreiros e Valter Neves,e entre outros, estão a mostrar o porquê de Portugal ser tão temido nesta modalidade. Há ainda o experiente Luís Viana e mais uns quantos. O próximo adversário é a Áustria e espera-se, como o próprio treinador disse, um treino sério contra uma equipa de um patamar muito inferior. FORÇA PORTUGAL!

A revolução canarinha


Desde que Mano Menezes chegou à selecção brasileira, substituindo Dunga, que a 'torcida' recuperou a alegria em ver a sua equipa jogar. Apesar de ainda não ter realizado nenhuma partida oficial, sente-se o entusiasmo no adeptos, fruto de uma revolução que tem como base a entrada de jogadores jovens (entre 21 e 24 anos) para dar sangue novo à equipa, pensando o Mundial 2014 mas também procurando jogadores que querem afirmar-se no panorama internacional e provar o seu valor.

Vê-se claramente que Mano não liga a clubes. Hulk, do FC Porto, foi convocado em detrimento de Fabiano, por exemplo, André Santos (Fenerbaçhe) foi chamado para o lugar de Gilberto (em fim de linha) e vários outros jovens foram chamados quer para o particular com os E.U.A., quer para o estágio na Catalunha que terminou com uma vitória por 3-0 sobre o Barcelona B. Aposta no futebol ofensivo, em recuperar o estatuto de selecção com o toque de bola mais bonito a nível mundial. Para isso, "recuperou" Pato, chamou Neymar, acrescentou Ganso, e ainda chamou outros jovens como David Luiz e Carlos Eduardo que, à partida, serão para manter. Depois há casos que tanto podem ser esporádicos como inícios de carreiras na selecção. Hulk, André (saiu do Santos para Kyev), Henrique (Racing), Coutinho (Inter) ou Douglas Costa e Fernandinho (Shakthar) são bons exemplos.

Por outro lado, Mano não exclui ninguém. Ainda anteontem disse que Ronaldinho é um jogador perfeitamente seleccionável e que ninguém está definitivamente excluído desta selecção. No entanto, percebe-se desde já que será difícil alguém com 30 anos ou mais entrar na equipa (a aposta de Mano é claramente formar uma equipa-tipo para o Mundial e nessa altura jogadores como Ronaldinho já terão 34 anos ou mais). Até mesmo Maicon, que tem 28, saiu das contas do seleccionador canarinho. No entanto, a ideia de Mano será ver quais os jogadores que estão em condições para entrar já em jogos oficiais pelo país para juntar a alguns jogadores mais experientes (será difícil perceber as saídas de Júlio César, Maicon, Lúcio e Luís Fabiano, a confirmarem-se). Veremos como corre esta revolução mas os primeiros indícios são muito positivos. O Brasil voltou!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Portugal, isto sim é uma crise


Não vi o jogo com o Chipre porque não tive oportunidade. Não comento. Mas hoje vi. Infelizmente. A visita a Oslo só serviu para agudizar uma crise. Agora sim, a selecção nacional vive uma crise (e não a situação que se verificou antes do Mundial pois aí jogávamos razoavelmente, Queiroz tinha a confiança dos jogadores e eles entendiam-se). E uma crise estrutural.

Portugal não vive uma crise de futebolistas por muito que digam o contrário. Varela, Rúben Micael, Bosingwa ou Coentrão não estavam em condições de jogar, Meireles e Manuel Fernandes também não, Tiago não estava muito melhor. Pepe também não esteve disponível e Quaresma parece afinal não ter evoluído nada nestes vários meses que passaram desde a sua última aparição na selecção de todos nós. A equipa viu-se intranquila desde o início. O empate com o Chipre, a ausência de Queiroz e o seu processo, a falta de liderança de Madaíl, tudo. Via-se que algo não batia certo. Que aqueles não eram os onze habituais jogadores que jogam normalmente. Eram onze presenças e não mais do que isso. Tirando Nani, ninguém se mexia. Cada passo era pesaroso, o erro de Eduardo contribuiu mas o problema é muito mais profundo. Não se trata de Eduardo ou da falta de jogadores, isso apenas contribui.

Embora Madaíl, embora toda a estrutura, embora Queiroz e quase todos os técnicos é os que todos pedem neste momento. Até os defensores de Queiroz (como eu) pedem a sua demissão. O problema está em toda a conjuntura. E se está mais vale tudo ir abaixo. Como na França. Tem de ir tudo e renovar-se. Renovar, renovar e renovar. Porque a nível das quatro linhas, já se renovou (e bem). Falta tudo menos jogadores. O problema é mesmo esse. Manuel Cajuda era uma boa opção; disciplinado, inteligente, uma boa opção. Pois eu defendo que seleccionadores devem ser portugueses e à falta de Mourinho ou Domingos, que venha Cajuda. Alguém com vontade. Mas os próximos jogos continuarão a ser tenebrosos se não houver mudança. Lembram-se da França em Junho? Será Portugal em Outubro se não houver renovação. E o tempo vai-se esgotando. Acordem, por favor e demitam-se!