sábado, 28 de novembro de 2009

Barcelona-Real Madrid, o derby planetário

Este fim-de-semana, por toda a Europa, jogam-se vários derby's. Jogos que assumem outra importância dentro de um campeonato, em qualquer país, em qualquer continente. Em Portugal, joga-se daqui a pouco o Sporting-Benfica; em Inglaterra, centram-se atenções no Everton-Liverpool e no Arsenal-Chelsea; na Grécia, o Olympiakos recebe o Panathinaikos; em Belgrado, hoje, o Estrela Vermelha recebeu e perdeu 2-1 com o Partizan; o Flamengo-Corinthians é um jogo que será fundamental para saber se o Flamengo pode chegar à última jornada com a possibilidade de ser campeão brasileiro; na Suíça, o Young Boys-Basel é o prato forte desta jornada; mas é em Espanha, para muitos considerado o melhor campeonato, que se joga o derby com mais impacto no mundo inteiro: Barcelona-Real Madrid.

Um derby, que mais do que espanhol, assumiu carácter planetário ao longo dos tempos. Dantes eram "apenas" duas das melhores equipas do Mundo, um Di Stéfano&Puskas vs Kocsis&Czibor. Agora, são duas das equipas com mais adeptos em todo o Globo. Ver Messi vs Cristiano Ronaldo na Liga é qualquer coisa de extraordinário. E ainda há Kaka, Ibrahimovic, Iniesta ou Higuain. Ainda há Xavi, Raul, Pepe ou Piqué. Ainda há, também, Sergio Ramos e Dani Alves. E muitos outros. No banco, dois homens: aquele que se tornou num imperador, um puto com pinta que criou uma equipa mágica. Guardiola de seu nome. Do outro lado, a voz da experiência: Manuel Pellegrini, vindo do El Madrigal para comandar a constelação... Demasiado dependente de Ronaldo? Não creio, mas que faz diferença, faz.

Tal como Mourinho disse esta semana, o Barça é uma equipa especial. Se lhes dão mais de um milímetro de espaço, o comboio entra em alta velocidade. Dani Alves, Xavi, Touré, Piqué, de novo Dani Alves, Iniesta, de novo Xavi, de novo Touré, de novo Iniesta, e depois Messi. Depois a magia. Bola em Ibrahimovic ou Henry, os chamados homens do golo. Apenas na frente há liberade para criar. No meio-campo, Iniesta, Xavi e Touré fingem ser "só" homens de trabalho. Não o são. São criativos puros, e para além do trabalho, criam e têm muita visão de jogo. O Barça é uma equipa anormal, e é, sobretudo, uma equipa. Uma equipa que joga futebol como ninguém, talvez o Chelsea consiga lá chegar. Mas o Chelsea é mais "normal". O Barça, pelo estilo novo que Guardiola trouxe, é fabuloso.
Aquele que outrora foi um médio-defensivo que jogou ao lado de Figo, Ronaldo e outros, aprendeu com Robson, Mourinho ou Van Gaal, mas agora planeou a sua própria equipa, construiu uma equipa que promete ficar na história como inovadora e marcando uma nova era no futebol europeu.

O Real está de volta à era dos galácticos. À II era de Florentino Pérez.
Estes galácticos são diferentes. É uma equipa mais equilibrada, com várias soluções de qualidade no banco. Benzema, Nistelrooy, Drenthe, Granero, Guti, Diarra, Gago, Garay ou Arbeloa dão garantias a Pellegrini. Em campo, Kaka, CR9 ou Raul formam uma linha temível e a estes juntam-se Higuain o Xabi Alonso. Torna-se fantástico ver esta equipa jogar. A verdade é que este Real ainda não atingiu o máximo. Mas também é verdade, tal como diz Ronaldo, que se não está a "jogar bem" como alguns dizem e está em 1º, o que dizer do Real quando jogar bem? Com certeza, ninguém os parará. E mais parece ser assim. Este Real tem chegado para as encomendas e se ao longo da época o ritmo vai-se afinar, então este Real é sério candidato à Champions e à Liga Espanhola.

Higuain está a fazer uma belíssima época, Kaka ainda não. Sublinho este "ainda". Não acredito que Kaka se mantenha assim por muito mais tempo. A irregularidade nunca foi um traço do brasileiro. E quando der um esticão definitivo, o Real melhorará bastante.

Amanhã, às 18:00h, hora de Portugal Continental, entram em campo duas das melhores equipas mundiais. 22 estrelas, mais algumas no banco e milhões de olhos em cima deles. A pressão não os afecta, só os estimula. Ronaldo, Kaka, Raul, Xavi, Messi, Ibrahimovic. Tantos outros que podem brilhar. O Barça-Real acarreta rivalidade, ódio, e tudo o que possam imaginar de mau. Mas de bom para quem ganhar ou para quem gostar apenas de futebol. Este é o confronto que todos querem ver. Este ano estão bem mais equilibrados. O Real é o líder com um ponto de avanço. À espreita está o Valência e o Sevilha. Por jogar em casa, o Barcelona é favorito. Nou Camp, com 96 mil pessoas, estará a abarrotar. Que seja um grande jogo!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Está na hora

Amanhã, às 21:15h, joga-se o Sporting-Benfica. Com condições diferentes das das últimas épocas: o Benfica aparece em muito melhor forma do que os leões, apesar de ter perdido o último jogo para a Taça. A verdade é que agora, há Cardozo. E a diferença é absolutamente gigante.

Chegou a hora de Carvalhal. Chegou, também, a hora de Jesus. O primeiro grande derby para cada um. É, também, o primeiro derby para Saviola e Ramires (se jogarem) e para Javi Garcia. Do lado do Sporting, Matias será o grande estreante e... o elemento que mais pode desequilibrar o meio-campo encarnado. O Sporting aparece vindo de uma vitória para a Taça por 4-1 no Restelo, frente ao Pescadores. Mas não tenhamos ilusões: não é esta vitória que nos diz se o Sporting está ou não melhor. Amanhã talvez. Mas só o futuro dirá se houve realmente uma melhoria no pós-Paulo Bento. Sinceramente, acho difícil. Mas o tempo nos dirá se estarei certo ou não.

Os de Alvalade devem-se apresentar em 4x4x2, dadas as lesões de Yannick e Izmailov, e a melhoria verificada no jogo da Taça. Ainda para mais, o Sporting não pode servir-se do jogo contra o Benfica para testar novos princípios tácticos. Terá, com certeza, tempo para isso. Mas não amanhã. Amanhã deve-se apresentar em 4x4x2 que os jogadores tão bem conhecem. Patricio, Abel, Carriço, Polga, Caneira, Veloso, Moutinho, Vukcevic, Matias, Postiga e Liedson. No derby, Pereirinha ficaria de fora pela inexperiência. O Sporting tem de entrar com os jogadores mais experientes e Abel está mais do que rotinado neste tipo de jogos. O meio-campo seria losango e Caneira o lateral-esquerdo, permitindo ao longo do jogo que o Sporting assuma uma linha de três centrais quando necessário.

Ao mesmo tempo, Grimi saíria da equipa porque não está a corresponder às expectativas e assim Caneira, jogador mais do que habituado a derby's, entraria para um lugar que tem causado muita discussão. Não penso que Veloso jogar naquele lado seja benéfico para o Sporting, visto que precisa de alguém mais defensivo para cobrir Aimar (se Veloso jogasse na esquerda, seria Moutinho a entrar a "6" e não vejo grandes resultados nessa cobertura a Aimar). Matias, mais do que nunca, terá de saber pegar no jogo da equipa e levá-la para a frente. Vukcevic, na esquerda, também tem as suas responsabilidades. A partir destes dois se espera mais criatividade. É fundamental para o Sporting que o meio-campo não falhe, pois o Benfica, neste momento, é capaz de ter um dos melhores meio-campos a jogar na Europa. Javi como tampão, Ramires como uma pulga chata ao pés dos adversários, Di Maria com criatividade e Aimar com inteligência conseguem, em dia sim, fazer qualquer coisa de (quase) todos os adversários. É aqui que mora o principal problema de Carvalhal: Aimar precisa de não ser largado. Quanto a Di Maria ninguém sabe a tónica quando está em "dia sim". Desfaz qualquer defesa com as suas fintas. Liedson, desse, esperam-se golos. E de Postiga o trabalho a que irá estar sujeito. Cansar Sidnei e David Luiz.


Quanto ao Benfica, assume-se como aquele que tem 50,001% de possibilidades, em vez dos habituais 50%. Esta milésima vem por causa de um ano como há muito não se via e de um ano em Alvalade (pela negativa) como há muito também não se via. E porque nos encarnados, volta Oscar Cardozo. E se contra a Naval e Vitória houve problemas na finalização, o melhor marcador do campeonato e do Benfica está pronto para facturar. Em Alvalade, já fez 2 jogos. Em Alvalade, já fez 2 golos. E se Saviola não jogar, com certeza não será a mesma coisa. Mas o paraguaio não jogou os últimos dois jogos e está sedento de golos. E está prontíssimo para mexer as redes da baliza quando o chamarem.

No Benfica, falha Luisão. É o grande problema. David Luiz ainda não me parece ter a capacidade para ser patrão de uma defesa num derby. Mas a verdade é que lá terá de ser. Formará dupla com Sidnei, jogador que espero estar seguro, porque se assim acontecer, então não irá haver problemas. Defesa rápido, bom nas altura e inteligente na marcação, falta-lhe alguma maturidade para se tornar um grande jogador. Depois, Peixoto recuperou, vai ser titular. Restam duas dúvidas: Ramires e Saviola. Se o primeiro parece muito inclinado para jogar, Saviola ainda não se sabe. E se não jogar, jogará Weldon ou Nuno Gomes. Os jogadores com maior semelhança com o argentino. Nuno Gomes, mais experiente, já está habituado a fazer dupla com Cardozo. Weldon, mais "rato veloz", espera uma oportunidade, mas torna-se difícil quando nunca jogou 90' ao lado do paraguaio.

A principal preocupação de Jorge Jesus será a cobertura a Liedson. Luisão, que o conhece bem, não está. É aqui que David Luiz terá de saber assumir a defesa, mandar um berro quando necessário, contando, claro, com a ajuda de Quim. Depois há Postiga. Muito experiente e que, com toda a certeza, muitos problemas criará a Sidnei.

Este é O derby da 2ªcircular. É aquele derby que ninguém quer perder. Onde se vão ver vários duelos: Javi vs Matias; Ramires vs Vukcevic; Veloso vs Aimar; e depois, Cardozo e Liedson, frente-a-frente. Ver como se colocam as peças em campo, como os treinadores intervêm, ver a intensidade de jogo, ver se os adeptos do Sporting apoiam devidamente a equipa, ver se vai haver alguma discussão entre Carvalhal e Jesus, ver quem joga melhor. No fim, ver quem ganha. Tudo isto em 90 minutos. 90 minutos que se falarão em 3 ou 4 dias. É assim. A intensidade com que se vive este jogo é enorme. O Sporting pode estar muito mal, mas se ganhar, tudo fica bem para os adeptos. No Benfica, perder não é o descalabro, mas não será nada bom. Duas equipas distintas. Dois treinadores muito diferentes. A calma de Carvalhal vs a fúria de Jesus. A equipa de Carvalhal vs Os sectores de Jorge Jesus. O geral de Carvalhal vs O pormenor de Jesus. A batalha começa às 21.15h. É este Sábado. Que role a bola!

domingo, 22 de novembro de 2009

Há Taça, há!

Acabou mesmo agora o Benfica-V.Guimarães. 0-1 foi o resultado. E, infelizmente, os encarnados estão fora da Taça de Portugal. Mas muito por culpa de Jorge Jesus. A sua teimosia em não fazer substituições. E a um árbitro que nas barbas de Javi Garcia aos 97 minutos, não assinalou o penalty devido com falta de um jogador do Vitória sobre o espanhol.

O Benfica não fez uma grande primeira parte. Mas tal como contra a Naval e o Marítimo, o Benfica partiu para cima do adversário e massacrou. Mas sem Di Maria e Aimar inspirados, o glorioso perdeu grande parte da sua força criativa e com Keirrison a jogar mal, os golos também andavam longe. Nesta conjuntura, pedia-se a Jesus uma substituição logo ao intervalo. Mas olhando para o banco, não vi Shaffer. Estranhei. Não estando lesionado, porque é que nem sequer no banco estava? Jesus imbirrou com ele e não o quer pôr mais. É melhor que Peixoto, mas Jesus é teimoso. E a teimosia sai cara no futebol. Pedia-se Shaffer a defesa e Coentrão na ala, com a saída de Di Maria. Pedia-se a entrada de Weldon no lugar de Keirrison. Nada disso foi feito e apenas aos 63, Jesus lembrou-se que tinha suplentes. E lá meteu Weldon, para o lugar de... Aimar. E depois só voltou a mexer aos 75': Nuno Gomes por Keirrison. E depois aos...85': Menezes por Amorim. Mas de nada serviu.

Já contra a Naval e outros clubes, Jesus tardou em mexer. Aí teve sorte, mas a sorte nem sempre bafeja os melhores. Porque mesmo não jogando grande coisa, o Benfica foi bem melhor do que os vimaranenses. Mas S.Nilson, um árbitro e o próprio treinador do SLB, impediram um resultado mais justo. Haverá mais jogos assim...


Depois, em Lordelo, o Leixões caiu face ao Aliados. 1-0 foi o resultado e avizinham-se dias muito difíceis para os lados de Matosinhos, que depois de uma grande época no ano passado (6º lugar), vêem-se na luta pela manutenção (condição normal para esses lados) e eliminado da Taça. José Mota tem valor inquestionável nesta questão da "salvação". Mas às vezes o problema não é o treinador. Os adeptos do Leixões deviam pensar mais assim, porque aquele plantel deixa muito a desejar...

Houve também vários jogos a serem resolvidos nos penalty's: Freamunde-U.Leiria; Académica-Beira-Mar; Nacional-Fátima; Tirsense-Paços. Nos dois primeiros, a sorte sorriu aos clubes secundários, havendo mais duas surpresas. Em Freamunde, a equipa da casa superiorizou-se em larga escala à formação vinda do Lis. Mas em Coimbra, o jogo foi equilibrado e o resultado acaba por premiar os aveirenses, que jogando o prolongamento com 10, fizeram um jogo de muita luta.

Por fim, às 17:45h, no Restelo, jogou o Pescadores-Sporting, jogo que chegou ao intervalo com o resultado surpreendente de 1-0, mas tudo voltou à normalidade na 2ªparte e os leões, na estreia de Carlos Carvalhal, acabaram por golear (1-4).

Depois, o Belenenses, o Mafra (venceu o União da Madeira em mais um jogo decidido por grandes penalidades), Camacha, Rio Ave, Sporting de Braga, D.Chaves, Naval (que venceu no prolongamento o Gil Vicente) e Pinhalnovense juntam-se no sorteio que terá uma incógnita: em Oliveira de Azeméis, o jogo foi adiado devido ao mau estado do relvado e no sorteio aparecerá "Oliveirense/FC Porto".

sábado, 21 de novembro de 2009

Carvalhal no Sporting

Há uma semana que foi anunciado como novo treinador dos Sporting, mas ainda não tive oportunidade de falar sobre ele.

Sinceramente, acho que esta escolha não é lá grande coisa. Mas dentro do que o Sporting pode arranjar, talvez seja razoável. A realidade triste deste clube, que passa por uma grave crise financeira (se se confirmar o que o jornal "O JOGO" disse, os leões têm 6M € para 4 reforços no mercado de Janeiro) e que passa também por uma crise directiva. Ainda para mais, Paulo Bento veio dizer que Sá Pinto não é homem para o futebol (coisa que por acaso, eu concordo).

Carvalhal teve um grande ano: aquele em que chegou à final da Taça com o Leixões. A partir daí, limitou-se a tentar salvar clubes da descida e a ser despedido quando chegava a clubes mais fortes: foi assim no Braga e, mais recentemente, no Marítimo. Acho que ainda não provou nada. Mas a verdade, é que falhada a contratação de Vilas Boas, não restavam grandes opções ao Sporting: estrangeiros, ou não aceitavam ou não havia dinheiro; nos portugueses, Cajuda estava ocupado, e portanto havia três hipóteses: Machado, Vingada ou Carvalhal. Vem Carvalhal, que outrora foi elogiado por Mourinho.

Carvalhal parece ter o apoio inicial das claques e da presidência. Mas é público que não foi a primeira escolha de Bettencourt. E o rótulo vai ficar. Ainda para mais, muita gente já fala na sua sucessão em... Junho!! Fala-se que Vilas Boas será o treinador na próxima época. Nem sequer dão a margem de erro necessária para um bom trabalho.

Carvalhal não vai ser um salvador. Além disso, o dinheiro não cai das árvores e a realidade (muito dura) vai-se manter. Carvalhal nada pode fazer perante esta situação. O que ele vai tentar fazer (veremos se consegue) é ajustar ESTE plantel às suas preferências. Parece que quer instituir um 4x3x3 mas veremos se dá resultado. Defendo esta teoria há já bastante tempo, mas vendo Liedson a jogar desta maneira na selecção, começo a ter dúvidas.

Para o Sporting teria sido óptimo contratarem Luís Freitas Lobo e André Vilas Boas. Sá Pinto e Carlos Carvalhal são as caras novas. Só o tempo dirá se são boas escolhas.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Dubai, terra dos sonhos.

Decorre no Dubai o Mundial de Futebol de Praia. E, claro está, Portugal é candidato à conquista do mesmo. A selecção nacional e o Brasil são sempre os mais fortes candidatos. Mas parece que este ano Portugal não o quer ser.

Complicou um apuramento que pareceria garantido e agora, se passar o Japão, vai ter de defrontar o Brasil nas meias-finais (excepto se houver um milagre e a Itália eliminar os canarinhos). O Brasil que só deveria aparecer na final. Madjer, Belchior e Alan portaram-se mal contra o Uruguai e apesar de fugirem à Espanha nos quartos, terão de defrontar os brasileiros nas meias.

Portugal começou este Mundial com uma recuperação fantástica contra os anfitriões, os Emirados Àrabes Unidos. 7-5 foi o resultado, depois de a meio do 2º período estar 3-0. Contra o Uruguai perdemos 2-1 apesar do massacre imposto por Madjer e companhia. Ontem, 6-1 a Salomão não foi suficiente para o 1º lugar, pois o Uruguai ganhou aos EAU e ficaram em 1º. Zé Miguel não é um grande treinador. Foi talvez o melhor de sempre na baliza do futebol de praia, mas como treinador não é lá grande peça. Agora que Hernâni passou a comentador, resta Madjer e Alan da geração de ouro.

Com concentração e qualidade, Portugal já provou que consegue ganhar ao Brasil (Mundialito, no Verão). O Brasil está em grande forma mas Portugal, jogando o que sabe, consegue ganhar. O grande capitão Negão já não é mais jogador.

Amanhã, às 12.30, Portuga vs Japão. Sábado, às 15.30, Portugal vs Brasil. E espero que Sábado possa dizer: "Amanhã, Portugal vai jogar a final do Mundial contra a Espanha ( de preferência para ter mais sabor) às 17h.". FORÇA PORTUGAL!

África do Sul, aí vamos nós!

Esta parece ser a frase que correu o país ontem à noite, quando Raul Meireles marcou aquele golo. O golo que deu a tranquilidade necessária e a certeza de que estaremos no próximo Mundial de futebol. A vitória por 1-0 em Sarajevo leva Portugal ao patamar dos melhores. No entanto, teremos de melhorar bastante se queremos lutar com Espanha ou Brasil ( entre todas as outras grandes selecções).

Portugal começou ontem com Eduardo, Paulo Ferreira, Duda, Bruno Alves, Ricardo Carvalho, Pepe, Meireles, Tiago, Nani, Simão e Liedson. Faltaram Bosingwa, Cristiano Ronaldo, Deco, César Peixoto e Pedro Mendes (se bem que este poderia não ser titular).

Os três primeiros sãoo titulares indiscutíveis e sentiu-se a falta, sobretudo, de Bosingwa. Para mim, o onze ideal para Portugal seria: Eduardo, Peixoto, Bosingwa, Bruno Alves/Pepe, Ricardo Carvalho, Pedro Mendes, Meireles, Simão, Deco, Ronaldo e Liedson. Em losango.

Passando a explicar... Para mim, Duda não é um bom lateral-esquerdo. Foi uma adaptação de recurso que Queiroz tentou transformar em grande descoberta. Não foi grande. Com Peixoto a titular no Benfica e não havendo mais ninguém para aquela posição (André Marques é medo!), apela-se ao bom senso e à titularidade do jogador do Benfica. Peixoto não sendo muito bom, é bom. Duda não é. E se a selecção quer jogar bem contra grandes equipas, não o poderá fazer se tiver Duda a marcar, por exemplo, Messi (ou Malouda, ou Joe Cole, etc...). Peixoto dá mais segurança e aprendeu bastante com Jorge Jesus no Braga. Do outro lado, Bosingwa é o responsável pelos desequilíbrios de uma faixa onde eu punha a jogar Simão. Seria a faixa mais ofensiva de Portugal, onde os ataques se desenhariam com maior facilidade. Do outro lado, Peixoto e Meireles seriam a "faixa segura".
Por exemplo neste último jogo, em Sarajevo, tive bastante atenção aos movimentos de Paulo Ferreira. E vi várias vezes Nani (ou Simão) a ter a bola e quando olhava em seu redor, não via ninguém. Porquê? Paulo Ferreira estava bastante mais recuado, pois não é um lateral ofensivo. É aqui que Bosingwa faz a diferença. Provavelmente, neste jogo, se Nani pegasse na bola, veria Bosingwa bem à sua frente a correr que nem um maluco.

Depois, a dupla de centrais. Por muito velho que comece a estar, Ricardo Carvalho continua a ser um dos 4 melhores defesas-centrais do momento (a par de Terry, Vidic e Ferdinand, todos muito iguais). Fez um jogo muito bom na Bósnia e provou que a idade não quer dizer nada. Ao seu lado, jogaria Bruno Alves ou Pepe. Ambos são excelentes no seu papel. Depois, o grande problema de Portugal: o trinco. E é aqui que eu acho que se justifica maior mudança por parte de Queiroz: Pepe não é trinco. Nunca o será. E se na Luz fez um grande jogo, na Bósnia não fez (no transporte de bola, pois na área esteve imperial). E Pepe continuará a ser intermitente se Queiroz o continuar a deslocar no terreno. Pedro Mendes, neste losango, adaptaria-se muito melhor às condições e com certeza que fará muito melhor figura a transportar a bola do que se for Pepe. Ao seu lado, estariam Raul Meireles e Simão, nas laterais de um losango em que Deco seria o vértice mais ofensivo. No entanto, este losango está dependente de Cristiano Ronaldo. Nani e Simão são alas puros e não devem jogar em losango. No entanto, Danny poderá desempenhar papel de segundo avançado, tal como Ronaldo. Não é nas extremas que Portugal tem falta de jogadores (Ronaldo, Nani, Simão, Danny, Coentrão e... se regressar, Quaresma). Mas abundância pode não significar qualidade se os jogadores não forem colocados nos lugares certos.

Na selecção os dois principais problemas prendem-se, então, com o lateral-esquerdo e o trinco. Mas se Liedson jogar em 4x3x3 sairá prejudicado. Até aí seria benéfico jogar em losango. Se não há Ronaldo, entre Danny (que não pôde jogar porque o Zenit é ridículo).Se não há os dois, então venha o 4x3x3. Mas Queiroz tem de entender, para bem da selecção, jogar com trinco e lateral-esquerdo bem posicionados. Veloso está a jogar bem, Pedro Mendes estava numa forma excelente antes da lesão e o próprio Ruben Amorim é bom jogador. Depois, no meio-campo, se Tiago perder a titularidade na Juve, há Hugo Viana, Moutinho, Ruben Micael. Mas não se pdoe inventar, professor Queiroz.

Portugal pode ser candidato ao título? Pode, sim. Mas, para isso, tem de melhorar muito e todos jogarem o que sabem. Não apenas Deco num jogo, Ronaldo no outro ou Simão num outro. Têm TODOS de jogar bem e em conjunto. Nani não pode tentar tudo sozinho só para provar que joga bem. Temos de ser um colectivo. E espero que na África do Sul, o sejamos. E se assim for, cuidado com Portugal! Faltam 203 dias...

domingo, 15 de novembro de 2009

Bruno... ALVES! (E já agora, Pepe)

Bruno Alves foi considerado ontem o herói do jogo. De facto, foi. Mas a melhor exibição partiu dos pés (e da cabeça...) de Pepe. Na 2ªparte, em 16 passes que fez (entre curtos, médios e longos), apenas errou 1. Fez 6 recuperações de bola e 7 cortes. Na 1ªparte, havia feito um corte excelente que tirou o pão da boca a Ibisevic. Pepe fez duas faltas "úteis" na 2ªparte e sofreu também duas. Pepe fez, de facto, grande exibição, a destruir e mesmo a construir, vendo-se o jogador a pisar terrenos um pouco mais avançados do que é costume quando o vemos na posição de trinco.

Pepe foi o melhor; Bruno Alves o herói. Portugal foi, no geral, mediano. A espaços lá conseguia dar um esticão mas parecia, por vezes, não se querer chatear muito. Duda, por muito que digam o contrário, jogo pior que Paulo Ferreira. Não querendo isto dizer que o jogador do Chelsea jogou bem. Jogou, isso sim, menos mal. E Ferreira fez um corte absolutamente fundamental aos 83', quando Ibisevic tentou abrir para um colega de equipa que se preparava para fuzilar Eduardo dentro da área, mas o lateral apareceu em boa hora. É aqui que Portugal mais se sentiu das ausências. Não foi de Ronaldo, nem tanto de Pedro Mendes, mas sim de Bosingwa e Peixoto, que não sendo excelente, é bem melhor que Duda.

O meio-campo esteve bem, mas faltou Deco em grande plano. Esteve razoável, mas nada de especial. Porque de Meireles e Pepe não faltou qualidade. Nas alas, não achei que Nani tivesse jogado grande coisa, apesar do alarido criado pelos jornalistas. Foi dele, apesar disso, que partiu o grande cruzamento direito à cabeça de Bruno Alves. Liedson foi importante tacticamente e na 2ªparte fez 3 faltas, raro num ponta-de-lança mas demonstrativo da importância do luso-brasileiro na selecção.

A dupla de centrais, composta por Ricardo Carvalho e Bruno Alves, esteve algo insegura e viu-se Pepe várias vezes dentro da área a salvar a pele dos colegas. E depos, houve postes milagrosos... Ibrisic aos 44' e depois Dzeko e Rahimic aos 88', mandaram à madeira da baliza de Eduardo. Portugal não merecia. Mas tal atitude defensiva, permitiu à Bósnia mostrar algumas qualidades de ataque. Mas já lá não estava Misimovic para desequilibrar. Muslimovic entrou aos 66'. Pjanic aos...86'! Rídiculo o puto do Lyon não ter sido titular. Disso se ressentiu a Bósnia que esteve bastante apática no ataque.

Portugal fez uma exibição mediana. Custa ver a selecção jogar assim. Se apanhássemos agora uma Espanha ou um Brasil, éramos capazes de ser massacrados. Como é isto possível? Deco, Nani, Simão... Onde estão eles?

sábado, 14 de novembro de 2009

Portugal-Bósnia

É hoje! O onze já está definido. Eduardo; Paulo Ferreira; Ricardo Carvalho; Bruno Alves; Duda; Pepe; Meireles; Deco; Nani; Simão; Liedson. Erros a apontar: um. Duda não é o jogador certo para travar quem passar pela direita ( Rahimic com Muslimovic, em princípio). Duda já provou ser jogador inseguro na defesa e hoje é de capital importância ter defesa segura. Devia ser Miguel a jogar na direita e Paulo Ferreira na esquerda.

A Bósnia não tem o ataque de Dinamarca o Suécia. Tem melhor. Tem duas setas como Ibisevic e Dzeko e um assistente como Misimovic. Nas alas, Muslimovic e Pjanic, o puto-maravilha do Lyon. Esta Bósnia tem um ataque poderoso, como o próprio Queiroz disse, mas nada que Portugal não possa parar. Para isso, Pepe joga no meio-campo. Isto permite a Portugal assumir uma linha de três centrais na defesa. Mas talvez seja mau, pelo facto de haver tendência para deixar mais solto Misimovic. Assim, Meireles terá de ter em cima de si toda a responsabilidade do equilíbrio na cional. E não estando em grande forma, torna-se um pouco arriscado... Assim, talvez fosse melhor jogar Veloso em vez de Bruno Alves, mas Queiroz não quer. As consequências só o tempo as revelará.

Meireles não está em grande forma. Talvez por isso, devesse jogar Veloso. Jogando ao lado de Meireles, seria mais fácil complementarem-se e ter um meio-campo mais forte, capaz de anular Muslimovic, Misimovic e Pjanic. Deco, o criativo, terá de ser obrigado a pisar terrenos mais recuados, o que vai prejudicar um pouco o poder de ataque da equipa. Assim, Nani e Simão terão a responsabilidade de desequilibrar e de abrir espaço para que Liedson possa fazer o que melhor sabe: golos.

Na defesa, a dupla de centrais Carvalho e Bruno Alves dão muita segurança ao sector. Mas é na faixa esquerda que Portugal "promete" ter mais dificuldades. Devia lá jogar Paulo Ferreira e Miguel ocuparia a faixa direita, tal como já disse. Mal pensado por Queiroz. Veremos se não há prejuízo de maior. Eduardo será o responsável pela baliza. Agarrou o lugar e está muito bem psicologicamente. É necessário que esteja pronto, pois vai ver pela frente Dzeko e Ibisevic pela frente. Fogo!

Esta Bósnia tem na defea o seu ponto fraco. Mesmo que jogue com três centrais, nenhum deles tem reconhecimento internacional. Rahimic, do CSKA Moscovo, é o único defesa bósnio que tem valor reconhecido a nível mundial.

É precios relembrar também as ausências nacionais: Bosingwa, importantíssimo nos desequilíbrios pelo lado direito; César Peixoto que estava pronto a assumir a titularidade na esquerda e que se lesionou há bem pouco tempo; Pedro Mendes, que levaria a que Pepe ou Bruno Alves saíssem da equipa; e, por fim, Ronaldo, que impõe sempre respeito a qualquer defesa. No fundo, 4 titulares. Na Bósnia, máxima força.

Em Portugal, Hugo Viana e Ruben Micael não foram convocados. Moutinho, em relativa má forma, foi. Depois, se Tiago é convocado, como é possível Hugo Viana não ser?? Torna-se ridículo ver esta convocatória. Ruben Micael, bem melhor que Motuinho, fica de fora. Depois, 5 centrais para quê?? Enfim... Torna-se também difícil compreender a escolha de Rui Patrício em vez de Quim.

Portugal, está na hora se ser grande!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Futebol de luto...

Anteontem chegou talvez a notícia mais triste deste ano de futebol. Robert Enke, 32 anos, guarda-redes titular da baliza da selecção alemã e titular no Hannover 96, suicidou-se. Mas cá em Portugal, essa notícia também foi recebida com grande tristeza. Todos se lembram de Enke.

Guarda-redes miúdo que chegou ao Benfica com 22 anos, para 3º guarda-redes. Bossio e Nuno Santos estavam à sua frente na luta pela baliza. Um mês depois, Enke era o titular. Fica célebre um jogo em Alvalade, na época 99/00, quando o Sporting se preparava para ser campeão e disse que este era um jogo contra "cabeçudos". Pois bem, Enke impediu o golo dos sportinguistas. Defendeu tudo e tudo, é mesmo... TUDO! Sabry entrou e marcou. O Benfica ganhava 1-0 em Alvalade e o Sporting foi o brigado a engolir as palavras ditas antes do jogo. Enke foi o herói do jogo.
O na altura jogador de 22 anos, alternou a titularidade nessa época com Bossio. Aquele péssimo guarda-redes que nunca devia ter jogado no Benfica! Mas agarrou a titularidade e teve mais dois anos de grande nível. Fez 77 jogos em três anos e foi para Barcelona. Lá, não foi feliz. Na sua grande oportunidade de ser um dos melhores do Mundo, não teve grandes oportunidades. Apenas realizou um jogo. Foi emprestado ao Fenerbaçhe, depois ao Tenerife mas foi em Hannover que re-encontrou a felicidade. Fez 164 jogos ao longo destes cinco anos. Mas sempre foi muito afectado por lesões. Na selecção alemã esteve até há bem pouco tempo tapado por Lehmann, sendo que antes era tapado por Kahn. Agora que finalmente era o titular, Enke matou-se.

Vivia numa depressão enorme desde que a sua filha morreu e a situação agravou-se ultimamente. Enke sempre foi um homem de ideias fixas e agora, na última decisão, também o foi. Aquela linha de comboio fica para a história. A seguir a Preud'Homme e Bento, Enke foi o 3º melhor de sempre na baliza encarnada. Teve tudo para ter uma carreira de luxo. Ainda no ano passado foi eleito o melhor guarda-redes da Bundesliga. Agora já não está entre nós. O futebol está de luto...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Senhores da bola IV - Bobby Charlton




Volto a falar de senhores da bola. Jogadores que ficaram para a história pelo seu talento e disciplina dentro do campo. Exclui-se portanto George Best ou Diego Maradona desta elite mundial.

Sir Bobby Charlton, nasceu no dia 11 de Outubro de 1937, em Ashington, Inglaterra. Nascia aí o que quase todos consideram o melhor jogador de sempre do futebol inglês. Fez carreira no Manchester United. E foi ele que levou o seu país à conquista do Campeonato do Mundo em 1966, onde a Inglaterra eliminou Portugal na meia-final, fruto de um bis de Charlton.

Começo a jogar regularmente com 19 anos, no ano de 56. Lá jogou até aos 38, altura em que resolveu abandonar a alta roda do futebol inglês para jogar no Preston ( e lá ainda fez 38 jogos numa época...). A sua fase de afirmação foi até 1958 e a partir daí, Charlton tornou-se, com apenas 21 anos, titular indiscutível dos "red devils". A sua vinda veio pela parte de Matthew Busby, que se apoderou do MU em 1945, logo após a 1ªGrande Guerra. O Manchester não ganhava nada desde 1911 e era preciso uma remodelação.

Daí vieram Charlton, Best e muitos outros. Curiosamente, a sua estreia foi contra o Charlon, em 1955, onde marcou dois golos, dando a vitória por 2-1 ao seu clube. Em 56/57, o Manchester ganhou o bi-campeonato, foi vice-campeão da Taça inglesa e perdeu nas meias-finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus contra o todo-poderoso Real Madrid de Di Stéfano e Puskas. Charlton estava a ter uma ascensão meteórica e começava-se a afirmar como a estrela do clube.

Mas no dia 6 de Fevereiro de 1958, o inimaginável aconteceu. Depois do Manchester ter empatado a 3 bolas em Belgrado que lhe garantiu a qualificação para as meias-finais da TCCE, e estava de regresso no voo 609 da British European Airways. Estava a nevar muito, a visibilidade era reduzida. O motor tinha um pequeno problema e quando o piloto se preparava para o arranjar em Munique, o motor pegou fogo e o avião caiu nas proximidades de Munique. A equipa perdeu oito jogadores. Charlton sobreviveu. E para bem do futebol.

Pouco tempo depois veio a estreia pela selecção inglesa. Em 58, foi o seu primeiro Mundial. A eliminação aos pés da URSS e do Brasil logo na fase de grupos não causou surpresa. O país e os jogadores estavam abalados e tinha sofrido um grande desfalque.
Em 62, as coisas mudaram um pouco. A Inglaterra passou a fase de grupos, atrás da Hungria, mas logo nos quartos-de-final perdeu contra o Brasil, que se viria a sagrar campeão do mundo.

Em 66, chegava a fase de glória do futebol inglês. O Mundial realizava-se no seu país e o Manchester, que brilhava na Europa, compunha grande parte da selecção nacional. Bobby Moore era o capitão, Alf Ramsey era o treinador. Mas Charlton era a estrela. E a cavalgada triunfal foi feita derrubando Argentina, Alemanha (na final) e, sobretudo, Portugal, que muitos apontavam como a única equipa capaz de fazer frente aos ingleses. O jogo, marcado inicialmente para o Goodison Park, foi mudado para o Wembley pois os ingleses tinham medo que Eusébio jogasse naquele campo. Já havia marcado dois contra o Brasil e quatro contra a Coreia, e todos temiam mais um jogaço do Pantera naquele estádio.

A Inglaterra venceu e Charlton foi eleito o melhor Jogador Europeu do Ano de 66. Pudera. Na meia-final contra Portugal, foi Charlton que dizimou os "tugas". Bisou e massacrou José Pereira. De facto, ele próprio já o considerou um dos melhores jogos da sua vida.



O título europeu pelo Manchester veio em 1968. Depois de tantas eliminações em meias-finais, chegava a hora de vencer. Na época de 1967/68, com Best ao seu lado, o Manchester atropelou o Benfica. No fim dos 90', 1-1. Charlton marcou aos 53', mas Jaime Graça empatou aos 74'. Depois, num prolongamento louco, Charlton marcou um, assistiu outro e o MU ganhou 4-1. Eusébio, Torres ou Coluna haviam sido reduzidos a cinzas, para choque da Europa. Mas aquele Manchester fica para a história. Estiveram reunidos os dois melhores jogadores de sempre do futebol britânico. O inglês Bobby Charlton e o norte-irlandês Geoge Best. Marcaram uma era, juntos, no Manchester United. Torna-se ridículo falar-se em Beckham ou Cantona. Aqueles dois, neste tempo, eram os melhores. A capacidade cerebral do inglês, a visão de jogo e o passe certinho, não existem em tão grande nível nos jogadores de hoje. Foram dois cérebros, que brincavam com os adversários.

Charlton jogou 106 vezes pela selecção, marcando 49 golos. Acabu a carreira em 1976, no Wigan Athlethic. Foi nomeado "Sir" pela Rainha Isabel. De facto, foi um senhor do futebol. Agora está na estrutura do futebol do Manchester, seu clube do coração. Apesar do mal que fez aos portugueses ( eliminou Portugal em 66 e massacrou o Benfica em 68), há que reconhecer o seu valor. E que grande jogador!

domingo, 8 de novembro de 2009

Vitória-Braga... Mais do que um jogo, um derby

Ontem, foi dia de derby em Portugal. Não, não houve um FC Porto-Benfica ou um Benfica-Sporting, mas foi um derby que toma proporções grandiosas quando um dos dois clubes minhotos é líder. Vitória de Guimarães vs Sporting de Braga. Este ano, olhado de forma mais séria por muita gente, visto estar presente a única equipa (até ontem) que era imbatível no campeonato: o Braga.

Ambos recusaram favoritismo. De facto, quando há derby, não há favoritos. Ainda para mais, sendo em Guimarães. O Vitória ainda não tinha ganho com Paulo Sérgio; empatou com o Sporting e perdeu em Coimbra. Não havia melhor altura para a vitória. A primeira batalha ganha por Paulo Sérgio, foi a anulação de Alan: Sereno ocupou a faixa esquerda da defesa e conseguiu desta maneira (que jogo brilhante de Sereno!) controlar a ala direita do Braga - a mais forte dos arsenalistas.

Depois, um jogo seguro de Andrezinho e mais um grande jogo de Nuno Assis, levaram a que o Vitória metesse respeito aos pupilos de Domingos. Na área, Roberto era presença incómoda para Rodriguez e Moisés. O Vitória jogou muito melhor na 1ªparte: Logo aos 12 minutos, se não fosse a intervenção preciosa de Ney, os vimaranenses estariam em vantagem. Targino (que bom estar de regresso ao nosso campeonato...) passou por dois jogadores, cruzou direitinho a Nuno Assis que rematou para ligeiro desvio de Ney. Primeiro grande perigo; Aos 15', Desmarets pôs de sobreaviso Eduardo; Dois minutos depois foi Roberto, com um grande cabeceamento, a cheirar o golo.

Apenas aos 29' o Braga deu sinal de vida. Mossoro cabeceou à trave, depois de boa jogada de equipa. Estava em fora-de-jogo, no entanto. E apenas um minuto depois, na resposta dos anfitriões, Nuno Assis cruzou largo da direita e Desmarets, aquele que outrora foi motorista em França, fuzilou Eduardo com o pé esquerdo. Correu, correu e correu de alegria. O Vitória vencia e o D.Afonso Henriques animava-se. O ambiente ainda foi mais difícil para os bracarenses. Dois mil adeptos foram sufocados pela multidão de Guimarães. A partir daí, começou-se finalmente a ver o Braga normal. O Braga que nos habituou a boas exibições. Até aos 60' equilibrou. A partir daí, dominou. Partiu para cima do Vitória, mas sem efeitos práticos.

Paulo Sérgio ganhou a Domingos. Porque esta batalha teve muito a ver com o aspecto táctico. O ex-treinador do Paços, viu em Sereno a solução ideal para parar Alan. Além disso, Sereno é um central por natureza, ou seja, os movimentos ofensivos do Vitória tiveram sempre a participação de Andrezinho e quase nunca a de Sereno, que passava a ser 3º central no momento do ataque. Depois, Meireles e João Alves davam a consistência necessária para parar Hugo Viana e Mossoro, e depois Targino, Desmarets e Nuno Assis jogaram bem em equipa, trocaram muito bem a bola e imprimiram grande velocidade ao jogo. O Braga, habituado a mandar, passou a ser empurrado para o seu meio-campo, o que não permitiu na primeira meia-hora as habituais "brincadeiras" de Alan, Mossoro ou Paulo César. Os arsenalistas viram-se confusos. O Vitória abrandou depois do golo e depois tomou as cautelas necessárias para a segurança do resultado.

No final, 1-0 e a certeza de que ninguém é invencível.

sábado, 7 de novembro de 2009

Paulo Bento... Agora, também Ribeiro Teles e Barbosa

Ontem, o dia 6 de Novembro marcou uma nova era no Sporting. Paulo Bento demitiu-se. A ele, seguiram-se Pedro Barbosa e Miguel Ribeiro Telles. No meio disto tudo, todos serão grandes perdas. Os primeiros dois porque foram quase sempre eles a dar a cara na hora da derrota, a arcarem com as críticas e a responderem aos adeptos em nome da equipa; Miguel Ribeiro Telles, por estar há tantos anos na direcção sportinguista, é uma grande perda. Este era O homem forte do clube de Alvalade. Mais que Bettencourt, Pedro Barbosa ou Paulo Bento, Telles era o grande homem do Sporting. Aquele que estava há mais anos e também ele desempenhava um papel fundamental na estrutura do clube.

Agora, José Eduardo Bettencourt está sozinho, ou praticamente sozinho. Agora, cabe-lhe a ele decidir quem será o próximo treinador. Se português (de preferência) se estrangeiro. Se jovem, se velho. De preferência, alguém com experiência, português, que conheça a situação do Sporting e tenha coragem de assumir uma posição que neste momento, poucos querem. A questão não se resolve com a saía de Paulo Bento. Primeiro, porque não tenhamos ilusões: o Sporting não tem dinheiro para contratar um grande treinador. Neste contexto, parece-me ridículo falar-se em Scolari, Leo Beenakher ou Michael Laudrup. Treinadores caros, estrangeiros, que não ganham nada vindo para o Sporting.

Paulo Bento foi apelidado de "Mr.Taças". De facto, foram 4. 2 Taças de Portugal e 2 Supertaças Cândido de Oliveira. Faltou aquela maldita Taça da Liga. Mas, na minha opinião, o que falta ao Sporting é ambição. Um clube que se assume como candidato ao título no início de época, não pode assumir discurso derrotista logo à 4ª ou 5ªjornada. Dizer que não tem as mesmas armas, que não estão em pé de igualdade, não pega. Se não estão, não assumam candidatura! Mas, de facto, seria escandaloso se não assumissem. Então para quê assumir este discurso logo à 5ªjornada? A demissão de Paulo Bento vem apenas à 9ª, é certo. Mas o discurso já vem de longe...

E não é bom para um clube da grandeza dos verdes-e-brancos. O problema sem os três que se demitiram, ainda vai ser maior. Com isto tudo, os sócios só conseguiram piorar a sua situação. Esta contestação enorme acabou mal. Pensam eles que acabou da melhor maneira. Mas não. Não se espere milagres do novo treinador. Quer seja ele Manuel Machado ou José Mourinho. A identidade, a ambição, a capacidade de recuperação psicológica, não se ganha só com o treinador. Ganha-se com toda a equipa.

Veremos no que resulta tudo isto. Não auguro nada de bom ao Sporting. Vai ser complicado, muito complicado.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Mais do que um jogo, uma mudança

2ªfeira, fui ver o Académica-V.Guimarães. 2-0 foi o resultado. 4464 espectadores viram uma equipa diferente. Viram, acima de tudo, uma equipa. Atitude, mentalidade ganhadora, grandes jogadas. Um trio de ataque que promete e a certeza da primeira vitória na Liga. A certeza, igualmente, de que melhores dias virão.

O onze foi QUASE igual ao do Dragão. Apareceu, em boa hora, Éder no lugar de Lito. Até à meia-hora o jogo foi equilibrado, Éder podia ter marcado em duas ocasiões mas o Vitória controlava mais a meio-campo.
Aos 35 minutos, uma mão na área vimaranense levou a um penalty para Sougou converter. Golo. Vantagem. O medo desaparecia e partiu daí uma grande exibição. Os adeptos do Guimarães ficaram calados. Depois de tantos insultos dos minhotos sem resposta da Mancha Negra, era a altura de responder. Muitos, muitos insultos. Várias canções provocatórias. A rivalidade veio ao de cima. Do outro lado, a resposta era nula.
Até ao intervalo, este perto do 2-0. No regresso dos balneários nada de novo. Recomeçava o massacre estudantil. Logo no início, Sougou rebenta com a ala-esquerda do Vitória, cruza para João Ribeiro que remata contra um defesa; a bola parece ir para a baliza, mas vai para canto. Os adeptos animaram-se. Aquele tridente ofensivo, juntamente com Tiero, faziam a cabeça em água à defesa minhota. Aos 60', a tranquilidade. Livre de Emídio, bola em Éder, e golo!

E aqui se viu a mudança. A lembrança de Domingos. A Académica com vantagem de 2-0, não baixou o bloco, não pôs o autocarro e procurou sempre o 3º. Esteve perto. Apenas aos 75' se começou a ver uma baixa das linhas. Até aí, não houve Guimarães. 30 minutos, em que um golo pareceu pouco. O jogo ficou mais calmo e até ao fim, quase não houve perigo. 2-0 foi o resultado final.

A equipa está muito melhor. Os adeptos perguntam-se onde estavam Berger, Tiero ou João Ribeiro? Nas reservas, é a resposta. Éder e Emídio foram boas surpresas. Nereu é mais seguro que Ricardo. E depois os habituais: Pedrinho, Orlando, Cris, Sougou. Agora, também Nuno Coelho. Sempre em bom nível, sempre regulares.

André Vilas Boas mudou. E tal como a Mancha cantou, os vimaranenses foram "entalados em Coimbra, outra vez".

domingo, 1 de novembro de 2009

Braga-Benfica

Nove dias depois, volto a escrever no blog. E para falar, claro está, do jogo que marcou esta jornada: na Pedreira, em Braga, o Sporting local e o Benfica defrontaram-se num "jogo de líderes" como a imprensa se fartou de referir. Hoje já não há líderes: há UM líder. E para grande surpresa de muita gente, esse líder é o Sp.Braga.

E é bom que assim seja. Por muito que me custe dizê-lo, esta derrota é boa para o Benfica. Boa para os jogadores, boa para o treinador, boa para a direcção e boa para a massa adepta. Toda a gente caiu, por fim, na realidade. O glorioso não é invencível, tem fragilidades e nem sempre o ataque chega para marcar 3, 4 ou 5 golos (ás vezes, até mais). E é bom para que Jesus, sobretudo ele, fale um bocadinho mais por baixo e não diga coisas do tipo "É difícil travar o Benfica". É-o, de facto, mas Jesus não deve dizer isso. Não lhe fica bem. E, por vezes, esse discurso pode sair furado (e foi esse o caso).

Analisando o jogo, Jesus parece ter subestimado a ala direita bracarense. João Pereira e Alan já mais que provaram que são jogadores de grande nível. Com Shaffer recuperado, pedia-se a entrada directa para a titularidade. O que Jesus fez? Manteve Coentrão, adaptação que funcionou com o Nacional. Mas obviamente que o Braga não é o Nacional. Para já, é o líder; segundo, tem Alan e Pereira na direita (e não Patacas e Luís Alberto); e por fim, o Nacional é uma equipa que ataca sobretudo pelo meio (onde estão Ruben Micael, onde caem Pecnik e Salino).

O Braga entrou mandão e logo se adivinharam dificuldades para Coentrão. Dois cantos em dois ataques pela direita. O jogo começou durinho e aos 7 minutos, o adaptado a defesa levou cartão amarelo por falta sobre...Alan. E golo de Hugo Viana, a 100 km/hora! Os arsenalistas começavam a ganhar cedo, obrigando o Benfica a fazer o que ainda não fez esta época: fazer uma reviravolta no marcador.
O Benfica teve então o seu melhor período na primeira parte. Logo aos 9', Ramires ficou com a bola depois de um ressalto, passou pelo meio dos defesas, mas falhou na cara de Eduardo. Era o aviso encarnado.

Aos 13', novo perigo. Depois de um cruzamento na direita ao qual Cardozo falhou a resposta, apareceu Dí María que estoirou para uma defesa fabulosa de Eduardo. Depois o jogo acalmou um pouco. O Braga começou a tentar controlar o "ímpeto pós-golo" dos encarnados e conseguiram. Mas aos 30 minutos, um dos casos do jogo: Aimar bate um livre na esquerda, Leone tenta chegar chegar à bola mas Cardozo puxa-o e Luisão marca golo. Golo que foi BEM invalidado. Aos 31', João Pereira e David Luiz vêem cartão amarelo por desentendimento dentro de campo. E o perigo só voltou aos 41', já perto do intervalo. Alan entrou numa diagonal de fora para dentro, tabelou com Mossóro, apareceu sozinho à frente de Quim mas falhou de forma incrível o golo!

Depois, a confusão. Antes do árbitro apitar para o intervalo, Di Maria efectua mal um lançamento. Depois, chuta a bola na direcção do banco do Braga e cospe à frente de Domingos. Instala-se a confusão, e no túnel, Cardozo e Leone são expulsos.
Entrou Rodriguez para o lugar de Meyong, o Braga começou a defender o resultado. A estratégia desde o primeiro minuto de jogo tinha passado por tapar muito bem Aimar, Saviola e Di Maria. Enquanto que "El Gigi" ainda se foi safando, Aimar e Saviola não conseguiram sair da teia. E mesmo Ramires esteve muito tapado. Desta maneira, os principais fornecedores de Cardozo não foram jogadores e Cardozo não foi goleador. O Braga ganhou o jogo desta maneira.

Aos 54', mais um caso e agora sim, com má decisão de Jorge Sousa: Di Maria passa pro João Pereira, está quase a entrar na área e sofre falta. Falta igual à de Coentrão no lance do 1º golo do Braga. Pedia-se o segundo amarelo, mas Jorge Sousa não mostrou. Erro grave do árbitro portuense.

E o jogo continuou. Um minuto depois, entra Keirrison, sai Javi García. O Benfica perdeu a primeira etapa de construção, perdeu o equilíbrio e K7 nada acrescentou. Três minutos depois, Di Maria passou por dois jogadores do Braga e falhou o golo por não ter pé direito. Domingos trocou Mossoro (que grande jogo!) e meteu Matheus. Refrescou o meio-campo. E a formiga lá meteu a sexta velocidade e começou a rebentar fisicamente com Coentrão. Aos 68', Evaldo fez uma boa jogada com Mateus mas falhou o golo já dentro da área. Depois foi Keirrison que falhou de forma incrível: cruzamento de Di Maria (sempre ele) e mau domínio de bola.

Aos 78 minutos, a decisão do jogo. Matheus trocou as voltas a Ramires, cruzou para Paulo Cesar e este atirou para o fundo das redes. Domingos saltou, correu, abraçou o brasileiro. Era a certeza de uma vitória. Era a certeza de, por muito que Domingos diga que não, uma candidatura ao título. O jogo depois acabou.

É impossível comparar este "super-Braga" ao "super-Leixões" do ano passado. Basta olhar para o onze titular para se ver diferenças. Alan, Meyong, Hugo Viana, laterais como João Pereira ou Evaldo, o guarda-redes da selecção, uma dupla como Moisés e Rodriguez. Este Braga impõe respeito. Ontem, olhando para o banco, tínhamos Rodriguez, Andres Madrid, Matheus ou Adriano. Suplentes de qualidade. E no banco, também, tínhamos um ex-grande jogador, que é com certeza o treinador do futuro: Domingos Paciência, aquele que formou outrora uma grande dupla com Kostadinov, está pronto para levar uma equipa ao sucesso.
Tal como ele disse, apenas com humildade e trabalho, o Braga pode cimentar esta posição. Mas a verdade é que os três grandes já foram ultrapassados, para a semana há um derby minhoto, é certo, mas ainda há mais dois clássicos até ao fim da primeira volta: Sporting-Benfica e Benfica-FC Porto. Quem se fica a rir? O Braga, claro. Mas não se pode rir muito. Esta grande equipa tem de contar com as derrotas que aí virão, pois tal como Jesus disse, "ninguém é invencível".


Veremos o que nos reserva o campeonato.