sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Liga Europa... O mesmo de sempre

Ontem foi dia de Liga Europa. E o Benfica provou que está forte para fracos e fortes; e o Sporting mostrou não corresponder ao que é exigível; e o Nacional, esse, mostra muito pouca experiência. O mesmo de sempre, portanto.

Começando pelo jogo de Bilbao, o Nacional, como sempre, entrou bem. Entrou a equilibrar o jogo, a tentar jogar futebol e até criou algumas jogadas de perigo. Aos 39' foi Edgar Silva que falhou o golo por pouco e já perto do intervalo, Ruben Micael fez mesmo o golo inaugural. Mas aí voltou o mesmo Manuel Machado de sempre. Defender até mais não, abdicar do ataque e fechar-se em copas. Errado.

Se uma equipa está a jogar bem de uma determinada maneira, não a deve mudar só porque está a ganhar. E Machado parece ter alergia às vitórias. Uma vez mais o Nacional deixou-se dominar e deixou-se perder. Etxeberria e Llorente resolveram o que parecia certo desde que a 2ªparte começou. O Nacional viu jogar e a derrota foi inevitável. Machado parece não aprender com os erros, enfim...


Na Luz, à mesma hora, jogou-se o Benfica-Everton. Tal como Ricardo Araújo Pereira referiu ontem , parece má a hora para Sócrates anunciar o novo Governo. O Benfica fazia um jogão, passeava em campo. Contra um Everton que, apesar de desfalcado na defesa, tem um meio-campo e um ataque muito fortes. E mesmo assim, não conseguiu sequer equilibrar o jogo.

O glorioso caiu em cima dos ingleses logo no primeiro minuto. Saltava à vista de todos a irrequietação de Di Maria e Saviola. Dois argentinos que ontem foram decisivos no pesadelo da luz como a imprensa inglesa lhe chamou. Aos 14', "El Gigi" cruzou certinho para "El Conejo" e o número 30 do Benfica, como pulga na área, atirou indefensável para Tim Howard. 1-0 e o público em delírio. Perante 45 mil espectadores, as águias abriam o marcador cedo.

Depois, começou o controlo e a inteligência. Aimar não foi vistoso, mas do ponto de vista táctico foi muito importante, ao prender defesas consigo e a abrir espaços para Di Maria (sobretudo) e Ramires partirem uma defesa que não foi aquilo que vale na realidade. Chegou o intervalo e ainda com aquela intranquilidade, própria do 1-0 e de um jogo europeu.

Mas ao regresso para a 2ªparte, o Benfica entrou pronto a massacrar. Aos 47' e 48' Cardozo bisou, após assistências dos endiabrados Saviola e Di Maria, respectivamente. O Everton abriu definitivamente, desconcentrou-se definitivamente e aos 52' Luisão, após canto de Aimar, marcou de cabeça o 4º golo. O Benfica chegava à goleada e mostrava que não ganha apenas a fracos. Esmigalhou uma equipa inglesa que tem muito bons jogadores e provou que não depende só de Pablito para ganhar tranquilamente.

Tenho apenas um erro a apontar a Jesus: a má gestão do plantel. Jesus devia ter feito alterações mais cedo na partida. Cardozo e Aimar deviam ter saído logo após o 4º golo e Saviola ou Di Maria também deviam ter saído pouco depois. Até porque Martins e Nuno Gomes merecem ser chamados neste tipo de jogos. Havia ainda Weldon e Coentrão. E depois o Benfica chegou aos 5, depois dos rebeldes Di Maria e Saviola fazerem a jogada.
O Benfica mostrou o que pode fazer. A máquina trituradora já funcionou na Europa e é muito perigoso para os adversários. Acautelem-se!


Na Letónia, jogou o Sporting.
E foi o mesmo Sporting de sempre que jogou. Uma equipa apática, que a nível defensivo não promete muito. Este Sporting tem de melhorar rapidamente, se não quer chegar ao fim do campeonato com 12 ou 15 pontos de desvantagem. O Ventspils não vale nada. Mas o Sporting parecia querer fazer do campeão letão uma equipa grande.

UM estoiro de Moutinho resolveu. Mas remates destes não acontecem sempre. O Sporting que se cuide... A capacidade para sair de uma depressão é fraca, os jogadores são jovens e Paulo Bento também. A equipa parece só poder melhorar com a saída do treinador. Esta é uma questão que pode parecer inaceitável para alguns sportinguistas, mas às vezes as equipas só melhoram a condição anímica com a saída do treinador. É assim.

Boa jornada para Portugal. O FC Porto (ou Hulk...) ganhou, o Benfica e o Sporting também. O Nacional (ou Machado) perdeu. Se fosse sempre assim...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A pressão na vida de um treinador

Após as declarações de Maradona, muita gente insurgiu-se contra ele. Aquelas declarações foram sem dúvida, o demonstrar daquilo que é a vida de um treinador.

Maradona retratou naquela frase toda a pressão por que um treinador passa em determinados momentos da carreira. Um treinador é obrigado a dedicar-se a 95% ao futebol, se quiser ser um bom treinador. Podemos olhar para Jorge Jesus para ver o exemplo do que deve ser um treinador. Ou Mourinho... ou muitos outros que trabalham dia e noite, por vezes ligando pouco à família. Tudo pelo futebol.

Os treinadores são amados se ganharem, odiados se perderem. Atravessam fases distintas da carreira, e até os de valor provado, como José Mourinho, vêem-se em dificuldades nalguns clubes. Fica para a história a fase galáctica de Florentino Perez, onde passaram vários treinadores de nomeada, sendo que apenas uma vez o clube conquistou a Champions.

Depois, há a imprensa. A maldita imprensa que tenta, normalmente, deitar abaixo os treinadores. Agudizam "crises desportivas" ou procuram sempre encontrar erros não os há. Inventam situações que, por vezes, causam mal-estar nos clubes e na sua massa adepta.

Um treinador tem de lidar com adeptos fervorosos, imprensa e ainda com a pressão de ter resultados considerados "obrigatórios". Um treinador vive debaixo de pressão...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Semana de Champions, semana dos auto-golos e das surpresas

Esta semana da Liga dos Campeões foi algo atípica: houve sete auto-golos, o Barcelona e o Liverpool perderam em casa, o Inter e o Real empataram em casa, o Rangers foi goleado em casa por um modesto clube romeno, Unirea.

Ontem, por essa Europa fora, houve surpresas logo aos 2 minutos. O Rubin Kazan, em Barcelona e o Debrecen (contra a Fiorentina) marcavam golos surpreendentes.

Mas depois houve mais. Em Glasgow, num jogo muito estranho, houve 3(!!) auto-golos. Dois para o lado do Unirea, um para o lado do Rangers. E o Unirea completou a surpresa ao vencer por 4-1, goleando em casa a equipa de Pedro Mendes, que aliás se lesionou e está em dúvida para o play-off com a Bósnia. No outro jogo do grupo, o Sevilha esmagou o Estugarda, na casa dos alemães. Um bis do defesa Squillaci e outro de Jesus Navas serviram para o Sevilha se colocar a vencer por 3-0 aos 73 minutos. Um minuto depois, reduziu Élson.

Depois no grupo E, o Lyon venceu já nos descontos em Liverpool, depois de Benayoun abrir o marcador aos 41'. Depois, Gonalons empatou aos 72' e Cesar Delgado gelou o Anfield aos 90+1. O Lyon leva 3 vitórias em outros tantos jogos. O Liverpool vê-se em dificuldades para passar aos oitavos, com a Fiorentina com mais 3 pontos e os ingleses deslocam-se a Lyon na próxima jornada.

No grupo do Barcelona e Inter, as duas grandes surpresas da noite. Enquanto que o Barça massacrou o Rubin, o Inter foi massacrado pelo Dynamo de Sheva. O Barça sofreu um golaço de Rhyantzev logo aos 2 minutos, mas empatou aos 48' por Ibracadabra, após passe magistral de Xavi. Mas o Rubin não baixou os braços, defendeu ao máximo e numa jogada de contra-ataque resolveu o jogo.
O Inter levou um baile de bola dos ucranianos, liderados por Shevchenko, que apesar de não marcar, comandou a sua equipa e ajudou a fazer a cabeça e água aos comandados de Mourinho. Moratti já veio dar o seu apoio a "Mou" mas começa-se a interrogar se Mourinho durará muito mais tempo no comando do Inter. 2-2 foi o resultado.

No grupo H, houve dois golos ao minuto 93. O AZ marcou o do empate contra o Arsenal. E o Olympiakos, contra o Standard, ganhou com golo de Stoltidis.



Hoje...

No grupo A, o Bordéus parece querer atirar Bayern ou Juventus para a Liga Europa, liderando o grupo com 7 pontos, mais dois que Juve e mais três do que os alemães. Ciana abriu o marcador mas na própria baliza, logo aos 6 minutos. Depois, o mesmo jogador empatou para o bordéus e Planus resolveu a partida antes do intervalo. O Bordéus apresenta bom futebol, consegue ganhar e vê-se líder quando ninguém esperava.

No grupo B, o Manchester conseguiu ganhar em Moscovo apenas aos 86 minutos, com golo de Valência. Nani cruzou, Berbatov tocou de cabeça e Valência aproveitou para atirar para o fundo das redes. O Wolfsburgo empatou a 0 e Grafite foi expulso.

No C, o Milan dominou o Real e venceu por 2-3. Dida deu o frango do século na Champions, mas Pirlo e sobretudo Pato corrigiram o erro. Drenthe ainda marcou mas Pato resolveu em cima dos 90'. Depois, um golo de Heinze em Zurique permitiu aos franceses do Marselha vencerem o jogo.

No grupo do Porto, o Chelsea reduziu a cinzas o At.Madrid. 4-0. Dois de Kalou, um de Lampard e um auto-golo de Perea. 4-0 e o Atlético muito longe daquilo que se pede a uma equipa com óptimos jogadores. Aguero, Forlan, Simão, Paulo Assunção ou Raul Garcia não estão em forma e não conseguem os resultados necessários.

Depois, o FC Porto. E é inevitável falar de Hulk. Agora, parece de novo o... Incrível Hulk. Tal como o speaker do estádio do Dragão gritou aquando dos golos do brasileiro: "INCRIVEL" ao que o público respondia: "HULK"! O FCP entrou mandão, como é normal no Dragão. E no jogo em que ultrapassou um milhão de espectadores, o segundo maior estádio de Portugal viu um bom jogo do Porto. Entrou a meio gás, mas foi criando oportunidades.

O APOEL, equipa que não mostra argumentos para combater na Champions, via jogar Hulk& Ca. Mas aos 22 minutos, um cruzamento vindo da esquerda por Michail acabou por baralhar a defesa do Porto, Helton desviou-se e Álvaro Pereira fez auto-golo. O FCP tinha de vencer, e foi em busca dos 3 pontos. E passados apenas 11 minutos, Falcão recebeu a bola, puxou consigo dois defesas, abriu-se um buraco onde Hulk entrou a rebentar. Falcão levantou a cabeça e meteu um passe perfeito para o pé esquerdo do incrível, que não desperdiçou. Foi o primeiro grito do speaker: "Incrível".

E os auis-e-brancos continuaram a mandar. O APOEL, ao intervalo, ainda não tinha feito um remate. Mas ao Porto faltava criatividade no meio-campo, e maior clarividência de Meireles na transição meio-campo/ataque. Fernando não tinha quem o acompanhasse e Jesualdo percebeu isso mesmo. Deslocou Rodriguez para o meio-campoe Mariano para a ala e deixou Guarin a aquecer. Funcionou. E logo aos 3 minutos da 2ªparte, houve penalty no Dragão. Hulk bisou e aí ouviu-se o segundo grito: "INCRÍVEL" e o público respondeu com ainda mais força: "HULK"! Hulk berrava de raiva, mostrava que estava presente. E assim continuou. Por vezes, a vontade de fazer tudo, não o permitiu tomar as melhores decisões. Mas o hulk catapultou o Porto para uma boa exibição, um bom jogo.

Aos 52 minutos, falhanço da noite: Hulk arranca e num curto espaço, ganha vários metros aos defesas do APOEL; cruza para Radamel Falcão, que já na peque na área, sozinho, atira ao lado da baliza de Chiotis. O público desesperou. O FC Porto abrandou, Guarin(aos 69') entrou para o lugar de Rodriguez. 5 minutos depois, Mariano foi expulso. Os pupilos de Jesualdo voltaram a acelerar, não permitindo esperanças aos cipriotas. Aos 87', aconteceu aquilo que devia ter acontecido aos 55/60 minutos: Falcão saiu, para dar lugar a Farias. Jogo desinspirado do colombiano. Depois, entrou Sapunaru para queimar tempo e o na ultrapassagem do milhão de espectadores, o FC porto ganhou 2-1. Uma vitória muito importante, que permite aos portistas pensarem já nos oitavos. Veremos se se confirma...

Senhores da bola III

Na última semana não escrevi sobre ninguém. Esta semana está na altura de falar de Luís Figo. Quase a completar 37 anos, o ex-jogador teve uma carreira recheada de bons momentos e teve a felicidade de nunca ter tido uma lesão muito grave. Figo representou 4 clubes nos 20 anos de futebol que levou como sénior: Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter Milão foram os felizardos.

Luís Filipe Madeira Caeiro Figo, nasceu a 4 de Novembro de 1972, em Lisboa. Começou a jogar futebol no clube "Os Pastilhas", com 10 anos, de onde saiu para o Sporting. Figo estreou-se pela equipa sénior sportinguista aos 17 anos, na época de 89/90. No ano seguinte fez apenas três jogos, mas em 91/92 foi a sua época de afirmação.
Entretanto, até essa altura, já levava dois títulos pelas selecções jovens: Em 1989 ganhou o EURO Sub-16 e em 1991 ganhou o Campeonato do Mundo de Juniores, ao lado de João Pinto, Rui Costa ou Jorge Costa. Nascia aí a geração de ouro...

Em 91/92, Figo começou então a espalhar magia nos campos nacionais. Fez 34 jogos pelo Sporting, marcou um golo. Tornou-se uma figura da equipa e nas três épocas seguintes, efectuou nada menos do que 97 jogos no campeonato, marcando 15 golos, sob a batuta de Bobby Robson. Figo crescia a olhos vistos e era já um valor seguro do futebol português. Mas no fim da época 94/95, divergências com o presidente Sousa Cintra, que já havia cometido o grande erro de despedir Robson, levou o craque a sair para o Parma. Pouco tempo depois, Figo assinou pela Juventus, o que o levou a não poder jogar no campeonato italiano durante 2 anos. Por isso mesmo, a sua saída para o Barcelona ficou facilitada, e os catalães compraram-no por apenas 400 mil contos(!!!).

Figo chegava então a um grande clube mundial. Com Cruyff no comando técnico, Figo assumiu a camisola 7 e tornou-se titular indiscutível na equipa do Barcelona. No ano seguinte, reencontrava-se com Sir Bobby Robson e além disso, o Barça acabava de contratar o brasileiro Ronaldo. Figo e Ronaldo fizeram então uma dupla terrível e o português ajudou Ronaldo a tornar-se num dos melhores pontas-de-lança do mundo. Fazia passes e cruzamentos monumentais e muitas vezes fazia aquilo a que se chama no futebol de "meio golo". Figo tornava-se indiscutivelmente num dos melhores jogadores do mundo e num ídolo na Catalunha.

Em 2000, depois de fazer grandes exibições no EURO 2000, chegava a vez do Real Madrid o comprar. Depois de vários clubes terem tentado comprar o extremo português, apenas o Real Madrid, através da mão de Florentino Perez, conseguiu ter posses para pagar a cláusula de rescisão de Figo. 12 milhões de contos e, na altura, tornava-se o jogador mais caro de sempre. Figo passou a ser odiado na Catalunha e adorado em Madrid. Era o início da era dos galácticos.

Em 2001, Figo ganhou o prémio FIFA World Player, depois de em 2000, ter conquistado a Bola de Ouro da France Football. Foi em 2002 que Figo conquistou o seu maior troféu: foi campeão europeu pelo Real Madrid, ao lado de Zidane, Raul ou Ronaldo. Figo foi campeão espanhol mais duas vezes quando jogou em Madrid (havia sido igualmente campeão por duas vezes aquando da sua passagem pelo Barcelona). E em 2004, o Europeu de futebol veio trazer a maior mágoa do jogador. Contra a Grécia, perante milhares de portugueses, perante o Estádio da Luz cheio, Portugal perdeu a final. O grande título de selecções que faltava a Figo nunca chegou a ser conquistado. Foi o mais perto que esteve. Depois voltou à selecção para o Mundial 2006, onde Portugal ficou em 4º.

Jogou no Inter nos últimos 4 anos da carreira magnífica que teve. Apesar de já estar em fase descendente, fez grandes exibições e deu muitos pontos ao clube milanês.

Figo deixou as suas marcas no futebol internacional. Para milhões de portugueses, apenas Eusébio o supera na "classificação" dos melhores jogadores portugueses. Cristiano Ronaldo ao pé de Figo não é ninguém. Este homem foi um senhor do futebol, quase sempre correcto com os jornalistas e árbitros, sempre com grande profissionalismo e sempre com uma grande postura. Figo foi assim.

Obrigado por tudo!



* Taça de Portugal: 1995

Barcelona

* La Liga: 1997-98, 1998-99
* Copa do Rei: 1997, 1998
* Supercopa da Espanha: 1996
* Taça dos Clubes Vencedores de Taças: 1997
* Supercopa Europeia: 1997
Real Madrid

* La Liga: 2000-01, 2002-03
* Supercopa da Espanha: 2001, 2003
* Liga dos Campeões da UEFA: 2002
* Supercopa Europeia: 2002
* Campeonato Mundial de Clubes: 2002
Internazionale


* Serie A: 2005-06, 2006-07, 2007-08, 2008-09
* Coppa Italia: 2006
* Supercopa da Itália: 2005, 2006, 2008

Individuais

* Ballon d'Or: 2000
* Melhor jogador do mundo pela FIFA: 2001
* Melhor jogador do mundo pela FIFA: (2º lugar) 2000
* Prêmios da Copa do Mundo FIFA: 2006
* FIFA 100
* Equipa do ano da UEFA: 2003
* Jogador português do ano: 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000
* Bola de Ouro portuguesa: 1994
* Melhor jogador português nos últimos cinco anos (A Bola)

Na selecção portuguesa:

o Europeu de 2000 (3.º lugar);
o Europeu de 2004 (2.º lugar);
o Mundial de 2006 (4.º lugar)

Luís Figo ficou em 30º lugar na lista dos 100 maiores portugueses de sempre, no programa "Os Grandes Portugueses".

terça-feira, 20 de outubro de 2009

"Que me la chupen!"

Na passada quarta-feira, a Argentina garantiu o apuramento directo para o Mundial da África do Sul. Ganhou 1-0 no Uruguai, com um golo de Bolatti, jogador mal compreendido no Dragão, que brilha nos campos argentinos.

No Uruguai, Maradona mandou-se para a piscina, mergulhou sem pensar na chuva que alagava o relvado, numa escorregadela de sonho, terá pensado ele. O momento por que ele tanto tinha esperado, chegava. Ele e milhões de argentinos. Na Argentina, há aqueles que idolatram Maradona e os que odeiam: o 8 ou o 80. Os seus seguidores poderão agora festejar.

Mas o futuro d'"El Pibe" não será um mar de rosas. O agora treinador parece não mudar hábitos nem ganhar responsabilidade. Dorme até ao meio-dia, não fala para Messi e parece não ser muito bom a nível táctico (alguns jogadores dizem que as suas tácticas são bastante básicas). Maradona disse procedeu, a seguir ao jogo, às seguintes declarações: "aos jornalistas, com perdão para as senhora que ouvem isto, querem que me chupem. Porque o que vocês fizeram, não deve ser feito a ninguém. Agora continuem a mamar!".

Por um lado, compreendo Maradona. El Pibe foi literalmente perseguido por jornalistas assassinos, sempre à procura de deitar abaixo o treinador argentino. E não se deve fazer a ninguém, de facto, aquilo que fizeram a Maradona. Mas por outro lado, o antigo 10 da selecção deve assumir responsabilidades, pois já tinha idade para ter mais juízo.

Agora Maradona vai ter um processo disciplinar. E vai ter de responder pelo que disse. Mas eu compreendo-o perfeitamente... Mesmo, os jornalistas conseguem ser muito irritantes.

domingo, 18 de outubro de 2009

FC Porto, os momentos tácticos de Jesualdo

Agora, este ano, parece haver uma mudança no topo da tabela. o Braga anda por cima, em troca com o Sporting. E tem havido, nso últimos anos, bastante oscilação entre Benfica e Sporting. Mas no Dragão mora uma equipa ganhadora, habituada anualmente ao topo da tabela.

Este ano tenta o penta-campeonato com o prof.Jesualdo Ferreira. Treinador experiente, pragmático, que opta normalmente por riscos mínimos e pela eficiência. Pelo 4º ano consecutivo, o professor foi obrigado a reconstruir a equipa.A perda de Cissokho não conta. Álvaro é um jogador semelhante, com a vantagem que defende melhor.

Mas perdeu Lucho e Lisandro. O dois jogadores que dançavam o tango no relvado do Dragão. Belluschi e Falcão são jogadores diferentes. Ontem li uma crónica de Luis Freitas Lobo e pensei nisso mesmo. Este ano, a diferença nas exibições de Meireles, é que ele já não tem Lucho ao seu lado a trabalhar em conjunto. Tem um Belluschi que precisa que trabalhem para ele. Aqui mora a principal diferença deste novo FCP. Fernando, esse, sempre o mesmo, com exibições regulares e de grande eficácia.

Falcão e Lisandro também são muito diferentes. E isso influi com Hulk. Por isso se pede Rodriguez. Mas indo à diferença entre os dois pontas-de-lança, verifica-se sobretudo que Falcão é um jogador que joga sem medo ente os centrais, e é mais fixo no terreno. Um jogador mais de área. Lisandro não. Joga mais no espaço, abria espaço para Hulk entrar em diagonais diabólicas pela área, depois de deixar para trás meia equipa adversária. Isso permitia maior mobilidade e maior heterogeneidade na lista de marcadores da equipa: o ano passado, chegou a haver uma altura em que Lisandro, Hulk, Farias e Rodriguez seguiam com 6 golos no campeonato. Lisandro é um jogador mais completo e não dava por perdida uma única bola. Falcão também é um pouco assim, à semelhança dos sul-americanos, mas não tanto como Licha.

Depois, é necessária a entrada de Rodriguez para Hulk render mais. Com Rodriguez o FC Porto pode jogar em diferentes sistemas tácticos dentro de campo, sem mexer nos jogadores. Basta mexer as peças. Rodriguez fica facilmente interior, podendo Belluschi assumir em pleno as funções de nº10. Hulk poderia então praticar o seu melhor futebol. E toda a equipa ganha com isso. Jesualdo sabe da importância de Rodriguez. Todos sabem. Agora que está em condições, tem de recuperar a sua melhor forma.

E qu bom para o Porto seria ter aquela frente de ataque toda na melhor forma...

sábado, 17 de outubro de 2009

André Vilas Boas... A solução para o futuro?

Esta semana, a direcção da Académica desvendou o nome do novo treinador: André Vilas Boas. Uma surpresa para todos os adeptos e simpatizantes academistas. Mas se calhar um nome que agrada mais do que qualquer outro dos que tenham sido ventilados pela imprensa: Faquirá, Ulisses Morais ou Carvalhal...

Desde já porque Vilas Boas aprendeu com um mago: José Mourinho. Faz lembrar o seu mestre, quando este foi contratado pela U.Leiria ainda jovem, depois de aprender com Bobby Robson e Van Gaal. E Vilas Boas fez um discurso de apresentação decidido: disse que já tinha a ideia da equipa, os métodos a introduzir e que algumas coisas iam mudar. Sem medo e directo nas palavras.

André Vilas Boas fez hoje 32 anos. É o treinador mais jovem na 1ªliga. Mas as ligações a Mourinho fazem sonhar os adeptos da Briosa. Se ele aprendeu bem, vai ser um caso sério. Amanhã será o primeiro teste. Ainda não é campeonato, é certo. Mas é Taça. E chegar longe na Taça é um objectivo da Académica. Vem cá o Portimonense e o novo treinador já mexeu na convocatória. Mandou fora Hélder Cabral, André Fontes e Vouho e, felizmente, fez regressar João Ribeiro e Pedro Costa. E regressem também à titularidade. Que Sougou e Miguel Fidalgo façam parte do onze. Que Tiero jogue no meio-campo, ao lado de Cris e Nuno Coelho. Que Nereu fique na baliza. E sobretudo, que a Académica ganhe.

Estes são os desejos dos associados da Briosa. Que vençamos sem grandes problemas e que a equipa pratique bom futebol. Não se pede o tempo de Domingos. Mas pede-se, apenas, um tempo bom.

Boa-sorte André!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Siga-se o play-off, meus amigos!

Portugal está finalmente apurado para o play-off de apuramento para o Mundial 2010. Agora sim, é real. Mas Portugal bem poderia ter evitado tanta aflição e tão mau lugar.

Portugal partia como favorito a uma vitória no grupo. Claro favorito, que teria dois escandinavos como adversários. Suécia e Dinamarca. Todos temiam a selecção de Ibrahimovic mas foram os dinamarqueses que nos passaram a perna.
Podemos pensar, claro, que se Portugal tivesse ganho em casa á Dinamarca, estávamos apurados. Mas o futebol não é feito de "se"'s e agora encaramos o play-off como a solução menos má.

Depois de abrir o apuramento a ganhar em Malta por 4-0, Portugal passou pelo primeiro dissabor ao ser derrotado pela Dinamarca, 2-3. Uma catástrofe vista a maneira como esta derrota se processou. Na Suécia, o empate a 0 foi visto como bom. O problema foi depois. Dois 0-0 em casa, frente a Albânia e a suecos.

Mas depois, a vitória em Tirana relançou Portugal no encalço do apuramento. Aquele golo no último segundo de Bruno Alves, aquele frango do guarda-redes albanês, levou Portugal à renovação da esperança. Restava agora ganhar os 4 jogos. Mas um empate na Dinamarca, colocou-nos a depender da Suécia e dos seus precalços para conseguir o play-off. Em Malta, quase que acontecia. Aos 81 minutos, um auto-golo do capitão maltês Azzipardi, deu os 3 pontos à Suéciae adiou a passagem de Portugal (que venceu na Hungria) para 2º. Essa passagem deu-se no último sábado. Na Luz, Portugal resolveu tirar a barriga de misérias e vencer por 3-0, uma Hungria que se viu envolvida na luta pelo apuramento graças a um calendário que concentrou os jogos mais fáceis logoao início.
A Suécia foi derrotada na Dinamarca. E Portugal festejou. Estamos no play-off.

Agora, quem escolher? Difícil, muito difícil.

Olhando para Ucrânia, Bósnia, Irlanda ou Eslovénia, vemos adversidades em qualquer uma delas.

Começando pelos ucranianos, Shevchenko parece estar de regresso, formando dupla de respeito com Milevskyi. É preciso lembrar também que esta Ucrânia eliminou a Croácia do Mundial. Ganhou à Inglaterra por 1-0 e agora vê-se não cabeça-de-série.
O ambiente ucraniano é muito hostil e as condições climatéricas não são as melhores.
Para muitos comentadores de futeobl, será o principal adversário a evitar.

Depois, temos a Bósnia. A Bósnia que não é tão fácil quanto parece. Para mim, é tão ou mais forte do que a Ucrânia. Aquele ataque, constituído por Dzeko, Ibisevic, Misimovic e Pjanic (Lyon) mete respeito a qualquer um. Com apenas menos 3 golos marcados do que a Espanha, a Bósnia tem em Dzeko a principal estrela. Marcou 9 golos na fase de qualificação e promete a fazer a cabeça de Ricardo Carvalho em água. Com um assistente como Misimovic, a dupla do Wolfsburgo pode fazer muitos estragos. Além disso, é também um ambiente muito muito difícil, com adeptos fanáticos, tipicamente balcã.

Quanto à Irlanda, é de ter muito medo. Não é que tenha grandes individualidades, mas tem um fortíssimo colectivo. Equipa que foi europeizada pela "Velha Raposa" Giovanni Trapattoni, não perdeu um (!) único jogo na fase de apuramento. Em dois jogos com a Itália, dois empates. Um deles, na Irlanda, sofrido no último minuto. Tem uma forte defesa, sofrendo uma média inferior a 1 golo por jogo. O guarda-redes Shay Given e Robbie Keane são as principais estrelas desta selecção. Para mim, o mais difícil dos quatro possiveis.

A Eslovénia era o que eu queria. Apesar do clima e do ambiente, a Eslovénia é bastante inferior a Portugal. Tem uma defesa muito forte, com 4 golos sofridos, mas no ataque tem algumas dificuldades de transição, podendo ser facilmente dominada pelo meio-campo português (sobretudo se jogarmos em losango). Novakovic, ponta-de-lança, é a grande estrela desta equipa (5 golos na qualificação).

Segunda veremos quem nos sai. Zurique, a palavra é vossa.

domingo, 11 de outubro de 2009

Obrigado Jakobsen!

Será um pouco injusto este texto ter este título. Mas realmente, quando ontem o speaker gritou "E VAMO-NOS LEVANTAR PARA GRITAR GOLO DA DINAMARCA!", houve a 1ªgrande explosão de alegria da noite de ontem. Jakobsen marcava e a selecção entraria mais tranquila, com a consciência que bastava a vitória para o Mundial ficar a um dedo de distância.

Caso para se dizer "Obrigado Jakobsen!". E a selecção entrou em campo com Pedro Mendes, Meireles e Simão, para além dos 8 já esperados. E bendita a hora em que Pedro Mendes entrou em campo. O jogador do Glasgow Rangers fez um jogaço, e fez bem melhor do que Pepe naquela posição. Ficam na memória dois cortes providenciais depois de falhas de, respectivamente, Bosingwa e Duda.

E por falar em Duda, que jogo tão mau. Os "D's" da selecção, Duda e Deco, estiveram muito infelizes e a selecção ressentiu-se, sobretudo, da falta do Deco a que todos estamos habituados. Mas a selecção entrou com garra, à espera de um golo madrugador. Aconteceu aos 17', depois de uma insistência de C.Ronaldo, rematou e Babos largou para Simão encostar. O público tranquilizou-se, a equipa também. Mas corremos o perigo de adormecer.

Isso aconteceu até ao intervalo. A selecção errou alguns passes, Deco estava desinspirado, as incursões de Duda eram péssimas. Ronaldo saiu aos 27 minutos para entrar Nani. A Hungria mandou à barra, por culpa de Eduardo, em cima do intervalo.

A selecção voltava com outra atitude. Mas Deco continuava sem jogar. Não se percebe como não foi substituído. Mas se até aos 75' a selecção não marcasse, entraríamos no sufoco habitual. Um golo é pouco. E a selecção procurou o segundo.

E conseguiu-o aos 74 minutos, mesmo antes do tempo se esgotar. Foi Liedson que foi imensamente aplaudido antes do jogo e quando foi substituído. Também a ele temos de agradecer a tranquilidade. E pouco depois, Simão fecharia o marcador em 3-0.

Só achei uma vergonha, Carlos Queiroz ter sido muito assobiado antes do jogo e o estádio não estar cheio num jogo decisivo. Eu sentei-me relativamente perto de um daqueles homens que antes do jogo está pronto a aplaudir a equipa mas que depois de um passe errado no primeiro minuto, assobia a equipa o resto do jogo. É muito irritante. Aquele homem de óculos passou o jogo a dizer "Ponham o Eusébio". Mas o Pantera não foi necessário, pois Simão queria voltar em grande à Luz.

E assim foi. Portugal merece... Rezemos para que a Ucrânia ganhe a Andorra, para sermos cabeças-de-série no sorteio do play-off.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Portugal, é a hora

Amanhã vou à Luz. Portugal-Hungria será o jogo que apadrinha a minha estreia na Catedral. Às 20:45, os portugueses já saberão o resultado do Dinamarca-Suécia (19h).

Portugal terá de ganhar. Por mais do que um golo, de preferência, para assegurar vantagem no goalaverage em relação à Suécia. Pepe não está disponível por castigo, Tiago está lesionado e alguns jogadores sentem-se fatigados neste início de época. Mas mais do que nunca, Portugal precisa de ganhar. Fazer o que lhe compete. Fazer aquilo que não fez ao longo de todo o apuramento. Ganhar em casa.

A selecção portuguesa parece ter grandes problemas em conciliar boas exibições com bons resultados. Portugal precisa de ganhar dois jogos em casa. Até agora, empatou dois e perdeu um. Azar? Já estou farto de falar nisso. Paremos de falar no azar.

Agora parece haver mais soluções no plantel nacional. Pedro Mendes e Edinho foram convocados à cautela. Boas escolhas. Só me parece que Hugo Viana e Ruben Micael já mereciam uma chamada. Nuno Assis ficaria, assim, de fora. E chamar Quim, titular no Benfica, em vez de Beto, suplente no FC Porto; Peixoto já vem tarde e por isso será suplente.

A selecção de todos nós, na minha opinião, devia jogar em losango. Esta seria a minha aposta: Eduardo; Bosingwa; Ricardo Carvalho; Bruno Alves; Paulo Ferreira; Veloso; Moutinho; Nani; Deco; C.Ronaldo e Liedson.
Bosingwa seria o lateral mais ofensivo: ataca muito bem a além disso, Moutinho não é tão atacante como Nani. Bosingwa, com as suas subidas em comboio, tornaria-se quase um extremo no movimento ofensivo. P.Ferreira daria o equilíbrio necessário. Com Nani em campo, Portugal poderia adoptar, sem mexer nos jogadores, um 4x2x3x1 sempre que quisesse.

Carlos Queiroz pede casa cheia, mas é difícil. Mas, mais do que nunca, a selecção precisa de apoio até ao último segundo. Até que o árbitro apite, a Luz deve estar em ebulição. Há 3 anos, vi em Coimbra, um Portugal-Cazaquistão. E o estádio encheu e gritou até ao último minuto. Só peço que se repita.
Para bem de todos nós. Um Mundial sem Portugal, França ou Argentina não é a mesma coisa, ao contrário do que Joseph Blatter diz. Não por ser C.Ronaldo, nem Ribery nem Messi, mas por serem selecções que aumentam a emoção e a competitividade.

Queiroz, ao que parece, irá apostar num losango com Duda a lateral-esquerdo, Meireles e Simão em vez de Nani e Moutinho. Para mim, os jogadores do Sporting tornam-se obrigatórios num losango. Estão mais rodados e já conhecem bem o sistema táctico. Meireles não é jogador para losango. Por isso a minha escolha. Depois Paulo Ferreira, pela experiência que tem, deveria tomar o lugar de Duda. Isto porque Peixoto já vem tarde. Depois, entre Nani e Simão, Queiroz que escolha.

É amanhã. Amanhã se saberá quem PROVAVELMENTE vai ao play-off de apuramento. Os dados estão lançados. Será que a sorte estará do nosso lado?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A encruzilhada táctica do Sporting

Bem, está na altura de falar do Sporting. Ou pelo menos DESTE Sporting.
Paulo Bento já comanda os leões há mais de 4 anos. E ao longo destes 4 anos, Paulo Bento sempre adoptou a mesma estratégia: 4x4x2 em losango. 4 anos. Sempre a mesma táctica. E não será que está na hora de mudar? Eu acho que sim.

O Sporting tem poucos jogadores muito bons (5) e alguns jogadores bons (7). De resto, há jogadores que até podiam jogar no Marítimo (André Marques, Pedro Silva, Saleiro, por exemplo). Vi ontem o "Trio de Ataque" na RTP N, e o próprio adepto do Sporting, Rui Oliveira e Costa, disse isso. Na baliza, Rui Patrício parece ser a natural opção para a baliza. Ricardo Baptista foi mal aproveitado.
Na defesa, Abel não parece ser o lateral-direito necessário para um losango e Pedro Silva é péssimo para um grande. Na esquerda, Grimi e Caneira são suplentes de André Marques, que é o pior dos três. Será que Bento não vê isso?

No meio-campo, Adrien e Pereirinha precisam de ser trabalhados e neste meio-campo residem os mais fortes jogadores do Sporting. Veloso, Moutinho, Vukcevic, Izmailov e Matías Fernandez dão garantias de futuro, sendo jovens e de boa qualidade. No ataque volta a mediania: Liedson, um goleador e Yannick como bom apoiante. Depois, restam Caicedo, Postiga e Saleiro.

Torna-se enfadonho ver o clube de Alvalade a jogar. A equipa desencontra-se tacticamente, recua perante uma vantagem de 1-0 contra clubes pequenos, não se entende algumas escolhas, como Postiga em vez de Djaló ou A.Marques em vez de Caneira ou Grimi.

Não seria altura para experimentar um 4x2x3x1?? Quando Izmailov voltar, será a única maneira de reunir os 6 melhores jogadores do Sporting. Moutinho a jogar como 8, Veloso como 6, juntando-se os dois no movimento defensivo e subindo Veloso aquando do ataque. Na direita, com o russo lesionado, jogaria Yannick, com técnica e velocidade. Na esquerda, claro, Vukcevic e no centro, Matías. À frente, Liedson, o Levezinho.
Esta seria a minha escolha.

Mas falar é fácil. Explico a minha escolha com mais vantagens, para além da reunião dos 6 melhores:

-O 4x2x3x1 permite ao Sporting ter maior equilíbrio defensivo e permite ao meio-campo ter maior frescura física ao longo do jogo. No losango, tal como o do Benfica, o Sporting quase que fica a jogar num quadrado, com Moutinho e Veloso lado-a-lado. Depois, quando os leões recuperam a bola, Matias faz diagonal da direita para o centro e Moutinho do centro para a direita. Ainda para mais, obriga Veloso a ter mais trabalho no transporte da bola.
Num 4x2x3x1, Moutinho seria o transportador e teria Veloso perto de si para o ajudar. Depois, é mais fácil ter apoio defensivo do meio-campo, visto que haveria 1 homem a mais do que no losango. Moutinho estaria destinado a maior ajuda defensiva.

- Os laterais do Sporting não exploram as suas qualidades ao máximo num losango. Abel, na direita, teria mais liberdade para subir, ajudando Izmailov/Yannick e tirando cruzamentos que o tornaram famoso no Sp.Braga e no Sporting. Caneira, a minha opção para a esquerda, asseguraria o equilíbrio defensivo. Além do mais, o Sporting, com Caneira, poderia jogar várias vezes com uma defesa de 3 homens, pois o português já está bastante rotinado.

-No movimento ofensivo, quando Matias subisse mais um pouco para apoiar Liedson, Moutinho poderia subir mais. Moutinho jogando no centro, jogaria com muito mais qualidade, como ele já o provou várias vezes. Moutinho não tem liberdade para se mostrar na direita, mas no centro a história seria outra.

- Num 4x2x3x1, os alas Izmailov e Vukcevic ganham muito protagonismo, pois a bola roda mito mais pelo meio-campo.

Julgo que o Sporting deveria jogar assim. Será que não está na altura de mudar?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

7ªjornada

Fim-de-semana prolongado, mais uma jornada.

Jornada em que se voltou a destacar o Sp.Braga por se manter só com vitórias; onde a Naval se destacou com duas vitórias seguidas; onde pela negativa, se voltaram a destacar Académica e Sporting.

Na 6ªfeira, Académica-Marítimo jogavam por uma vitória que seria fundamental para qualquer das equipas. O Marítimo por se estranhar muito andar por onde anda: Baba, Marcinho ou Manu, entre outros, não são jogadores para lutar pela manutenção. A Académica por não querer estar em último por mais tempo. Mas a sorte foi do Marítimo... Sorte talvez não. Os madeirenses fizeram por merecer os 3 pontos, ganharam 4-2 e mostraram todo o seu potencial.
A Briosa afunda-se cada vez mais e o técnico Rogério Gonçalves foi para a rua. Já vai tarde. A mudança é necessária para moralizar um bom plantel. Ricardo tem de sair da baliza, Emidio tem de dar o lugar a Pedro Costa, Tiero tem de voltar a 10, Sougou e Amaury têm de tomar conta das alas definitivamente. Miguel Fidalgo a ponta.

Depois, veio Sábado. Dois jogos. A Naval venceu o Rio Ave por 3-2. Grande resultado para os figueirenses. Kerrouche bisou pela segunda semana consecutiva e a Naval bem lhe pode agradecer já levar 7 pontos na Liga. Levaria 1 se não fosse o franco-argelino...

Em Braga, o Sporting local voltou a ganhar. Domingos e os seus pupilos levam 7 vitórias em outros tantos jogos e Luís Carlos facilitou, e de que maneira, a tarefa dos arsenalistas quando foi expulso aos 35 minutos, numa fase em que o jogo estava equilibrado. Paulo César e Hugo Viana marcaram os golos.

Leixões venceu por 3-2 a União de Leiria, com uma bela entrada de Zé Manel (68'), com um golo e grande exibição.

Depois veio o Sporting. E mais uma vez o desespero dos seus adeptos. 0-0, bom jogo. Mas não chega. O Sporting afunda-se cada vez mais. É necessários Izamilov para mudar o futebol sportinguista. 4x2x3x1 pede-se em Alvalade. Patrício, Abel, Grimi, Tonel, Carriço, Veloso, Moutinho, Vukcevic, Izmailov, Matias e Liedson seria a minha equipa no clube verde-e-branco. Paulo bento precisa de entender as características tácticas de cada jogador, encaixa-los e encontrar as melhores para as faixas, onde tantas dificuldades o Sporting tem tido. Veremos se há reacção.

Em Olhão, o FC Porto ganhou tranquilamente, apesar do Olhanense merecer, pelo menos, perder por menos. Ukra e Rabiola mostraram-se em grande nível, mas Falcão também...
E os dragões venceram justamente.

O Nacional venceu 2-0 o Guimarães com bis de penalty de Edgar Silva. E em Paços de Ferreira, uma grande 1ºparte do Benfica permitiu uma vantagem de 3 golos, que se limitou a gerir na 2ªparte. Carlos Martins e Cardozo marcaram dois golos fantásticos.

Onze da jornada: 3x4x3

Nélson (Belenenses) - Segurou o nulo em Alvalade. Fica na memória aquela defesa a remate de Grimi. Teve um punhado de boas defesas e garantiu um ponto à turma de Belém
Bruno Alves (FC Porto) - O Olhanense tem um bom ataque e ficou em branco a jogar em casa. O capitão portista contribuiu para isso e ainda foi lá acima imitar Falcão, numa portentosa cabeçada.
David Luiz (Benfica) - O brasileiro demonstra índices de confiança elevadíssimos. Abriu o livro na Mata Real.
Moisés (Sp.Braga) - Mais uma vitória do Braga, mais um jogo sem sofrer golos. Na ausência de Rodriguez, é o brasileiro que assume o comando da defesa. Está-e a safar muito bem.
Vandinho (Sp.Braga) - Mais uma boa exibição do trinco dos bracarenses.
Belluschi (FC Porto) - Talvez a melhor exibição no campeonato. Jogou, criou, passou e fez tudo o que um bom "10" deve fazer.
Carlos Martins (Benfica) - Se o Benfica fez uma grande 1ªparte, bem pode agradecer ao regressado português. Um golaço a fazer lembrar os velhos tempos.
Ruben Micael (Nacional) - Se Assis foi chamado à selecção, porque não Ruben Micael ou Hugo Viana? Ruben já merece uma chamada há muitooo tempo.
Baba (Marítimo) - O senegalês é jogador que não merece andar pelos últimos lugares da tabela. E portanto, tenta tudo para não lá estar. Bisou, os madeirenses que agradeçam.
Kerrouche (Naval) - Segundos bis consecutivo, e a Naval lá vai subindo na tabela...
Falcão (FC Porto) - Um craque. Chega?


Figura da jornada : Kerrouche (Naval) - segundo bis consecutivo, a Nval sobe lugares à custa do franco-argelino. Promete muito, veremos se vai confirmar.

Golo da jornada: Cardozo (Paços-Benfica, 40')

Treinador da jornada: José Mota (Leixões) - No confronto com o seu amigo Manuel Fernandes, levou a melhor. Vitória muito importante para os matosinhenses, que respiram melhor.

Momento da jornada: David Luiz (Paços-Benfica, 3') - Falava-se que o Benfica ia começar a cair no campeonato, depois da derrota em Atenas. David Luiz respondeu com um cabeceamento fulminante que abriu caminho à vitória por 3-1.

Equipa da jornada: Naval - segunda vitória consecutiva dos figueirenses. Começam a mostrar que se calhar não são tão maus quanto se pensava.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Senhores da Bola II - Pelé


Edson Arantes do Nascimento nasceu a 23 de Outubro de 1940 em Três Corações, Brasil.
Ficou conhecido na história do futebol como Pelé e mais do que isso, ficou conhecido por ser o Rei do Futebol e o melhor jogador de todos os tempos, para muita gente.

Pelé começou a sua carreira com 11 anos, nos campos de Bauru, no interior de São Paulo. Ninguém poderia imaginar que dali sairia um craque que, a par de Eusébio e George Best, marcaria uma era no futebol mundial. Pelé dizia que o seu sonho era jogar tão bem como o pai, Dondinho (na foto). Mas Pelé não só jogou muito melhor que o pai, mas também jogou melhor que qualquer outro jogador da história do futebol.

O dia 8 de Agosto de 1956 marcou uma nova etapa para o Rei. O Santos, considerado um dos maiores clubes brasileiros, acabava de o contratar e apenas um mês depois, já se estreava na equipa principal num amigável contra o Corinthians de Santo André.
Em 1957, Pelé estreia-se na selecção brasileira e leva-a à conquista da Copa Rocca, competição criada em 1913 e que era disputada entre Argentina e Brasil. As pessoas começaram-se a aperceber do valor do miúdo Edson.

Pelo Santos, no primeiro Campeonato Paulista que disputou, marcou 36 golos em 57 jogos. Ele próprio disse que era uma grande conquista para um miúdo de 16/17 anos, ainda para mais sendo a primeira grande competição de clubes que disputava.

E em 1958, Pelé tinha a primeira grande oportunidade de conquistar um grande título pelo Brasil. O Campeonato do Mundo. O Rei havia prometido ao seu pai, em 1950 e aquando da derrota do Brasil na final contra o Uruguai, que iria conquistar uma Mundial para o seu pai. E ele assim o fez. Pelé passou a fase de grupos em branco, mas na fase a elminar foi decisivo. Nos 1/4 marcou o único golo da vitória por 1-0 contra o País de Gales; na meia-final, contra a poderosa França de Juste Fontaine, Pelé fez um hat-trick e mostrou-se ao Mundo. O Brasil ganhou por 5-2; por fim, na final contra a Suécia, em Estocolmo, o Brasil massacrou novamente, ganhando por 5-2, com dois golos de Pelé. Este mágico jogava ao lado de Garrincha e Zito e o Brasil era praticamente invencível.

Em 1959, o Rei recebeu vários convites do exterior, mas preferiu ficar a actuar no seu país, para grande agrado dos seus compatriotas.
E em 1962, mais uma grande conquista pelo Santos: a primeira Libertadores, onde o Santos, e claro, Pelé, brilhou. Goleou o Peñarol (bi-campeão sul-americano) na final por 3-0. Caetano fez um auto-golo e Pelé resolveu na 2ªparte, bisando na partida.
Também em 62, o Santos iria ganhar o Campeonato Internacional de Clubes. Venceria o Benfica em duas mãos. Na primeira, no Brasil, ganhou por 3-2, com um bis de Pelé. E na 2ª mostrou-se ao Mundo, com a vitória por 5-2 em Lisboa! O todo-poderoso Benfica era massacrado por brasileiros endiabrados. Mas aqui Pelé brilhou ainda mais. Marcou um hat-trick e deu cabo de Costa Pereira, guardião do Benfica.

http://www.youtube.com/watch?v=ZZBw_3CCevw
http://www.youtube.com/watch?v=-5Dw8TWMJik&feature=related

Nesse mesmo ano de 1962, o Brasil viria a ser bi-campeão Mundial no Chile. O Rei falhou a fase a eliminar por uma distensão muscular, mas deu o seu contributo na fase de grupos. O Brasil ganhou 3-1 à Checoslováquia de Josef Masopust. Era o auge do futebol brasileiro até aquela altura. Jogavam Pelé, Garrincha, Vava, Zagallo, Amarildo e Jair, passeando o perfume do futebol canarinho. Aquele Brasil marcou uma era. E Pelé marcou a eternidade.

E em 63, bi-campeão sul-americano pelo Santos. Santos e Pelé eram quase a mesma coisa. Mas em 66, Eusébio iria vingar a derrota de 62. No Campeonato do Mundo, em Inglaterra, onde Portugal viria a ficar em 3º, Portugal deu um baile de futebol aos brasileiros e vencemos por 3-1, com bis de Eusébio e um de Simões. O Brasil ficava assim de fora da fase a eliminar, ultrapassado por Portugal e Hungria. Foi o pior momento da sua carreira, diz o Rei.

Em 70, talvez o melhor Brasil de todos os tempos. AQUELE Brasil! Para além de Pelé, Jairzinho, Tostão (na foto com Pelé), Clodoaldo, Rivelino e Carlos Alberto. Futebol de ataque ao mais alto nível. Na final, a Itália foi reduzida a cinzas. 4-1 foi o resultado. Fachetti, Beninsegna ou Mazzola foram reduzidos a nada. Meros espectadores do futebol mágico que o Brasil mostrava. Em 71, a despedida da selecção.

Voltando à glória no Santos, Pelé chegou aos 1000 golo em 1969, altura da crise académica em Portugal. No Brasil era altura de festa. Dia 19 de Novembro fica para a história. Santos-Vasco. Maracanã. E penalty sobre Pelé! E ele ia marcar. Atirou e golo!! Era o milésimo. Aquele que ele queria e todos queriam. Em 74, a despedida do Santos. Fica para a história a imagem do Rei no meio do relvado a pedir perdão aos adeptos, de braços abertos com a bola ao seu lado.

http://www.youtube.com/watch?v=YTXkxgYlSkI

Foi o Rei do futebol.

A Carreira

Nome: Edson Arantes do Nascimento
Posição: meia-atacante
Idade: 59 anos
Filiação: João Ramos do Nascimento (Dondinho) e Celeste Arantes do Nascimento
Data e Local de Nascimento: 23/10/1940, em Três Corações (MG)- Brasil
Altura: 1,725 m
Peso: 75 KG
Chuteira: 39
Estréia como profissional: Santos FC 7 X 1 Corinthians de Santo André
Internet: www.pele.com.br
Jogos: 1365 jogos
Gols: 1.281 gols
Jogos pelo Santos: 1116 jogos
Gols pelo Santos: 1.091 gols
Jogos pela Seleção
Brasileira: 114 jogos
Gols pela Seleção
Brasileira: 95 gols
Clubes: Santos FC (1956 a 1974) e Cosmos (1975 a 1977)

Títulos

Campeonato Paulista: 1958/60/61/62/64/65/67/68/69/73
Torneio Rio-São Paulo: 1959/63/64/66
Taça Brasil/ Robertão: 1961/62/63/64/65/68
Taça Libertadores da América: 1962/63
Mundial Interclubes: 1962/63
Torneio Tereza Herrera: 1959
Torneio Pentagonal do México: 1959
Torneio de Valência: 1959
Torneio Dr. Mario Echandi: 1959
Torneio Giallorosso: 1960
Torneio Quadrangular de Lima: 1960
Torneio de Paris: 1960/61
Campeão do Torneio Itália 61: 1961
Campeão do Torneio Internacional da Costa Rica: 1961
Campeão do Torneio Pentagonal de Guadalajara: 1961
Campeão da Taça das Américas: 1963
Campeão do Torneio Internacional da Venezuela: 1965
Campeão do Torneio Hexagonal do Chile: 1965, 1970
Campeão do Torneio Internacional de Nova York: 1966
Campeão do Torneio Pentagonal de Buenos Aires: 1968
Campeão do Torneio Octogonal do Chile: 1968
Campeão do Torneio da Amazônia: 1968
Campeão do Torneio de Kingston: 1971
Campeão do Torneio Laudo Natel: 1974
Campeão Mundial de Seleções: 1958 - Brasil, 1962 - Brasil, 1970 - Brasil
Campeão da Copa Rocca: 1957 - Brasil, 1963 - Brasil
Campeão Sul-Americano Militar: 1959 - Seleção das Forças Armadas Brasileiras
Campeão Brasileiro de Seleções: 1959 - Seleção Paulista
Campeão da Copa Oswaldo Cruz: 1958 - Brasil, 1962 - Brasil, 1968 - Brasil
Campeão da Copa Bernardo O´Higgins: 1959 - Brasil
Campeão Norte-Americano: 1977

domingo, 4 de outubro de 2009

A falta de três pilares

Amanhã, em Paços de Ferreira, o Benfica vai enfrentar o primeiro teste em que se vê condicionado pela falta de três titulares indiscutíveis. São eles Maxi, Di Maria e Aimar.

Uruguai e Argentina encarregaram-se de "roubar estes três aos encarnados que ainda tiveram a sorte de ver Paraguai e Brasil dispensarem Cardozo, Luisão e Ramires. 6 titulares seria demais.
ou Carlos M
Mesmo assim, o Benfica vê-se privado de 1 jogador importante e 2 fundamentais. Maxi é o primeiro caso. Tudo bem que faz falta pela regularidade e segurança que dá ao flanco direito encarnado, mas Ruben Amorim, como solução de recurso, também pode oferecer garantias.
Mas os outros dois casos são diferentes: Di Maria e Pablo Aimar são os criativos do meio-campo encarnado. Angelito com fintas e Pablito com passes, fazem as melhores jogadas das águias e são os dois maiores pensadores de jogo do futebol encarnado.
Ambos convocados por Diego Maradona, o regresso de Aimar à selecção representa um prémio pela classe que tem dado ao SL Benfica.

Em Paços de Ferreira, contra uma equipa forte em casa e que já mostrou que pode criar problemas a equipas maiores (vejam os jogos com o FCP e com o Sporting), o Benfica terá de fazer um jogo de paciência e chegar à vitória. Amorim assumirá as despesas de defesa-direito, Coentrão ocupará a faixa esquerda e Menezes (provavelmente) ou Carlos Martins assumirão a posição habitualmente ocupada por Aimar. Os restantes serão os habituais: Quim, Luisão, David Luiz, Peixoto, Javi Garcia, Ramires, Cardozo e Saviola. Resta saber, se sem os argentinos, o Benfica conseguirá fazer as exibições a que já nos habituou e de grande pendor ofensivo.

sábado, 3 de outubro de 2009

Académica, um problema inexplicável

Ontem deu-se mais uma chicotada psicológica nesta liga: a segui a Azenha, Ulisses Morais e Carvalhal, foi Rogério Gonçalves a ser despedido do comando técnico da Académica de Coimbra.

Eu estive no estádio e vi o mesmo que qualquer pessoa normal viu... A Briosa jogou muito mal,os jogadores parecem ter desaprendido desde o ano passado, a equipa não se encontra no seu habitat táctico que era natural na era de Domingos. Diagonais sem sentido, o bloco baixíssimo contra uma equipa que está por baixo (Marítimo) e muita desorientação acima de tudo.

Esta foi a Académica de ontem e a Académica de Rogério. Desde o início que foi um treinador contestado e nunca reuniu consenso entre os adeptos e direcção. Foi Simões quem assumiu a sua contratação e isso fez com que a direcção se partisse em opiniões diferentes. A pré-época não foi muito auspiciosa mas como os amigáveis não contam para nada, toda a gente deu o benefício da dúvida.
Mas quando começou o campeonato, a Briosa entrou muito mal. Perdeu em Braga, num jogo mau, empatou em casa com o Paços num jogo péssimo e perdeu 2-0 com o Sporting, sendo que até agora, foi o melhor jogo da época.

Mas mesmo assim, Rogério continuou. E continuou da mesma maneira. A Briosa, a jogar contra 10 durante desde os 10 minutos e contra 9 desde os 63', perdeu 2-1 em Olhão, sendo que o golo daequipa foi obtido num penalty convertido por Lito.
Seguiu-se o Belenenses e quando toda a gente esperava uma vitória, os estudantes empataram a 1 novamente, voltando-se a deixar empatar, tal como tinha acontecido no jogo com o Paços. Muita contestação, assobios, lenços brancos e insultos. A massa associativa desesperava.

Na semana passada, em Vila do Conde, a Académica voltou a empatar, desta feita a 0 bolas. Mas esta semana, a situação tornou-se insuportável: depois de um jogo miserável, a Briosa voltou a perder em casa, por 2-4. E os adeptos não perdoaram nem Simões, nem Rogério. Inevitavelmente, Rogério Gonçalves foi despedido.

E está na hora da mudança. Adorava que Cajuda viesse para cá. É um treinador que não deixa os jogadores entrarem em brincadeiras e é inteligente tacticamente.

Quem não vê que Emidio Rafael está a anos-luz do que Pedro Costa pode oferecer à equipa??
Quem não vê que Tiero tem de voltar à equipa para dar alguma clarividência ao meio-campo?
Quem não vê que Sougou tem de ter mais posse de bola do que Miguel Pedro??

A Académica parece mergulhar em questões tácticas pertinentes que estão aos olhos de todos. A aposta num meio-campo forte não pode passar por Miguel Pedro. Tiero, com a sua inteligência, pode dar mais. O guarda-redes também tem de mudar. Rui Nereu parece agora a escolha ideal, visto que Ricardo joga com pouca confiança e parece não se importar se a bola entra ou não.

Parece óbvio também que Miguel Fidalgo é o ponta-de-lança que dá mais garantias. Amaury Bischoff, jogador-craque, tem de ocupar a ala esquerda do ataque. Com Sougou e Amaury no apoio a Miguel Fidalgo, Tiero pode ganhar o seu espaço na equipa, trabalhando ao lado de Cris, mas no movimento ofensivo, deslocando-se um pouco mais à frente.

Nuno Coelho parece um jogador com outra cultura de jogo, um miúdo de grande classe mas que ainda não impõe respeito necessário naquela zona. Quando o impuser, será clara a melhoria de jogo dos pretos. Paulo Sérgio, em jogos de maior pendor físico, será a escolha ideal. Sougou, quando atingir a forma a que nos habituou, começará a rachar defesas. Mas para isto tudo, é preciso que atinjam, de facto essa forma.

Como é possível explicar esta mudança de jogo? A equipa perdeu um guarda-redes, que nem sequer influi no jogo da equipa. Perdeu, é certo, o cérebro do meio-campo, Nuno Piloto. E perdeu Saleiro. Mas a Briosa não estava assim tão dependente de Piloto. Por isso, torna-se inexplicável esta mudança repentina.

A Académica de Domingos era uma equipa de futebol vistoso, que ganhava e dominava jogos, sofria poucos golos e mandava em sua casa.
A Académica 09/10 é tudo menos isso. Esperemos pelo novo "mister". Ulisses Morais, Manuel Cajuda ou Carlos Carvalhal? Veremos brevemente.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Liga Europa II

O Sporting foi o último a entrar em campo. Jogava em casa com o Hertha e era claro favorito à vitória.

Veloso na esquerda e Adrien no meio. Não vi o jogo, por isso o comentário é curto.
Pelo que ouvi, o Sporting fez um jogo mauzinho e ganhou com um golo fortuito de Adrien.
Mas agora, os adeptos nacionais têm de perceber uma coisa: assobiar a equipa só piora, meus amigos. Não sejamos ridículos, sim?

As pessoas em Portugal têm de perceber que assobiar constantemente a própria equipa só traz prejuízos e baixa a moral dos jogadores. Calem-se e pensem um bocadinho...

Liga Europa

Ontem foi dia de Liga Europa. Benfica, Nacional e Sporting averbaram os resultados possíveis no futebol. derrota, empate e vitória, respectivamente.

Na Grécia, o Benfica perdeu por 1-0 com o AEK. O Benfica começou com a equipa habitual, à excepção de Quim, e os primeiros dez minutos foram equilibrados. Mas a a partir desse momento os encarnados começaram a tomar conta do jogo. Aos 12 minutos, Di María aproveitou um ressalto da bola, para atirar um petardo ao poste da baliza de Saja. Estava feito o primeiro aviso. O AEK viu que não se podia encolher e aos 19' respondeu por Blanco numa cabeçada que rasou o poste da baliza à guarda de Júlio César.

Aos 22, Di Maria voltou a criar muito perigo, quando passou dois defesas, passou o guarda-redes mas já sem ângulo de remate atirou ao lado da baliza. O Benfica começava a controlar mas Aimar estava em dia não e as águias ressentiam-se disso mesmo. Passes falhados foram muitos pelo argentino. Depois, um problema óbvio no joggo de ontem 8e que o palhaço do Rui Santos nem sequer falou) foi o recuo exagerado dos laterais do Benfica, Maxi e Peixoto. Foram várias as jogadas em que Di Maria e Ramires (o primeiro com muito mais sucesso) tiveram de desenvencilhar sozinhos de alguns "obstáculos".
Mas mesmo assim, Di Maria voltou a fazer das suas e na resposta a uma boa jogada do AEK, cruzou para Cardozo que cabeceou ao lado.

E como quem não marca, sofre, num canto marcado aos 42' por Manduca, ex-Benfica, Majstorovic saltou mais alto que todos e facturou. Ao intervalo, o resultado era uma grande injustiça.

Durante o descanso, Jorge Jesus não mexeu na equipa e aos 50' e 52' minutos, o Benfica viu-lhe negado o golo por duas vezes, graças a Saja. Di Maria (sempre ele) e Saviola não tiveram a sorte dos gregos.
Aos 60' entraram Weldon e Coentrão, saíram Maxi (recuava Ramires para LD) e Saviola (infeliz no jogo).

E logo aos 65 minutos, Coentrão ganhou espaço, cruzou para a marca de penalty e Weldon sozinho atirou de cabeça, ao lado. O Benfica mandava, o AEK já se limitava a defender e os portugueses desesperavam por um golo.

E dois minutos depois de Weldon foi a vez de Cardozo experimentar o sabor de um remate que podia ter sido golo mas não foi. A um potente livre do paraguaio, opôs-se Saja. Aos 72' foi Coentrão, depois de uma grande jogada do Benfica, que rematou rasteiro e cruzado para uma defesa com o pé esquerdo, extraordinária. Aos 80' saiu Aimar e entrou Nuno Gomes, que nada acrescentou ao jogo. O Benfica já não conseguia pensar, ainda houve uma expulsão aos 85' de Georgeas.

O Benfica mereceu a vitória, mas esta derrota serviu para trazer o clube à Terra. No entanto, ao contrário do que os comentadores dizem, acho que o Benfica fez uma boa exibição, segura mas falhou no capítulo da finalização. Resta ver se terá consequ~encias no campeonato, que duvido.


Em Viena, no Prater, que tão boas recordações traz a Portugal, o Nacional conseguiu um empate que soube a pouco.
Aos 10 minutos, Cleber fez falta dentro da grande área e Acimovic enfrentou Bracalli. No entanto, o guardião nacionalista defendeu e manteve o nulo.

O Nacional acalmou, mostrou-se forte e seguro do seu jogo, mandou e aos 35', num golaço de Ruben Micael, inaugurou o marcador sem surpresa. A equipa ganhou tranquilidade, relaxou ainda mais e isso acabou por prejudicar a equipa. Os jogadores madeirenses ainda são muito inexperientes e viu-se na maneira como encaram a 2ªparte. Pensaram logo na vitória garantida, defenderam e defenderam. Mas não conseguiram manter os três pontos e acabaram por sofrer o golo do empate aos 76', por Thomas Schumacher.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A diferença dos tempos

Ontem foi dia de Champions e isso significou FC Porto. E acima de tudo, Falcão e o seu "taco" (calcanhar em espanhol).

Ontem, num jogo em que o FC Porto já desesperava pela vitória, num jogo de paciência que os dragões sempre foram superiores e em que Fucile, Hulk e Guarin foram gigantes, apareceu Falcão. O tal que parece que foi desviado do Benfica, e já leva 6 golos em 9 jogos oficiais. Falcão estreou-se a marcar numa competição europeia. E de que maneira!

Toda a gente se lembrou, aos 75 minutos, de Rabat Madjer.
É preciso, no entanto, recuar mais de 22 anos para nos podermos lembrar. No Estádio do Prater, em Viena, apareciam em campo Bayern de Munique, o todo poderoso Bayern, e o FC Porto, grande surpresa da prova e que não tinha Gomes, o famoso "Bibota", para atacar os alemães.


Numa equipa em que alinhavam 3 estrangeiros, muito diferente de agora (só Meireles, Bruno Alves e Rolando são portugueses no onze titular) e em que sobressaía um fortíssimo meio-campo com André, Jaime Magalhães e António Sousa (além de Quim), o Porto entrou com 10% de possibilidades de vencer. Nas empresas, no trabalho, nas ruas, os não-portistas falavam de uma derrota para calar os tripeiros. Riam-se aquando da possibilidade do Porto ganhar.
Os portistas esperavam para ver, mas mesmo eles tinham a consciência de que vencer seria tarefa quase impossível. O Bayern aparecia como o Barcelona de Guardiola apareceu o ano passado. Mais ou menos nesta proporção, o Bayern era tido como uma equipa quase invencível e temível.

E começava o jogo no Prater. Aos 24 minutos chegou o golo que todos já esperavam: Kogl marcou e inaugurou o marcador. Todos pensavam que a vitória era do Bayern. Aos 45', saía Quim e entrava Juary. O baixinho brasileiro que se iria tornar um dos heróis. Aos 77 minutos, Juary recebe um passe já dentro da área, passa a Madjer que já sem o guarda-redes pela frente, atirou a contar. Ficou conhecido pelo calcanhar de Madjer. O calcanhar que correu o mundo. Dois minutos depois, Madjer era assistido na linha lateral, pediu para entrar. Pegou na bola, correu pela esquerda e viu a entrada de Juary. Cruzou e Juary voou, tocou com o pé direito e fazia a reviravolta. Em Viena acontecia o impossível. Artur Jorge comandava no banco.

22 anos, 4 meses e 3 dias depois, Falcão imitou-o. Obviamente que é preciso ver a DIFERENÇA DE TEMPOS! O jogo ontem era para a 2ªjornada da fase de grupos. Não um jogo histórico. Mas foi um calcanhar importante para ganhar ao Atlético, adversário directo, e para dar confiança à equipa para desafios futuros.
Depois Rolando confirmou a vitória. Hulk recupera as arrancadas e Fucile secou Simão. Depois Guarin deu consistência ao meio-campo e o FC Porto ganhou!

A diferença dos tempos...