domingo, 30 de maio de 2010

A importância de um amigável

Pouca, muito pouca. Não percebo o porquê de se ter dado tanta importância ao amigável com Cabo Verde. Empatámos 0-0? Sim. Mas de qualquer maneira, foi o primeiro amigável da nossa selecção com um fraca selecção que não estiveram suficientemente motivados e que acabaram por ganhar ritmo com este jogo. É para isso que o primeiro jogo particular serve. Ganhar ritmo, entrosar movimentos. Raramente se joga muito bem no primeiro jogo de preparação para uma grande competição. Ou mesmo que seja normal, não é uma obrigação.

Safaram-se as exibições de Deco, Pedro Mendes e Fábio Coentrão. Mas a verdade é que o principal objectivo foi conseguido. Esse, é sempre conseguido: ganhar ritmo, pôr os jogadores a correr um bocadinho.

À medida que o tempo for passando, os jogadores vão começar a jogar com mais velocidade. No jogo de Camarões ainda não estarão no nível ideal. Mas contra Moçambique é que o nível já deve ser superior e o futebol mais rápido. A partir daí deve-se começar a cobrar. Mas o importante, o importante é o Mundial. Aí, amigáveis e preparação são esquecidos, o campeonato começa e tudo muda. A união do grupo é muito importante; o futebol, a partir daí, também. Até ao dia 15 de Junho, não me interessa se ganhamos 4-0 ou perdemos contra Moçambique, interessa-me que naquele dia ganhemos. E aí tudo se esquece. Só espero que aconteça!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O balanço do campeonato

Este foi um campeonato "À Benfica". Muitos adeptos para receber os jogadores, enchentes por onde o clube passava e, por fim, o campeonato que todos esperavam desde o último. Campeão justo, sem dúvida. O Braga, esse, agradável surpresa se tornou mas acabou por cair "de pé" na última jornada, apenas na última contra o melhor ataque e uma das duas melhores defesas (precisamente ex-aecquo com o Braga), contra aqueles que mais ganharam e menos perderam e contra aqueles que melhor futebol praticaram. Pode ter sido a Liga dos Túneis, mas a verdade é que o Benfica provou não precisar de nada disso para vencer a Liga Sagres e mostrou dentro de campo ser o melhor.

A reforma passou pelas mãos de Jorge Jesus. Coentrão, David Luiz e Di María renascidos, Cardozo com estatuto de indiscutível, Luisão como ainda não se tinha visto e as contratações-chave de Ramires, Javi Garcia e Saviola. Ainda contou com o regresso às grandes exibições de Pablo Aimar e com dois suplentes de ouro: Carlos Martins e Ruben Amorim. Depois, ainda houve um Weldon fundamental na 1ª jornada e nas visitas à Figueira da Foz e a Coimbra. Maxi na direita e Quim, gigante, a defender a baliza. O trabalho táctico foi visível, apenas faltando maior inteligências nos jogos no estrangeiro (Marselha e Liverpool).

Este Benfica caracterizou-se pelo espectáculo. A chamada "equipa das goleadas". Foram várias e começaram logo na 3ªjornada, com a recepção ao Vitória de Setúbal, ainda longe da forma que mostrou no final de época. 8-1 foi o resultado mais volumoso desta Liga.Mas também houve vitórias sofridas. Basta lembrar a recepção à Naval, que acabou com um golo de Javi Garcia aos 89 minutos; ou aquela em Vila do Conde que Saviola resolveu no início da 2ªparte mas com uma exibição pálida. E mais uma ou outra. Mas no cômputo geral, este Benfica tornou-se a melhor equipa portuguesa, com um nível exibicional superior a qualquer outra.

Também um super-Braga andou na luta pelo título até à última. Culpa de Domingos e da boa gestão de António Salvador, que formou um grupo ganhador com alguns jogadores dispensados pelos grandes e experientes. Hugo Viana, Mossoró, Alan, Moisés, Evaldo ou Eduardo foram estrelas cintilantes desta Liga, sem esquecer muitos outros que tiveram papel importante nesta surpreendente equipa. No fim, apuramento para uma pré-eliminatória da Champions, um inédito 2º lugar e uma equipa que fica para a história.

Depois, um FC Porto como há muito não se via, que se ficou pelo 3º lugar (o 2º da década) e por várias más exibições. No fim, nove vitórias consecutivas para finalizar. Deu a sensação de, se o campeonato começasse agora, o Porto seria candidato. Mas este é uma prova de regularidade e aí, os dragões falharam. E o castigo de Hulk não serve de desculpa, pois este nada andava a fazer antes do castigo (e mesmo comentadores portistas públicos diziam isso, apesar de depois do castigo terem logo mudado de opinião). Não foi o castigo de Hulk que tirou o penta ao Porto.

O Sporting também esteve muito abaixo das expectativas, numa época em que conheceu dois treinadores e três directores para o futebol. Época conturbada. Mas nada pode justificar tenebroso 4º lugar, a 28 pontos do líder Benfica. Ainda para mais, pareceu que o dinheiro nasceu das árvores, pois se no tempo de Paulo Bento nunca havia dinheiro para nada, já em Janeiro se gastou 12 milhões de euros. Torna-se estranho ver esta situação.

Quanto à luta pelo 5º lugar, o Nacional acabou por ficar mal nesta luta e Vitória de Guimarães e Marítimo lutaram até à última pelo 5º lugar. Ganhou o Marítimo, com a vitória na cidade Berço na última jornada.

Depois, fiquei surpreendido ao ver o Belenenses descer, pois apostava muito mais no Setúbal ou na Naval do que no Belém. Mas dois treinadores de grande experiência (Manuel Fernandes e Augusto Inácio) acabaram por salvar estas duas equipas com um toque de classe. Depois, realce para a mudança da Académica com a chegada de Villas-Boas, que fez 7 pontos nos últimos três jogos do campeonato. Bom tónico para se se mantiver na Briosa.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Adeus, Mou



José Mourinho vai para o Real Madrid. Natural, diga-se. Ganhou tudo ao serviço do Inter, sai em grande, a rir-se na cara de todos os jornalistas que o gozaram, na cara de todos os adeptos que o criticaram e ainda na de Abramovich, que por esta altura ainda deve estar a pensar como despediu Mourinho e ainda lhe pagou 30M€ para o fazer. Estúpido, no mínimo.

Mas Mourinho é assim. Se não fosse tão irónico, se não fosse arrogante, não tinha piada. Diz as verdades todas sem medo, mas no fim de contas, é um grande vencedor. Não liga ao politicamente correcto e as pessoas consideram isso arrogância. Aceita-se. Mas quem é que não gostava de ter o "Special One" a treinar o seu clube? Poucos ou nenhuns.

No Sábado, provou uma vez mais porque se tornou ídolo na massa adepta do Inter. Ganhou a Champions, mostrando o habitual Inter, matreiro, irrepreensível defensivamente (não querendo isso dizer que jogou defensivamente, são coisas diferentes) e mortífero no contra-ataque. Depois, um homem, descoberto tarde pelo português, mas ainda a tempo de brilhar ao mais alto nível: Diego Milito, argentino, 30 anos, vindo de Génova. Deu cabo da defesa do Bayern não uma, mas duas vezes. Não deu o título ao Inter. Apenas foi parte importante dele. Tal como li num diário desportivo, "merecia ter a Taça em casa dele durante uns dias". Mas como ele, também outros: Lúcio, que deve causar agora enorme frustração a Beckenbauer, pois foi vendido a 5M€ por, supostamente, estar "velho"; Zanetti, que conseguiu, aos 36 anos, a sua primeira (e provavelmente única) Champions da carreira; Sneijder, o dispensado do Real Madrid por não ter valor; Cambiasso, o melhor médio-defensivo do Mundo; ou Júlio César, um dos melhores guarda-redes do Mundo. E outros.

Ao seu bom estilo, Mourinho respondeu a Van Gaal, perguntando-lhe se não tinha visto o jogo da primeira mão com o Barcelona. Verdade. O Inter não defendeu como defendeu em Barcelona. Também não atacou como fez em Milão. Mas jogou o seu futebol, táctico e eficaz, com um bombardeiro a ponta-de-lança e uma equipa para o apoiar. Só me custa ver Eto'o e Pandev a perderem algumas das suas qualidades a fazerem trabalho defensivo. Mas os resultados estão à vista. E o Inter, 45 anos depois, foi campeão europeu! Merecidamente. Defensivo? Então e que dizer dos jogos com o Chelsea. Por favor, calem-se! Eliminaram o campeão inglês, o campeão espanhol, o campeão russo (Rubin) e o campeão alemão na caminhada até à vitória final. Se não merecem ganhar, então quem merece?

Agora, segue-se nova etapa. O maior desafio para Mourinho vai ser o de unir um balneário de estrelas e transformar a mentalidade do clube 'merengue' em clube desportivo. Há muito tempo, desde a primeira "Era Galáctica", que o Real Madrid se tornou num clube comercial, contratando jogadores para vender camisolas e atrair gente ao estádio. No entanto, a nível de eficiência, esta política tem-se traduzido em poucos títulos e, com Mourinho ao leme, isso agora talvez possa mudar. Em vez de querer um Ferdinand, talvez prefira David Luiz; em vez de querer um Torres, talvez prefira Milito; em vez de preferir um Di María, talvez prefira Maicon e equilibrar o plantel. Quando chegou ao Chelsea, elaborou extensa lista de dispensas. A pergunta que se coloca neste momento, é: E agora, como será? A curiosidade só será satisfeita depois do Mundial 2010...

Até lá, é preciso calma. Triunfará Mourinho? Sim, com certeza.

sábado, 15 de maio de 2010

Os 23(+1)

Segunda-Feira foram anunciados os 23 convocados da selecção nacional. Já se percebeu que só se Pepe não recuperar a tempo, é que Zé Castro irá à África do Sul. Para mim, uma convocatória demasiado defensiva que, sem contar com Castro, tem cinco centrais (sim, Pepe é um central por muito que Queiroz diga que não) e três médios de cariz mais defensivo. Falta um substituto para Deco (Nuno Assis, Carlos Martins ou Moutinho - apesar de não gostar nada do último-) e um destes três poderia perfeitamente ir ao Mundial no lugar de Ricardo Costa. Seria uma garantia e em melhor do que adaptar Tiago ou Nani (em caso de lesão de Deco). Depois, as ausências de Quim e Ruben Amorim, pela época que fizeram, têm de ser negativamente destacadas.

Por outro lado, acho que seria melhor chamar Tonel ou Daniel Carriço do que Rolando, que teve uma época algo infeliz no FC Porto. Pode-se dizer que estas discussões se desenrolam em torno do banco de suplentes. Certo; mas para um plantel ser equilibrado, necessita de ter bom banco e não apenas três ou quatro alternativas válidas (passe o exagero). Esta convocatória tirou-me a réstia de esperança que tinha.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Plantel 2009/2010


Aqui, no primeiro texto sobre o rescaldo do campeonato, trago o que para mim foram os melhores jogadores deste campeonato. O melhor plantel, o melhor onze, surpresas e revelações, as melhores e piores equipas, treinadores e o melhor da Liga Sagres 2009/10.

Começando pelo plantel, este é composto por:

Guarda-Redes: Quim (Benfica)
- Pode não convencer uns quantos que não sabem nada de futebol, mas Quim foi, a par de Eduardo, o que melhor se portou neste campeonato. Guarda-redes de um das duas defesas menos batidas da Liga, fez grandes defesas e foi fundamental para a segurança defensiva deste "novo" Benfica.

Eduardo (Sp.Braga) - O guarda-redes da outra defesa menos batida, será o titular da baliza portuguesa no Mundial 2010. Tem 27 anos e finalmente explodiu em Braga, tendo nos últimos dois anos provado todo o seu valor.

Peiser (Naval) - Na segunda volta não esteve tão bem, ainda assim, e olhando para todo o campeonato, Peiser merece um lugar, garantindo vários pontos a uma equipa que acabou num honroso 8º lugar.

Laterais: Maxi Pereira (Benfica)
- Acabou por ganhar um lugar a Fucile (devido às )várias lesões e exibições infelizes nesta segunda volta), devido à sua regularidade e utilidade para os encarnados. Será, também ele, titular na sua selecção.

João Pereira (Sp.Braga/Sporting)
- Foi suplente de Abel em vários jogos, acabou por perder fulgor nesta segunda volta mas, pela grande primeira volta, acaba por merecer estar neste plantel.

Evaldo (Sp.Braga) - Grande época do experiente lateral, que está mais que preparado para dar o salto. Equilibrado, bom a atacar, excelente a defender, corre que se farta e teve papel preponderante no surpreendente Braga.

Álvaro Pereira (FC Porto) - Segunda metade de temporada bastante boa, finalmente a sobressair nos jogos do Dragão, e mostrando que pode ser finalmente um substituo à altura de Cissokho.

Centrais: David Luiz (Benfica) - "O" central deste campeonato. Não houve igual a David, nem tão pouco semelhante. David Luiz fez um época como nunca se tinha visto, mostrou qualidades e segurança que ainda não se lhe tinha reconhecido com confiança. Merecia ir ao Mundial, mas deu lugar ao seu companheiro de equipa Luisão.

Moisés (Sp.Braga)
- O patrão da defesa bracarense merece um destaque por ter sempre segurado as pontas e mantido as boas exibições sem Rodriguez, sem Leone ou sem Vandinho. Regular como poucos, o brasileiro mostrou ter sido um erro quando o Sporting não soube esperar pela resolução dos seus problemas burocráticos aquando da sua transferência para Alvalade.

Luisão (Benfica) - O capitão jogou a grande nível até aos últimos 4/5 jogos do campeonato, onde parecia ter perdido a cabeça. A verdade é que são 30 jogos a compor o campeonato, e Luisão, pelo que fez ao longo dos outros 25, tem de estar aqui. Marcou golo fundamental contra o Braga, na Luz. Foi convocado por Dunga.

Tonel (Sporting) - Para mim, um grande central mal aproveitado até certo momento. Quando conquistou a titularidade soube-se mostrar e mantê-la. Muitos devem-se ter esquecido das grandes épocas de Tonel ao serviço do Leão, mas a verdade é que o valor não se perdeu. Merecia chamada ao Mundial.

Médios-defensivos: Miguel Veloso (Sporting)
- Grande época, finalmente, do médio leonino. Muito criticado na época passada, Veloso soube mudar a sua personalidade e o seu trabalho, subiu imenso de rendimento e mostrou que pode ser opção válida para grandes clubes europeus e para a nossa selecção nacional (que tanto precisa de um bom médio-defensivo). Foi convocado por Queiroz.

Javi Garcia (Benfica)
- Verdadeiro tanque no meio-campo encarnado, inexplicável a sua não pré-convocatória nos 30 de Del Bosque para o Mundial. Grande jogador, foi bastante questionada a sua contratação ao Real Madrid (por ser reserva). Calou os críticos, e é o melhor que se pode dizer...

André Santos (U.Leiria)
- Jovem promissor, verdadeira surpresa do nosso campeonato. Deve ter lugar assegurado no plantel leonino na próxima temporada, sobretudo devido à saída provável de Veloso.

Médios: Mossoró (Sp.Braga) - Um verdadeiro craque. Apesar da sua lesão à 23ªjornada, na Luz, Mossoró tem lugar garantido em qualquer plantel que se possa fazer sobre esta Liga Sagres. Se não der o salto, é porque todos andam a dormir, e o Braga fica-se a rir.

Nuno Assis (V.Guimarães) - Tem 31 anos, mas parece jogar com 20. Nuno Assis continua a mostrar toda a sua qualidade/regularidade nos campos do nosso país e, apesar do Vitória não ir à Europa, a Assis nada se pode apontar.

Aimar (Benfica) - O argentino, agora bem fisicamente, pode finalmente mostrar aos portugueses o seu verdadeiro valor, espalhando magia no meio-campo encarnado e mostrando qualidade de passe elevadíssima. Um autêntico cérebro no meio-campo do campeão.

Hugo Viana (Sp.Braga)
- Com a ausência de Vandinho, perdeu gás e até o lugar no meio-campo bracarense. No entanto, nos primeiros 17/18 jogos do campeonato foi ele, a par de Mossoró, um dos grandes desequilibradores (no bom sentido) para os arsenalistas.

Extremos: Varela (FC Porto)
- Fez dezoito jogos e marcou oito golos. Números impressionantes do n17 portista, que foi melhor amigo de Falcão no assalto às balizas adversárias. Tecnicista, rapidíssimo, e com faro pelo golo, Varela soube dar o salto da Amadora para o Porto. Merecia ir ao Mundial, mas uma lesão impediu-o de dar o seu contributo.

Alan (Sp.Braga) - O virtuoso jogador continua a jogar em alta rodagem e resolveu o que, por vezes, parecia difícil. Belíssimo jogador.

Di María (Benfica) - Não acho que valha 40 milhões de euros. Nem talvez trinta. Acho-o pior que Varela. Mas a verdade é que Di María dá jeito, por ser muito bom no 1x1, é rápido e tecnicista. No entanto, falta-lhe (não raras vezes) inteligência em campo. Foi convocado para a selecção argentina.

Avançados: Cardozo (Benfica)
- O melhor marcador, marcou um terço dos golos do campeão. Pé esquerdo, direito, cabeça ou bola parada, para todos os gostos. Estará na África do Sul, ao serviço do Paraguai.

Falcão (FC Porto) - O melhor avançado da nossa Liga, acabou por perder o título de melhor marcador para Cardozo. Um avançado vertical, diferente de Lisandro, mas matador e com excelente impulsão. 25 golos em 28 jogos na primeira época na Europa é uma marca muito boa.

Saviola (Benfica) - Perdeu fulgor nestes últimos jogos, sobretudo depois da lesão. Mas é preciso não esquecer que foi fundamental para o Benfica, marcando golos decisivos (Olhão, o 1º, Rio Ave e FC Porto, são bons exemplos). Fez uma dupla temível com Cardozo.

Keita (V.Setúbal) - Marcou 10 golos e foi fundamental para a salvação do Vitória na Liga Sagres. Teve sempre total confiança de Manuel Fernandes e acabou por justifica-la. Deve estar de saída para França.

O onze titular:
Eduardo; Maxi; Evaldo; David Luiz; Moisés; Veloso; Varela; Mossoró; Nuno Assis; Cardozo; Falcão.

O melhor jogador: David Luiz (Benfica)
- É sempre difícil eleger o melhor. Hesitei entre David Luiz, Moisés e Falcão. Mas acabei por escolher o central brasileiro, pela diferença exibicional de um ano para o outro. Evoluiu imenso com Jesus no leme da equipa e acabou por se tornar um esteio na defesa, assustando adversários e sendo agora dos mais procurados na Europa. Veremos se se irá manter na Luz, o que, a verificar-se, daria muito jeito ao clube.


O pódio dos treinadores:
1º Domingos Paciência (Sp.Braga)
- Levou o Braga ao melhor lugar de sempre no campeonato, ficou a apenas cinco pontos do Super-Benfica, com um orçamento muito inferior e com menor capacidade de substituição de jogadores. Apesar de ter perdido João Pereira em Janeiro, manteve-se na luta té à última jornada e ganhou o respeito de todo o país.

2º Manuel Fernandes (V.Setubal)
- Operou um verdadeiro milagre na cidade do Sado, transformando o fraquíssimo Setubal, numa equipa incómoda para os adversários. Conseguiu empatar em casa com o poderoso Benfica, e acabou por garantir a manutenção na penúltima jornada. Merece este lugar pelo que fez e por sempre ter acreditado. Soube ser cirúrgico no ataque ao Mercado de Inverno...

3º Jorge Jesus (Benfica)
- Conseguiu, realmente, pôr o Benfica a jogar (bem mais do) dobro e a ser campeão. Melhor ataque, uma das melhores defesas, melhor futebol e melhor tacticamente, faltou mais inteligência nos jogos europeus (em casa com Marselha e fora com Liverpool) para ter a cereja no topo do bolo.


Revelações: André Santos (U.Leiria) - Repito o que já disse anteriormente.
Ukra (Olhanense) - Jovem extremo com lugar assegurado no plantel portista na próxima época, Ukra merece ser destacado pela imaginação do seu futebol. Bem comandado por Jorge Costa, conseguiu mostrar-se.
Fábio Júnior (Naval) - Já é dado como possível reforço do Braga, este jogar, apesar de forte, é muito rápido e tem técnica. Abanou o futebol da Naval, e acabou por conseguir o 8ºlugar.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Campeões, com justiça!

Fechou ontem a Liga Sagres 2009/2010. O Sport Lisboa e Benfica foi campeão, o Vitória de Guimarães "morreu na praia", o Sporting de Braga foi justo vice-campeão. Estes foram os motivos de maior interessa na última jornada, uma vez que os despromovidos já estavam decididos. Assim, fez-se justiça para o melhor ataque, uma das melhores defesas (ex-aecquo com o Sp.Braga), para a equipa que mais ganhou e que menos perdeu. A equipa que melhor futebol jogou e a equipa do melhor marcador, título que assumiu maior relevância por ter sido conquistado mesmo no último jogo, ainda por cima a um avançado do rival. 26 golos, cerca de um terço dos 76 que o Benfica marcou.

Logo aos três minutos, o Benfica inaugurou o marcador pelo inevitável Tacuara, mostrando querer resolver cedo. Mas depois, apenas algumas ocasiões de perigo, longe do massacre habitual. Aimar falhou, Saviola falhou, Peixoto mandou um charuto e poucos mais houve numa primeira parte bem fria. Da Madeira, logo ao abrir da segunda parte, Edgar deu vantagem aos anfitriões e a Luz explodiu novamente de alegria. Eram precisos quatro golos para tirar o título aos encarnados: dois do Rio Ave e dois do Braga. Passados 7 minutos, Renteria empatou na Madeira. Depois, aos 72, Ricardo Chaves empatou na Luz. Ficavam a faltar dois. Mas eis que Cardozo apareceu de novo, pensando na Bola de Prata, atirando com o pé direito, aquele que dizem ser o seu "pé cego", mas que deu o triunfo, a tranquilidade e a certeza de mais um campeonato. Até ao fim, foi passar a bola, cantar até rebentar e bater palmas, muitas palmas. No fim, festa e muita festa por todo o país, e em muitos outros espalhados pelo mundo. Campeão justo. Até pode ter jogado 10 jogos contra dez; até pode ter havido túneis; mas no fim, no fim de contas, o Benfica é justíssimo campeão. Equipa que joga tão bom futebol não necessita de árbitro algum, túnel algum, ou castigo de jogador adversário algum para poder ganhar. Justo, bem justo.

Em Guimarães, Paulo Sérgio despediu-se da pior maneira possível; Van der Gaag da melhor. O Vitória, depois de estar a vencer em casa por 1-0, sofreu reviravolta e perdeu por 2-1, golos de Kléber, tão importante nesta caminhada rumo à Europa, na qual poucos acreditavam há um mês atrás. Prémio para uma equipa que sempre acreditou nas suas capacidades e não desistiu, apesar das críticas. Palavra ainda para o 'derby' do centro, que acabou com vitória academista por 1-0, golo de Bruno Amaro.

Fim de campeonato...o balanço farei depois!

sábado, 8 de maio de 2010

Jogue-se então o título

Amanhã, por volta das 18h, e quando o Cortejo das Queimas das Fitas de Coimbra estiver a decorrer, entrarão em campo Benfica, Sp.Braga, Rio Ave e Nacional, entre outras. Vai-se jogar a decisão do título nacional, aquela que todos esperam desde o início. Benfica ou Braga, torna-se uma boa questão, mas 95% das pessoas deverão ser capazes de responder "Benfica". Porque quando entrar em campo já estará campeão, precisando de um empate ou de um deslize do outro candidato na difícil deslocação à Choupana. No Inferno da Luz, com 65 mil pessoas e muitos milhões agarrados à televisão, o Rio Ave poderá acusar a a pressão. Mais: é certo que o Rio Ave, normalmente, apresenta o autocarro para defender, mas desta vez nem isso chegará para roubar o título aos encarnados. Porque, como já disse, um 0-0 bastará para a taça ser erguida pelos lisboetas.

Quando muitos esperavam a festa no Dragão, os portistas tiveram o prazer de ganhar por claros números (3-1) e em inferioridade numérica. Já referi este jogo noutro texto e a verdade é que isso provocou apreensão aos adeptos do Benfica. Mas agora tudo será diferente: porque joga em casa, porque joga com o Rio Ave e porque é a última partida para a decisão. Não há Di María, Coentrão ou Javi? Mas há outros, outros capazes de os substituir (excepto Peixoto, que até tenho medo de ver jogar), e que mal se espera sentir a falta dos ausentes.

Na Madeira, o Braga promete ganhar para manter acesa a esperança. Quase na máxima força, os bracarenses querem chegar ao fim do campeonato com 73 pontos e a cheirar o Benfica. Veremos com quem fica a taça. Mas para já, uma coisa é certa: o Braga já ganhou em muitos aspectos, fez história e mostrou uma garra tremenda. Parabéns Braga!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Os meus 23

A minha lista dos 23:
Eduardo (Sp.Braga) - titular indiscutível de uma grande surpresa, grande guarda-redes, seria o meu titular na baliza.
Quim (Benfica) - titular na melhor defesa do campeonato, discutiria a titularidade com Eduardo, e, pela experiência que tem, seria importante no balneário.
Beto (FC Porto) - agora que finalmente é titular com a lesão de Helton, cumpre o meu critério de jogar com regularidade e, portanto, não vejo razões para o não convocar.

Paulo Ferreira (Chelsea) - Experiente, jogou várias vezes nos últimos meses ao serviço do Chelsea, alternando entre banco e titularidade. Já conhece tudo na equipa (princípios tácticos, forma de jogar, jogadores e treinador).
Ruben Amorim (Benfica) - jogador polivalente, fundamental no Benfica, já provou ter muita qualidade, quer como médio, quer como lateral, levando a selecção a poder jogar noutros sistema táctico (losango).
Duda (Málaga) - porque não há outro melhor, levaria-o.
Fábio Coentrão (Benfica) - o meu titular para a esquerda, já provou a todos que é um bom lateral, e daria uma capacidade ofensiva a Portugal ainda maior.

Ricardo Carvalho (Chelsea) - Nem é preciso dizer porquê.
Pepe (Real Madrid) - Depende da sua recuperação; se não recuperar a tempo, levaria Rolando.
Bruno Alves (FC Porto) - Apesar de ter passado por uma época menos boa, não deixa de ser um grande central, com grande poder de impulsão e um verdadeiro líder dentro de campo. Foi a alma de Portugal na qualificação e merece a chamada.
Tonel (Sporting) - Numa época de altos e baixos de Rolando, Tonel mostrou ser mais regular, e rigoroso tacticamente.

Miguel Veloso (Sporting) - Época de grande nível, a mostrar que o futuro na posição está assegurado; só precisa de ter mais cabecinha para se tornar num craque.
Pedro Mendes (Sporting) - Experiente, tal como Paulo Ferreira, e titular indiscutível no clube de Alvalade, com 31 anos mostra ser uma boa opção para a selecção. Além disso, conhece muito bem Veloso e podem formar belíssima dupla de médios mais recuados.
Raul Meireles (FC Porto) - Agora a subir de forma, é a regularidade em pessoa, já conhece muito bem os seus companheiros de selecção e foi titular ao longo de toda a qualificação. Sem dúvida no Mundial.
Tiago (At.Madrid) - Voltou a jogar bem no Atlético, apesar de ter caído um pouco nos últimos jogos. Também já conhece bem os cantos à casa, e pode ser importante na questão de balneário.
Carlos Martins (Benfica) - Muita polémica existe em torno da sua provável não-chamada, e é mesmo para haver. Fez uma grande época, tanto pode jogar na ligação como a "10", podia ser muito útil em caso de fadiga de Deco.
Deco (Chelsea) - Já em fim de carreira mas muito experiente, ainda tecnicista e o natural organizador de jogo de Portugal.

Simão (At.Madrid) - Belíssima época ao serviço do Atlético, golos e assistências, grandes exibições e lugar seguro no Mundial.
Cristiano Ronaldo (Real Madrid) - Precisa de ser bem melhor na selecção para calar os críticos, mas a verdade é que prende adversários e atrai defesas adversárias. Boa época ao serviço do Real, incomodado por lesões.
Nani (Manchester United) - Alternou entre titularidade, banco e bancada, mas acabou por se tornar imprescindível para Ferguson nestes últimos jogos e tem correspondido da melhor maneira. Vêem nele o próximo Ronaldo, mas ainda tem de se aprimorar mais para poder lá chegar. África do SUl, aí vai Nani!
Yannick (Sporting) - Entre ele e Danny venha Deus e escolha, mas a verdade é que Yannick pode ser útil num losango e até podendo ser o 3º ponta-de-lança/4º extremo. Fez bons jogos esta época e acaba por merecer a chamada.

Liedson (Sporting) - O Levezinho naturalizou-se e a selecção agradece. Mas veremos como se safa contra defesas mais exigentes.
Hugo Almeida (Werder Bremen) - Sempre alternando entre banco e titularidade, Hugo Almeida marcou alguns golos na Bundesliga e aparece em boa forma para este Mundial. Espera-se que nele tenhamos um bom suplente ao luso-brasileiro.

Estes seriam os meus 23. Provavelmente sem Quim e com Rui Patrício; provavelmente sem Amorim mas com Miguel; provavelmente sem Rolando mas com Tonel; provavelmente sem Carlos Martins mas com Moutinho; provavelmente sem Yannick mas com Danny. Esse comentário deixo para segunda-feira. Mas, de facto, acho que estes seriam os 23 ideais.

Numa equipa estruturada para 4x3x3 mas com necessidade de poder assumir um 4x4x2 sempre que se exigir, penso que a polivalência tem de ser levada em conta, e Ruben Amorim, por exemplo, é quase obrigatória presença na lista. Provavelmente não irá. E assim me faz confusão. Portugal que tem, também, azar. Varela e Ruben Micael, quando se assumiam como grandes jogadores, lesionaram-se com gravidade. Pepe está agora a finalizar a recuperação. Ricardo Carvalho e Deco tiveram bastantes lesões ao longo do ano. Bosingwa, um dos três melhores defesas-direitos do Mundo, não pode ir por lesão. Perante tantas contrariedades, é difícil resistir. Acredito sinceramente que com todos na máxima força, Portugal poderia chegar longe. Até porque terá coisa que tem faltado até agora a Queiroz: TEMPO. Tempo que é precioso. Mas com tanta coisa a remar contra nós, torna-se muito complicado.

Assentar num onze-base com Eduardo, Paulo Ferreira, Coentrão, Ricardo Carvalho, Pepe, Pedro mendes, Veloso, Deco, Simão, Cristiano Ronaldo e Liedson. Olhando para o banco, vê-se Amorim, Martins, Nani ou Hugo Almeida, jogadores que podem ser importantes como suplentes.

Só não percebo uma coisa: Portugal mobilizou-se em torno da selecção de Scolari, porque Scolari era um motivador. Mas porque não unirmo-nos em torno desta selecção? Queiroz é melhor treinador, meus amigos, mas é pior motivador. É o que lhe falta. Capacidade de mobilizar as massas. Mas a mobilização devia partir da cabeça de cada pessoa, acreditar até mais não, mesmo que não joguemos o melhor futebol do Mundo. Tal como diria Herman José "Vamos lá cambada"... E todos à molhada para ver Portugal ganhar à Costa do Marfim...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Acordar tarde

Domingo foi o FC Porto-Benfica. Para muitos, o jogo que traria, finalmente, um ponto final no campeonato, sendo o título conquistado pelos encarnados. A verdade, é que o futebol não se limita à lógica do mais forte: há emoções, e este clássico foi carregado delas; o FC Porto já não podendo chegar ao título, a possibilidade do Benfica conquistar o título na fortaleza azul-e-branca, o túnel da Luz, Hulk, adeptos enraivecidos e Falcão castigado. Tudo isto num 'derby'. E no fim, vitória portista, escapando à tal maldita lógica futebolística, mostrando que, não poucas vezes, as emoções levam a melhor sobre o melhor futebol. Estímulos competitivos. Não que estes faltassem ao Benfica, mas no Porto era diferente. E assim, o clássico acabou com 3-1, os dragões a jogarem com 10 unidades e a mostrarem toda a sua força, aquela que não demonstraram noutras alturas tão importantes da presente época e que tão necessária teria sido.

Mas isto mesmo abre outra questão. A questão do "acordar tarde" por parte do FC Porto. Tanta força que se vê neste fim de época faz os adeptos perguntarem o porquê de não ter sido demonstrada no recente passado. Várias explicações se perfilam: por exemplo, o sistema táctico não favorecer nem a acção de Guarín (agora como interior e com exigências técnicas diferentes) nem a acção de Belluschi (agora pegando na batuta como "10" puro, tal como Aimar faz no Benfica, favorecido claramente pelo 4x4x2); as lesões também não permitiram a Jesualdo mudar de esquema, apoiando-se sempre em Varela como "salvador da pátria"; e mais alguns factos que não ajudaram à época.

Esta série de oito vitórias consecutivas mostram que o Porto acordou para a vida. Tarde, é certo. Mas boas perspectivas se abrem para a nova época, sobretudo quem via e vê Guarín e Belluschi, dois "novos" jogadores, quem vê Álvaro Pereira finalmente certinho, Rolando a voltar ao nível do ano passado, Hulk a re-explodir, e ainda uma "ave de rapina" goleadora. Jesualdo para o ano? Disso duvido. Mas para quem vier, será mais saudável encontrar equipa em crescendo do que equipa destroçada como Paulo Sérgio irá encontrar em Alvalade. Este ano, no dia 21 de Março, o FCP pareceu dar por terminada uma época desastrosa do ponto de vista desportivo: perdia por 3-0 com o maior rival na final da Taça da Liga, já depois de ter sido goleado em Londres e Alvalade. Mas eis que renasceu das cinzas. O mês de Abril trouxe novos ares ao Dragão, trouxe novos jogadores, novas exibições e, sobretudo, novos resultados. Tanta vitória seguida ainda não se tinha visto este ano e agora tudo parece diferente. Mas é bom não esquecer o passado, não esquecer que Valeri, Tomás Costa ou Mariano continuam a ser opções insuficientes, Miguel Lopes ainda está verde e Rolando alterna entre picos de forma.

O Porto da próxima época terá de ser muito bem pensado. Mas a primeira pergunta será sempre esta: qual o sistema táctico? E a partir daí, formar um plantel pensando nesse esquema, mas dando-lhe capacidade para assumir outro. Basta acrescentar dois ou três jogadores de qualidade, mas também, de qualidade táctica (factor muito importante nos dias de hoje). Conquistar a Taça de Portugal é agora o próximo objectivo. Veremos como se sai...