sábado, 30 de outubro de 2010

Batalha ofensiva


Hoje dá-se em Coimbra o choque entre os dois melhores ataques da nossa Liga. Um deles já costuma andar nestas posições (FC Porto) mas o outro ataque é uma verdadeira surpresa. A Académica há muito tempo que não fazia um início assim, desde o tempo em que Artur Jorge e Ca. faziam história na cidade dos estudantes.

É assim mesmo. Briosa e FCP defrontam-se em momentos bastante positivos de ambas as equipas. Os dragões lideram a Liga com quatro pontos de vantagem (menos um jogo que o Benfica) e detêm o melhor ataque, a melhor defesa e o melhor jogador (até ao momento) desta Liga ZON Sagres. 19 golos marcados, quatro sofridos e Hulk. O "Incrível" tem estado a um nível muito superior dos restantes jogadores desta Liga, uma espécie de Saviola da época passada. Um craque a mostrar toda a sua potência depois de um ano em que antes de ser castigado pouco ou nada fez. Agora sim, temos Hulk no seu melhor e o público português agradece.

Em Coimbra, como já foi referido, o início há muito que não era tão bom. 3º lugar à 8ªjornada é obra. Obra de toda a equipa, passando pelo presidente, treinador até ao cortador de relva. Todos são importantes no funcionamento de um clube, é bom não esquecer. O público não responde aos apelos dos jogadores, não responde ao bom momento da equipa (estão os habituais 3000 espectadores e nada mais) mas, mesmo assim, em casa ainda ninguém ganhou à Briosa (o melhor conseguido foi um empate pelo Olhanense, com um 'penalty' inexistente). E isso está a ser fundamental para encarar este jogo com grandes esperanças, sempre conscientes do momento em que está o líder da Liga.

Uma baixa importante na Académica: Nuno Coelho. Se fosse Diogo Melo (um jogador que eu até prefiro) ou Hugo Morais não estaria tão preocupado. Mas há uma razão para ter medo da ausência de Nuno Coelho: olha-se para o banco e o seu substituto natural (ou seja, sem mexer em duas posições mudando um jogador - caso Diogo Melo jogue a trinco e Amaury entre para o seu lugar) é Pape Sow. Sinceramente, julgo que Jorge Costa deveria optar por Junior Paraíba em detrimento directo de Nuno Coelho. Ou seja, mexeria apenas uma posição no meio-campo mas com uma solução razoável. É que Sow ainda só mostrou físico e num jogo contra um "grande" é perigoso utilizá-lo. Portanto apostaria num onze com: Peiser, Pedro Costa, Berger, Orlando, Hélder Cabral, Paraíba, Diogo Melo, Hugo Morais, Sougou, Diogo Valente e Miguel Fidalgo.

FC Porto: Helton, Fucile, Otamendi, Maicon, Álvaro, Fernando, Moutinho, Belluschi, Hulk, Varela e Falcão. Penso que já está na hora de Fucile entrar para o lado direito e Otamendi já provou ser melhor que Maicon.

É um jogo de reencontros. Jorge Costa com o FC Porto e Villas-Boas com a Académica. As emoções vão ficar de parte e a luta pela vitória vai ser intensa. Assim espero.

Que seja um grande jogo. Que haja muitos golos. Que ganhe o melhor. Que haja público para animar as bandas. Que haja tudo isto e muito mais!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Observando o Brasil: Valdivia



Valdivia é aquele tipo de jogar que, em forma, dá prazer de ver jogar. Aquele jogador capaz de levar adeptos ao estádio para o ver, aquele jogador que consegue fintar quem quer quando está inspirado. Faz-me confusão ver como passou ao lado de uma carreira que podia ter sido grande mas que quase se limitou à América do Sul.

"El Mago" chileno tem 27 anos e tem um físico frágil (1,73m e 71kg). Começou a carreira na Universidad Comcépcion em 2003 (quando tinha 20 anos) e fez sete golos em trinta jogos. Foi emprestado ao Rayo Vallecano na sua primeira experiência na Europa mas em seis meses apenas fez cinco jogos, marcando um golo. No fim de 2003/2004 foi emprestado ao Servette para a época seguinte e voltou a ser pouco utilizado (nove jogos, dois golos). Então, fartou-se de empréstimos e achou por bem regressar ao seu país, onde teve um convite do poderoso Colo-Colo (que ganhou a corrida a River Plate e Boca Juniors). Depois de ganhar o Apertura chileno 2006, saiu para o Palmeiras, que pagou por ele 8M de reais (a contratação mais cara da história do "Verdão").

No Brasil, brilhou. Entre Agosto de 2006 e Agosto de 2008, o chileno fez 93 jogos e marcou 24 golos. Mas eis que a situação do Palmeiras começou-se a complicar e Valdivia teve imensas propostas para sair do clube. Bremen, Hertha, Espanhol foram alguns dos clubes que correram atrás do chileno. Estranhamente, foi o Al-Ain (Emirados Árabes Unidos) a conseguir a sua contratação pois a proposta foi mais vantajosa para o Palmeiras. Regressou em 2010 e mesmo sem estar em condições físicas decentes, tem jogado bem e mostrado qualidades.

É um jogador muito tecnicista e cerebral, que sabe muito bem os ritmos a impor nos vários momentos de um jogo. É muito inteligente, passa muito bem a bola e tanto joga como "meia", como segundo avançado (ao lado de Kléber), como ala. Faz as três posições com muita qualidade. Ocupa muito bem os espaços, mostrando cultura táctica que poucos jogadores sul-americanos têm. É um craque.

Onze da 8ª jornada


Onze da 8ª jornada:

GR: Peiser (Académica)
- Grande exibição, mais uma, do guarda-redes francês. Peiser afirma-se como o gr que a Briosa há muito não tinha e transmite enorme segurança à equipa.

LD: Abel (Sporting) - Marcou o golo da vitória leonina, um golo fundamental para moralizar a equipa. Fez uma boa exibição e está a fazer uma boa dupla com João Pereira.

DC: Roberge (Marítimo) - Marcou um golo que decidiu um jogo de "aflitos" entre Marítimo e Naval. O francês ainda ajudou a que a baliza da sua equipa se mantivesse inviolável.

DC: Luisão (Benfica) - O "Gigante" dominou pelos ares e manteve a sua área "limpa". Grande exibição.

LE: Álvaro Pereira (FC Porto)
- É um verdadeiro abre-caminho nos dragões. Está em grande forma e ajuda imenso Varela nas acções ofensivas, estando bem na defesa. É peça fundamental do FC Porto de Villas-Boas, mantendo o estatuto da época passada.

MDC: Diogo Melo (Académica)
- Não é bem um médio-defensivo mas merece estar neste onze. Fez uma belíssima exibição frente ao Nacional e conseguiu dar consistência ao meio-campo da Académica. Com Hugo Morais menos bem e Nuno Coelho a fazer algumas asneiras, valeu Diogo Melo para segurar o miolo academista.

MAD: Hulk (FC Porto)
- O "Incrível" continua imparável e abriu o livro em mais uma vitória. Dois golos para o adepto ver, sendo que o segundo é algo de extraordinário. Vai-se afirmando como o melhor jogador deste campeonato (de muito longe).

MAE: Varela (FC Porto) - Não está tão forte como na época passada, fruto do maior brilhantismo de Hulk, mas ainda assim continua a mostrar serviço. Marca, assiste, corre, joga, cruza. Faz uma dupla temível com Álvaro e Villas-Boas agradece. A "ginga" no seu golo diverte os espectadores.

MAC: Ruben Micael (FC Porto) - Vai aproveitando as oportunidades que lhe dão para mostrar serviço e a verdade é que, mesmo sem ser titular, já fez cinco assistências. Entrou no onze frente ao Leiria e fez um passe magistral no primeiro golo de Hulk. De apontar.

AV: Lima (Braga) - Marcou dois golos e decidiu o jogo frente ao Olhanense. Vai-se afirmando no onze titular e é um jogador que finaliza melhor que Matheus. Ganha confiança de jogo para jogo e isso sente-se.

AV: Falcão (FC Porto) - O poder ofensivo do dragão é impressionante e Falcão faz parte das armas de fogo. Bisou pela primeira vez neste campeonato e mostra que continua eficaz.

Treinador: André Villas-Boas (FC Porto)
- O FCP está bem e recomenda-se. Tem um poder ofensivo como há muito não se via e é o melhor ataque da Liga. Cuidado com o dragão.

FC Porto imparável


Mais um jogo, mais uma vitória. O saldo deste FC Porto, um renovado Porto, é impressionante. Em jogos oficiais, apenas um empate (em Guimarães) e nenhuma derrota. No palmarés, uma vitória em Aveiro frente ao maior rival, vitória sobre o Braga no Dragão e ainda uma categórica vitória (pois esteve grande parte do tempo em inferioridade numérica) no inferno turco (que se rendeu ao talento de Hulk e o aplaudiu fervorosamente). 39 golos marcados e apenas 9 sofridos. Impressionante, sem dúvida.

Frente à União de Leiria, os dragões deram um recital de bom futebol e atropelaram o adversário com um claro 5-1. Hulk está imparável, Falcão eficaz e Moutinho transformado (veja-se o pendor ofensivo que não tinha, a capacidade de drible que nunca teve).Depois há ainda um Helton muito seguro, um Álvaro que é um corta-mato para Varela aproveitar os espaços, Rolando intransponível, e Belluschi em grande forma. Sapunaru seguro, sem dar erros, Ruben a entrar muito bem nos jogos. Fernando anda a aparvalhar (penalty desnecessário) e Maicon irregular. Souza e Otamendi (já provaram ser opções mais que válidas e podem perfeitamente ser titulares) espreitam o lugar, Ruben ataca Moutinho e Belluschi. Walter já marca e Rodriguez já corre. Por fim, a luta entre Fucile e Sap.

No entanto, estamos em Outubro. A época, essa, ainda agora começou. Muita tinta há-de correr e o ritmo tem de se manter. Os dois próximos jogos (em Coimbra, frente ao 3º, e em casa com o Benfica) serão fundamentais. Como vão correr?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Finalmente, Portugal!

Até que enfim! Portugal mostrou nos últimos dois jogos que está num bom caminho para conseguir a qualificação ou, pelo menos, conseguir chegar ao play-off de apuramento para o EURO 2012. A atitude, a forma de encarar o jogo (mesmo quando em vantagem) e a capacidade ofensiva da equipa mudaram radicalmente.

Agora podemos dizer que Portugal voltou. No jogo contra a Dinamarca, os "tugas" deram sinais de vida, fazendo uma boa exibição para uma estreia de um treinador com o qual tinham convivido apenas três dias. Pepe voltou ao centro da defesa e saúda-se o facto; João Pereira esteve seguro na sua estreia na selecção; Meireles, como trinco, deu imenso pulmão ao miolo português, mostrando que já ultrapassou a má forma de Agosto; Moutinho surpreendeu-me por ter fintado tanto e tão bem, dando a entregue que lhe é reconhecida habitualmente; por fim, Nani esteve tão bem como é hábito mas Ronaldo esteve completamente transfigurado, fintando, correndo, recuperando bolas, passando sempre que era preciso e marcando um golo com calma. É assim: depois de tanto individualismo, depois de tanto ter querido marcar, Ronaldo conseguiu-o precisamente no dia em que deixou de parte "rodriguinhos" e individualismos.

Finalmente, Portugal!

domingo, 10 de outubro de 2010

Observando o Brasil: Jonas



Finalmente pude ver em acção o maior “artilheiro” do Brasileirão 2010, ontem, frente ao Vasco da Gama. Mais dois golos, fazendo 19 em 25 partidas (falhou quatro jogos no campeonato).

Vendo os noventa minutos, uma coisa salta logo à vista dos observadores: é um jogador que gosta de acrescentar sempre qualquer coisa a uma jogada, um calcanhar, um toque bonito ou algo do género. Não é minimalista, de facto. Daí se pode depreender que é um jogador com muita técnica. No entanto, na hora de rematar à baliza, não usa “rodriguinhos” e simplifica processos. Tem hipótese, remata. E, normalmente, faz golo. Foi assim no Engenhão, contra o Vasco. Teve duas hipóteses, marcou dois golos, mostrando a sua eficácia e potência de remate.

Tem 26 anos e nunca saiu do Brasil. Começou a carreira no Guarani, quando este clube ainda jogava na Série B. Marcou 12 golos em 25 jogos e saiu no fim desse ano para o Santos. Aí esteve um ano e meio, e no início de Setembro saiu para o Grémio, onde iria ficar até ao fim de Junho de 2008. Marcou apenas nove golos em trinta e quatro partidas, sendo emprestado à Portuguesa, onde ganhou rapidamente a titularidade e marcou dez tentos em vinte e oito partidas. Voltou no fim de 2008 ao Grémio e não mais de lá saiu. Jogou o Gaúcho de 2009 e o Brasileirão 2009, sendo que em Março foi eleito o pior avançado do Mundo pelo jornal espanhol Mundo Desportivo, que se baseou nos falhanços da Taça Libertadores. Em Outubro, contraiu uma grave lesão que acabou com o campeonato. Apesar de tudo, foi o melhor marcador da equipa em todas as competições. Em 2010, voltou em grande e é o melhor marcador do Brasileirão. Leva 8 de vantagem sobre Bruno César, o segundo classificado na lista de “artilheiros”. Está na hora de vir para a Europa e fala-se que no mercado de Inverno pode finalmente vir para o Velho Continente.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Recuperando talentos: Dame N'Doye


Neste segundo texto da nova rubrica, recordo Dame N'Doye. Um jogador que passou na época de 2006/2007 por Coimbra e que ganhou um lugar na equipa depois de ter sido contratado a pedido do seu irmão mais novo. Dame foi mostrando qualidades e acabou por relegar o seu irmão para o banco, jogando como "10" ou ala na equipa conimbricense. O senegalês sairia no final da época, a custo zero, para o Panathinaikos da Grécia.

Dame tem agora 25 anos (ainda é um jovem). Joga no Copenhaga e é a estrela da equipa que, curiosamente, está no grupo do Panathinaikos na Liga dos Campeões. Aliás, na segunda jornada da fase de grupos, Dame marcou à sua antiga equipa e foi destacado para uma entrevista ao site www.uefa.com.

Depois de em 2007/2008 ter marcado apenas três em golos em todas as competições (fez 23 jogos e chegou a ter o estatuto de titular), o senegalês acabou por sair a custo zero para o OFI Creta, onde foi muito feliz e no final da primeira volta do campeonato grego, tinha uma média de 0,5 golos/jogo em todas as competições (sete golos em quinze jogos). Isto levou a que em Janeiro de 2009, seis meses depois de ter chegado a Creta, o avançado recebesse uma proposta de Copenhaga (que pagou 2M€ por ele) e o sonho de jogar a Champions ficou muito mais próximo. Dame não pensou duas vezes e seguiu viagem, aquela que deverá ter sido a melhor opção, tendo em conta os resultados apresentados. Decidiu o jogo da 1ªjornada da fase de grupos frente ao Rubin e marcou também na 2ªjornada. Em quase dois anos, Dame fez, até agora, 54 jogos e marcou 24 golos (em todas as competições), sendo a par de Gronkjaer o grande ídolo da claque dinamarquesa.

É um jogador de fintas e golos, não sendo propriamente um grande jogador de equipa. Será uma coisa a melhorar se sair par aum campeonato de maior dimensão. Tem uma grande potência de remate e rende bem quer no centro, quer na ala. Em Copenhaga actua no centro, mas a sua deslocação para uma ala (a direita, normalmente) não se exclui e o jogador, sendo bastante móvel, não estranha.

Agora, está a ser ligado ao AZ Alkmaar e à Sampdória, numa clara amostra do seu valor.

O primeiro jogo da era Bento


Amanhã, pelas 20:45h, no Estádio do Dragão, Portugal e Dinamarca entram em campo para um dos jogos mais importantes do grupo de qualificação para o Europeu 2012. Um jogo especial, pois marca a estreia de Paulo Bento em jogos pela selecção nacional no cargo de treinador.

Este é, sem dúvida nenhuma, um jogo decisivo para o apuramento. Se calhar, se fosse um Dinamarca-Portugal, não o seria. Mas sendo em casa, perante os adeptos portugueses, a obrigação de ganhar é ainda maior e a palavra "decisivo" é aquela que se mais se adequa ao jogo de amanhã.

Para começar, e não podendo contar sem os dois trincos habitualmente convocados (Pedro Mendes e Miguel Veloso), Paulo Bento terá de remendar o meio-campo, utilizando Meireles (e não Pepe) no lugar mais defensivo do miolo. Ao seu lado, deverão actuar Tiago e Carlos Martins. Não concordo com a titularidade de Tiago, uma vez que se Meireles vai ocupar a posição "6", Moutinho devia ocupar a posição 28" (a sua verdadeira posição em campo e onde pode ser, de facto, muito útil a esta selecção). Assim, Portugal garantiria mais agressividade na luta pela posse de bola e ainda um jogador mais certo no passe. Naturalmente, Martins é o "10".

Olhando agora para o sector mais recuado (uma vez mais, Portugal não pode contar com Bosingwa), Eduardo será o guarda-redes e, na minha opinião, Pepe e Ricardo Carvalho deverão ser os seus centrais. Felizmente, pois fazem uma dupla excelente em Madrid e é a verdadeira posição de Pepe em campo. Na esquerda, Coentrão é dono e senhor do lugar e na direita, a luta verifica-se entre Sílvio e João Pereira. Deverá ser Sílvio a ganhar o lugar, eu punha João Pereira (está num pico de forma como ainda não se tinha visto em Alvalade).

No ataque, Nani e Ronaldo são donos das alas (dou o benefício da dúvida a Ronaldo, veremos se com Bento aprende a jogar em equipa) e Hugo Almeida será o ponta-de-lança (está em boa forma e ainda no último jogo marcou pelo Werder Bremen). Também no ataque, Portugal tem dois lesionados: Quaresma e Liedson, que poderiam ser opções a entrar no decorrer do jogo. No entanto, é precisão não esquecer Varela, Danny e ainda o "renovado" Postiga, que tão boa conta tem dado de si no clube leonino.

Espero que seja um bom jogo e que Portugal ganhe. Que afaste, de uma vez por todas, fantasmas queirozianos e que consiga respirar bom futebol no relvado do Dragão. Espero um estádio cheio e muito apoio. Pois, mais do que nunca, é hora de nos unirmos em trono da selecção. Não há bandeiras na janela mas há esperança. E esta será sempre a última a morrer!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Onze da Jornada

GR: Rui Rego (Beira-Mar) - Grande exibição do guardião aveirense, que impediu o Sporting de conseguir a vitória no campo do Beira-Mar. Fez várias grandes defesas e Postiga ainda se deve estar a roer.

LD: Claudemir (Nacional) - O lateral fez uma grande exibição contra o Portimonense e bisou, o que para um defesa não é nada normal. Foi decisivo na vitória dos madeirenses.

DC: Maurício (Olhanense) - Marcou um golo e faz parte de uma das duas melhores defesas do campeonato. Chegou e impôs a sua experiência, formando uma dupla muito boa com Jardel.

DC: Luisão (Benfica) - O defesa mostrou-se a alto nível frente ao Braga e "ditou leis" na defesa encarnada.

LE: Coentrão (Benfica) - Os laterais-esquerdos de qualidade não abundam na nossa Liga e Coentrão vai sendo o mais regular. Daí estar presente no onze.

MDC: Vinicius (Olhanense) - Foi fundamental na organização do meio-campo algarvio na vitória sobre o Setúbal. O Olhanense está em 2º e Vincius tem sido indiscutível no onze de Faquirá.

MAD: Carlos Martins (Benfica)
- Está a ter o melhor início de época em Portugal e faz por merecer a chamada à Selecção. Um golo decisivo e uma exibição para "dar o exemplo".

MAE: Faouzzi (Vitória) - Marcou o golo do empate e ainda "expulsou" Fucile. Foi decisivo num pontinho que dá muito jeito aos vimaranenses.

MAC: Edgar Costa (Nacional) - Conseguiu sentar Pecnik no abnco de suplentes e ganhou o lugar ao esloveno. Marcou um golo e deu a jogar no meio-campo madeirense.

AV: Nélson Oliveira (Paços)
- o Jovem avançado português vai ganhando o seu espaço e para cimentar a sua posição nos 2castores", marcou o golo que consumou a reviravolta na Figueira da Foz.

AV: Carlão (U.Leiria) - Depois de tanto falhar, conseguiu aproveitar um deslize de Orlando para, na altura, empatar a partida frente à Académica. Acabou por ser o início da reviravolta e o golo que deu esperança aos leirienses.

Treinador: Jorge Jesus (Benfica)
- O Benfica começa finalmente a jogar futebol. Está a ter lampejos que indiciam o regresso às grandes exibições que se esperam.

O regresso do verdadeiro Incrível Hulk


Está confirmado. O Incrível Hulk voltou aos relvados portugueses. Este é aquele jogador que fez grandes exibições em 2008/09 e ainda na ponta final da época de 2009/2010. Hulk já lidera a lista de melhores marcadores da Liga ZON Sagres, com seis golos e ainda fez duas assistências. Na Europa também já deu frutos. Este é o verdadeiro Hulk, mostrando poder de arranque, fintas, assistências e golos, grandes golos. Para bem do futebol português, o brasileiro está de volta ao seu melhor nível.

O castigo fez-lhe bem. Mas Hulk é como uma garrafa de coca-cola: quando se agita, fica "nervoso" e explode. Tal e qual. De jogador que se limitava a individualismos ridículos e inconsequentes (na primeira parte da época 2009/2010), o avançado voltou aos seus melhores dias no regresso do castigo. Daí dizer que o castigo lhe fez bem.

Esta época, está absolutamente imparável. Em Guimarães, mais um golo. Depois de sentar um adversário, claro. André Villas-Boas agradece. Pois se não fosse Hulk, muitas dificuldades este Porto teria em vencer dois ou três jogos que foram resolvidos pelo Incrível. Não é uma Hulk-dependência mas não anda muito longe disso. A diferença é abismal. Em dez jogos nesta época, nove golos. Registo impressionante.

Agora, Hulk terá de saber manter este nível. Manter-se um jogador de equipa e não ter oscilações como no passado. Parece finalmente ter entendido o que é o futebol, um jogo colectivo de onze em cada lado, no qual Hulk é apenas um dos vários intervenientes. Portugal gosta de ver bons jogadores. Hulk faz parte deles, sem dúvida!

domingo, 3 de outubro de 2010

Recuperando talentos: Roland Linz



Nesta nova rubrica, a ideia é ir buscar jogadores que se destacaram em clubes portugueses e que acabaram por cair no esquecimento. Apesar de tudo, aparecem em grande noutros clubes estrangeiros e para começar, ninguém melhor do que Roland Linz.

O avançado austríaco apareceu em Portugal no Verão de 2006, depois de marcar quinze golos no campeonato austríaco ao serviço do Áustria de Viena. Linz não demorou a mostrar a sua veia goleadora e em 28 partidas pelo Boavista, marcou dez golo, sendo decisivo em vários jogos. Era um jogador que não era muito rápido a movimentar-se e um finalizador puro, não gostando de sair da área. Ninguém ficou admirado quando no final da época saiu para Braga, onde marcou onze golos em trinta e três partidas e foi o melhor marcador da equipa (tal como havia sido no Boavista). No entanto, divergências com a direcção levaram o austríaco a abandonar Portugal, sendo emprestado ao Grasshoppers e posteriormente vendido ao seu antigo clube, Áustria de Viena.

Agora voltou aos golos e a ser decisivo. No seu país de origem, Linz conseguiu voltar à selecção nacional. Por enquanto, em dez jogos que efectuou na Bundesliga, marcou seis golos. Média igual a 0,6 golos/jogo. Vendo-o actuar no campeonato austríaco, percebo que ganhou alguma mobilidade ao longo deste tempo. No Grasshoppers nem actuava bem como ponta-de-lança, o que o ajudou a ganhar mobilidade. Na Áustria, já procura mais a bola e não espera tanto por ela. Naturalmente, é a grande estrela da equipa e a massa adepta idolatra-o. Num campeonato com menores exigências, tem mais facilidade em criar espaços e a equipa procura-o sempre. A grande diferença, lá está é que ele também procura a equipa, orientando-a com a sua experiência.

Que pena tenho em que não tenha ficado por cá...

A batalha pelo segundo lugar


Hoje, Benfica e Sporting de Braga entram em campo às 20.15h, sendo a Luz palco de um jogo entre duas equipas que lutam para recuperar pontos ao imparável FC Porto. A tarefa avizinha-se difícil mas têm de começar por algum lado, e a palavra vitória nunca foi tão importante como na partida de hoje. Porque para além de pressionarem o líder, ganham três pontos a um concorrente directo.

Daí se pode perceber que o jogo desta noite vale bem mais do que três pontos. São duas equipas que vêm de derrotas europeias, ambas frente ao maior concorrente na questão do apuramento para os oitavos-de-final. Se ao Braga já quase que só resta lutar pela Liga Europa (a sua diferença de golos é péssima e perdeu em casa frente ao Shakthar), já o Benfica está bem melhor, pois a derrota deu-se fora de casa e já tem três pontos. A dupla jornada frente ao Lyon vai ser fundamental na definição do grupo.

A verdade é que ambas as equipas procuram vencer. O Braga não está satisfeito com a desvantagem de sete pontos para o FC Porto e mesmo tendo em conta que se desloca à Luz, a vitória é o único resultado na mente de Domingos. Para o Benfica, a situação é ainda mais delicada. É a equipa que joga em casa e que está a maior distância pontual dos dragões (nove pontos). Por isso, espera-se um bom espectáculo e espera-se que o Benfica tente tomar conta do jogo desde o apito inicial, numa receita semelhante à do jogo contra o Sporting, que tão bons resultados deu. Hoje, Peixoto deve ficar no banco (depois de ter estado tão bem frente a Sporting e Marítimo, errou contra o Schalke 04), dando lugar a Gaitán. Quanto a Aimar, Jesus agradece o seu regresso à forma habitual, pois é fundamental na manobra da equipa. Salvio terá de esperar mais um tempo pela sua oportunidade no onze, uma vez que Martins não tem dado hipótese à concorrência (ainda para mais, hoje aparecerá com mais motivação visto que foi chamado por Paulo Bento à selecção nacional). Amorim está lesionado e Cardozo também, aparecendo Maxi na direita e Kardec no lugar do paraguaio. Por aqui, nada de grave, mas Amorim podia ser uma boa opção para entrar no decorrer do jogo. Quanto a Cardozo, Kardec há muito que merece uma "chance" e hoje pode finalmente desfrutar da mesma.

O Braga aparece sem Miguel Garcia e Rodriguez depois da "Terça-Feira negra" da Champions. Paulão e Elderson ocupam os seus lugares na defesa minhota, que começa a sentir problemas na baliza (Felipe já deu dois ou três frangos depois de um grande início de época). No meio-campo, Mossoró deve continuar no banco, algo que eu não entendo. Vejamos: no único jogo em que foi titular, marcou e deu a jogar. Pode ser fundamental para impedir algumas saídas de Javi Garcia pois é ais ofensivo e "prende" mais o médio-defensivo adversário. Paulo César, Alan e Matheus vão compôr o trio ofensivo da equipa bracarense, sendo guardados por Vandinho, Salino e Aguiar. Jogadores como Lima, Meyong ou Mossoró poderão entrar em campo no decorrer da partida, mostrando as várias soluções que a equipa tem. O problema é mesmo a defesa.

Veremos como corre a partida Que seja um bom espectáculo!

sábado, 2 de outubro de 2010

Observando o Brasil: Léo Moura


Vendo este Flamengo 2010, percebemos que muita coisa mudou em relação ao campeão em 2009. Desde logo o treinador mas bem mais do que isso. No entanto, há os chamados "resistentes". Entre eles, encontro um jogador muito interessante: Leonardo Moura. Ninguém se lembra dele mas teve uma fugaz passagem pelo Sporting de Braga que o dispensou um mês depois de chegar por não parecer grande coisa. Asneira da grossa.

Léo Moura é hoje um dos melhores laterais-direitos do Brasileirão que tem muitos e bons nesta posição. No entanto, quando vemos pela primeira vez o jogador canarinho, pensamos que mais valia pô-lo a extremo. Se calhar até sim. Apesar de defender bem, gosta muito de atacar e lembra aqueles jogadores de Fifa Street (toque curto, velocidade, sempre à procura de fintar o adversário). É muito veloz e isso permite-lhe tapar algumas falhas de posicionamento defensivo, conseguindo recuperar várias vezes em velocidade. Tem 28 anos mas nunca chegou a ser chamado à selecção.

Vendo-o no campeonato brasileiro, parece-me ser um jogador tipicamente grande no campeonato brasileiro mas que na Europa, com menos espaço para falhar, já não pode ser "treinado". A idade já é demasiado avançada para ingressar na Europa com as características que tem mas de qualquer das formas, fica aqui a nota.

Observando a Europa: Saint-Etienne


Hoje, por fim, tive oportunidade de ver o líder do campeonato francês a actuar. Saint-Etienne, tentando voltar aos lugares cimeiros de outros tempos, contra Marselha, do velho conhecido Lucho Gonzalez. Duas equipas que optam por sistemas de jogo diferentes e formas de jogar diferentes (sistema é diferente de forma de jogar).

Na partida desta noite, o St.Etienne apresentou um 4x4x2 composto por Janot, Sail, Monsoreau, Bocanegra, Ebondo, Matuidi, Batles, Payet, Sako, Perrin e Riviére. Marselha apresentou um 4x2x3x1 com Mandanda, Azpilicueta, Heinze, Mbia, Taiwo, Cissé, Cheyrou, André Ayew, Lucho, Valbuena e Gignac. Os verdes definem bem este 4x4x2, fazendo-me lembrar o sistema táctico habitual no Brasil. Dois alas bem abertos e dois condutores de bola bem definidos, com dois avançados-centro complementares, um mais móvel (Perrin) e um mais fixo (Riviére). No entanto, o conceito de "volante" é diferente. Estamos na Europa e este St.Etienne tem no seu meio-campo o secotr mais forte. Jogadores com características complementares, à semelhança do que se passava no miolo benfiquista na época passada. Matuidi impõe as suas leis através do físico, recuperando várias bolas e ajudando muito defensivamente. Não sendo uma nulidade a construir, a sua tendência é tocar a bola para o lado, onde aparece normalmente Batles, o outro médio-centro da equipa. Aí, a equipa ganha mais inteligência na jogada e tanto pode sair um passe vertical como "largar" a bola para uma das alas.

É aqui que aparecem os dois craques da equipa: Sako, na esquerda, e Payet (na foto), na direita. O primeiro, 22 anos e francês, faz-me lembrar Varela na forma de jogar, arranca mas não inventa muito, apesar de gostar de pôr adornos em cada jogada que faz. Apesar de tudo, é extremamente eficaz a nível do passe e isso ajuda ao bom funcionamento da equipa. Quanto a Payet, 23 anos e nacionalidade francesa, é o melhor marcador da equipa e do campeonato, apesar de ser um extremo. Aqui reside uma das maiores armas da equipa francesa: Payet não se limita à ala-direita e cai várias vezes no centro da área para finalizar. Para além disso, tem velocidade e marca muito bem as bolas paradas. É ele o responsável por livres e cantos.

Por fim, falta falar no ponto fraco: a defesa. Penso que falta um lateral com pendor mais ofensivo para dar outra capacidade à equipa. Além disso, há um grande problema nos centrais: velocidade. Gignac isolou-se por duas vezes e numa delas marcou. Faltou velocidade a Monsoreau (exímio no jogo aéreo) e a Bocanegra e também a Ebondo (o lateral-esquerdo é o pior jogador do onze). Janot, na baliza, é uma autêntica muralha. Quando a equipa está a perder, é prejudicada pela falta de velocidade dos centrais, pois estes continuam a jogar muito atrás para a equipa não sofrer mais, obrigando Matuidi e Batles a correrem muito mais do que se toda a defesa jogasse em bloco alto. É aqui que reside o grande problema de Cristophe Galtier (treinador, na foto). De resto, grande equipa.

A primeira convocatória de Paulo Bento


A primeira convocatória de Paulo Bento como seleccionador nacional foi divulgada ontem às 12.30h. O novo treinador chamou, precisamente, 23 jogadores, sendo que três destes são guarda-redes. Até parecia uma convocatória de uma grande competição, pois até a nível de jogadores estava bem distribuída. Chamou sete defesas, seis médios e sete avançados.

Na baliza, e tal como já se esperava, acrescentou Rui Patrício a Beto e Eduardo e eu concordo plenamente. Estes são os três melhores guarda-redes portugueses disponíveis e ainda para mais, Beto tem sido suplente no seu clube. Nas laterais, depois das renúncias de Paulo Ferreira e Miguel e com Bosingwa a recuperar os índices físicos (obviamente que quandor ecuperar, é ele o dono do lugar), chamou João Pereira, Fábio Coentrão e Sílvio (que faz as duas faixas com qualidade). No centro, os tradicionais Ricardo Carvalho, Pepe, Bruno Alves e Rolando.

No miolo, chamou um médio-defensivo purto, Miguel Veloso, um que tanto faz de "6" como de "8", Paulo machado, dois "8" puros, Meireles e Tiago, um polivalente, João Moutinho e um "10", Carlos Martins. Concordo com estes seis, pois Rúben não é titular no FC Porto e de momento, Martins apresenta-se em grande forma. Moutinho pode ser importante como 8, se Meireles ainda não estiver no seu máximo. Em relação a Paulo Machado, já merecia há muito tempo esta chamada e para quem vê alguns jogos do Toulosue, não há admiração possível.

Por fim, no ataque, chamou os quatro alas que devem ser chamados, depois da renúncia de Simão e da lesão de Quaresma (que azar!!), Ronaldo, Nani, Varela e Danny. No centro, chamou três: Hugo Almeida (tem lugar indiscutível nas convocatórias), Liedson (na minha opinião e tendo em conta o seu actual momento, o terceiro ponta-de-lança) e Postiga (que está a voltar aos golos e às boas exibições). Concordo com todos.

De facto, não há grandes novidades para o que se esperava. Duas estreias, alguns regressos mas no fundo, a estrutura mantém-se. Pois agora não há tempo para mudar muito. Aliás, com jogadores desta qualidade, para quê mudar? Mudar de atitude, isso sim! É fundamental. Mas disso mais tarde falaremos. Gostei de Paulo Bento. Forte, directo e sem receios. Até que enfim alguém assim...