domingo, 24 de janeiro de 2010

Adeus, Angola


Custa-me bastante escrever sobre a eliminação de Angola. Mas é impossível não falar. Os jogadores angolanos não tiveram capacidade psicológica para reagir a uma desvantagem, natural nestas competições, mas que na cabeça dos Palancas se tornou num bicho de sete-cabeças.

E assim, chegou a eliminação que ninguém esperava. Por várias razões: o Gana apresentou-se com uma equipa bastante jovem; Essien estava ausente; Angola, com Flávio e Zuela recuperados, apresentou-se na máxima força; o público encheu o Estádio Nacional. Mas mesmo com estes factores a favor dos anfitriões, a equipa não conseguiu anular um golo madrugador de Gyan Asamoah, logo aos 15 minutos.

Manuel José alinhou com os jogadores que quis: Carlos; Kali; Rui Marques; Stélvio; Zuela; Chara; Gilberto; Djalma; Mabiná; Flávio e Manucho. E no início até parecia que o jogo ia correr bem com a pressão alta a equipa da casa a ser intimidante. O público puxava pela equipa e os jogadores estavam muito concentrados em marcar cedo. Mas a pressão alta, numa defesa relativamente lenta, pode ter os seus efeitos negativos e na única grande ocasião de golo do Gana, Gyan Asamoah não desperdiçou e deu vantagem aos vencedores. Angola tentou chegar ao empate e ainda na primeira parte teve duas grandes oportunidades para empatar através de Manucho. Aos 30 minutos, Kingson fez uma grande defesa mas aos 44' não esteve tão bem e deixou a baliza aberta para Manucho marcar. Mas o jogador do Valladolid atirou (incrivelmente) por cima.

Chegou o intervalo e Angola pareceu voltar pior. O que deveria ser um tónico para encarar o resto do jogo, tornou-se no tempo em que Angola pareceu desanimar. A equipa ficou mais longe do golo e apenas aos 91 minutos criou uma situação de verdadeiro perigo, quando Kali, capitão da selecção, falhou um cabeceamento na pequena área que podia ter dado o golo desejado. O desespero apoderou-se desta selecção por volta do minuto 60. Só não percebo porque é que Manuel José não chegou a colocar Mantorras em campo. Era necessário alguém que galvanizasse os angolanos, alguém que trouxesse experiência e moral. E, sobretudo, alguém que substituísse Manucho. Job pouco acrescentou ao jogo e Zé Kalanga não fez muito mais. Djalma esteve desinspiradíssimo, Flávio não apareceu, Gilberto esteve longe do que já conseguiu fazer nesta CAN e a lesão de Zuela obrigou o treinador a esgotar as substituições mais cedo do que é hábito. Tudo isto levou Angola a sair da Taça das Nações Africanas sem sequer chegar às meias-finais.

E o povo angolano chorou...

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