Liedson... Faz assim tanta falta?

Depois de encerrada a "novela David Luiz", eis que surge outro caso de Inverno. Liedson, avançado do Sporting, surge no centro das atenções num possível retorno ao Brasil. E muito se fala da falta que pode fazer ao clube leonino se for mesmo transferido.

Questiono-me acerca disto mesmo. Será que Liedson faz assim tanta falta a este Sporting? Com 33 anos, tenho sérias dúvidas. Pensemos assim: Liedson tem uma idade extremamente alta para um ponta-de-lança, não tem a velocidade de outros tempos e tem tido alguns problemas físicos durante as últimas duas épocas. Tendo em conta as dificuldades financeiras do Sporting, concordo com a transferência. Dois milhões de euros por um jogador desta idade, ainda para mais falando-se em clubes brasileiros (dois milhões de euros são cerca de cinco milhões de reais), é bastante.

Acho que esta é a altura ideal para deixar ir Liedson. Um jogador que até tem vindo a subir de forma mas, mesmo assim, um jogador que deixou de ser indispensável na equipa. Há Postiga e, se vier mais alguém, a vaga fica colmatada. Liedson joga há mais de sete anos em Portugal e cansou-se. Por diversas ocasiões mostrou isto mas agora que há oportunidade de fazer um bom negócio, não vejo o porquê do Sporting prender o avançado luso-brasileiro. Além do mais, o "Levezinho" já nem sequer será chamado à selecção pois com o regresso aos golos de Postiga e a boa forma de Hugo Almeida, torna-se quase impossível ser chamado. O Corinthians pode ser uma boa solução, se bem que ache que Liedson não conseguirá a titularidade, devido ao facto de Ronaldo ainda jogar e Dentinho e Jorge Henrique serem jogadores de boa qualidade. Liedson pode ser um suplente fundamental para o 'Timão'.

Na minha opinião, o Sporting devia vender Liedson. Ponto.

David Luiz... Sai ou não sai?

A saída de David Luiz está-se a tornar numa verdadeira novela. Desde há alguns dias para cá que diariamente se fala numa possível transferência para o Chelsea, onde Carlo Ancelotti o quer e onde necessitam de um central como ele. No entanto, o interesse londrino parece esbarrar na intransigência negocial do Benfica, com a qual eu concordo plenamente.

Os clubes portugueses têm de vender, naturalmente. No entanto, também é certo que a vertente desportiva não pode ser descurada por uns trocos e tratando-se do melhor central a actuar no nosso país, muito menos. Talvez isto explique a dificuldade nas negociações. É preciso ver, igualmente, que é bastante importante que o Chelsea pague a pronto, algo que também parece estar a complicar o diálogo. 25M€ mais Nemanja Matic é o que mais se fala nos bastidores e nos jornais, um jogador que obrigaria Javi Garcia a esforçar-se mais, já que Airton parece ter vida complicada no clube encarnado.

David Luiz é da selecção brasileira e isso valorizou-o. Assim, é natural que o Benfica não abra mão do jogador facilmente. Vender sim, a trocos não! E olhando para o historial de erros negociais das águias, é bom que algo assim não se repita com uma das "jóias da coroa". O negócio que se fala é bom. 25M€ a pronto mais um jogador é um valor bastante bom pelo central brasileiro. Mas menos torna-se difícil de aceitar. E isto parece já ter percebido o presidente do Benfica...

Observando o Brasil: Maykon Leite (Santos)

No Paulistão 2011, o Santos começa a brilhar com nove golos em três jornadas. Na Vila Belmiro, ainda sem Neymar (ausente para o Sul-Americano) e Ganso (a recuperar de lesão no joelho), Maykon Leite vai assumindo papel de destaque na equipa, com quatro golos nestas três partidas do Estadual. O avançado brasileiro está a protagonizar uma novela de mercado pois esteve emprestado no ano de 2010 ao Atlético Paranaense, onde fez grandes jogos. Em Dezembro, e depois de o Santos não ter decidido acerca do seu futuro, o jogador assinou um contrato com o Palmeiras válido de Junho de 2011 até Junho de 2014. No entanto, mal o Paulistão começou e o jogador se mostrou, os responsáveis do "Peixe" quiseram o jogador de volta. No entanto, o "Verdão" de Scolari parece não abrir mão do jogador e assim o Santos tem a vida complicada.

O "menino prodígio" tem apenas 1,68m e tem um estilo semelhante ao de Neymar a nível das arrancadas em drible. Fez 22 anos em Agosto último e tem margem de progressão. É um avançado-centro que cai várias vezes na faixa esquerda e aí faz diagonais perigosíssimas até ao centro, onde "se sente em casa". Não é um goleador por natureza (marcou quatro golos em vinte e dois jogos pelo Paranaense) mas é decisivo na abertura de espaços para os companheiros de equipa, tendo elevado grau técnico. Um jogador que pode ser importante nos objectivos dos "meninos da Vila" em 2011.

A seguir!

A venda de Giuliano

Veio a público, na quarta-feira, que Giuliano seria vendido ao Dnipro, 4º classificado do campeonato ucraniano, por 3,5M€. O avançado brasileiro, ex-jogador do Internacional de Porto Alegre, foi vendido por 10M de reais, uma quantia pequena, na minha opinião, para o seu valor e para a sua margem de progressão.

Foi com pena que registei a sua saída para a Ucrânia, porta de refúgio de muitos brasileiros que procuram dinheiro ou apenas sair do Brasil. Há que ver, no entanto, que a Ucrânia continua a não pertencer aos principais campeonatos europeus e há muito boa gente que gostaria de contar com Giuliano nas suas fileiras. A verdade é que, mesmo assim, o jogador de 21 anos optou pela Ucrânia mas, pior ainda, por um clube de segunda linha ucraniana. O Dnipro, clube que este mês também comprou Matheus ao Braga, acabou por ver a sorte grande sair-lhe e os 3,5M€ para um clube ucraniano de meio da tabela, não é grande coisa. Só espero que tudo lhe corra bem e que entre rapidamente na Europa Ocidental. Porque merece e porque o público agradece.

Boca x Rver Plate: O clássico de sempre

Ontem, no Estádio Mar del Plata, Boca Juniors e River Plate protagonizaram o primeiro duelo do ano de 2011. O Clausura ainda não começou e os particulares de Verão, perante um calor intenso, vão dando para satisfazer os adeptos argentinos. Ontem, para a Taça Desafio, Boca e River jogaram com tudo (excepto Riquelme, do lado do Boca, por limitações físicas) e acabaram por levar a um bom jogo, sobretudo da parte do Boca.

O Boca tem um sistema de jogo mais europeu, assente no 4x4x2 tradicional brasileiro mas com os médios-ala mais vagabundos. As principais estrelas são Insuarralde (defesa-central) e Palermo, que regressou ao fim de seis meses de reforma (e regressou da melhor forma). No entanto, para além de Palermo, ontem os melhores do Boca foram Martín Calvo, lateral-direito de 29 anos, muito experiente e há alguns anos no clube, e Pablo Mouche, ala/segundo avançado de 23 anos que anda a ser seguido por vários clubes ingleses e que ontem fez dupla com Palermo. Sem o brilho de outros tempos, é certo, este foi um clássico agradável, com agressividade de ambos os lados e dois bons golos. O primeiro, depois de Mouche "inventar" espaço na direita e cruzar para Palermo, que tocou para a esquerda para o golo de Colazo; e o segundo, depois de um cruzamento de Clemente para uma grande cabeçada de Palermo (sempre ele, a marcar o 16º golo no maior clássico argentino).

Mouche (na foto) é um jogador que tanto faz as alas como o corredor central e parece-me ser bastante inteligente.Movimenta-se bastante bem, cria o seu próprio espaço e os espaços dos outros com quem joga, sendo bastante solidário e pouco egoísta em campo. Internacional Sub-20 argentino, deverá seguir carreira no Birmingham; quanto a Calvo, irrepreensível tacticamente, cobre muito bem defensivamente, tendo uma grande visão de jogo e capacidade de passe. O treinador Falcioni gosta de equipas ofensivas e até nas bolas paradas se percebe isso mesmo (por exemplo, o Boca só deixa um homem atrás quando tem um livre ofensivo a seu favor).

Quanto ao River, joga em 3x4x2x1 e ontem, sem Funes Mori (no Sul-Americano Sub-20), só apareceu na segunda metade, quando Pereyra acordou. É o médio mais móvel da equipa, caindo várias vezes na esquerda para buscar jogo e fazer chegar a bola ao avançado (ontem, Pavone). A equipa tem pouca profundidade e pouca mobilidade táctica, o que claramente prende os jogadores. Ainda terá de evoluir bastante se quiser ter sucesso no Clausura.

Quanto ao Boca, está de parabéns, num clássico sem o brilho de outros tempos.

Observando Portugal: A "equipa da moda"

O Paços de Ferreira tem surpreendido no ano civil de 2011 pelas vitórias conquistadas em Alvalade e na Pedreira, depois de ter empatado a zero no Estádio Cidade de Coimbra. Ambas as vitórias foram por 3-2 e conseguidas em terrenos particularmente difíceis.

A equipa manteve o onze, com Cássio, Maykon e Baiano (extremos adaptados a laterais), Cohene e Smauel no centro, André Leãoe Olímpio no centro, com David Simão a assumir funções mais ofensivas e Pizzi e Manuel José nas alas a apoiar Rondón. A equipa tem nos seus corredores o seu ponto forte; os laterais dão grande profundidade à equipa e torna a tarefa dos laterais adversários mais complicada. Pizzi e Maykon são as estrelas da equipa e fazem um corredor esquerdo muito forte, sendo que do outro lado, Baiano e Manuel José não lhes ficam muito atrás.

No entanto, a equipa depara-se com um problema central: a falta de velocidade dos centrais e a falta de agressividade no meio-campo. Tirando André Leão, os médios não pressionam forte e acaba por haver maior espaço para criar lances de perigo frente ao Paços. Além disso, quer Olímpio quer Simão não são muito evoluídos tacticamente e acabam por prejudicar a tarefa de Leão. No centro da defesa, Samuel (muito lento no primeiro golo do Sporting) e Cohene denotam falta de velocidade e têm no jogo aéreo outro ponto fraco. Pode ser que a equipa evolua, mas faltando sempre alguma velocidade no centro da defesa. O mercado de Janeiro ainda não acabou e talvez fosse bom para o Paços recorrer a um central.

No geral, gosto de ver esta equipa a jogar. Tem um treinador (Rui Vitória) inteligente e sabedor, que gosta de jogar um futebol virado para a baliza adversária e que privilegia as jogadas pelas faixas.
Para rever!

Observando o Brasil: A primeira cara do Mengão

Ontem deu-se início ao Campeonato Estadual Carioca 2011. Ou seja, as equipas do Rio de Janeiro entraram em competições oficiais. Os favoritos são, naturalmente, o Flamengo, que aposta forte na temporada de 2011 (contratou, entre outros, Ronaldinho e Thiago Neves), e o Fluminense, que ostenta o título de campeão brasileiro e manteve o os jogadores mais importantes. Não se deve esquecer o Botafogo, campeão Carioca 2010 mas que perdeu Jobson e Léo Guerreiro este mês.

O Flamengo foi o único dos três a jogar no primeiro dia de Carioca, sendo que o Flu e o "Fogão" jogam esta noite. A equipa treinada por Wanderley Luxemburgo iniciou num 4x2x3x1, pouco habitual no futebol brasileiro, com várias trocas de posições etre os "meias" da equipa. Ontem, sem Botinelli, Thiago Neves e Ronaldinho, jogaram Fierro (nas costas de Deivid ou na direita), Vander (na foto, por todo o ataque) e Renato (sobretudo pela esquerda). Na baliza, o ex-Braga Felipe, nas laterais o reforço Egídio (esquerda) e o capitão Léo Moura (direita) com Wellington e David Braz no centro da defesa. Os "volantes" foram Williams e Fernando.

Na 1ª parte, o Flamengo foi praticamente inofensivo, a equipa jogou de forma lenta e os laterais, a par de Williams eram os melhores em campo. No entanto, deu para perceber que o principal problema do Fla esta época será o centro da defesa. Apesar da equipa não ter sofrido golos e de ter criado poucas ocasiões de golo, percebe-se que, colocando alguém (possivelmente Diego Maurício, ausente por estar a jogar o Sul-Americano sub-20) ao lado de Deivid (ainda para mais, tendo Ronaldinho e Neves no apoio aos avançados) esse problema fica resolvido; no centro da defesa, o problema é mesmo dos jogadores e não se trata de algo táctico. David Braz não vale grande coisa e Wellington tem um jogo aéreo bastante deficiente; além disso, Ronaldo Angelim já passou o seu auge e a equipa pode-se ressentir de uma presença forte na área. A aposta do Fla é clara: experiência e qualidade ofensiva para 2011. Mas a verdade é que contratar um central torna-se imperial para uma época de sucesso.

Dentro do sector, vejo Tóloi como uma solução bastante acessível, visto que o Goiás desceu e tem alguns problemas financeiros. O jogador sairia barato e é jovem, tendo grande margem de progressão. Podia ser, de facto, importantíssimo na equipa de Luxemburgo. Os seus 20 anos são enganadores em relação à sua experiência e podia ser um pilar da equipa. Uma aposta pessoal que gostava de ver no onze do Flamengo.

De resto, o Flamengo ganhou 2-0 e "mostrou" ao público a nova contratação Wanderley (avançado ex-Prudente, que marcou de cabeça no único remate que fez, ainda fazendo um grande passe de calcanhar) e ainda Vander ("meia"/avançado ex-Bahia) que voltou de empréstimo. Depois de perder Vinicius Pacheco para o Grémio, o Flamengo parece ter encontrado o jogador ideal para o substituir. Ainda destaque para o avançado Marquinhos, que entrou muito bem na partida e Egídio, com uma estreia que dificilmente podia ser melhor...

Chelsea: "o regresso de Scolari"

O Chelsea vive, por esta altura, uma grande crise de resultados que nem mesmo a goleada ao Ipswich (7-0, Taça) e a vitória de hoje frente ao Blackburn Rovers apagam. Antes do jogo de hoje com o Blackburn, a equipa só tinha conseguido uma vitória nos últimos seis jogos do campeonato, o que levou à revolta por parte dos adeptos do clube londrino. Carlo Ancelotti foi o mais visado mas mesmo os jogadores receberam insultos e assobios por parte dos fãs.

A equipa entrou num verdadeiro colapso psicológico e os resultados começaram a não aparecer. Algumas lesões prejudicaram, de forma clara, a equipa do italiano Ancelotti mas é preciso ir mais fundo para se perceber o verdadeiro problema dos 'blues' de Londres. A equipa perdeu alguns jogadores experientes no fim da época passada, dispensando Belletti, Ballack e Deco, e ainda, de forma surpreendente, Joe Cole e Ricardo Carvalho (que foram vendidos a baixo preço). Mesmo que já com alguma idade, estes jogadores eram opções importantes no banco da equipa e Ricardo Carvalho é parte importante para se perceber o problema da equipa. O português entendia-se às mil maravilhas e o mesmo não se verifica com Ivanovic pois a descoordenação defensiva tem existido em alguns jogos.


No entanto, não é esse o principal factor que ajuda a explicar esta série: na minha opinião, é o meio-campo que mais necessita de revisão. A lesão de Lamaprd expôs o grande problema deste Chelsea: não tem um verdadeiro criativo e quando o inglês falha, a equipa sente falta de alguém que pegue no jogo sem medo e jogue de forma criativa. Ramires é um box-to-box, ideal para a ligação entre o "6" e o "10", Essien e Mikel não são, de forma alguma, criativos. Sem Benayoun, lesionado até ao fim da época, os 'blues' ficam dependentes de Lampard. Assim, não dá. Daí ainda não conseguir entender a dispensa de Joe Cole, invertendo por completo a lógica de construção da equipa.

Quanto ao ataque, precisa de suplentes. Kakuta e Sturridge são bons mas ainda jovens, para se fazerem. Kalou apenas não chega e falta um ponta-de-lança/ala que consiga substituir qualquer um dos três titulares (a par de Kalou). Barrios, do Dortmund, era um jogador perfeito ou até Adebayor, se bem que tenha algumas dúvidas na venda do City a outro clube inglês. Para o centro da defesa, proponho Subotic. Um defesa físico, com excelente 'timming' de corte e que já falei anteriormente no blog. A equipa precisa de colmatar estas três lacunas.

P.S.: se venderem Bosingwa, cometem o maior erro da época!

Onze de 2010

Aqui fica o meu onze ideal de 2010, depois da FIFA ter divulgado o seu no dia de ontem:

GR. Júlio César (Inter) - Grande época do brasileiro. Foi parte fundamental do campeão europeu Inter, ficando na memória o seu jogo em Barcelona.

LD. Maicon (Inter) - Não há palavras para descrever a sua época. Foi um autêntico expresso mas sempre equilibrado. Um "desequilibrador equilibrado" que deu vitórias fundamentais ao Inter e mostrou um regularidade impressionante. O melhor lateral-direito do Mundo!

DC. Piqué (Barcelona) - Justiça feita. O espanhol teve um grande ano, quer pelo clube quer pela selecção, e mostrou-se ao mais alto nível. Sempre tranquilo, seguro, impecável a defender e a marcar alguns golos em bolas paradas. Um defesa de top...

DC. Lúcio (Inter) - Depois de ser dispensado pelo bayern, Mourinho não hesitou em contratá-lo. No Inter regressou a felicidade. Um defesa com D grande e que mereceu as conquistas que teve, vingando-se na final da Champions contra o antigo clube.

LE. Fábio Coentrão (Benfica) - Também podia ter posto Gareth Bale mas prefiro Coentrão. Um pêndulo no Benfica, fez uma asa esquerda fantástica com Di María no Benfica. No Mundial foi um dos poucos que jogaram bem numa selecção destroçada. Esteve para sair mas não saiu e o Jesus agradeceu. Este ano mantém-se a um nível altíssimo.

MC. Xavi (Barcelona) - Um cérebro, um craque, um génio e muitos outros nomes podiam definir Xavi. Passar como ele ninguém consegue...

MC. Iniesta (Barcelona) - Se não houvesse Xavi, a descrição era igual. Tira-se a última frase e fica igual!

MAC. Sneijder (Inter) - Um injustiçado na votação dos três melhores do Mundo. Merecia o pódio como Xavi merecia a Bola de Ouro. Foi o cérebro do Inter e da selecção holandesa no Mundial, onde apenas a Espanha fez cair a 'laranja mecânica'.

MAD. Robben (Bayern) - Muitos me criticam por colocar Robben em vez de Ronaldo. A verdade é que acho, sinceramente, que este foi o ano de Robben. Ninguém se lembrará, com certeza, dos primeiros seis meses do ano, onde esteve absolutamente imparável. No Bayern como na selecção, Robben acumulou dois vice-títulos. O de campeão europeu de clubes e o de campeão do Mundo por selecções. Um craque injustiçado.

MAE. Messi (Barcelona) - Do outro Mundo...

AV. Diego Milito (Inter) - Surpreendeu-me Villa ter-lhe roubado o lugar no onze ideal FIFA. Indiscutivelmente melhor, Milito foi o jogador mais decisivo na caminhada triunfal da equipa de José Mourinho. Golos atrás de golos e atrás de mais golos. Um craque, um finalizador me lembro de ter visto poucos nestes 16 anos de vida. Um jogador de grande qualidade descoberto tarde mas muito a tempo de marcar a história interista.

Treinador: É preciso mesmo dizer?... Apenas tenho a dizer que é português e que a FIFA concorda comigo!

O melhor do mundo!

Visivelmente emocionado, pelas 18.30h portuguesas, subia ao palco de Zurique o melhor treinador do Mundo. Numa eleição entre uma parceria FIFA (todos os treinadores e capitães de selecções nacionais)/ France Football (jornalistas estrangeiros), chegava a hora de subir ao trono. José Mourinho, quase a completar 48 anos, nascido em Setúbal, é oficialmente o melhor treinador do Mundo. O melhor, sem margem para dúvidas. Prémio entregue com toda a justiça. Estou muito contente, muito satisfeito. Mias uma vitória sobre a Espanha, que nem o prémio de melhor jogador do Mundo ganhou (outra das razões do meu contentamento). Mourinho venceu Del Bosque (campeão do Mundo) e Guardiola (que ganhou a Liga Espanhola). As pessoas do mundo do futebol elegerem-no como o melhor. Se dúvidas houvesse quanto ao respeito que têm por ele, hoje ficaram desfeitas.

Obrigado Mourinho!

P.S.: "Boa noite. Peço desculpa por estar a falar português mas sou um orgulhoso português!". Dito pelo melhor treinador do Mundo aquando da entrega do prémio. Até nisto é um senhor!

Observando a Europa: Subotic

No surpreendente Dortmund (apenas para quem não conhece bem a equipa), líder destacado da Bundesliga, vai crescendo um novo talento para os grandes europeus contratarem: Neven Subotic. Foi contratado pelo Borussia ao Mainz no fim da época 2007/2008, depois de realizar 34 partidas pelo clube. Na altura tinha 19 anos (fez 22 anos no último mês de Dezembro) e já era visto como uma promessa.

Teve, entretanto, um "crescimento sustentado" e no último ano ganhou lugar no onde da equipa alemã. Depois de ser internacional jovem pelos Estados Unidos, escolheu a Sérvia para jogar como sénior. Faz parceria com Vidic no eixo central da defesa sérvia e é um grande jogador. Diz-se que o Chelsea anda atrás dele para fazer dupla com Terry e concordo plenamente. Tem 1,93m e 85kg, utilizando o seu imponente físico para ganhar vários duelos no um-para-um. A nível aéreo é irrepreensível e joga simples, sendo um jogador prático, eficaz. É importante no processo ofensivo porque também tem uma grande qualidade no passe. Nas bolas paradas é muito, muito perigoso. Já leva 11 golos desde que está no Dortmund. A apontar!

Observando o Brasil: O início dos Estaduais

A partir do fim-de-semana da próxima semana começa o Campeonato Paulista; seguirá-se o Mineiro, o Carioca e o Gaúcho. Os campeonato Estaduais Brasileiros têm início neste mês de Janeiro, após cerca de um mês de férias. O Fluminense participará, naturalmente, no Carioca, ostentando o título de campeão nacional bem alto. Há um nome a defender e Muricy deve querer iniciar da melhor forma a época que se avizinha. Os Estaduais duram até Maio, com as 20 equipas de cada Estadual a jogarem 19 partidas (uma vez apenas com cada adversário).

Mas este início de ano é marcado, indiscutivelmente, pela "novela Ronaldinho". Já se sabe que o jogador gaúcho vai representar o Flamengo, considerando os adeptos do Grémio como "uma traição". Com o concretizar da transferência para o Flamengo, a equipa Carioca fica pronta para responder ao eterno rival Flu. Com Adriano a partir de Junho (dito pelo próprio jogador) e Ronaldinho, a equipa ficará muito forte. Ainda há a juntar Deivid, restabelecido fisicamente, Egídio, lateral contratado ao Vitória e ainda os experientes Petkovic e Angelim, para além do capitão Léo Moura. Uma equipa de grande qualidade que pode lutar pelo título.

Aqui ficam as 20 principais transferências no futebol brasileiro:

Felipe, Guarda-Redes, do Sp.Braga para o Flamengo
Egídio, Lateral-Esquerdo, do Vitória para o Flamengo
Juan, Lateral-Esquerdo, do Flamengo para o S.Paulo
Jonathan, Lateral-Direito, do Cruzeiro para o Santos
Patric, Lateral-Direito, do Avaí para o At.Mineiro
Titi, Defesa-Central, do Vasco para o Bahia
Naldo, Defesa-Central, da Ponte Preta para o Cruzeiro
Elano, "Meia", do Galatasaray para o Santos
Botinelli, "Meia", do Universidad Catolica para o Flamengo
Charles, "Volante/Meia", do Lokomotiv para o Santos
Richarlyson, "Volante/Meia", do S.Paulo para o Atlético Mineiro
Mancini, "Meia", do Inter para o Atlético Mineiro
Eduardo Costa, "Volante", do Mónaco para o Vasco
Wesley, Meia/Avançado, do Prudente para o At.Mineiro
Madson, "Meia", do Santos para o Paranaense
Souza, "Meia", do Grémio para o Fluminense
Zezinho, "Meia"/Lateral, do Santos para o Bahia
RONALDINHO, "Meia", do AC Milan para o Flamengo
Marcel, Avançado, do Santos para o Vasco da Gama
Jobson, Avançado, do Botafogo para o Atlético Mineiro

Principais saídas:

Neto, Guarda-Redes, do Paranaense para a Fiorentina
Miranda, Defesa-Central, do S.Paulo para o At.Madrid
Elias, "Volante", do Corinthians para o At.Madrid

P.S.: Roberto Brum, ex-Académica e ex-Braga, foi dispensado do Santos

Observando a Europa: Kevin-Prince Boateng

Em Milão "vive" o líder da Serie A italiana. O AC Milan recupera o prestígio de outros tempos com uma equipa com alguns jovens de grande qualidade, renovada neste mercado. Allegri encontrou num 4x3x1x2 um sistema táctico confortável; em condições normai,s seria Ronaldinho a ocupar o espaço de nº10 e se inicialmente foi assim, a partir de meados desta época, Kevin-Prince Boateng ganhou-lhe o lugar. Aproveitando-se dos desentendimentos do brasileiro com o treinador, Boateng passou a ser "10", um 10 diferente.

O médio ganês entrou no corredor da fama quando, em Maio de 2010, partiu a perna de Ballack na final da Taça de Inglaterra, quando representava o Portsmouth. Começo no Hetha, seguiu para o Tottenham, onde não teve sorte e foi emprestado ao Dortmund. No fim de 08/09 seguiu para o Portsmouth, onde finalmente se tornou titular indiscutível. Destacou-se pela força, sobretudo. Foi comprado pelo Génova em Julho por 6,5M€, depois de ter representado o seu país no Mundial 2010. Após a compra, foi emprestado ao AC Milan. Aqui evoluiu e vai continuar o seu processo de evolução (apenas tem 23 anos); é um jogador muito forte fisicamente (1,84m e 80kg), pressionando a 1ª fase de construção do adversário, sendo resguardado por Gattuso, Pirlo e Ambrosini. Tem pormenores técnicos muito interessantes e sabe criar jogo, apesar de não ser um criativo por natureza. É ele que compensa na área ofensiva quando um dos pontas-de-lança vem buscar jogo atrás. O único ponto negativo é que, por vezes, é demasiado agressivo e vê vários cartões.

De grande!

U.Leiria: A saída de Carlão

A União de Leiria está a realizar um campeonato acima das expectativas. Situa-se no 4º posto da classificação e andou pelo 3º lugar durante algumas jornadas.

Orientada por Pedro Caixinha (com Sá Pinto a gerir o futebol), a formação do Lis joga com um meio-campo joga num losango curto, (com Silas - também de saída para o Chipre- a ocupar o espaço do "10" e Paulo Sérgio, desaproveitado na Académica, a "6" varrendo o miolo) onde os laterais dão profundidade aos corredores (Patrick e Panandetiguiri). O meio-campo equilira a equipa e os jogadores têm boa disciplina táctica. Com um guarda-redes (Gottardi) que atirou o internacional Djuricic para o banco, a União enfrenta agora um grande problema: a saída do avançado Carlão para o Japão.

A verdade é que a equipa começou mal o campeonato nacional e apenas "acordou" quando Carlão começou a marcar. Faz-me lembrar o Leixões quando Wesley saiu e a equipa caiu alguns lugares na tabela classificativa. Não estou a dizer que vá acontecer o mesmo, mas é bem provável que sim. Sem ser uma equipa que pratica um futebol muito atractiva, é equilibrada e eficaz e Carlão representa grande parte dessa eficácia, estando em 2º lugar, na tabela de marcadores da Liga. Agora está de saída para o Kashima Antlers.

Resistirá a União de Leiria?

Particulares

Parece-me bastante a forma como a Federação (ou quem quer que seja) está a organizar os jogos particulares da nossa selecção. Depois de jogar contra a Espanha, numa partida para promoção da candidatura ibérica ao Mundial (que foi muito mais do que isso, como todos sabem), Portugal vai defrontar a Argentina em campo neutro, numa clara amostra do nível de jogo dos nossos adversários. Os amigáveis deixam de o ser quando duas grandes equipas se defrontam porque a vontade de ganhar e a vontade dos jogadores aumenta. Em Wembley, Portugal via defrontar uma das melhores selecções do Mundo, que conta com Messi, Higuaín (lesionado até ao fim da época), Di Maria, entre muitos outros...

Quanto aos jogos de Março, numa altura em que decorre uma jornada de qualificação para o Europeu (na qual Portugal folgará, jogando apenas em Junho com a Noruega), a selecção de todos nós defrontará o Chile (equipa que pratica um futebol agradável) e a Finlândia, numa tentativa de defrontar um adversário semelhante à Noruega. Ambos os jogos vão ser realizados na Zona Centro, em Leiria e Aveiro, respectivamente.
É bom que assim seja, para que Paulo Bento vá conhecendo cada vez melhor os jogadores à sua disposição, para além das experiências que pode fazer. Portugal não se pode dar ao luxo de desperdiçar datas FIFA como chegou a fazer quando Queiroz liderava a selecção portuguesa. "É tempo de recuperar tempo" e não pode haver "folgas".

Quando as coisas são feitas mal, há que criticar. Mas quando são feitas bem, é de elogiar. Os meus parabéns a quem pensou os amigáveis desta forma.

A primeira derrota

Este fim-de-semana deixou de haver equipas invencíveis na Europa. O FC Porto perdeu em casa perante o Nacional da Madeira (1-2) na BwinCup. Foi a primeira derrota de uma equipa que caiu um pouco de rendimento no mês de Dezembro. De qualquer forma, é preciso relembrar que esta derrota caseira não foi para o campeonato e a distância pontual para o Benfica mantém-se em oito pontos. E também é verdade que houve rotatividade da equipa (desde logo, uma defesa completamente remodelada, o que normalmente não dá bom resultado). Portanto, é bom que não se faça grande alarido à volta deste resultado, ainda para mais com a grande contribuição de Pavel Kieszek.

O Porto tem sido muito regular e contam-se pelos dedos os empates dos azuis-e-brancos na actual época desportiva. Foi preciso esperar pelo início do novo ano civil para se ver o resultado absolutamente negativo e já passaram pelos dragões equipas como Benfica, Sporting, Besiktas ou Braga. Nenhuma ganhou, até que o Nacional conseguiu a proeza de virar um resultado no Estádio do Dragão. Nem Falcão chegou para empatar e deu-se a primeira derrota.

Como reagirá Villas-Boas? Naturalmente. Esta derrota foi a primeira (e já muito o Porto fez em manter a invencibilidade por tanto tempo) e não será a única, como é óbvio. Uma época é feita de altos e baixos e é preciso reagir. Mas claro, é bom que a equipa responda com uma vitória no próximo jogo. Com tranquilidade, como diria Paulo Bento.

Observando a Europa: Glasgow Rangers/ Samaras (à atenção do Sporting!)

Ontem vi o 'derby' de Old Firm, o clássico entre o Glasgow Rangers e o Celtic Glasgow. O resultado era o que menos me importava, queria ver o adversário do Sporting em acção e um possível reforço (Samaras).

Tenho a dizer que achei o Glasgow Rangers uma equipa fraca, em comparação com o Sporting. 4x4x2 tradicional, com dois alas (o eslovaco Weiss na esquerda e Simon Davies na direita) e dois avançados (um móvel, Lafferty, e outro fixo, Kenny Miller, sendo que ambos são fortes fisicamente). A defesa é composta pelos laterais Froster e Papac, sendo a dupla de centrais composta pelo experiente Weir (40 anos, capitão de equipa) e Bougherra (argelino que chegou a estar na órbita dos leões). O guarda-redes McGregor é o melhor elemento da defesa da equipa escocesa. A defender abrem bastante espaço nas costas dos defesas (que são lentos, levando a que seja fácil ganhar metros pelos avançados), formando duas linhas próximas de quatro homens, baixando Lafferty (ou Wittaker, que substituiu Lafferty no 'derby' por este ter acabado de regressar de uma lesão), ficando a equipa sistematizada num 4x4x1x1.

A atacar, a ala esquerda (Papac e Weiss, normalmente) é claramente mais forte. Os dois jogadores referidos dão profundidade ao corredor e entendem-se muito bem. Lafferty joga por todo o ataque, no serviço a Miller. Nos cantos, defendem com todos dentro da área, formando duas linhas de 4(uma dentro da pequena área e outra na grande área), ficando dois homens nos postes. Nos cantos ofensivos, deixam três homens atrás. Julgo que a melhor de jogar contra esta equipa, será num 4x3x3, com alas rápidos e um miolo forte. Apostar em Yannick Djaló e Vukcevic pode ser fundamental para uma eliminatória tranquila, sendo que no trio do meio-campo, colocaria Pedro Mendes, Maniche e Zapater (André Santos ainda é franzino e talvez possa acusar a fragilidade física). De resto, é importante que Polga jogue no centro, por ser o mais físico dos quatro centrais sportinguistas.

Quanto a Samaras, o grego é um grande jogador. Pode-se tornar numa peça chave da equipa leonina caso se concretiza a transferência para Alvalade. É um jogador vertical (joga pelo corredor central e não gosto de sair dessa zona) mas não apenas de área. Ou seja, gosta de descer para apanhar a bola mas não gosta de cair nas faixas. É forte nas lutas aéreas (não sendo um grande cabeceador) mas é com os pés que melhor joga, sendo um finalizador eficaz e mostrando bons pormenores técnicos. Consegue receber bem a bola, mesmo sob pressão.

Nolito e Nuno Coelho

Por esta altura fala-se que o Benfica irá contratar Nolito e Nuno Coelho para a época 2011/2012. Ambos poderão vir a custo zero, um do Barcelona B e o outro da Académica. Ainda não vi as reservas do Barça e, por isso, não me posso pronunciar sobre o primeiro. Sei que é o ala-esquerdo e, pelo que li, é bom jogador e traria profundidade ao corredor dos encarnados.

Quanto a Nuno Coelho, conheço muito bem. 23 anos, médio mais recuado do triângulo do meio-campo academista, evoluiu bastante da última época para 2010/2011, verificando-se uma melhor cobertura do espaço defensivo. No entanto, acho que lhe falta alguma maturidade e alguma inteligência a jogar. Em comparação com Airton, por exemplo, acho-o bastante inferior. Ainda para mais, se Jorge Jesus gosta de um “6” forte fisicamente, então Nuno Coelho não é o jogador indicado para entrar no plantel encarnado. Acho demasiado cedo para representar um “grande”, e mesmo que vá a custo zero, acho que é um desperdício. Além do mais, acho que aí o Benfica tem cobertura suficiente: Javi Garcia, Airton ou até mesmo Ruben Amorim podem dar conta do recado de forma bastante satisfatória. Pensem antes em colmatar verdadeiras lacunas (um bom central suplente e um lateral para as duas faixas).