sexta-feira, 25 de junho de 2010

Parte do Hino Galp

Odeio espanhóis. Não posso com eles. A única coisa que espero é que Portugal os esmague na Terça. Só será possível com garra, determinação, crer e vontade. Coragem como tivemos noutros jogos, defender como temos feito, atacar em colectivo e marcar seja lá por quem for. Ronaldo, Liedson, Bruno Alves, Meireles ou até Eduardo. O importante é marcar, ganhar, passar os nossos rivais ibéricos. Porque "hermanos" eles nunca foram e nunca serão. Pensamento na vitória, cabeça levantada. Vamos provar-lhes que era preferível levarem com o Brasil.

Vamos mostrar aos espanhóis a força portuguesa, tal como fizemos em 2004. Vamos mostrar o porquê de estarmos em 3º no ranking FIFA. Ganhar é o que temos a fazer. Se eu acredito? Mias do que nunca. Deixo parte (a que se adequa) do Hino Galp para o Mundial 2006 de inspiração.


Corremos, marcámos, merecemos,
saltámos, sofremos e fizemos sofrer.
Fizemos o possível enquanto houve combustível
e metemos o que havia para meter.
Como é que uma equipa com talento, magia
e um futuro de que tanto se disse,
está disposta a deitar fora a energia
e se conforma em estar na história como “vice”?
Nada disso!
O tuga, que até hoje só provou que consegue ser segundo,
Vai, por isso, deixar de ser chouriço
e assumir o compromisso de ser campeão do mundo.

Corre mais, joga mais,
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais

Há quem diga que Portugal não está em forma,
modesto por norma, faz-lhe falta um safanão
que nos faça de uma vez acreditar
que entre os que podem ganhar
está a nossa selecção.
A fasquia está alta? Não faz mal, Portugal salta
com milhões a empurrar.
Até pode parecer louco, mas para nós segundo é pouco
E um louco não se deve contrariar.

Será demais pedir o mundo?
O que pedimos, no fundo, são ainda menos ais.
Porque todos se lembram do campeão
Mas não dos que são derrotados nas finais.
Ficar nos dois primeiros não tem mal nenhum,
É preciso é que fiquemos no número um.
Vamos apagar da história essa final de má memória
e vão ver que ninguém topa.
Porque eu posso estar errado, mas que eu saiba, em qualquer lado,
o melhor do mundo é o melhor da Europa.

Corre mais, joga mais,
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais

Repete-se o refrão, a história é que não.

Marca mais, chuta mais
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais.

É o retrato de um país aplicado ao futebol.
Tem tudo o que é preciso, só perde por ser mole.
Toca a acordar, pessoal!
Queremos mais garra,
deixar de ficar felizes quando a bola vai à barra.
Vamos com tudo, meter o pé, chutar primeiro,
Que o último a chegar é paneleiro.
Ter medo deles? Isso era dantes!
Vamos embora encher de orgulho os emigrantes.
Sem esquecer que nas grandes emoções
quando grita um português, gritam logo 15 milhões.

Olá oitavos-de-final!

Portugal empatou, fez uma boa 2ªparte. Recordo que não sofremos um único golo na fase de grupos, algo inédito em Portugal. Temos uma grande defesa, um bom meio-campo se Pepe não jogar (que terror!), e um ataque que, com um ponta-de-lança, funciona bem melhor. Hoje fiquei com as esperanças reforçadas. Quando perdemos o medo, jogamos bem, vamos para cima do adversário como provámos hoje.

Portugal ainda não perdeu, ainda não sofreu golos, ainda não foi dominado por ninguém. Se vier a Espanha, pois bem, estaremos aqui para a receber e eliminar.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

As esperanças para amanhã

Vejo a Itália ser eliminada aos pés de uma fraca Eslováquia, que ao jogar com Nova Zelândia e Paraguai sentiu enormes dificuldades para conseguir ganhar (não o conseguindo), e que acabou por vencer a campeã do Mundo de 2006. De facto, os dois finalistas de 2006, já foram "de vela" nesta fase de grupos. Dois candidatos à conquista do Mundial eliminados na fase de grupos e ainda com a possibilidade de haver mais um (Espanha). Ainda outro nos oitavos-de-final (Inglaterra ou Alemanha e se a Espanha passar, Espanha, Portugal ou Brasil). Continuam as surpresas.

Mas o que me traz hoje ao blog são os jogos de amanhã. Começando, naturalmente, pelo Portugal-Brasil, este é o jogo mais aguardado da fase de grupos e, como se previa antes do início da competição, o jogo que decidirá quem fica em 1º e 2º lugar do grupo (sim, porque eu não acredito no impossível). Um jogo que não vai contar com Kaká, Deco e, em princípio, com Elano. Três belíssimos jogadores que fazem com que o espectáculo perca qualquer coisa de mais genial. Ronaldo deve começar no banco e talvez Ramires jogue, um motivo de interesse maior para os benfiquistas. Mas o que importa é que Portugal jogue bem, defenda como tem feito até aqui e ataque como no último jogo. Apenas o último ponto parece mais complicado, mas tudo se arranja.

Em relação ao nível defensivo, não tenho grandes receios, pois temos uma grande defesa, grande dupla de centrais, um "novo" bom lateral-esquerdo, um lateral-direito que defende bem (no caso de Paulo Ferreira jogar) e um guarda-redes, que não sendo super, tem cumprido sempre que é chamado à selecção, transmitindo imensa segurança para o campo e para a bancada. O problema não é o sector mais recuado, como todos sabem. É o ataque, o qual deverá ser composto por Danny, Simão e Hugo Almeida (regressado aos golos na selecção de todos nós). Ninguém pede 7, óbvio, mas se ganharmos 1-0, já todos ficam contentes. No meio-campo, fala-se em Veloso para descansar Meireles e não deverá haver aí um grande problema (apesar de, claro, Meireles ser um excelente médio). Mas estou confiante.


O Brasil vai jogar com calma, ainda para mais sem Kaká para pensar o jogo da equipa (pode estar em baixo de forma mas a capacidade de pensar o jogo não muda). É preciso perceber que o Brasil a nada mais está obrigado senão empatar o jogo para ficar em 1º no grupo. Com Ramires ou Daniel Alves no lugar de Elano e com Júlio Baptista no lugar de Kaká, o Brasil não terá tanta rapidez de movimentos (o que é diferente de rapidez dos jogadores) e, possivelmente, não terá tanta eficácia no passe. Para isso, será importante a acção dos médios trabalhadores de Portugal, a dupla leonina Pedro Mendes e Miguel Veloso, que terão a tarefa de vigiar não só Júlio Baptista, como também ajudar a "secar" Robinho. Portugal terá de canalizar o seu jogo pelas alas, pois é muito difícil penetrar pelo meio contra a defesa brasileira, com quatro homens muito fortes na marcação (Lúcio, Juan, Gilberto Silva e Felipe Melo, apesar de este, no movimento ofensivo, cair para a ala esquerda do miolo). Tem, então, de aproveitar o carácter ofensivo de Maicon e Bastos para criar desequilíbrios a partir das laterais do campo.


Quanto ao grupo H, todos dão como garantida a passagem da Espanha aos oitavos-de-final. Já não digo nada. Desde que vi França e Itália serem eliminadas, a Coreia do Sul ultrapassar a Grécia e Nigéria e os E.U.A. ganharem o grupo da Inglaterra, não faço previsões. Claro que o favoritismo é da Espanha. No entanto, as três (Uruguai, Argentina e Paraguai) equipas sul-americanas que já completaram a fase de grupos, acabaram todas em 1º lugar. E o Chile obviamente não vai querer ficar atrás e "basta-lhe" para isso um empate. E se a Espanha empatar e a Suíça ganhar às Honduras (muito provável), então teremos mais uma grande surpresa.

O que interessa, é que Portugal deve ganhar o seu jogo. Quer a Espanha fique em 1º, 2º ou 3º, Portugal tem de encarar o Brasil olhos-nos-olhos e tentar vencer o jogo. É o que se exige a um candidato ao título e é isso que Portugal é. FORÇA PORTUGAL!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

E é assim o futebol


O futebol é cheio de surpresas. Parece uma frase feita. Mas este Mundial diz que os que utilizam frases feitas têm razão, pois elas existem baseadas nalguma coisa. França quase fora na fase de grupos (apenas algo próximo de um milagre salvará os gauleses), Alemanha a perder com a Sérvia, Inglaterra com dois empates em outros tantos jogos, Espanha a ser derrotada pela Suíça, Itália a empatar com Paraguai e ainda Portugal a empatar com a Costa do Marfim. Muitas surpresas, como se pode ver. E, com certeza, não irão ficar por aqui.

O futebol é mesmo assim. Portanto, achei imensa piada aos críticos de Portugal. Claro que não fiquei satisfeito com a exibição de Portugal. Apático e devia mostrar bem mais. Mas foi a primeira jornada. Portugal não está eliminado como querem tentar dizer que está e se Portugal deixou de ser candidato por causa do primeiro jogo, então que dizer de Inglaterra (que também fez duas exibições pobres), Itália (não fez muito melhor), Alemanha (aquele 4-0 à Austrália não quis dizer nada como eu bem pensei) ou Espanha (que perdeu com a supostamente "fraca" Suíça)? É melhor não e pintar quadros demasiados negros ao fim de 90 minutos. A minha esperança ainda não se gostou. E não se gostará até Portugal ser eliminado; Quando? Não sei. Espero que nunca.

Falando agora do Mundial em si, até agora, a única selecção que mostrou futebol de candidata é a Argentina. Dois jogos em que fez grandes exibições, de futebol ofensivo, marcando cinco golos (três deles por Higuaín). Esta é uma selecção diferente. O rigor táctico é pouco, os atacantes muitos; mas a verdade é que os jogadores se sentem bem dessa forma, jogam da forma que melhor se entendem, com toques bonitos, fintas e golos. E é isto o verdadeiro futebol, com um toque tipicamente argentino, o chamado "tango" e que se traduz por este tipo de futebol. Maradona, na selecção de 86, encarnou essa personagem melhor que ninguém, pretendendo agora transmitir esse sentimento de alegria e esperança aos jogadores. É a minha aposta para vencer este Mundial, depois de a ter colocado na "terceira linha".

O Brasil, de facto, é sempre o Brasil. Mas penso que esta equipa tem muitos "Dungas", jogadores trabalhadores mas que acabam por não ter a essência típica do futebol brasileiro. Elano não é um tecnicista, Melo e Gilberto Silva são dois trabalhadores. Acaba por ser mais disciplinada tacticamente, mas acaba por perder o verdadeiro futebol 'canarinho'. Diego, Ganso, Ronaldinho, Adriano, Pato ou mesmo Marcelo são jogadores que poderiam dar outra capacidade técnica a esta equipa, sobretudo o jogador do AC Milan, jogando descaído do lado esquerdo. Robinho e Kaka acabam por ser os "verdadeiros" brasileiros neste onze. Depois, dois laterais ofensivos acabam por compensar alguma desta incapacidade ofensiva. Além disso, jogadores como os que referi seriam importantes em jogos como a Costa do Marfim ou a Coreia (que tantas dificuldades criou ao Brasil).

Depois, a Alemanha. É verdade que fez uma boa exibição contra a Austrália; mas os últimos dois golos foram marcados contra 10, já sem moral do lado adversário. Esperei pela Sérvia para tirar algumas conclusões desta Alemanha, com futebol agradável, certo, mas que ainda tem falhas no centro da defesa. O jogo com os sérvios acabou por mostrar fragilidades.

Itália e Inglaterra empataram os seus jogos até agora, mostrando dificuldades na construção de jogo. Na Itália até se percebe, com Pirlo lesionado, Camoranesi não nas melhores condições e Totti ausente da convocatória; mas a Inglaterra não. Com Lampard e Gerrard não se compreende tantos obstáculos em chegar à baliza adversária.

Quanto à Holanda, fez gestão de esforço, Robben não pôde jogar. Acabou por ganhar 2-0 ao seu grande adversário no grupo, a Dinamarca. Com alguma sorte e uma boa 2ªparte, a "Laranja Mecânica" acabou por vencer o jogo. Com certeza que Robben transformará a equipa quanto estiver apto mas poderá ainda descansar até ao final da fase de grupos, devido à pouca exigência dos adversários.

Ainda um sinal mais para Chile e Suíça, vencendo os respectivos jogos no seu grupo. Suíça muito bem organizada, treinada por um dos melhores "coaches" do Mundo, Otmar Hitzfeld. Tapou todos os buracos possíveis e acabou por colher frutos com um golo de Gelson Fernandes.
Uma bola à trave para cada lado e vida difícil para os espanhóis, que muito dificilmente ficarão em 1º lugar e terão de ganhar os próximos dois jogos para passarem sequer a fase de grupos (vida ainda mais difícil com o provável embate com o Brasil). Perspectiva-se então um grande jogo nos oitavos-de-final.

Este Mundial está a ser cheio de surpresas. De qualquer maneira, apenas a França está quase definitivamente eliminada, havendo várias possibilidades para os restantes. Portugal inclui-se no lote. Acreditem!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Entrada em cena


Amanhã Portugal entra em cena no Mundial 2010. O acto não tem número, chama-se apenas "decisivo". Amanhã, mais que entrar em campo, Portugal tem o jogo mais importante da fase de grupos, aquele onde vai defrontar o seu grande adversário na questão do segundo lugar. Adversário esse que, com quase toda a certeza, vai jogar com Didier Drogba, nem que este esteja a morrer de dores, pois só a presença dele já assusta o suficiente. O problema (para a Costa do Marfim) é que Drogba vai levar em cima com dois dos melhores centrais do Mundo: Ricardo Carvalho e Bruno Alves. Veremos o resultado no fim da partida.

O onze deverá ser este (com o qual concordo): Eduardo, Paulo Ferreira, Coentrão, Bruno Alves, Ricardo Carvalho, Pedro Mendes, Raul Meireles, Deco, Simão (não acredito que Danny seja já titular), Cristiano Ronaldo e Liedson. Onze homens que carregarão o sonho de mais de 10 milhões. Acredito sinceramente num bom resultado. Tenho grandes esperanças em Deco, Meireles e Simão. Grandes, muito grandes. Depois há outros. O dito segndo melhor do Mundo, o "Levezinho", Coentrão e ainda uma grande dupla de centrais; um verdadeiro trinco, Pedro Mendes, um lateral equilibrado (Paulo Ferreira) e um bom guarda-redes (Eduardo).

Do outro lado, grandes valores individuais: Yaya Touré, Salomon Kalou, Kolo Touré, Drogba, entre muitos outros. Mas o colectivo desta selecção tem falhado nos últimos anos e a grande questão é se Eriksson conseguiu formar uma verdadeira equipa. Porque este é e será sempre o grande problema dos jogadores africanos. Querem resolver tudo sozinhos. Depois não dá em nada. Um treinador experiente e conhecedor como o sueco talvez consiga resolver esses problemas. E aí sim, a Costa do Marfim será uma equipa muito perigosa.

Portugal terá de saber explorar as laterais dos costa-marfinenses. Eboué é demasiado ofensivo para lateral e Bamba também falha defensivamente. Com um ala rápido como Ronaldo e outro inteligente como Simão, a ideia será ganhar os espaços das faixas para depois fazer as diagonais de que os alas nacionais tanto gostam. Liedson será importante para prender Touré no centro, impedindo-o de cobrir nas laterais e de fazer as compensações como gostaria. Por outro lado, Coentrão estará obrigado a trabalhos mais defensivos, pois Kalou é um extremo muito rápido e que com bola se torna muito perigoso no 1x1. Por isso, os 'raides' que o jovem do Benfica tanto gosta de fazer terão de ser controlados. Do outro lado, Paulo Ferreira dá garantias de equilíbrio. Por fim, Raul Meireles poderá pisar terrenos mais ofensivos pois o meio-campo dos africanos joga um pouco recuado, não tendo um verdadeiro organizador de jogo.

Amanhã, às 15:00h, Portugal-Costa do Marfim. O grande dia chegou. Acreditem portugueses. Está na hora de sermos grandes!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Que role a bola!


Amanhã irá começar o Mundial 2010. O primeiro Mundial a ser realizado em África e logo num país que há vinte anos atrás vivia ainda em pleno regime de 'apartheid'. Curioso ver como se portará a África do Sul, que em 1995, a jogar o Campeonato do Mundo de Rugby em casa conseguiu a vitória. Mas no futebol, os sul-africanos não são tão fortes (nem coisa que se pareça), apesar de contarem com um povo com enorme vontade de ganhar.

Os adeptos africanos são diferentes de quaisquer outros. O futebol é vivido de forma diferente, de forma mais intensa, apesar de nunca nenhuma selecção ter chegado sequer à final. Mas sem dúvida que se a vontade contasse, a África do Sul sairia vencedora no primeiro dia da competição.

Falando agora das questões futebolísticas, este é um Campeonato onde se destacam dois grandes favoritos: Brasil e a campeã europeia Espanha. Numa segunda linha, Inglaterra, Holanda e a sempre poderosa Itália. Depois, Argentina, Portugal, Alemanha e França. O Brasil fez uma qualificação impecável, em resposta às críticas que caíram sobre Dunga e ainda, pelo caminho, venceu a Copa América e a Taça das Confederações. Apesar de tudo, a ausência de vários jogadores estimados e esperados nos 'canarinhos' fizeram colocar algumas dúvidas em relação aos suplentes dos brasileiros. Diego, Pato, Ronaldinho, Adriano, David Luiz ou Marcelo são alguns dos nomes ausentes da convocatória e que poderiam dar bom jeito à equipa durante o torneio.

A Espanha vem com o estatuto de campeã europeia, mantendo a equipa e acrescentando-lhe alguns valores como Piqué e Busquets. Quem se dá ao luxo de ter Fabregas, Silva, Mata ou Pedro como suplentes só pode ser uma grande selecção. Só acho que joga com um meio-campo excessivamente defensivo, com um duplo-pivôt (Xabi Alonso, com um ano medíocre no Real, e Busquets), Xavi no transporte (também não é propriamente ofensivo) e Iniesta na organização. Depois, Villa e Torres como dupla matadora. Com um grupo relativamente acessível, os grupos dos dois gigantes cruzam-se nos oitavos-de-final. Possivelmente teremos um duelo ibérico, mas isso são outras histórias.

Depois, a sempre perigosa Itália que não conta com gigantes de outros tempos, como Totti, Toni ou Del Piero. Pirlo falhará os dois primeiros jogos, pelo menos, e veremos se Camoranesi consegue recuperar bem fisicamente. Mas esta não é a selecção de outros tempos. O cinismo mantém-se, até porque Lippi continua a ser o técnico. Mas o poder é diferente. De Rossi, o "Gladiador", é o patrão da selecção que procura o penta-campeonato; a Argentina é uma incógnita, com um grande ataque mas fraca defesa; a Alemanha, sem Ballack, terá maiores dificuldades do que com outras equipas recentes e tem um grupo perigoso com Gana e Sérvia (que ficou à frente da França na fase de qualificação e tem jogadores experientes e de qualidade); a Inglaterra e Holanda assentam o seu futebol na qualidade e num futebol diferente (a Inglaterra com melhor defesa e a Holanda com um futebol bonito e de ataque, presente nas figuras de Robben, Van Persie, Sneijder e Van der Vaart).

Depois, Portugal e França. A França acabou por ter a sorte de calhar no grupo dos 'Bafana Bafana', mas terá México e Uruguai "à perna". Sem deslumbrar na qualificação, a famosa mão de Henry acabou por levar os gauleses à maior competição futebolística do planeta. Portugal também é uma incógnita; não parte como favorito, antes como 'outsider' mas toda a gente se lembra dos resultados recentes da nossa selecção. Veremos como corre, a entrada em cena é na próxima Terça-Feira.

Que seja um grande Mundial. O primeiro em África, é bom lembrar. Que a bola role e que role com qualidade. Futebol espectáculo é o que se pede...

domingo, 6 de junho de 2010

A importância de vender


Sendo o Benfica um clube do futebol português, tem obrigação de vender. E vender, significa vender quando os activos estão em alta, não descurando, como é óbvio, a parte desportiva. Como o FC Porto fez durante os últimos 20 anos, a conseguir vender activos a valores muito altos (para o que é o futebol nacional) e a compra-los baratos. Sinceramente, acho que o Benfica evoluiu e aprendeu qualquer coisa. Mas ao ver tanta renitência em vender Di María e Cardozo a preços bastante razoáveis (35M e 25M€), fico apreensivo. Di María foi comprado por 6M€ (juntamente com Andrés Diaz, mas esse não conta) e Cardozo por cerca de 10M€. Juntamente, 16M€. Agora podem valer 60M€ e acho que é bem bom. Primeiro, porque acho que nenhum deles vale o que querem pagar. Di María não é "um génio" como Jesus disse, bem pelo contrário. Acho que o que lhe falta para se tornar um dos melhores é inteligência, sobretudo isso; já Cardozo é muito estático e não é tão matador quanto isso (matador de verdade, era Jardel ou é Falcão).

Portanto, e todos sabendo que o Benfica está em falência técnica, precisa de vender, e até já assegurou a substituição dos jogadores em causa (se não, para que servem Gaitán, Jara, Kardec e, provavelmente, Leto?), como é possível recusarem 25M€ (muito para um ponta-de-lança) por Cardozo? É que em relação ao 'Angelito' ainda compreendo (é titular na Argentina, supostamente fez um grande campeonato e tem o Mundo inteiro atrás dele), mas Cardozo? Já é abuso.

Não percebo. Dois jogadores que podem ser substituíveis e andam a recusar tanto dinheiro? Não percebo, mesmo. Ainda para mais, o Benfica é o clube que mais deve, o que mais gasta e portanto, o que mais necessidade tem de vender. Não é por ir um ano à Liga dos Campeões que o caso muda de figura e passa a ser um clube rico. Logo, não fechem os olhos `*a custa da Champions, olhem para o que é óbvio, e vendam! Porque nem o FC Porto quando foi campeão europeu conseguiu manter os jogadores; nem quando ganhou a UEFA (vendeu Jorge Andrade). E portanto, vender é uma necessidade até do clube português com melhor saúde financeira.

Só espero que o Benfica abra os olhos. É obrigatório vender dois jogadores; se há um ano foi o gestor de contas que o disse, como é que de um ano para o outro o caso transforma-se? Não se transforma.