quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Análise à 1ªvolta II


Hoje continuo a minha análise sobre a 1ªvolta do presente campeonato. Olho para o fundo da tabela classificativa: Belenenses, Leixões e Olhanense somam 11 pontos e precisam de subir na 2ªvolta.

Mas o começo dos azuis até nem foi mau. Empatou em Matosinhos e ganhou à Naval. O problema foi depois; perdeu em Braga, foi goleado pelo Benfica (0-4) e empataram em Coimbra, quando a Académica estava fraquíssima. Seguiram-se os fracos resultados com a derrota em casa com o Nacional. E assim sucessivamente, até à 14ªjornada. Com a derrota em Leiria, João Carlos Pereira foi despedido do comando técnico do Belenenses, clube histórico do futebol nacional. A lesão de Yontcha por 3 meses, em nada ajudou o clube mas os maus resultados são inexplicáveis perante um plantel que até tem bons valores (como Devid, Zé Pedro ou Arroz). Adu quase nem sequer foi usado e ninguém percebeu algumas opções do treinador despedido. Agora, com Toni, espera-se aluma mudança para os lados de Belém.
Quanto ao Leixões, o caso é diferente. A nível de individualidades, a equipa parece orfã de um "craque" e vale sobretudo pelo colectivo. Mas a segunda pior defesa desta Liga (em igualdade com o Nacional) conta com José Mota no comando e a sua experiência pode servir de apoio à equipa leixonense. O principal problema é que esta equipa sofreu uma grande renovação no Verão e chegaram vários nomes desconhecidos ou de divisões inferiores portuguesas, o que dificultou a sua adaptação. Veremos como reage numa 2ªvolta em que terá de visitar Olhão e Belém.
Por fim, o Olhanense. Esta equipa é um caso estranho. Tem bons jogadores (jovens), um bom treinador (jovem), mas talvez esta juventude acabe por ser prejudicial. Ukra, Castro, Zequinha, Tengarrinha, Rabiola e Ventura estão emprestados pelo Porto mas há mais jovens neste plantel (João Gonçalves ou Stephane), todos eles com menos de 22 anos. Mas juntando alguma experiência, casos de Carlos Fernandes, Rui Duarte ou Djalmir, não se percebe o porquê de se verificar tal posição. Já se falou várias vezes na substituição de Jorge Costa, mas a verdade é que a direcção algarvia mantém a confiança no técnico que levou à subida de divisão na época passada.

Depois, segue-se o Vitória de Setúbal. Depois de iniciar o campeonato a empatar em Guimarães, perdeu 3 vezes seguidas (com o famoso 8-1 na Luz), com um parcial de 1-13. Carlos Azenha foi despedido depois da derrota em casa frente ao Leiria por 0-4. Quim tornou-se o interino durante três jogos, em que os sadinos venceram a Naval e perderam dois jogos. Com Manuel Fernandes tudo mudou. As exibições, os resultados (houve bastante melhoria). Em casa, o Setúbal de Manuel Fernandes só perdeu contra o Sporting, empatando um jogo e ganhando dois. A garra que impõe à equipa, os gritos que manda para dentro do campo, o amor que tem ao clube e a pouca ligação que tem com o politicamente correcto, caracterizam este treinador que já anda no mundo do futebol há bastantes anos. Se continuar assim, o Vitória conseguirá a manutenção com toda a certeza.

De seguida, a Naval e o Paços. Estas equipas, na minha opinião, acabarão por se safar. A Naval tem um plantel relativamente fraco mas foi fazendo pontos importantes desde que Inácio chegou ao comando. Substituiu Ulisses Morais que foi para a Capital do Móvel treinar o Paços de Ferreira. Estas duas equipas tem tido percursos normais para o que são os seus objectivos e se seguirem neste trilho, acabam por conseguir a manutenção sem grandes sobressaltos.

Para concluir, a Académica. Foi estranho o 7ºclassificado do último campeonato ter iniciado o campeonato com 1 ponto em 4 jogos. Mas estranho só para quem não teve atenção à pré-época e só para quem não conhece Rogério Gonçalves. Nunca pus as mãos no fogo por este homem. Por onde passou, deixava um rasto de destruição. E o mesmo se passou aqui. Pegou numa equipa totalmente solidificada, que apenas tinha perdido Saleiro e Nuno Piloto do onze titular (Peskovic é guarda-redes, não conta). O seu trabalho foi desastroso, tomou opções incompreensíveis (Tiero esteve tempo a mais nas reservas, um jogo ou dois era suficiente para ele perder a mania), Sougou passou algum tempo no banco, a opção por Licá nunca percebi. Gostar de André Fontes também não é propriamente agradável. E a insistência em Amoreirinha, quando Berger já pedia uma oportunidade há imenso tempo. Opções erradas que prejudicaram a Briosa.
Esta foi uma escolha de José Eduardo Simões; partiu a Direcção. Esperou até à 7ªjornada: a Académica somava 3 pontos, somados em empates (dois em casa, um fora) e somava igualmente péssimas exibições. O nível da equipa não era aquele. Saiu após o 2-4 com o Marítimo, em Coimbra. E depois veio André Villas Boas. Que não fez mais que pôr a Académica a jogar bem. E até que enfim. "Descobriu" João Ribeiro, resgatou Tiero, meteu Berger a titular, Nereu na baliza. Éder assumiu as funções de ponta e a Briosa começou a tirar rendimentos rapidamente. Marcou a sua personalidade no Dragão e na Luz, apesar de sair derrotado em ambos os casos. Mas em casa, conta por vitórias os 4 jogos que fez para o campeonato e recuperou a boa maneira de defender pelo menos em Coimbra (fora já sofreu 12 golos em 4 jogos). A Académica não joga um futebol de manutenção. Joga futebol muito superior. A manter-se assim, a primeira metade da tabela não estará tão longe quanto parece.

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