quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Olé!!!



Ontem foi um dia histórico. Um dos dias mais felizes da minha vida como adepto da selecção e um dos melhores dias de sempre da Selecção Nacional. Pela primeira vez goleámos a Espanha, apenas cinco meses depois de termos perdido nos 1/8 do Mundial na África do Sul. Em Portugal mandamos nós e depois da história o provar, foi preciso um jogo no Estádio da Luz para mostrar a fúria portuguesa. Ganhámos 4-0, que foram 5 na realidade.

Finalmente! Portugal voltou a ser grande. Portugal voltou a ser, na realidade, Portugal. Voltámos definitivamente às grandes exibições e no primeiro teste de Paulo Bento com uma grande selecção, passámos com distinção. Não me venham com a cantiga do amigável; não foi um amigável, tal como Bento e Del Bosque disseram. Foi apenas na teoria, porque na prática, até pelos jogadores convocados, não o foi. E na prática, Portugal ganhou 4-0. Na prática, Ronaldo mostrou que está a retornar aos idos tempos de 2004, Nanin mostrou que pode ser um dos melhores do Mundo e Postiga que pode ser o ponta-de-lança que tanto procuramos desde o fim do "grande Nuno Gomes". Na prática, viu-se um meio-campo de luxo, como também desde 2004 não se via. Na prática, voltámos a ver Bosingwa a jogar, um regresso que se saúda bastante. Adorei ver Portugal jogar.

Pressão altíssima, atitude, garra, força, técnica e golos. Muitos golos. Foram 5, mas apenas contaram 4. A Espanha viu o nosso poder. O Mundo viu o nosso poder. Em nossa casa, repito, mandamos nós. Quando queremos, somos imparáveis. Ontem fomos. E continuaremos a ser, espero eu. Obrigado Portugal!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Clássico III: Filme do jogo


Goleada histórica. O fim torna-se o início de uma história que envolve não um, mas vários super-heróis (um Incrível Hulk, um Diabo, uma ave de rapina, um Samurai e uma “maçã podre”). 5-0 passa a ser a maior goleada num FC Porto-Benfica (em jogos realizados na Invicta).

Tudo começou aos 12 minutos, no primeiro lance de verdadeiro perigo. Hulk arrancou, David Luiz não acompanhou e a bola foi direitinha para os pés de Varela (sozinho, depois de Maxi, Roberto e Sidnei terem acompanhado o movimento de Hulk), que não falhou. O Benfica não se desorientou e, numa postura bastante adulta, manteve a mesma forma de jogar, tendo consciência de que não estava assim tão mal. Tentou responder e até estava a conseguir equilibrar a partida quando, em nova investida, Belluschi “partiu os rins” a David Luiz e cruzou para uma desmarcação fantástica de Falcão; o golo não foi menos fantástico, um toque de calcanhar ao alcance (apenas) dos melhores. Aí sim, os encarnados desorientaram-se por completo e três minutos depois sofreram o terceiro golo. Uma vez mais, Belluschi a fintar Sidnei e a cruzar para Falcão fuzilar Roberto. 28 minutos, 3-0. Até ao intervalo, os dragões não baixaram a guarda, temendo um possível acreditar dos lisboetas.

Na 2ªparte, o Porto abrandou sem adormecer, não seguindo o exemplo benfiquista no jogo com o Lyon. Marcou mais dois por um Incrível Hulk fotogénico e imparável. Um Porto super eficaz a não deixar dúvidas quanto à justiça do resultado.

Comentário final: É claro que o Benfica podia ter feito melhor. Uma equipa do seu nível pode sempre fazer melhor do que isto. Mas a chave não esteve em demérito dos encarnados (que, repito, não estiveram assim tão mal a nível de jogo jogado) e sim no mérito de uma exibição azul-e-branca super eficaz e ritmada a nível elevado. Não há antídoto anti-Porto. Pior do que isso, não há um antídoto anti-Hulk.
O mal não foi o Benfica. Foi um camião chamado FCP.

Clássico II: Análise Táctica do FC Porto


A confirmação da não-chamada de Fernando levou à pergunta “Souza ou Guarín”?; André Villas-Boas acabou por preferir o músculo e experiência do colombiano à irreverência e técnica do brasileiro, ainda “verde” para jogos deste calibre. Ambos têm entrado de vez em quando e uma ou outra vez foram titulares. A aposta revelou-se acertada pois Guarin fez uma exibição irrepreensível do ponto de vista táctico, jogando com o apoio de Moutinho e não abusando das acções ofensivas.

Villas-Boas montou o seu 4x3x3 habitual depois de se ter falado na (estúpida) hipótese de jogar com um losango no meio-campo (Guarin e Ruben, com Varela no banco) e Hulk/Falcão na frente. Não o fez e ainda bem, pois Varela esteve endiabrado (apesar de ter falhado alguns passes). O jovem treinador apostou tudo nos corredores e deu-se bem. No movimento ofensivo, varias vezes se formavam linhas de 3 homens nas laterais (Álvaro-Moutinho-Varela na esquerda e Sapunaru-Belluschi-Hulk na direita), numa tentativa de atormentar David Luiz. Conseguiu o que queria (criar lances claros de perigo pelas faixas) e em quatro remates na 1ªparte, criou 3 oportunidades que não se falham. Varela e Falcão (por duas vezes) não falharam.

Na 2ªparte só fez substituições com o resultado bem seguro e já numa fase tardia do jogo. Entraram Rúben, James e Walter.

Clássico I: Análise Táctica Benfica:


Depois de tanto tempo sem escrever, regresso com o FC Porto cada vez mais líder, com mais 10 pontos que Benfica e Guimarães; com José Mourinho líder da Liga Espanhola e com Nani e Ronadl a encantarem a Europa; o surpreendente Dortmund ganhou a liderança ao também surpreendente Mainz e em Itália, outra surpresa: a Lazio quer voltar aos grandes tempos e lidera a Serie A.

Mas hoje falo sobre o clássico. Apenas sobre o clássico, começando pela análise de um Benfica que quererá esquecer rapidamente o que se passou no Domingo.

Jorge Jesus inventou. Não inovou, apenas inventou. David Luiz a lateral-esquerdo não foi novidade mas foi estranho. Como sempre será (estranho). Sidnei a central não pegou por falta de rotinas e a equipa intranquilizou-se por culpa do treinador. Coentrão a defesa era bem mais essencial do que no meio-campo. Depois, mas aí não o culpo tanto, pôs Saviola (jogador bem mais experiente que Salvio) no banco e colocou o miúdo ex-Atlético ao lado de Kardec. Também não pegou.

A desorientação da defesa encarnada foi visível desde o início. Quando foi realmente abalada pela primeira vez, cedeu. Hulk passou como quis por David Luiz e Luisão, Maxi e Sidnei adormeceram, deixando Varela completamente sozinho. Todos caíram na tentação de ir na direcção da bola, deixando o lado contrário aberto para Varela facturar. Depois, na segunda e terceira vez que foi abalada, voltou a ceder. Mas a jogada que melhor caracteriza o que quero dizer nem sequer deu golo: aos 14 minutos, já com o marcador em 1-0, Moutinho cruzou na cara de Maxi para a área, a bola passou por Luisão e Sidnei (que ficaram a ver) e David Luiz deixou passar a bola; o problema é que Belluschi estava nas suas costas e se tivesse acreditado no erro do central brasileiro, teria marcado. Mas não aconteceu, apenas dando para um mau domínio de peito e a saída da bola pela linha final. David Luiz está habituado a poder deixar a bola passar por si pois normalmente tem Coentrão ou Peixoto nas suas costas para aliviar em último caso. Sidnei não está com ritmo de jogo e ficou a ver. Reflecte bem o que quero dizer.

Depois, já com 3-0, o jogo adormeceu. E o Benfica não conseguiu reagir. Luisão foi expulso e o desnorte foi visível. 5-0 foi o resultado final.