segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O afirmar de uma posição


Por estes dias, só tenho três opções: escrever sobre jogadores observados, escrever sobre a Premier League ou escrever sobre os comentários à década. Hoje escrevo uma vez mais sobre o campeonato inglês, onde se jogou nesta segunda-feira um poderoso Arsenal vs Chelsea. O resultado foi favorável aos "gunners" e o 3-1 é esclarecedor da superioridade dos vermelhos de Londres.

Wenger colocou em campo uma equipa "alternativa": na defesa, jogou Djourou no lugar de Squillaci (Fabianski, Sagna, Koscielny e Clichy completaram, naturalmente, o quarteto); no meio-campo, jogou Song no lugar de Rosicky (Fabregas e Wilshere foram os outros dois elementos); no ataque, Arshavin e Chamack foram suplentes de Van Persie e Walcott (Nasri completou o trio). O Chelsea, sem Anelka, jogou com Cech, Ferreira, Ivanovic, Terry, Ashley Cole, Mikel, Essien, Lampard, Kalou, Malouda e Drogba. Alex, Zhirkov, Benayoun e Sturridge eram outros dos ausentes por lesão.

Os primeiros trinta minutos foram muito fracos, sem qualquer oportunidade. Mas o Arsenal animou e, mesmo em cima do intervalo, chegou à vantagem com um golo de Sagna (na foto). Erro do árbitro, que deu lei da vantagem (que não existe nestes casos) depois de Paulo Ferreira fazer 'penalty' sobre Fabregas. Sagna aproveitou o ressalto e marcou. Saiu Mikel, entrou Ramires ao intervalo. Depois, o Chelsea até consegiu equilibrar mas o Arsenal foi mortífero nos contra-ataques que fez nos primeiros dez minutos da segunda parte. Marcou dois golos (Fabregas e Walcott) e decidiu aí o jogo.

O Chelsea ainda reagiu, com um golo de Ivanovic aos 57' mas foi manifestamente pouco. O Arsenal impressiona no toque de bola, na rapidez de circulação, nos passes de longa distância (Wilshere, que mestre!), nos cruzamentos (Sagna, possivelmente o melhor do mundo nessa área) e apesar de ter algumas falhas defensivas, compensa-as com um ataque poderoso. Ter os suplentes desta equipa é um luxo para qualquer equipa e nunca acreditei tanto nesta equipa como este ano. Está a surpreender pela regularidade, que noutros anos não foi apresentada. A equipa está mais madura e perigosa e vamos ver a sua evolução até Fevereiro (altura da eliminatória com o Barcelona). Por agora, deixou o Chelsea quase afastado da luta pelo título...

domingo, 26 de dezembro de 2010

Boxing Day


Por estes dias, o futebol europeu pára. Época festiva, os jogadores tiram férias para passarem tempo com a família. Em Inglaterra não. Entre 26 e 28 de Dezembro jogam-se duas jornadas do campeonato, e chama-se a esta altura o "Boxing Day". A origem do nome nasce das caixas ('box' em inglês) que, durante esta época, eram colocadas nas igrejas para receberem dinheiro para os pobres. Essas caixas eram abertas no dia de Natal e, apurada a colecta, esta era distribuída no dia seguinte, 26, o Boxing Day.

Tal como nos Estados Unidos é tradição ver basquetebol, na Inglaterra é tradição ver futebol. E os estádios ficam muito bem compostos. Hoje vi o Manchester United vs Sunderland, no ambiente único de Old Trafford, onde os jogadores actuaram perante mais de 75 mil espectadores. Um bom jogo, com duas equipas interessantes e com o Sunderland a procurar algo mais que " o pontinho".

É uma equipa com alguns jogadores bem conhecidos: o guarda-redes Gordon, o irmão de Rio Ferdinand, Onuhoa, Malbranque, Zenden, Darren Bent ou Asamoah Gyan (sim, aquele avançado do Gana). No entanto, falta melhorar nas laterais, onde Bardsley (ex-Manchester) e Al-Muhammadi não dão conta do recado quer a nível defensivo, quer a nível ofensivo. Tiveram muitas dificuldades perante Giggs e Park. No entanto, até foi a partir do corredor central que o MU começou a ganhar o jogo. Giggs, Anderson e Rooney trocaram bem a bola entre eles e o inglês cruzou na perfeição para Berbatov inaugurar o marcador aos 5'.

O Sunderland tentou algo mais mas o Manchester pareceu sempre ter o jogo controlado, acabando por chegar ao segundo golo depois de criar várias oportunidades. Berbatov contou com a ajuda de Anthony Ferdinand para fazer o decisivo golo, que selou o resultado final. O Manchester está a jogar muito e, mesmo sem Nani (a contas com uma gripe passageira), recomenda-se. Nani está a ser o melhor jogador do campeonato inglês, Anderson está numa forma fenomenal, Rafael (lateral-direito) cresce de dia para dia (mais confiante a atacar e irrepreensível defensivamente), Berbatov vai marcando golos importantes e até Rooney está a tentar jogar melhor. Assim, torna-se fácil o domínio dos jogos. Mais títulos a caminho de Old Trafford?...

Resultados do 'Boxing Day':

Manchester United 2-0 Sunderland
Aston Villa 1-2 Tottenham
Newcastle 1-3 Manchester City
Blackburn 0-2 Stoke City
Bolton 2-0 West Brom
Fulham 1-3 West Ham
Wolves 1-2 Wigan
Everton-Birmingham (adiado)
Blackpool-Liverpool (adiado)

Observando a Europa: Anderson



Nesta rubrica, falo-vos hoje de um jogador bem conhecido dos portugueses: Anderson. Esse mesmo, o ex-FC Porto, que joga em Manchester (no United). Anderson caiu um pouco no esquecimento (cá em Portugal) depois de muito de se ter falado em futuro craque mundial. De facto, não se pode dizer que a promessa tenha sido um falhanço pois Anderson está agora a mostrar o seu real valor.

Depois de sair por 30M€ para Old Trafford, Anderson foi-se tornando num jogador diferente. No entanto, na última época contraiu uma lesão grave no preciso momento em que se afirmava como titular da equipa de Sir Alex Ferguson. Agora, depois de se ter falado num regresso ao Brasil ou num empréstimo a outro clube europeu, Anderson recuperou o lugar no onze do MU, aproveitando-se da lesão de Scholes.

O brasileiro está um jogador diferente. Mais musculado (maior força física), mais jogador de equipa, mais operário. Tornou-se sobretudo num "8" (o número na camisola ajusta-se bem), apesar de cair facilmente no espaço antigamente ocupado por si ("10"). Não perdeu a técnica, obviamente, e transporta facilmente a equipa para o ataque, sendo um óptimo elemento de ligação. No entanto, ganhou posicionamento táctico e está bem mais disponível defensivamente. Continua um grande jogador e é, nesta altura, um importante elemento na equipa e um dos jogadores em melhor forma (a par de Nani, talvez seja mesmo o melhor).

Olhar para a década I - Apresentação/EURO 2004


Dez anos passaram desde que tomei consciência do que é o futebol. Tenho agora dezasseis anos e algumas coisas mudaram no futebol (internacional e nacional). O Boavista foi campeão e faliu; o Leeds também faliu; veio à superfície o Calciocaos e o Lyon foi heptacampeão em França, algo que nunca tinha acontecido num grande campeonato europeu. Mas a década do adepto português não fica marcada apenas pelo Boavista, nem pelo Salgueiros, nem pelos escândalos alheios; fica marcada pela grande organização do Europeu 2004, no qual Portugal foi vice-campeão; fica marcada pelo grande FC Porto campeão europeu; fica marcada pelo aparecimento de um dos melhores treinadores da história do futebol: José Mourinho e por um jogador que já foi considerado o melhor do Mundo: Cristiano Ronaldo; ainda houve Figo, que apesar de não ter “aparecido” nesta década, continuou a construir uma bonita história na história do futebol mundial, tornando-se num jogador para mais tarde recordar. Estes grandes acontecimentos abafam qualquer coisa que tenha acontecido nos restantes anos do futebol português. Tivemos um clube a ser campeão europeu, uma selecção quase a sê-lo e um treinador que o foi por três vezes. Ainda vimos Luís Figo e Cristiano Ronaldo chegarem ao topo, conquistando Bola de Ouro e FIFA World Player. Por tudo isto, esta será uma primeira década de futebol da qual não me irei esquecer.

Centrando-me neste primeiro post na questão do EURO 2004, Portugal ganhou o concurso no ano de 1999. Muitas reticências se colocaram à sua candidatura pois até então Portugal nunca tinha organizado um grande evento desportivo. Construíram-se alguns estádios, reconstruíram-se outros e ficou feita uma grande obra, excessivamente grande. 10 estádios desta dimensão para quem? Apenas para um Europeu? De facto, não fez nem faz sentido. O do Algarve não é utilizado, os de Aveiro e Leiria andam vazios; o de Coimbra faz sentido por ser no Centro, mas bastava apenas um; Luz, Alvalade, Dragão, Guimarães e Braga estão bem e o do Bessa também estava até acontecer aquilo que já foi referido (ai o maldito Apito Dourado)!

Portugal criou estes estádios na esperança de os rentabilizar um dia. Esse dia podia ter chegado a 2 de Dezembro mas a FIFA resolveu ir pelos interesses económicos e entregou o Mundial 2018 à Rússia. Desta forma, o nosso país terá de esperar mais alguns anos para receber novo grande evento (há a possibilidade de concorrermos a uns Jogos Olímpicos). A verdade é que, como já foi dito, tantos estádios se tornaram desnecessários. Na hora, é tudo muito bonito, mas depois torna-se algo dispendioso. E muito dispendioso. Depois, não vale a pena porque andam vazios.

Mas a verdade é que, investimento à parte, o EURO 2004 foi um sucesso, considerado o melhor de sempre pela própria UEFA. A organização foi excelente, a segurança esteve sempre bem e não houve problemas de maior (excepto um caso com adeptos ingleses no Algarve). Na vertente futebolística, a Itália e a Alemanha ficaram pelo caminho logo na fase de grupos, assim como a Espanha (que foi eliminada por Portugal depois de, no dia do jogo, as capas dos jornais desportivos espanhóis dizerem: “Adiós Portugal!”; afinal de contas, foi a nossa hora de dizer “Adiós España!”); foi ventilada a hipótese nunca provada de Dinamarca e Suécia se terem unido contra a Itália na última jornada.

Na fase de grupos, os destaques iam para Holanda e Portugal, que tão bem jogaram, e para a surpreendente Grécia, que liderou o grupo das selecções ibéricas. Nos quartos, o memorável Portugal-Inglaterra, do qual ninguém português se irá esquecer, que depois de terminar com um empate a duas bolas, acabou nos penalties, nos quais Ricardo foi herói. Defendeu sem luvas e marcou exemplarmente a grande penalidade que “era” de Nuno Valente.


A Grécia eliminou a França e defrontou nas meias-finais a República Checa, que havia eliminado a Dinamarca, e bateu os checos com um extinto Golo de Prata (teria de se jogar a primeira parte do prolongamento e se houvesse alguma equipa em vantagem, seria essa a seguir em frente), marcado por Dellas. Portugal eliminou a Holanda nas meias, depois de os holandeses terem eliminado a Suécia (do, na altura, jovem Ibrahimovic – que golo de calcanhar-). Maniche marcou o melhor golo do EURO 2004, um golo fabuloso, mesmo ao canto da baliza de Van der Sar. Ronaldo marcou o primeiro e nem Nistelrooy conseguiu pôr a Holanda na final.

Depois, toda a gente sabe o que aconteceu. Portugal perdeu injustamente com os gregos, com um golo miraculoso de Angelos Charisteas. A festa no Olimpo foi tremenda e Portugal perdeu a sua grande oportunidade de se sagrar campeão europeu. Será em 2012?

Aqui vos deixo o meu onze do torneio:
GR: Nikopolidis
LD: Zambrotta
DC: Ricardo Carvalho
DC: Dellas
LE: Ashley Cole
MDC: Zagorakis
MC: Maniche
MAC: Nedved
EE: Figo
ED: Cristiano Ronaldo
AV: Milan Baros

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Adeus Jorge Costa

Por tudo o que significou no futebol português, custa-me bastante ver partir um dos melhores defesas centrais portugueses de que há memória. Um exemplo dentro de campo, um homem com amor à camisola, disciplinado e grande profissional. A sua carreira fala por si: ganhou tudo como jogador e prometia como treinador. Sendo assim, só há a agradecer pela sua passagem por Coimbra.

Obrigado Jorge Costa!

domingo, 19 de dezembro de 2010

O regresso da máquina


O Benfica venceu ontem o Rio Ave por 5-2. Com Carlos Martins na bancada, algo que não passou despercebido aos adeptos (que desconfiaram das opções do treinador), Salvio foi o titular na direita e Sidnei substituiu o lesionado Luisão. O resto foi o habitual.

A equipa portou-e muito bem. A entrada avassaladora, com dois golos (Aimar e Saviola) e algumas oportunidades de golo (ai Cardozo...), até fez lembrar a equipa da época passada. Mas é isto que não pode acontecer: os adeptos não podem fazer comparações, a equipa joga de forma diferente e, portanto, não há forma de comparar. As asas do ano passado já não existem e está na altura de deixar de fazer comparações com a equipa onde jogavam Di María e Ramires. Seguir em frente é o que se pede. E foi isso que o Benfica de ontem pretendeu fazer, com uma goleada sólida mas ainda com algumas falhas defensivas, que devem ser apagadas, pois têm sido um problema neste Benfica.

Apesar de tudo, há a destacar o bom entendimento entre Aimar, Saviola e Salvio, que resultou em cinco golos e mais umas quantas chances de golo. O Rio Ave até pareceu conseguir recuperar até marcar o primeiro golo mas depois os encarnados acordaram e voltaram a controlar o jogo. Rubricaram uma boa exibição e, mesmo sem uma eficácia por aí além, acabaram por golear a equipa de Carlos Brito. Vitória gorda e merecida, com a certeza de que os problemas não estão resolvidos mas que o aspecto psicológico, tão importante numa equipa, está a começar a ficar bem melhor do que há um mês atrás.

Observando a Europa: Bruno Cirillo


Esta semana vi o Zagreb-PAOK para a última jornada da fase de grupos, com o resultado a ser favorável à formação grega. O PAOK não sofreu golos e muito o deve à acção de Bruno Cirilllo, defesa- central de 33 anos, já muito experiente nestas andanças.

O jogador italiano alternou entre Grécia e Itália ao longo da sua carreira. Começo com 17 anos na Reggina e jogou até ao fim de 99/2000 no clube. Conseguiu tornar-se internacional sub-21 e no Verão de 2000 transferiu-se para o Inter. Apenas jogou um ano no clube 'nerrazzuri', onde fez 17 partidas, saindo inexplicavelmente para o Lecce no final dessa época. Até 2005 ficou no clube, onde realizou 32 partidas na Serie A, pouco para um jogador da sua qualidade. Com 28 anos, estava na altura de mudar de ares. O AEK de Atenas acenou e Cirilllo tornou-se indiscutível no onze da equipa grega; nesta altura, o Benfica chegou a tentar contratar o central mas não recebeu vontade por parte do clube da altura. Foi no fim de 2007 para o Levante, realizando o sonho de jogar em Espanh. Ao fim de um ano (16 jogos), voltou à Reggina, onde jogou trinta e dois jogos. Veio finalmente em 2009 ara o PAOK e está na sua segunda época no clube. Deverá acabar a carreira no clube grego, onde é o patrão da defesa.

Surpreende-me nunca ter jogado num clube melhor e não ter conseguido triunfar no Inter. Cirillo tem grande qualidade (que está a ser menor com o passar do tempo),pauta-se por força física e muita segurança no jogo aéreo, não complicando com os pés. É muito disponível e já chegou a jogar como lateral na Reggina. É uma autêntica voz de comando, aliando experiência com entrega. Sempre foi muito forte no cumprimento táctico da sua posição e marcou alguns golos na sua carreira, demonstrando apetência nas suas subidas à área adversária.

Sinceramente, repito, não percebo como nunca chegou mais longe...

sábado, 18 de dezembro de 2010

Mourinho: O maior

"Na nota a mi año de 2010 al punto de vista profissional, de 1 a 10 11!" José Mourinho, dito na conferência de imprensa de hoje na antevisão do jogo com o Sevilha. Simplesmente o maior!

Onze ideal do Mundial de Clubes


Aqui fica o meu onze ideal do Mundial de Clubes 2010:

GR: Kidiaba (TP Mazembe) - Pelos festejos, pela emoção em cada jogo mas, sobretudo, pelas grandes defesas e pela regularidade apresentada. Um dos bons valores africanos.

LD: Nkulukuta (TP Mazembe)
- A ala direita congolesa foi claramente a mais forte da equipa e Nkulukuta fez uma dupla muito boa com Kabongu. Bem a defender e a atacar, apresentou-se a bom nível durante os três jogos disputados.

DC: Lúcio (Inter) - O central brasileiro continua a ser o patrão da defesa italiana e impôs-se quer pelo físico, quer pela sua saída de bola. Dois jogos no qual se mostrou ao melhor nível e merece ser destacado por ter sido um dos melhores do campeão.

DC: Bolívar (Internacional) - É certo que o Inter sofreu quatro golos em dois jogos mas Bolívar, pela sua grande qualidade (a qual conheço bem do Brasileirão), merece ser destacado na equipa brasileira.

LE: Luna (Pachuca) - O "velhote" mexicano foi o melhor da sua equipa (a par de Cvitanich) e, à falta de melhor, merece ser eleito para o onze ideal. Ataca muito bem e cruza ainda melhor.

MC: Cambiasso (Inter)
- O argentino fez duas grandes exibições, sendo fundamental na equipa treinada por Benítez. O jogador este muito bem defensivamente, onde mais foi obrigado a destacar-se.

MC: Zanetti (Inter) - Tem 37 anos, é verdade, mas aprece ter 22. Joga com um fulgor invejável, capacidade física muito interessante, e hoje fez mais uma assistência para Eto'o marcar o segundo golo. É um grande jogador, polivalente e capitão do campeão. Foi ele que levantou a taça!

MAE: Molina (Seongnam) - O ala da equipa sul-coreana merece o destaque pelos dois grandes jogos que fez contra Al-Wahda e Internacional. Marcou três golos nesses dois jogos e merecia algo mais que o 4º lugar.

MAD: Kabongu (TP Mazembe)
- A grande estrela da equipa neste Mundial de Clubes, ajudando a fazer história. Foi o melhor no primeiro jogo, o melhor na meia-final e na final ainda teve alguns apontamentos.

AV: Eto'o (Inter) - Decisivo na final frente ao TP Mazembe, Eto'o vai provando que está bem e recomenda-se. Um golo e uma assistência ajudaram o Inter a furar a barreira africana, e acabou por decidir a final.

AV: Fernando Baiano (Al-Wahda)
- Mesmo na Arábia continua a marcar golos. É uma máquina de finalizar e em dois jogos, marcou dois. O brasileiro destacou-se na equipa e merecia bem mais. Por ele não tinham ficado em 6º lugar.

Os assobios

Por todo o Mundo, os assobios são uma forma recorrente de amostra de descontentamento por parte dos adeptos de uma equipa de futebol. Não o deveria ser. É óbvio que os adeptos devem mostrar o seu descontentamento para com a equipa quando esta não corresponde aos resultados mais desejados. Mas, é preciso perceber que o aparecimento destes durante o jogo de nada serve e só serve para criar um clima de maior tensão entre jogadores e adeptos. Assim, a pressão sobre os primeiros aumenta e os resultados dificilmente melhorarão.

O que há a fazer? Não assobiar durante o jogo; apoiar ao máximo a equipa quer esta esteja a ganhar ou a perder, a jogar mal ou bem, a errar ou a acertar todos os passes. Deve haver apoio da claque e dos adeptos ditos “normais” para que a equipa consiga recuperar psicologicamente, que é uma parte fundamental de uma recuperação eficaz a nível exibicional e de resultados práticos. Assim talvez não seja preciso assobiar mais no fim dos jogos, momento em que por fim se deve mostrar o descontentamento para com a equipa.

Os adeptos são fundamentais no desenvolvimento de uma equipa, no crescimento desta. Mas os adeptos que não conseguem respeitar um momento pior da equipa, não deverão ser considerados adeptos normais. São aqueles que só servem para aumentar a descrença em torno da equipa e aumentar a pressão. Cá em Portugal, há muito essa mania. Assobiar. Não concordo durante os jogos com os assobios. No fim, sim, não é durante!

Comentários ao sorteio


Ontem realizou-se o sorteio da Liga dos Campeões e da Liga Europa. Inter-Bayern (reedição da final da última época) e Arsenal-Barcelona (duas das cinco melhores equipas a praticar futebol na Europa) são os pratos fortes da eliminatória da maior prova de clubes a nível europeu. Quanto à Liga Europa, o sorteio podia ter sido bem mais simpático para as equipas portuguesas, sobretudo aquele que diz respeito aos oitavos-de-final.

Começando pelo líder FC Porto, este apanhou a melhor equipa dos pertencentes ao grupo dos não-cabeças-de-série: o Sevilha. Marcará o regresso de Luís Fabiano ao Dragão e o regresso de um plantel bastante forte ao nosso país (assim como o regresso dos drag~ões ao sítio onde ganharam a Taça UEFA). É de recordar que este Sevilha foi impedido de chegar à fase de grupos da Champions pelo Sporting de Braga, numa eliminatória a duas mãos e na qual os minhotos se superiorizaram claramente. Esta equipa espanhola actua em 4x2x2x2 e tem na sua dupla avançada (Kanouté e Fabiano, o “Fabuloso”) o ponto forte do onze. Falta-lhe melhorar no centro da defesa (Alexis e Escudé são defesas um bocado lentos e com alguma falta de posicionamento) mas não é de esperar que os problemas se resolvam no mercado de Janeiro, pois não se especula muito acerca de possíveis contratações sevilhanas. Se seguir em frente, os dragões deverão enfrentar o CSKA Moscovo (que vai jogar com o PAOK), equipa russa que tem jovens de grande valor aliados à experiência dos seus defesas russos (como os irmãos Berezutskyi ou Ignashevich).

Olhando para o sorteio do Benfica, foi menos mau, olhando para os possíveis adversários encarnados. No entanto, os alemães são sempre grandes obstáculos para o Glorioso e o Estugarda tem melhor plantel do que a sua posição na classificação da Bundesliga possa aparentar. Boka, Boulahrouz, Getner, Cacau ou Pogrebnyak fazem parte desta boa equipa alemã que tem estado bastante melhor na Europa do que internamente. A seguir, se passar, irá defrontar PSG ou BATE Borisov, num sorteio que foi mais favorável do que o dos dezasseis-avos-de-final.

Ao Braga tocou o Lech Poznan, equipa polaca que ficou à frente da Juventus na fase de grupos e que, em casa, costuma ser muito forte. O ambiente é muito difícil, os adeptos da cidade são fanáticos e problemas exteriores poderão esperar o Braga na viagem ao Leste Europeu. Apesar de tudo, o sorteio podia ter sido bem pior, escapando os bracarenses a equipa como Nápoles, Sevilha ou Rubin Kazan. O pior foi o sorteio dos oitavos, que reservou um provável jogo com o Liverpool.

Por fim, o Sporting. Os leões defrontarão o Glasgow Rangers, equipa que lidera o campeonato escocês. Tem um central argelino muito forte fisicamente (Bougherra) e uma dupla avançada interessante (Kenny Miller e Naysmith) mas está perfeitamente ao alcance da equipa de Alvalade. Depois, deverá apanhar o PSV (que defronta o Lille), tarefa que se avizinha bem mais complicada, pois os de Eindhoven lideram o campeonato e têm estado em grande forma interna e externamente. Tem um plantel de fazer inveja e poderá criar grandes problemas ao Sporting, que não terá o favoritismo na eliminatória contra a equipa holandesa. Dszudzak, Toivonen, Engellar e Bouma são alguns dos nomes do plantel do PSV.

No geral, podia ter sido melhor, como também poderia ter sido pior.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sorteio Europeu


Amanhã, pelas 11 horas portuguesas, vai-se realizar o sorteio dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões e o sorteio dos dezasseis-avos-de-final da Liga Europa.

Em Nyon (Suíça), os portugueses apenas estarão representados no sorteio do meio-dia, aquele que diz respeito à segunda competição de clubes europeus, a Liga Europa. Teremos três cabeças-de-série (FC Porto, Sporting e Sporting de Braga) e um não-cabeça-de-série (Benfica, isso mesmo) e naturalmente que as maiores preocupações se prendem com o adversário dos encarnados, que não será, com toda a certeza, pêra doce.

Começando então por um olhar pelos cabeças-de-série, saltam logo à vista três nomes: Manchester City, o irregular Liverpool e o Ajax de Suaréz. Estas serão as três equipas que o Benfica deve evitar a todo o custo, sendo que os portugueses não se poderão defrontar. Sendo assim, são treze os possíveis adversários; tirando estes três grandes clubes, há ainda algumas equipas muito perigosas, demasiado perigosas para uma fase tão madrugadora desta competição (que, deva-se dizer, o Benfica terá de apostar forte para que possa compensar um possível desaire interno). Estas mesmas equipas são o Leverkusen e Estugarda(a sina dos alemães manteve-se com o Schalke 04 e é bom que estes não se cruzem com o Benfica), CSKA Moscovo (equipa que tem grandes jovens valores e podem ser uma agradável surpresa da competição), o PSV (líder na Holanda e que tem estado em grande forma), o Villarreal e o Zenit (de Bruno Alves, Meira e Danny). Sobram então quatro equipas: Dynamo Kyev (Ucrânia), PSG (França), Spartak Moscovo (Rússia) e Twente (Holanda), e é daqui que penso que o Benfica deverá "querer" um obstáculo.

Quanto às equipas possivelmente adversárias de Porto, Sporting e Braga, tem ainda alguns nomes a destacar e a evitar. O Sevilha, que evoluiu desde a última vez que defrontou o Braga e é talvez o melhor dos não-cabeças-de-série; o Nápoles, equipa muito bem organizada que tem em Hamsik o jogador-chave; Lille, aquela equipa do grupo do Sporting que tem estado muito forte internamente, mesmo sem o seu melhor jogador (Gervinho). De resto, sobram Lech Poznan (agradável surpresa, eliminando a Juventus), Aris Salónica (ficou à frente do campeão Atlético de Madrid), PAOK (de Vierinha, Lino e Cristiano), BATE Borisov, Sparta Praga, Anderlecht (de Lukaku), Young Boys, Metalist (equipa ucraniana que gostava que saísse a uma equipa portuguesa para poder ser já eliminada), Besiktas (equipa onde joga Quaresma e Manuel Fernandes), Basileia, Rubin Kazan e Glasgow Rangers. De todas, talvez colocasse o Rubin no primeiro nível devido às condições climáticas russas, sempre difíceis para os portugueses.

Amanhã, pelas 12.30h, já se saberá qual o resultado do sorteio da Liga Europa!

"Um ponta-de-lança, por favor!"



Janeiro está quase a chegar e o mercado de transferências do futebol europeu volta a abrir. As equipas aproveitam para fazer acertos nos plantéis, pequenas (ou grandes) coisas que falharam no Verão e que acabaram por prejudicar a equipa no decurso desta época. Entre estas equipas, fala-se no Real Madrid precisar de contratar um ponta-de-lança.

Concordo plenamente. Não que duvide da qualidade de Higuaín ou de Benzema, longe disso. Aliás, na minha modesta opinião, Higuaín é um dos melhores pontas-de-lança móveis do mundo, um goleador nato e um jogador muito disponível para a equipa, um jogador que qualquer treinador gosta de ter no seu plantel. No entanto, Benzema parece ainda não ter percebido a forma de jogar de José Mourinho, que não gosta de muita rigidez posicional nos jogadores. Benzema é um jogador de área, que gosta que lhe façam chegar bolas e não tanto procurá-las. Sendo assim, tem sentido algumas dificuldades para se encontrar neste sistema que privilegia a mobilidade posicional.

O argelo-francês tem alternado entre grandes exibições (como o hat-trick frente a Auxerre) e exibições fraquinhas, sem chama (como frente ao Saragoça, num espaço de 5 dias). Desta forma, Benzema só tem jogado devido à lesão do argentino Higuaín, que precisa de um substituo com características semelhantes às suas para começar a sentir o seu lugar em risco (o que só traz algo de positivo ao grupo de trabalho). Benzema não encaixa e portanto, deve sair da equipa (é o mais provável, atenção).

Olhando para o mercado, podem-se ver alguns nomes que encaixariam na perfeição para este Real: Lucas Barrios (Dortmund, na foto) - jogador de área mas que sabe movimentar-se de forma a abrir espaços para os alas; Adebayor (Manchester City) - tem estado encostado devido a problemas com o treinador e deve haver abertura negocial, sendo um jogador do género de Higuaín; Falcão (FC Porto) - um jogador vertical de grande qualidade, estando habituado a um sistema de jogo semelhante ao do Real. Estes três são os que mais me agradam, podendo-se falar também em Luis Suarez (Ajax), se bem que ache que este teria o mesmo problema de Benzema (a questão de ter de abrir espaço para outros marcarem).

Ficam as sugestões...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Mundial de Clubes: Inter 3-0 Seongnam


A meia-final entre Inter e Seongnam foi mais equilibrada (até certo ponto, obviamente) do que o resultado possa parecer. No entanto, o Inter venceu e é isso que mais importa realçar. Passou à final, onde vai defrontar o TP Mazembe.

O Inter começou mal e bem: por um lado, viu Sneijder lesionar-se no minuto 1; por outro, marcou logo no segundo minuto de jogo por intermédio de Stankovic. Depois, viu o Seongnam atirar-se de peito feito aos italianos que chegaram a tremer perante as investidas sul-coreanas. Mas a maior experiência italiana acabou por ser decisiva e o Inter foi controlando o ataque coreano de forma eficaz, até que aos 32 minutos se deu a melhor jogada do encontro, numa excelente combinação entre Zanetti e Diego Milito (passe de calcanhar) que acabou em golo.

Até ao intervalo, o Seongnam ainda deu sinal de vida mas na 2ª parte o Inter limitou-se a controlar o jogo se poupar fisicamente para a final de Sábado. Ainda deu tempo para alargar a vantagem com um golo do inevitável Milito (a recarga de remate de Eto'o). Resultado final feito e final no Sábado, às 17h portuguesas. Às 14h, joga-se a disputa para o 3º lugar.

Observando a Europa: Badelj


Hoje, ao ver o Zagreb-PAOK, descobri o melhor do jogador do campeonato croata (se não o melhor, seguramente um dos melhores num campeonato tão atrasado). Num campeão que deve-se dizer muito fraquinho, destaca-se a atitude e a garra da equipa, montada num 4x2x2x2, semelhante ao do Manchester United. Os médios-centro são, no entanto, muito fraquinhos e falta um criativo puro naquela equipa. O grupo vive dos alas pois até mesmo os avançados têm poucos recursos técnicos. Na defesa, há a destacar o português Tonel.

Mas bem, falando de um desses alas (Badelj, o outro é Sammir) posso dizer que é um jogador com considerável técnica - Sammir tem mais- mas é sobretudo na sua visão de jogo que está a sua maior qualidade. O jogador posiciona-se muito bem no terreno e joga tanto na direita como no centro. É inteligente na maneira de abordar o defesa, não gostando muito de entrar na finta directa. Cruza bastante bem e é muito disponível para toda a equipa, tem muita raça, ajudando a defender quando assim é necessário. Tem 22 anos e um físico considerável, desta forma, talvez seja um jogador para poder evoluir num campeonato mais desenvolvido da Europa.

Observando a Europa: Di Vaio


Vi o Bolonha-AC Milan no último Domingo e vi um forte meio-campo e um ataque técnico e eficaz (Robinho e Ibrahimovic), ganhando facilmente (0-3) e mantendo a liderança. No entanto, vi nos anfitriões alguns nomes de qualidade como Espósito, Mudingayi, Ramirez ou Della Rocca mas aquele que mais me chamou a atenção foi um experiente avançado que lidera a tabela de marcadores da Serie A: Marco Di Vaio.

O jogador italiano viveu uma carreira entre a ala esquerda e o centro do ataque mas agora, sem a velocidade de outros tempos, fixou-se na zona central. Na minha opinião, nunca lhe deram a importância devida e colocou-se demasiada pressão inicial nele, desde os tempos em que saio do Parma (no final de 2001/2002) para a Juventus. Aí tinha 26 anos e fez 11 golos em 28 jogos. Boa média. Na época seguinte fez 15 em 23 mas mesmo assim não conseguiu o estatuto de titular indiscutível, o que afecta qualquer um psicologicamente. Saiu para o Valência, onde marcou treze golos em vinte e seis jogos mas mesmo assim, saiu emprestado para o Mónaco (onde começou a sentir os efeitos de não apostarem nele e marcou apenas cinco golos em dezasseis partidas). Mesmo conseguindo uma boa média de golos na época seguinte (3/6jogos), saiu para o Génova (onde marcou três em nove jogos). Voltou a ser dispensado e entrou no Bolonha no Verão de 2008. Em 82 partidas, leva 46 golos, o que é muito bom para quem joga na Serie A.

De facto, acho a carreira do jogador bastante ingrata. Foi provando de ano para ano que era um goleador mas, chegado aos 34 anos, não se percebe como nunca foi considerado um avançado de top e nunca foi aposta claramente regular numa grande equipa europeia. Mais estranho ainda foi a forma como saiu do Valência para... o Mónaco. Mesmo na selecção italiana nunca foi aposta regular e acabou por apenas ser chamado para o EURO 2004, apenas voltando a jogar em mais dois jogos pela selecção transalpina. Como nunca foi olhado de forma diferente pelos clubes europeus? É esta a pergunta...

Mundial de Clubes: Al Wahda 2-2 Pahuca


Esta tarde ficou definido o quinto classificado do Mundial de Clubes 2010. O Pachuca venceu o Al Wahda através dos pontapés da marca de grande penalidade, marcando 4 contra apenas dois dos árabes. Depois de ter estado a perder 2-0 e ter falhado um 'penalty', os mexicanos recuperaram e conseguiram a vitória final.

Numa primeira parte morna, sem grandes jogadas, o Al Wahda acabou por se adiantar no marcador em cima do intervalo, fruto de um golo de Ismaeil. Na segunda parte, o jogo aqueceu, houve momentos de bom futebol e o Pachuca conseguiu melhorar a sua performance. O Al Wahda ia mostrando alguma inexperiência e aos 73 minutos, uma falta de Al Kamali acabou transformar a partida e torná-la extremamente emocionante: Benitez falhou 0 'penalty' para o Pachuca, atirando por cima da barra e quatro minutos depois, os árabes aumentaram a vantagem.

No entanto, os mexicanos não baixaram os braços e depois de muita luta conseguiram reduzir pelo avançado argentino Dario Cvitanich. Depois, aos 88 minutos, numa altura em que o Al Wahda já só defendia a vantagem, um grande golo de calcanhar de Cvitanich deu o empate final ao Pachuca.

Depois, no desempate por penalidades, o desfecho foi positivo para os mexicanos.

5º Pachuca
6º Al Wahda
7º Hekari United

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Observando a Europa: Szczesny



No Arsenal, é natural a aposta em jogadores jovens, muitas vezes comprados quando têm 15/16 anos para serem formados no clube e lançados mais tarde na equipa principal. Dezenas de casos se verificaram nos últimos anos e da Polónia chega mais um jogador que sonha em ganhar um lugar na equipa: falo do guarda-redes Wojciech Szczesny, 20 anos, 1,95m.

Este jovem guardião foi titular frente ao Manchester United, estreando-se na Premier League com uma prova de fogo, beneficiando da lesão de Almunia e das limitações físicas de Fabianski (sentou-se no banco). O jogador exibiu-se a grande nível, ficando na retina uma grande "mancha" feita na altura de um remate de Anderson (na linha da marca de 'penalty' sozinho) e acabou por não permitir que o MU dilatasse a vantagem. Pareceu-me seguro quer entre os postos quer a sair da baliza (a cruzamentos e pelo chão) e para estreia só podia ter melhorado se o Arsenal tivesse ganho, fazendo uso da sua altura (algo que nem todos os guarda-redes altos sabem fazer) para segurar cruzamentos com alguma facilidade.

Será que depois de David Seaman, o Arsenal pode finalmente voltar a ter uma referência na baliza? Veremos se o tempo responde positivamente...

Mundial de Clubes: TP Mazembe 2-0 Internacional PA


Esta tarde jogou-se a primeira meia-final do Mundial de Clubes 2010 e a surpresa não poderia ter sido maior. Quando todos esperavam uma vitória fácil do Internacional de Porto Alegre, eis que os congoleses contrariam as expectativas e vencem por duas bolas a zero. De facto, a velha máxima do “nada é impossível” veio-se a verificar nesta semi-final e o Inter brasileiro sai pela porta pequena do torneio.

Não se pense que o Mazembe fez um grande jogo e que dominou o Inter; não o fez. Mas a fora como encarou a partida em relação à atitude de contraste do Inter justifica a vitória. Os brasileiros pareceram ter dado esta partida como ganha e pareceram algo displicentes em campo. Criaram várias oportunidades mas também as falharam todas, algumas delas de forma verdadeiramente incrível. Jogaram com o onze-base (Renan, Nei, Índio, Bolívar, Kléber, Guiñazu, Wilson Matías, Tinga, D’Alessandro, Sóbis e Alecsandro) e conseguiram dominar a partida. No entanto, nunca chegaram ao golo e o Mazembe foi ganhando confiança e aos sete minutos da segunda parte acabou por marcar, depois de um início de segunda metade auspicioso (entrou mais pressionante e aguerrida e acabou por colher frutos), pelo inevitável Kubangu (grande finalização).

Depois, conhecendo bem o plantel do Inter, não percebi as opções de Celso Roth (na foto). Colocou Leandro Damião (um jogador que ainda não provou grande coisa) e Giuliano (esse sim, grande jogador mas que teve um falhanço incrível) para os lugares de… Tinga e Alecsandro. Tirou talvez dois dos três melhores jogadores da equipa para fazer duas troca-por-troca. Ridículo porque assim a equipa nada ganhou com as alterações. A saída de Matias pedia-se, passando a equipa a jogar apenas com um médio-centro, e colocando três na segunda linha do meio-campo. Celso Roth não percebeu dessa forma e acabou por mais tarde trocar Sóbis por Oscar (um miúdo formado no Internacional que tem qualidade mas é demasiado jovem para assumir a pressão de colocar a equipa no prolongamento). Assim, justificam-se as críticas ao treinador do Internacional por parte dos adeptos…

De qualquer das formas, parabéns ao TP Mazembe, que fez um jogo irrepreensível defensivamente e ainda logrou marcar o segundo golo por Kaluyituka (outro belíssimo golo, muito bem colocado).

Portugueses no Besiktas (segundo dizem)



Ontem começou a circular a notícia de que Manuel Fernandes, Simão Sabrosa e Hugo Almeida poderiam estar a caminho do Besiktas, clube turco onde joga Ricardo Quaresma. Manuel Fernandes já está em Istambul e já passou os exames médicos, Simão está mesmo em negociações e a parte que toca a Hugo Almeida parece afinal ser mentira (segundo o que o próprio disse).

Quando vi a informação, fiquei surpreendido. Mas vendo bem, até faz sentido. Manuel Fernandes quase não tem jogado no Valência e se quer manter o seu lugar na selecção tem de começar a jogar com mais regularidade. No Valência tem a concorrência de Albelda, Banega, Tino Costa e torna-se muito mais difícil ter o estatuto de titular. No Besiktas, a concorrência afrouxa e o antigo jogador do Benfica tem tudo para se afirmar. Além do mais, terá a companhia de um português, o que já é muito importante; Simão termina contrato em Junho de 2011 com o Atlético de Madrid e ainda não é certo que o clube lhe renove o vínculo. Por outro lado, o extremo já tem 31 anos e dentro de dois ou três ano vai ser a altura de pendurar as chuteiras, portanto é a altura certa para melhorar o seu ordenado (ainda para mais já não tendo obrigações com a selecção nacional) e fazer um contrato “de fim de carreira”.

Quanto a Hugo Almeida, parece agora que tudo não passa de um boato e o jogador quer mesmo rumar a outras paragens. De facto, dos três foi aquele que mais me surpreendeu pois Hugo Almeida consegue arranjar lugar numa equipa bem melhor que o Besiktas, quanto mais não seja no seu actual clube, o Werder Bremen. É um jogador possante, anda a marcar vários golos e é cobiçado por alguns clubes europeus (nomeadamente a Lázio). Faz 27 anos em Maio e ainda tem alguns anos pela frente, terminando o seu contrato no final da época, tal como Simão e vendo-se livre a partir de Janeiro para assinar com quem quiser para a próxima época. Seria pouco racional ir jogar para a Turquia…

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Observando a Europa: Manchester United


Ontem jogou-se um clássico do futebol inglês: Manchester United vs Arsenal, no “Teatro dos Sonhos”, Old Trafford. O MU levou a melhor sobre os “gunners” que teimam em não conseguir ganhar a um adversário directo na luta pelo título (desde 2004/2005 que não ganha a Chelsea e Manchester United).

Em Manchester, o jogo realizou-se a um ritmo verdadeiramente alucinante, com uma demonstração de capacidade física impressionante por parte dos jogadores. Os “red devils” iniciaram a partida com um reforço no meio-campo: Fletcher substituiu Berbatov e jogou ao lado de Carrick, sendo que Anderson actuou na posição de “10”. Park na esquerda e Nani na direita eram os servidores directos de Wayne Rooney; com a defesa completa, o MU parece outro (Van der Sar, Rafael, Ferdinand, Vidic e Evra foram os quatro titulares).

Agora, tem tudo para engrenar. Nani está em grande forma, Anderson renasceu, Rafael cresce a olhos vistos e Park parece despontar definitivamente. Carrick está um autêntico tanque e os centrais estão de volta. Sinceramente, acho que Nani é o jogador-chave deste Manchester. Leva onze assistências em dezasseis partidas e seis golos, números muito consideráveis para um extremo quando apenas se completaram dezasseis jornadas. Por outro lado, Anderson está outro e evoluiu como jogador desde que saiu do Porto. Está um médio completo, ganhou imensa força física e quando já se falava no seu regresso ao Brasil, eis que reaparece em grande na equipa de Ferguson, ganhando um lugar ao lado de Carrick (com a ajuda da lesão de Scholes). Agora sim, em grande forma, podemos voltar a ver o grande Anderson que todos os portugueses conheciam.

O sistema muda de 4x2x2x2 para 4x2x3x1 quando os jogos são mais exigentes (física e tacticamente), tirando Berbatov ou Rooney do onze e colocando Fletcher (que perdeu definitivamente o lugar para Anderson), enquanto Scholes está lesionado. Valencia está lesionado para longa duração, Giggs não tem o mesmo fulgor de outros tempos e Chicharito ainda não está no ponto. A estes, há ainda a juntar Obertan, um jogador muito considerável e que é um óptimo suplente. Todos os nomeados são bons suplentes e as grandes equipas também têm de ter bom banco.

Este Manchester está de boa saúde e recomenda-se!

Observando Portugal: Sporting de Braga


Ao longo destes meses, tem-se falado muito na desilusão que o Braga está a ser nesta época. Tem de se olhar para o meio da tabela para encontrarmos os "Guerreiros do Minho". De facto, a equipa não tem correspondido da melhor forma aos desafios internos, jogando melhor na Liga dos Campeões.

Penso que isto se deve a três razões principais. A primeira está relacionada com o facto de se ter colocado demasiada pressão no plantel e no treinador: assumiu-se a candidatura ao título ainda na pré-época, algo que nunca se colocou o ano passado - o Braga ia provando dentro de campo ser um candidato mas nunca se assumiu como tal. Este clube ainda não tem capacidade financeira para tal e para estar entre os grandes tem de entender os vários momentos desse salto.

A segunda razão tem a ver com a forma como os clubes passaram a encarar o Braga: encaram-no como um grande, mudam o seu sistema de jogo. Além disso, o clube minhoto não estava na Europa em 2008/2009 e a sua fórmula de jogo era apenas uma: a interna, na busca pela vitória em todos os jogos, criando rotinas na forma de olhar cada jogo. Este ano, ao jogar contra adversários como Sevilha, Shakthar ou Arsenal, o Braga teve de assumir o jogo de forma diferente (leia-se inferior), ajudando à deteriorização de rotinas.

Por fim, a indefinição no onze e algumas más decisões de Domingos têm trazido alguma instabilidade à equipa. Acho que falta um lateral-esquerdo verdadeiramente equilibrado e, sobretudo, o regresso de Mossoró ao onze (um verdadeiro criador e, possivelmente, o melhor jogador que Domingos tem à sua disposição). Nos jogos em casa, falta deslocar Matheus para a ala esquerda e colocar um ponta-de-lança mais central (Lima, Meyong ou Keita), pois não é a mesma coisa jogar em contra-ataque fora ou em ataque continuado em casa. Por outro lado, Vandinho não tem estado muito bem e talvez seja a hora de Andrés Madrid reaparecer.

Acredito neste Braga. Gigante presidente, grande treinador e grandes jogadores. Falta definir melhor algumas coisas. Um onze é essencial. Aqui deixo a minha aposta: Artur, Sílvio, Rodriguez, Moisés, Alguém melhor que Elderson, Madrid, Viana/Salino, Mossoró, Alan, Matheus e Meyong.

O Estranho Caso de Balotelli


Na história do futebol podemos encontrar vários casos de grandes jogadores que acabaram por não chegar ao topo por "não terem cabeça". Em Portugal, podemos olhar para casos como os de Jardel, Vitor Baptista, Carlos Alberto ou Quaresma (entre outros...) mas o mesmo se passa lá fora.

Por estes dias, cresce mais um desses casos (talvez mais -Neymar- mas agora não interessa...): Mario Balotelli. 20 anos feitos em Agosto, origem em Palermo (filho de pais ganeses), 1,89m e 88kg. O jovem avançado italiano vive dias complicados em Manchester, depois de ter ido episódios negativos na sua passagem pelo Inter de José Mourinho. Como se pode provar agora, o problema não era do português mas sim do avançado... O jogador envolveu-se a semana passada em conflitos físicos (pela segunda em Manchester) com um colega de equipa (desta vez o "felizardo" foi Boateng) durante um treino.

De facto, Balotelli é um jogador de inegável qualidade: muita técnica, velocidade, força e óptimo poder de arranque. Joga no último terço do terreno, desempenhando bem o seu papel quer nas alas quer no centro. Estreou-se com apenas 18 anos na equipa do Inter, ainda Mancini treinava a equipa. Mudou-se para Manchester neste Verão e vi o seu último jogo, este Sábado, frente ao West Ham. A displicência com que jogou levou a que fosse substituído aos 61' (tarde, na minha opinião). Durante esses 61 minutos, fez quatro faltas... Para um avançado, é muito!

Sem dúvida é bom jogador; mas se não mudar de atitude, não terá sucesso no mundo do futebol. Haja alguém que lhe faça ver isso!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Ai Jesus!


Já escrevi sobre a ingratidão da vida de um treinador. Umas vezes odiado, outras amado, dependendo de uma coisa: a vitória. Esta é a que dita o futuro de cada treinador que anda por aí (até dos melhores) e acaba por ser injusta para muitos daqueles que procuram o sucesso. Uma vez mais, verifica-se um estranho caso neste mundo futebolístico: Jorge Jesus.

O treinador do Benfica é agora imensamente criticado pelos adeptos do clube com mais títulos em Portugal. Pois bem, acho isso uma verdadeira idiotice. Não há outra palavra para descrever toda esta separação entre adeptos e treinador, que até há bem pouco tempo era considerado “o melhor do Mundo” por muitos adeptos.
Sinceramente, nunca achei Jesus um craque. Acho-o um bom treinador tem um historial bastante engraçado em clubes de segunda linha em Portugal (levou Leiria, Belenenses e Braga à Taça UEFA) e foi campeão pelo Benfica, pondo a equipa a jogar futebol como há muito não se via. No entanto, é preciso relembrar que o grande plantel que o Benfica tinha não foi alheio a isso mesmo. Pôs os jogadores nas posições que mais lhes interessava e a equipa rendeu imenso. Receita simples. Muito bom.

Mas apesar de nunca o ter considerado um Deus, também não o considero uma besta. Como é possível os mesmos adeptos, a mesma claque, insultar, assobiar e mostrar lenços brancos ao mesmo treinador que há seis meses consideravam “o maior”??!! Incrível, de facto. O futebol não consegue evoluir nesse aspecto e o bom senso não impera nestas situações. Tal como Vieira disse, “Jesus não faz parte do problema, faz parte da solução”. Eu defendo as apostas em continuidade, mesmo que um ano corra menos bem. Defendi a continuidade de Jesualdo, como defendo a de Jesus (e mesmo que a época chegue ao fim sem o Benfica ganhar nada, irei defendê-lo). É preciso raciocinar e isso é coisa que os adeptos encarnados não estão a fazer.

Jesus é o treinador do Benfica. Respeitem-no!

Observando a Europa: Derby londrino


Hoje realizou-se um dos 'derby's' londrinos: Tottenham x Chelsea em White Hart Lane. O resultado foi uma igualdade a um, com muita emoção à mistura. Resultado justo, num jogo que não deixou ninguém a pedir de volta o dinheiro do bilhete.

Estas duas equipas estão em momentos distintos: o Tottenham está próximo do 4º lugar (positivo para uma equipa sem o poder de compra dos quatro primeiros) e desde 6 de Novembro que não perde (com uma vitória no campo do Arsenal pelo meio). Cinco semanas, portanto; o Chelsea não venceu pelo quinto jogo consecutivo e está a agudizer o que se chama de crise num grande clube europeu (não ganha, não faz grandes exibições, faltam golos e os adeptos desesperam). A atitude no jogo de hoje foi igual; as equipas deram o máximo, ritmo muito elevado, parada e resposta. Daí o resultado ser justo.

O Tottenham não tinha, no início, Gallas e Van der Vaart. Jogou com Gomes, Hutton na direita, Assou-Ekotto na esquerda, Basong e Dawson no centro da defesa, Palacio e Modric como pivôts, Lennon e Bale nas alas, Pavlyuchenko e Defoe no centro do ataque; o Chelsea começou com Cech, Paulo Ferreira (Bosingwa lesionado), Terry, Ivanovic (Alex lesionado), Cole, Essien, Mikel, Ramires, Kalou, Malouda, Anelka. Drogba e Lampard no banco por opção, e um 4x3x3 montado sem um médio verdadeiramente constructor.

Deixou-me bastante satisfeito ver a resposta dos 'spurs' à ausência de Vaart. Modric esteve bem, mas foi sobretudo Palacios (na foto), médio-defensivo da equipa, que acabou por assumir a equipa, fazendo um grande jogo a nível defensivo e também puxando a nível atacante (fez passes verdadeiramente espectaculares durante o jogo, lançando várias vezes os extremos da equipa, Bale e Lennon). Palacios impõe-se muito bem fisicamente e tem uma grande visão de jogo, o que o ajudou a ganhar o lugar nesta equipa londrina (está no seu segundo ano de Tottenham e já o ano passado foi indiscutível). Redknapp, ex-trinco do Liverpool, aprecia imenso as qualidades do médio, muito bom jogador.

Acabou por ser um jogo equilibrado, onde a entrada de Drogba ao intervalo acabou por revolucionar a partida. Marcou um golo com a grande ajuda de Gomes aos 70' e, mais tarde, acabou por falhar um 'penalty' (infantilidade de Gomes, fazendo falta sobre Ramires) e pediu desculpa aos adeptos.

De facto, fica na memória a sua imagem, no fim do jogo, a pedir desculpas aos adeptos do clube, juntamente com Terry. É um momento duro e há que levtanr a cabeça.

Observando a Europa: Kagawa


Marcou 27 golos na segunda divisão japonesa com 19 e, no ano seguinte, marcou seis golos em dez jogos; foi contratado pelo Dortmund ao Cereza Osaka neste Verão. Faz 22 anos em Março e tem 1,72m. Já é Internacional A pelo Japão.

No renovado Dortmund, aparecem novos jogadores de grande qualidade. Jovens, fazem uma boa equipa e, com muita força internamente, já levam dez pontos de avanço sobre a concorrência. No Westfalenstadion, cresce entre eles um japonês de seu nome Kagawa.

Kagawa ocupa bem o espaço central, jogando como segundo avançado (género Saviola), ao lado da estrela da companhia Lucas Barrios. No entanto, joga por toda a linha ofensiva, vendo-o várias vezes a vir buscar jogo às alas, fazendo diagonais para o centro, sendo muito perigoso neste aspecto. Não tem medo de entrar no um-para-um com o marcador directo devido à sua elevada técnica e em 16 jogos na Bundesliga, sofreu 26 faltas (ainda no último jogo com o Bremen foi o homem que mais faltas sofreu em campo). É bom finalizador, a espelhá-lo estão os seus números no Japão e os oito golos que leva em dezasseis partidas na Bundesliga (um golo em cinco jogos na Liga Europa).

sábado, 11 de dezembro de 2010

Mundial de Clubes: Al-Wahda vs Seongnam


Hoje realizou-se mais um jogo do Mundial de Clubes em Abu Dhabi. O Seongnam superiorizou-se por números claros ao Al-Wadha (4-1) e vai defrontar o Inter de Milão nas meias-finais da competição. Os jogos ficam então definidos: Internacional vs TP Mazembe e Inter vs Seognam.

No jogo de hoje, as equipas equilibraram as forças mas a fraca organização defensiva dos árabes acabou por ser decisiva, perante um ataque sul-coreano que me deixou bastante agradado. A equipa asiática joga num 4x2x2x2, à semelhança do sistema táctico de Manchester United e Liverpool, com um duplo-pivôt atrás de dois alas bem abertos (Sung Kuk, nº8, na direita e Molina, nº11, na esquerda) e dois pontas-de-lança: Dong Geon (mais móvel) e Radoncic (fixo na área). O segundo pareceu-me demasiado lento e acaba por ser demasiado pouco móvel. No entanto, os extremos compensam bem essa falta de mobilidade com rapidez e técnica (e também golos, visto que ambos marcaram um golo). De facto, Sung Kuk pareceu-me muito interessante, apesar de um pouco individualista.

Quanto ao Al-Wahda, depende sobretudo da inspiração de Baiano e Hugo, sendo que o experiente avançado marcou mais uma vez. No entanto, é demasiado pouco para uma competição internacional. Desta forma, o Seongnam segue em frente na competição.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Mundial de Clubes: TP Mazembe 1-0 Pachuca


Hoje realizou-se mais uma partida do Mundial de Clubes 2010, opondo o campeão africano ao campeão norte-americano. TP Mazembe e Pachuca mediram forças e os congoleses acabaram por sair por cima.

O resultado mais justo seria, em condições normais, um empate. O Mazembe foi superior na 1ª parte, o Pachuca foi melhor na 2ª. A leitura do jogo é fácil: na primeira parte, o Mazembe esteve entusiasmado por uma boa entrada, confiante e concentrado, e atacou bastante bem, criando alguns calafrios ao guarda-redes Calero. Kabongu, ala-direito da equipa (nº11) e Nkulukuta, lateral-direito da equipa africana (nº4), eram os mais perigosos (jogadores a apontar para clubes europeus), fazendo boas combinações entre eles. Luna, lateral-esquerdo do Pachuca, soube sempre manter a compostura e rubricou uma bela exibição. Aos 21 minutos, um golo de Bedi (depois de grande passe de Kabongu) decidiu a partida a favor dos africanos.

Na segunda parte, o Mazembe passou a apostar no contra-ataque, trocando o lesionado Ekanga pelo bem mais activo Kasongo, que passou a criar problemas ao lado direito da defesa do Pachuca, depois do apagamento repentino de Kabongu. No entanto, foi o Pachuca a criar mais perigo, servindo o guarda-redes congolês Kidiaba para salvar o TP Mazembe. Aguilar e Manso no meio-campo e Cvitanich no ataque (este durante toda a partida) foram os jogadores de maior destaque na segunda parte dos mexicanos, que acabaram por não conseguir chegar ao prolongamento. Segue-se um TP Mazembe vs Internacional de Porto Alegre.

Amanhã, Seongnam vs Al-Wahda (o vencedor defrontará o Inter de Milão), às 16 horas portuguesas.

Observando a Europa: Valência


O Valência de Unai Emery tem sido uma equipa irregular ao longo dos meses de estadia do treinador turco. No entanto, a equipa tem mostrado bom futebol e nos últimos dois jogos (Real e Manchester United, ambos fora e para competições diferentes) parece que algo mais poderia ter sido conseguido.

Ao ver o Valência jogar, percebo que o plantel é vasto em opções do meio-campo para a frente (e na baliza também está muito bem servido). Parte de um 4x2x3x1 (normalmente), transformando-se este num 4x4x2 a atacar e num 4x4x1x1 a defender, recuando os alas para formar uma segunda linha de quatro homens, juntando-se a Albelda e Banega (normalmente são estes os dois médios a jogar à frente da defesa). A equipa é bem organizada; o onze-base é: César (guarda-redes que foi campeão europeu pelo Real de Zidane e Figo); Miguel; Ricardo Costa; Stankevicius; Mathieu; Albelda; Banega; Mata; Joaquín; Pablo Hernandez; Aduriz. No banco, há opções como Maduro (médio-defensivo adaptado a central no Valência), Tino Costa, Manuel Fernandes, Dominguez, Jordi Alba, Soldado ou Feghouli (jovem que vai fazer 21 anos dia 26 deste mês e que é muito rápido, tecnicista e não se limita a defender, ajudando na defesa e fazendo pressão alta, tirando igualmente bons cruzamentos e com grande margem de progressão - na foto).

No entanto, a lacuna visível aos olhos de qualquer observador de futebol reside no centro da defesa. A equipa espanhola actua com o titularíssimo Ricardo Costa e roda o jogador que o acompanha: ora Maduro, ora Stankevicius, ora Dealbert. Sinceramente, não me parece a melhor opção por três razões: a primeira tem a ver com o facto de esta rodagem não trazer estabilidade à equipa num ponto tão importante da equipa; depois, Maduro não é central e fica bem melhor como pivot; por fim, parece-me que a qualquer um dos quatro centrais (incluindo o português) falta velocidade e isso acaba por prejudicar claramente a equipa.

Desta forma, acho que o ataque no mercado de Janeiro deverá dar prioridade a um central veloz e que tenha alguma técnica. Por esta altura, o mercado brasileiro abre-se aos clubes europeus e parece-me óbvio que quer Réver (At.Mineiro) quer Miranda (São Paulo) quer Dedé (Vasco) são opções mais do que boas para o treinador Emery. A rever.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mundial de Clubes



Começou ontem o FIFA Club World Cup, que significa Campeonato do Mundo de Clubes FIFA. Inter de Milão (Itália), Inter de Porto Alegre (Brasil), Pachuca (México), Seongnam (Coreia do Sul), Al-Wahda (Emirados Árabes Unidos), TP Mazembe (Congo) e Hekari United (Papua-Nova-Guiné) são as equipas presentes. Quer dizer, o Hekari já foi eliminado pelo Al-Wahda com um contundente 3-0 no primeiro jogo da competição.

No que diz respeito ao primeiro jogo, foi equilibrado até ao momento em que Hugo abriu o marcador aos 38’ minutos. O Hekari até tinha estado bem na partida mas abanou com o golo e apenas quatro minutos depois, Fernando Baiano (o melhor em campo e a estrela da companhia árabe) fez o segundo para a sua equipa. Depois, na 2ªparte, o Al-Wadha limitou-se a gerir e ampliar a vantagem com um golo de Jumaa (a passe de Hugo, também bem no jogo). Observando os árabes, percebe-se que têm um treinador experiente e três brasileiros que são absolutamente decisivos para as boas exibições da equipa (a juntar a Hugo e Baiano, há ainda Magrão). De resto, ainda não deu para destacar mais nenhum jogador e talvez o jogo com o Seongnam seja uma boa oportunidade para testar as reais qualidades desta equipa; o Hekari é uma equipa pouco evoluída e com algumas dificuldades na circulação da bola.

Quanto ao Mundial em si, o favorito não deixa de ser o Inter de Milão, pois neste tipo de competições o favorito é sempre o clube europeu. No entanto, atendendo ao mau momento da equipa e ao valor do Internacional (que tem vários jogadores de grande qualidade e já experientes nestas competições como D’Alessandro, Sóbis, Tinga ou Sorondo), eu aposto na vitória da equipa brasileira no torneio. Veremos se o tempo me dá razão ou se Benítez, em tempos de grande pressão, se consegue isolar das indirectas de Moratti e ganhar o título.

Amanhã, às 16h portuguesas, TP Mazembe - Pachuca.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Liga dos Campeões (Ou melhor, Liga Europa)


Sporting de Braga e Benfica definiram o seu destino nas competições europeias: o mesmo destino (ir para a Liga Europa) com estatutos diferentes (Braga será cabeça-de-série e o Benfica, por ridículo que pareça, não o será).

No entanto, as equipas portuguesas saem de forma completamente diferente da maior prova de clubes a nível europeu. O Braga fazendo uns belíssimos nove pontos, fruto de duas vitórias em casa (frente a Partizan e ao todo-poderoso Arsenal) e uma histórica vitória portuguesa na Sérvia, saindo de cabeça erguida de uma competição onde não tinha obrigações e a principal ideia era desfrutar de seis momentos históricos (os elementos que compõe a primeira participação numa fase de grupos na Liga dos Campeões); o Benfica, depois de se falar no objectivo de ficar em primeiro no grupo, apenas ganhou dois jogos em casa e perdeu os restantes (na despedida, apenas um golo do Lyon aos 89' o salvou de ser eliminado da Liga Europa antes de sequer lá chegar). De facto, há que dar os parabéns ao Braga por uma performance digna e que honrou o clube.

Hoje o Braga perdeu por 2-0 em Donetsk e não conseguiu o tal milagre. Mas a verdade é que nesta participação, conseguiu golear o Sevilha (uma das maiores equipas de Espanha) em Espanha, goleou o Celtic (3-0) na Pedreira, venceu o super-Arsenal com um bis do também ele super-Matheus e ainda conseguiu contrariar os dados estatísticos, mostrando a Porto, Benfica e Sporting como se vence na Sérvia.

O Benfica despediu-se da pior maneira, com uma derrota por 2-1 em casa com o Schalke 04. Mesmo jogando com a equipa principal, não há desculpa para os encarnados não terem ultrapassado Raúl e companhia, e o jogo da equipa de Jesus acabou por ter boas oportunidades mas sem aquela garra que é obrigatória neste tipo de jogos. Obviamente, acho um exagero falar-se no despedimento de Jorge Jesus. Um treinador não passa de bestial (coisa que nunca foi) a besta (coisa que nunca será) num instante e os adeptos portugueses precisam de compreender isto. Por isso, acho que não fazem sentido os lenços brancos mostrados ontem no Estádio da Luz.

Agora, venha a Liga Europa, sabendo-se de antemão que o Braga terá tarefa mais fácil que Benfica. O sorteio é dia 17, esperemos então...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Janeiro vem aí!


Janeiro aproxima-se e começa-se a perceber as movimentações no mercado futebolístico. As capas dos jornais desportivos já alternam entre jogos, entrevistas e transferências e o Benfica é o clube que mais tem ocupado esse espaço noticiário. Esta maior ocupação deve-se a duas razões: precisa de colmatar lacunas, tal como o Sporting, mas tem mais dinheiro que o rival. Simples.

Já ouvi falar de muitos jogadores (para o Benfica, sobretudo). Acho que o que os encarnados precisam é demasiado óbvio para se falar em Kléber, Funes Mori ou qualquer outro avançado; o Benfica de um novo Ramires (ou seja, um novo box-to-box), de um verdadeiro extremo-esquerdo (Gaitán não é ala e Salvio joga mais para a direita) e talvez de um lateral polivalente (que tanto substitua Maxi como Coentrão). O Benfica errou no Verão, está mais que visto; agora resta assumir e redimir-se dos erros cometidos o mais rápido possível. Jara devia ser emprestado para rodar (Weldon já está adaptado ao nosso futebol e é um belíssimo jogador; além do mais, para essa posição há Gaitán); Felipe Menezes devia ser igualmente emprestado, pois não duvido do seu valor (apenas se está a queimar, estando tanto tempo no banco); Peixoto deveria ser dispensado e Sidnei precisa de jogar mais no próprio clube.

Quanto a contratações, Jucilei era O médio ideal para colmatar a lacuna deixada por Ramires. Vejo nele uma cópia do jogador do Chelsea e custa à volta de 7M€ (mais vale dar 7M por Jucilei do que por mais um avançado chamado Funes Mori). Para a esquerda, não sei bem. Danny acho que não é suficientemente bom (além disso seria caro), Maicosuel (Botafogo) para além de estar lesionado também não seria barato e não me parece que Mourinho esteja disposto a emprestar Pedro León. Matheus (Braga) ainda deve custar uns trocos e se calhar, a melhor opção é esperar por ele e contratar um lateral no imediato, adiantando Coentrão para o meio-campo durante estes seis meses.

Em relação a laterais, torna-se mais fácil. Egídio (Vitória) acabou de descer de divisão, Fábio Santos (Grémio) é um belíssimo jogador (e que não custaria muito dinheiro, à volta de 3/4M€) ou ainda Jonathan (Cruzeiro, faz as duas faixas, na foto). Isto só no Brasil. Há mais por essa Europa fora. Desta forma, o Benfica ia estar a poupar dinheiro por alguns meses.

É bom que se reveja a política de contratações. Tantas vezes se repete o mesmo que talvez dê resultado.

Bola de Ouro



Ontem saíram os três nomeados finais para a escolha do Bola de Ouro 2010: Iniesta, Xavi e Messi, compondo um trio inédito de jogadores do mesmo clube
. Sinceramente já esperava as justas nomeações de Xavi e Iniesta. No entanto, não esperava a de Messi.

Não está em causa se Messi é, ou não, o melhor do Mundo. Está em causa o ano de 2010 (sobretudo a primeira metade da época) e aí, Sneijder ou Robben mereciam estar no seu lugar. A verdade é que Sneijder foi campeão europeu pelo Inter e vice-campeão mundial pela Holanda; Robben carregou o Bayern até a final da Liga dos Campeões; Messi apenas chegou às meias-finais da Liga dos Campeões e não passou dos 1/4 no Mundial 2010. Por estas razões, Messi não deveria ser um dos elementos deste trio. Messi é o melhor do Mundo, todos o sabem. Mas Ronaldinho também o era em 2006 e ficou atrás de Canavarro e Zidane (por ser a sua despedida) na votação devido ao Mundial. É assim que as coisas funcionam e este ano não deviam ser abertas excepções.

Iniesta e Xavi merecem, sem dúvida nenhuma, esta chamada. Foram campeões do Mundo, dois dos três melhores jogadores de "La Roja", e ainda fizeram parte de uma equipa que, apesar de não ter encantado como na época anterior, jogou em alta rodagem (e sem eles era quase impossível isso acontecer). Depois, entre Sneijder e Robben, venha "o diabo" e escolha. Dois craques que tiveram influência nas campanhas extremamente surpreendentes das suas equipas na Champions, foram campeões internos e uniram esforços no sentido de dar o título mundial à "laranja mecânica". Qualquer um deles merecia a nomeação e nenhum ser "convocado" é algo ridículo. Mas pronto, ainda este mês se saberá qual o Bola de Ouro. Só espero que a FIFA faça justiça.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Nota:

O Mundial 2018 foi entregue à Rússia. Uma vergonha, na minha opinião. Não me alongo sobre este assunto mas a verdade é que não fez sentido entregar uma candidatura ao Leste quando a candidatura ibérica estava mais do que pronta para receber o Mundial. A força do dinheiro imperou, infelizmente.

Observando a Europa: Tchoyi


Neste fim-de-semana, vi o West Bromwich-Newcastle (vitória para os da casa por 3-1) e achei alguns jogadores dos anfitriões bastante interessantes. Os laterais (Marek Cech, ex-Porto, e Gonzalo Jara, da selecção chilena), o já conhecido Odemwingie e um jogador que já tinha ouvido falar mas nunca tinha visto jogar: Somen Tchoyi.

O jogador foi contratado neste Verão ao Red Bull Salzburgo e acabou por ganhar lugar no onze da equipa inglesa nos últimos jogos. Joga na ala direita e é beneficiado pelo esquema da equipa (4x4x2 género brasileiro, tradicional) e do apoio de Gonzalo Jara, sempre muito participativo nas acções ofensivas. É possante fisicamente e passa/cruza muito bem. Tem 27 anos, é camaronês e marcou o primeiro golo na partida (e o primeiro no campeonato) de forma perfeita, numa grande execução. No entanto, pareceu-me um bocado (bocado grande) lento a executar, a tomar decisões com a bola nos pés. Isso prejudica-o, naturalmente, durante um jogo de futebol em Inglaterra e precisa de evoluir nesse aspecto para poder sair para uma equipa melhor.

Plantel do Brasileirão 2010


Plantel Brasileirão 2010:

Guarda-Redes:
Fábio (Cruzeiro) – Pura e simplesmente o melhor guarda-redes a actuar no campeonato brasileiro.

Jefferson (Botafogo) – O “goleiro” do Botafog foi um dos melhores de um lote de guarda-redes de grande qualidade; Mano Menezes reparou nele e agora é presença assídua na selecção canarinha.

Vítor (Grémio)
– É o titular da selecção brasileira (apesar de ser um exagero, representa bem o seu valor) e vai mostrando enormes qualidades na baliza do Grémio. Fez uma grande época e merece os elogios que anda a receber.

Laterais:

Mariano (Fluminense) – Pronto para a Europa. Este é o melhor elogio que se pode fazer a Mariano, uma das principais figuras do campeão. É, para mim, o “Bosingwa brasileiro”, pois tanto é um expresso a atacar, como uma muralha a defender. Não o vi jogar mal.

Léo Moura (Flamengo)
– Se fosse pelo capitão do “Mengão”, o Fla teria mantido o título. Manteve-se em grande nível, com exibições fundamentais para a manutenção e liderando a equipa, dando o exemplo. Muito ofensivo mas sempre regular defensivamente, Léo Moura foi a principal figura de um campeão “em baixo de forma”.

Egídio (Vitória)
– É uma pena o Vitória ter descido pois tem quatro ou cinco jogadores que valem o preço do bilhete. Egídio é um deles e chamou-me a atenção logo nas primeiras jornadas do Brasileirão. É difícil vê-lo jogar mal defensivamente e a atacar raramente falha um passe. Falta melhorar nos cruzamentos mas até aí se nota evolução.

Roberto Carlos (Corinthians)
– Velhos são os trapos, esta é a frase que vai movendo Roberto Carlos na sua estadia no Corinthians. A verdade é que está a mostrar isso mesmo e, de jogo para jogo, parece entrar em campo com mais alegria. Grandes exibições, talvez com menos velocidade mas com a mesma garra.

Defesas-Centrais:

Réver (Atlético Mineiro)
– Para mim, o melhor central a actuar no Brasileirão. Fisicamente imponente, é irrepreensível no jogo rasteiro, sendo também muito bom no jogo aéreo. É um central completo como poucos e sabe sair a jogar. Foi um dos principais obreiros da manutenção mineira. Para Europa!

Alex Silva (São Paulo) – O irmão de Luisão é o mais conhecido central do Brasileirão na Europa. Alex Silva, 25 anos, está emprestado pelo Hamburgo ao São Paulo até Junho. Faz uma dupla de grande qualidade com Miranda e já está na selecção. Muito bom.

Chicão (Corinthians) – O defesa-central que há uns meses era pretendido pelo Sporting fez um belíssimo campeonato e contribuiu para a coesão defensiva característica do “Timão”. Fez dupla com o velhote Williams e não deixou de impressionar pela sua regularidade.

Dedé (Vasco da Gama) – Nomeado como “Ídolo da Torcida” pelos adeptos do Vasco, Dedé foi um dos destaques no retorno do Vasco à Série A. Com muita técnica, falta-lhe melhorar o jogo aéreo, apesar de ter feito alguns golos no campeonato.

Volantes:

Arouca (Santos)
– O melhor volante puro a actuar no Brasil. Não teve vida fácil depois de não ter ido para a Europa mas acabou por se entregar de corpo e alma ao Santos. Os resultados foram visíveis e Arouca tornou-se num esteio da equipa, segurando as pontas depois das saídas de Robinho e André, da lesão de Ganso e da rebeldia de Neymar. Tm 24 anos e já está na hora de vir para o Velho Continente.

Jucilei (Corinthians)
– Um craque. O melhor médio (dá para volante e meia) que pode vir para a Europa vindo do Brasil. Tem 22 anos, enorme margem de progressão, mas parece ser muito experiente (espécie de Moutinho). Tem muita técnica, faz as duas posições com a mesma qualidade, muito inteligente, rápido, a cópia de Ramires mas talvez para melhor. Já é internacional A e é meu jogador preferido do Brasileirão.

Henrique (Cruzeiro) – Grande volante do Cruzeiro, fazendo uma dupla fantástica com Fabrício.
É um jogador muito regular, marca muito bem (quer no espaço quer ao homem); tem 25 anos e não deve perder o mercado de Janeiro para vir para a Europa.

Elias (Corinthians) – Na minha opinião, não é um super craque como dizem nem tão nada que se pareça. Mas é regular e fez uma dupla com Jucilei fundamental para a boa campanha da equipa paulista. Saiu para o Atlético de Madrid e o Corinthians vai sentir a sua falta.

Meias:

Darío Conca (Fluminense) – Conca é a estrela maior deste campeonato. Fez 21(!) assistências e nove golos e foi aquele que durante mais tempo aguentou o barco (quando Deco ainda não tinha chegado, Fred estava lesionado e Emerson estava em baixo de forma). É um jogador fenomenal mas é um pouco tarde (27 anos) para vir para a Europa.

Montillo (Cruzeiro
) – Foi, a par de Conca, o melhor deste Brasileirão 2010. É um jogador que apenas fez a segunda metade da época mas chegou perfeitamente para mostrar o seu valor (se dúvidas houvesse). É um verdadeiro “10” e acabou por fazer golos decisivos, que mantiveram o Cruzeiro na corrida pelo título até à última jornada (foi premiado com 2º lugar). Não se limita a marcar (é melhor que Conca a finalizar), fazendo algumas assistências e mostrando muita técnica.

Branquinho (Atlético Paranaense) - Outro jogador que adoro ver jogar. Não foi nomeado como um dos melhores do Brasileirão para a CBF (foi chamado Paulo Baier no seu lugar) mas é melhor que o seu colega de equipa e foi sobretudo graças a ele que o Paranaense terminou em 5º.

Douglas (Grémio)
– Não é novo, nem finta muito; é inteligente, tem muita visão de jogo e é o mestre do passe. Douglas, quase 29 anos, foi a par de Jonas o principal destaque do campeão da segunda volta. E isso valeu-lhe uma chamada à selecção A brasileira.

D’Alessandro (Internacional)
– Prometeu muito mas acabou por nunca chegar a um patamar elevado na Europa. Foi para o Internacional, onde ganhou a Libertadores e agora terá o Mundial de Clubes para provar que podia ter sido algo mais. Esta época correu-lhe muito bem e foi um dos eleitos para o onze ideal do Brasileirão.

Avançados:

Jonas (Grémio) – O goleador do Brasileirão. 23 golos em 33 jogos é muita coisa para o suposto “pior avançado do Mundo”. Com 26 anos, ainda vai a tempo de ingressar na Europa.

Neymar (Santos) – O miúdo não se portou bem algumas vezes, ainda tem muito a aprender mas a verdade é que foi o segundo melhor marcador do Brasileirão e o melhor avançado brasileiro em todas as competições, superando Jonas. Se tiver cabeça, pode chegar muito muito longe.

Bruno César (Corinthians) – Alternou entre a ala esquerda e o centro do ataque paulistão, marcando 14 golos em 31 partidas. Bruno César é baixinho mas forte, aguentando muito bem os defesas em cima dele. Tem uma boa média de golos, é polivalente e muito jovem (22 anos) e, por tudo isto, torna-se motivo de interesse dos clubes europeus.

Éder Luís (Vasco da Gama) – Renasceu no Vasco e provou ao Benfica que tem valor. Marcou alguns golos (não sendo um ponta-de-lança de área) mas foi sobretudo pelas exibições que fez que até já se pensa na selecção brasileira. Um exagero, claro, mas fica o apontamento.

Elias (Atlético Goianira)
– Numa equipa que quase desceu, marcar doze golos (em vinte e seis jogos) torna-se decisivo. Elias foi o principal goleador das equipas da segunda metade da tabela, apresentando uma média de golos considerável tendo em conta a equipa que representou (sem qualquer craque e lutavam para não descer). Acabou por se mostrar aos maiores clubes brasileiros e não é de esperar que fique em Goiânia.

Treinador: Renato Gaúcho (Grémio) - Pegou na equipa em 16º no início de Setembro e acabou o campeonato em 4º. Foi uma grande mudança e o Grémio passou a jogar um futebol de ataque, bonito e vistoso.