domingo, 31 de janeiro de 2010

Bem-vindos, bons jogadores...


Chega o fim de Janeiro. Os clubes procuram "negócios da China", reforços que se sentem mal nessa Europa. O campeonato procura caras que lhe dêem brilho. Surgem oportunidades; procura-se o jogador que faz falta ou então o jogador que aparece num bom negócio. Luta-se pelas melhores opções.

Amanhã fecha o mercado e, salvo alguma excepção de última hora, as grandes movimentações parecem estar feitas. Todos os quatro primeiros parecem ter-se reforçado bem. FC Porto, Benfica, Sporting e Braga parecem ter pensado bem os seus novos jogadores, adquirindo jogadores que podem vir a ser muito úteis. Neste contexto, penso que os dragões foram os mais cirúrgicos; no entanto, aqueles que menos contrataram. Mas contratar pouco e muito bem sempre é melhor que contratar muito e mal. Ruben Micael e Kléber "Gladiador" vêm par ser mais-valias e, de preferência, para assumirem a titularidade.

De facto, os azuis-e-brancos atacaram este mercado a pensar num médio organizador e num avançado (de preferência que soubesse descair na ala e jogar no centro com a mesma qualidade). Ruben Micael e Kléber são as soluções ideais: o primeiro jogava no Nacional da Madeira, é um médio que joga bem na esquerda e no centro e já está adaptado ao país; o segundo é um avançado polivalente, goleador, muito parecido com Hulk e que já jogou na Ucrânia, logo não deve ter grandes dificuldades de adaptação. Além disso, é um jogador de créditos provados no Brasil e experiente (26 anos). Ao preço que foi adquirido (5,5M€ mais Farías) nem parece muito. Veremos se serão as opções desejadas...

Quanto ao Benfica, adquiriu jogadores para o ataque, para fazerem sombras a Cardozo e Saviola. Por outro lado, contratou Airton (na foto) para equilibrar o meio-campo. Quanto a Éder Luís e Alan Kardec, vêm para servir de segunda linha à dupla encarnada habitual. O primeiro não conheço, ao segundo tenho elogios a tecer. No entanto, só chegam porque Keirrison não se adaptou e, por outro lado, porque talvez Weldon tenha passado o seu tempo. Eu nem desgosto de Weldon e tenho bastante pena do provável "encosto" deste jogador. Veremos se Éder Luís mostra qualidade suficiente para isso acontecer. Neste momento, o Benfica tem sete avançados (juntam-se a estes cinco, Nuno Gomes e Mantorras). De mais, para uma equipa que joga com...dois.
Em relação a Airton, é uma jóia para trabalhar e vender por largos milhões daqui a uns anitos. É um jogador excelente para a sua tenra idade e tem uma classe própria de brasileiro. Se a venda de Javi Garcia se confirmar no fim da época, com Amorim e Airton no plantel, a substituição será bem feita.

Depois, o líder Braga. E aqui moram vários regressos saudosos: Rafael Bastos, Luís Aguiar e Rentería. Depois, juntam-se a estes Miguel Garcia e Tiago Pinto. Contratações que vêm dar garantias de qualidade no banco de suplentes a Domingos e lhe prometem dores de cabeça positivas para esta segunda metade da época. Os portugueses vêm ser opções para as laterais, sendo que Miguel Garcia tem a responsabilidade de substituir João Pereira.
Os estrangeiros vêm aumentar as opções do meio-campo e do ataque podendo agora o treinador formar duas equipas de qualidade com o plantel que tem. Luís Aguiar vem ser suplente de Hugo Viana, Rafael Bastos de Mossoro, e Renteria de Paulo César. É agradável para os adeptos ver regressar dois homens tão importantes na época passada como Aguiar e Rnetería, como se provou na sexta-feira com o Sporting (muitos aplausos para os dois). Um plantel não é composto por onze jogadores e o Braga bem pode "agradecer a Janeiro".

Por fim, o Sporting. Contratou João Pereira, Pedro Mendes e Sinama-Pongolle, sendo que apenas o último não conhece Portugal. Todos têm qualidade provada, vêm preencher lacunas no plantel mas penso que faltou um defesa-esquerdo para o plantel ficar 100% equilibrado. No entanto, optou por jogadores experientes e já internacionais para fazer face aos problemas que têm passado pela equipa.

João Pereira vem dar o equilíbrio necessário à faia direita, ao mesmo tempo que Izmailov voltou aos jogos. Pedro Mendes vem ser uma boa solução quer a Veloso, quer a Vukcevic, podendo-se adaptar a qualquer posição do losango (sem ser ao vértice mais ofensivo). Quanto a Sinama, é um jogador que vem para assumir a titularidade mas Yannick e Saleiro proemtem dar lutar por um lugar ao lado de Liedson.

O campeonato fica mais bonito com melhores jogadores. Ver regressar Pedro Mendes, Luís Aguiar ou Rentería é bastante interessante; ver entrar Sinama, Kléber ou Airton também; ver Ruben Micael e João Pereira a manterem-se dentro do país também. De facto, Portugal ainda tem alguns motivos de interesse...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Chamem-lhes líderes


Esta era uma das jornadas mais importantes da segunda volta. Os seis primeiros defrontavam-se entre si, o Braga recebia o Sporting, o Benfica recebia o V.Guimarães e o FC Porto visitava a Choupana.

A verdade é que os três primeiros venceram os seus desafios e nada se alterou na luta pelo título. O dado novo é o afastamento definitivo desta luta do Sporting. Com a derrota na Pedreira, os leões hipotecaram qualquer hipótese de chegar ao título e, provavelmente, à Liga dos Campeões (está a 15 pontos de Benfica e Braga). Por outro lado, os bracarenses provaram o seu valor, fazendo um jogo inteligente, em que controlaram na maior parte do tempo e apenas no início e no fim do jogo se viram em real sufoco. Por fim, o FC Porto manteve-se a seis pontos dos dois primeiros, goleando o Nacional da Madeira por 4-0. Varela e Falcão bisaram, num jogo em que Ruben Micael e Belluschi foram fundamentais no caudal ofensivo apresentado pelos dragões.

Começando pelo jogo de ontem, o Sporting de Braga mostrou o porquê de liderar a Liga Sagres. Em alguns momentos do jogo não é uma equipa vistosa, mas sabe variar entre um jogo de ataque e um jogo defensivo sempre de forma inteligente. Com Paulo César em campo, os anfitriões assumiram outra capacidade para incomodar João Pereira e com Mossoro a jogar muitas vezes pela ala, os problemas foram nascendo, sobretudo, pela esquerda.
Domingos foi corajoso: a aposta no ataque pela faixa esquerda era arriscado; era lá que o Sporting tinha Izmailov e João Pereira, concluindo-se facilmente que esta era a ala mais forte dos leões (do outro lado estavam Grimi -sempre perdido- e Miguel Veloso -numa adaptação que não dá grande capacidade ofensiva ao Sporting-).
Mas mesmo tendo pela frente um russo e um ex-jogador seu, o treinador do Braga confiou a difícil tarefa de "ataca-los" a Paulo César, Mossoro e Evaldo. Os jogadores cumpriram-na com distinção.
No entanto, o Sporting começou melhor. Mais pressionante, impedindo o líder de jogar como é seu apanágio na Pedreira. Mas os da casa, a partir dos 15 minutos, deram sempre a sensação de controlo do jogo. E, lá está, controlo é diferente de domínio. Domingos disse uma frase que define bem este jogo: "o Sporting teve mais posse de bola mas foi por consentimento do Braga". Nem mais. O meio-campo de cinco homens formado pelo treinador arsenalista passou no teste e a entreajuda dos jogadores foi importante para a vitória final. Vitória que chegou pelos pés de Paulo César (que grande jogada no lance do golo!) e pelos joelhos de Tonel, traindo Rui Patrício. E aí estava a perfeita imagem deste Braga: eficácia.
Com a defesa de betão bem alinhada, o Braga não teve grandes dificuldades para ir parando os homens mais adiantados dos leões, até porque Liedson esteve desinspirado e Saleiro pouco se via. Depois, qual resistente, Eduardo acabou por aguentar uma lesão que, ao que tudo indicava, podia ser gravíssima. Não o foi. Mas fica aquela imagem de Eduardo a defender remate de Matías já nos descontos e a rir-se como se nada tivesse sido. Agora, o Braga passou um período de três jogos de grau de dificuldade elevado. Nacional e Sporting em casa, Académica em Coimbra. Numa equação de 3+3+3=9, o Braga pode-se dar por satisfeito... Abram alas para o líder...

DESCULPE LÁ, PROFESSOR MACHADO

Na Choupana, o FC Porto passou teste difícil, que lhe permite olhar agora o resto do campeonato com mais confiança. Aos 30 minutos tudo ficou mais fácil. Alex Bruno derrubou Álvaro Pereira dentro da grande área e foi expulso; Varela inaugurou o marcador e fez o mais difícil para os azuis-e-brancos. Se teria sido mais complicado ganhar contra 11? Talvez, mas a verdade é que o FC Porto fez um bom jogo e ganhar 4-0 na Choupana não é para qualquer um.
A partir daí, os visitantes não tiveram qualquer dificuldade para controlar o jogo, cair em cima do Nacional e esmagar os anfitriões. Depois, como se não bastasse jogar com menos um, os visitados ainda contaram com os irrequietos Álvaro Pereira, Ruben Micael (que estreia no campeonato!), Belluschi e Varela e com o eficaz Falcão pela frente. E assim tudo se torna mais difícil. E depois, foi contar. 2, 3, 4. 4-0 e contagem fechada. Falcão contribuiu com dois, Varela com outros dois. E fica a certeza de que os dragões ainda não desistiram. Terça jogam cartada importante na época 2009/2010; a recepção ao Sporting para os quartos-de-final da Taça de Portugal pode trazer o "grande Porto" que os adeptos esperam há já algum tempo.

MARTINS COMO RONALDO

Por fim, a Luz. O Benfica venceu 3-1 o Vitória de Guimarães, Carlos Martins foi o homem do jogo (no melhor -marcando dois golos- e no pior -sendo expulso-). Quando vi a constituição das equipas, tive uma grande alegria e uma grande decepção: a alegria foi a ausência de Peixoto do onze titular; a tristeza foi a ausência de Ramires. Mas engoli essa tristeza durante o jogo.

O Benfica entrou forte, como hábito. Começou a dominar desde cedo e aos 17 minutos Aimar, com alguma sorte, inaugurou o marcador. O Vitória não foi maluco ao ponto de encarar o Benfica olhos nos olhos e foi tentando surpreender em contra-ataque. Numa dessas tentativas, conseguiu empatar; boa jogada e grande passe de João Alves para Nuno Assis, que enganou e Quim e marcou. O Vitória, sem saber muito bem como, lá conseguia o empate. E voltou-se ao mesmo. O controlo dos visitados era total. Mas chegou-se ao intervalo com uma igualdade, longe de traduzir o que se passava no relvado.


Voltou-se do intervalo sem alterações. Mas houve uma alteração: a atitude de Carlos Martins. E isso de muito valeu ao Benfica. Em "noite não" de Cardozo, valeram o bom jogo do meio-campo para derreter o Vitória. Aimar, Di Maria e Carlos Martins estiveram em grande plano nesta noite, sendo que o primeiro e o último, por duas vezes, marcaram os golos dos encarnados. Martins, aos 51 minutos, recolocou o Benfica em vantagem, com um bom pontapé, após passe de Aimar; depois, passados apenas nove minutos, atirou mais um balázio à baliza de Nilson e bisou. A partir daí, o Vitória passou a estar em cima do meio-campo das águias mas sem resultados práticos. Apenas assustou uma outra vez, mas nada de grandes incómodos. Aos 72 minutos, Carlos Martins, por mão infantil na bola, acabou expulso (semelhante ao jogo da semana passada de Cristiano Ronaldo - bis e expulsão-). O Benfica retraiu-se ainda mais e acabou o jogo a defender a vantagem (raro na equipa comandada por Jorge Jesus). 3-1 e o Braga já ali ao lado.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"Bronca entre Sá Pinto e Liedson"


Este foi o assunto mais discutido da última semana na esfera futebolística em Portugal. A discussão acesa entre Liedson, jogador do Sporting, e Sá Pinto (director para o futebol), levou ao pedido de demissão por parte do dirigente sportinguista. Aconteceu na quarta-feira passada aquando do confronto entre Sporting e Mafra para os oitavos-de-final da Taça de Portugal, onde Rui Patrício sofreu um golo de maneira incrível: falhou na bola e meteu-a direitinha na cabeça de Zhang, que aproveitou para fazer o 4-2.

Segundo as declarações de Sá Pinto, quando o guarda-redes dos leões sofreu o tal "frango", Liedson mandou calar os assobios do público. Talvez com razão. Mas Sá Pinto, tentando evitar situações de discussão, mandou calar o "levezinho" e o jogador não gostou e ficou irritado. De tal maneira que "se dirigiu de forma insultuosa" perante toda a equipa técnica e jogadores suplentes.

Mas o pior verificou-se no balneário. Sá Pinto foi incumbido de falar à equipa no fim do jogo acerca do sucedido. Quando criticou Liedson, o jogador continuou com um comportamento "inaceitável" e levantou-se com ar ameaçador. Depois de uma breve troca de palavras, Liedson terá agredido fisicamente o ex-capitão do Sporting, ao qual o agora director terá respondido na mesma moeda. Assim, o ambiente ficou demasiado tenso para Sá Pinto continuar de "cara lavada" e tornou-se impossível não pedir a demissão do cargo. O clube de Alvalade fica agora privado de uma das suas novas caras.

Mas mais do que isso, o clima volta novamente a ficar estranho. Numa equipa que estava em claro crescendo, vencendo seis jogos seguidos (sete se já contarmos com o do Trofense), sofrer um golpe destes nunca é positivo. Mais ainda: Liedson já não é virgem nestas situações de conflito. Quem não se lembra do habitual quinto amarelo antes das férias natalícias? Dos atrasos nos regressos? Das várias declarações polémicas? O luso-brasileiro sempre foi assim. O que é incrível, é a maneira como os mais altos representantes do clube castigam Liedson: uma multa, trocos para quem recebe cerca de 100 mil € por mês.

Isto ainda é o mais incompreensível nesta cena toda. Um jogador que agride um director é castigado com uma multa??!! Então e ficar sem o salário durante mês? Então e ficar sem jogar durante alguns jogos sem receber? Não? Claro, porque é Liedson. Parece que o reino do leão se está a tornar o reino de Liedson. O "levezinho" faz o que quer e o que lhe apetece. Ninguém lhe pode mexer porque é a estrela da equipa. E não acredito que se esta situação se passasse no FC Porto ou no Benfica, o castigo aplicado seria o mesmo.

Bettencourt demonstrou fraqueza... Será que isto não vai abalar o Sporting?

domingo, 24 de janeiro de 2010

Adeus, Angola


Custa-me bastante escrever sobre a eliminação de Angola. Mas é impossível não falar. Os jogadores angolanos não tiveram capacidade psicológica para reagir a uma desvantagem, natural nestas competições, mas que na cabeça dos Palancas se tornou num bicho de sete-cabeças.

E assim, chegou a eliminação que ninguém esperava. Por várias razões: o Gana apresentou-se com uma equipa bastante jovem; Essien estava ausente; Angola, com Flávio e Zuela recuperados, apresentou-se na máxima força; o público encheu o Estádio Nacional. Mas mesmo com estes factores a favor dos anfitriões, a equipa não conseguiu anular um golo madrugador de Gyan Asamoah, logo aos 15 minutos.

Manuel José alinhou com os jogadores que quis: Carlos; Kali; Rui Marques; Stélvio; Zuela; Chara; Gilberto; Djalma; Mabiná; Flávio e Manucho. E no início até parecia que o jogo ia correr bem com a pressão alta a equipa da casa a ser intimidante. O público puxava pela equipa e os jogadores estavam muito concentrados em marcar cedo. Mas a pressão alta, numa defesa relativamente lenta, pode ter os seus efeitos negativos e na única grande ocasião de golo do Gana, Gyan Asamoah não desperdiçou e deu vantagem aos vencedores. Angola tentou chegar ao empate e ainda na primeira parte teve duas grandes oportunidades para empatar através de Manucho. Aos 30 minutos, Kingson fez uma grande defesa mas aos 44' não esteve tão bem e deixou a baliza aberta para Manucho marcar. Mas o jogador do Valladolid atirou (incrivelmente) por cima.

Chegou o intervalo e Angola pareceu voltar pior. O que deveria ser um tónico para encarar o resto do jogo, tornou-se no tempo em que Angola pareceu desanimar. A equipa ficou mais longe do golo e apenas aos 91 minutos criou uma situação de verdadeiro perigo, quando Kali, capitão da selecção, falhou um cabeceamento na pequena área que podia ter dado o golo desejado. O desespero apoderou-se desta selecção por volta do minuto 60. Só não percebo porque é que Manuel José não chegou a colocar Mantorras em campo. Era necessário alguém que galvanizasse os angolanos, alguém que trouxesse experiência e moral. E, sobretudo, alguém que substituísse Manucho. Job pouco acrescentou ao jogo e Zé Kalanga não fez muito mais. Djalma esteve desinspiradíssimo, Flávio não apareceu, Gilberto esteve longe do que já conseguiu fazer nesta CAN e a lesão de Zuela obrigou o treinador a esgotar as substituições mais cedo do que é hábito. Tudo isto levou Angola a sair da Taça das Nações Africanas sem sequer chegar às meias-finais.

E o povo angolano chorou...

Análise ao Belenenses


Nélson, Mano, Arroz, Diakité, André Pires, Gabriel Gomez, Barge, Celestino, José Pedro, Fredy e Yontcha; este foi o primeiro onze do Clube de Futebol Os Belenenses no presente campeonato. Viriam depois a chegar Lima e Beto, respectivamente, para o ataque e a defesa. No banco, começou o treinador João Carlos Pereira.

Esta é a equipa que ocupa, de momento, o último lugar da classificação da Liga Sagres 2009/2010. Estranho esta posição. O grande problema é a falta de estabilidade. Desde o início do ano que o histórico clube do futebol português ainda não conseguiu ter um onze-base. A rotatividade é boa quando assim se justifica. Não neste caso e o "Belém" está a sentir os efeitos negativos na pele. Ao mesmo tempo, há juventude em demasia no plantel e nas primeiras cinco jornadas apenas Devic era um jogador relativamente experiente (e ainda assim, tem apenas 25 anos). Por fim, só seis jogadores deste plantel têm mais de 26 anos e vários têm idades situadas entre os 18 e os 23 anos. Por exemplo, o banco da equipa nos primeiros jogos do campeonato era composto por jogadores bastante novos e um ou outro saídos dos juniores neste ano.

Os azuis até são uma equipa agradável com bola. O problema é quando, sem bola, os graus de exigência de transição e organização defensiva sobem. Tem um enorme deficit de agressividade sobretudo no eixo-central. Com Beto melhorou um pouco mas não o suficiente para defender bem. Por isso mesmo, torna-se incompreensível ver Devic tanto tempo no banco, um jogador que era uma das maiores esperanças da equipa no início da época. Com os reforços Mustafa e Marcos António, esperam-se melhorias no sector mais recuado da equipa. No entanto, o principal problema é à frente da defesa: pouca intensidade sem bola de Gavilan, o que, em 4x1x3x2, com Zé Pedro à sua frente, impede a equipa de criar a indispensável zona de pressão em coberturas e recuperação. E aqui também não entendo as ideias dos treinadores: esta equipa talvez se desse melhor com Diakité ao lado de Gavilán, um duplo-pivot que permitisse defender melhor, com maiores compensações e, jogando de maneira mais equilibrada, Gavilán pudesse ajudar a defesa (que é o que faz melhor) e Diakité como principal transportador. Quem não se lembra das boas exibições do maliano no Boavista e no Beira-Mar?

Depois, parece que quando Zé Pedro não joga bem, a equipa se "apaga" por completo. É por aí que a criatividade de Fredy é importante, jogando melhor descaído sobre a ala (como Toni quer fazer) do que jogando mais pelo centro, fixo, ao lado de Lima ou Yontcha. Esta equipa daria-se melhor, com toda a certeza, em 4x2x3x1. É por isso fundamental a contratação de um número 10. Marcinho (na foto), fala-se. Era excelente para o Belenenses. Um jogador bastante criativo, com muita técnica e inteligente na maneira de ver o jogo. Jogando com Zé Pedro na esquerda, o Belém podia voltar a ter um meio-campo semelhante àquele que jogou no ano de Jorge Jesus para a Taça UEFA (na altura, era Silas o "10"). E na frente, Lima como seta apontada à baliza contrária. Yontcha não é uma hipótese descartada, até porque estava a jogar bem antes da lesão grave que o afectou por três meses.

Outra coisa que me indignou em João Carlos Pereira foi o desprezo que deu a Freddy Adu, raramente utilizado numa equipa que precisava de novas ideias em campo. Um jogador daquele nível, bem trabalhado, podia dar a tal criatividade em falta nos azuis do Restelo. Pelo contrário, foi dispensado... E com o mercado quase a fechar, era bom que direcção conseguisse contratar mais alguém para o ataque, alguém que permitisse jogar em mais do que um sistema táctico. E, já agora, começar a apostar mais em Azeez, jogador muito jovem, nigeriano, mas que se for entrando aos poucos, evoluirá e poderá ser um jogador importante como suplente.

Com a chegada de Toni, talvez a equipa suba de rendimento. Mas a verdade é que o tempo escasseia e uma nova dinâmica precisa-se. Os adeptos sofrem, a equipa também, a hora é de mudança...

sábado, 23 de janeiro de 2010

1/8 Taça

30 penalty's, 30. Foi este o número de pontapés da marca de grande penalidades necessário para decidir o Belenenses-FC Porto para os oitavos-de-final da Taça de Portugal. Beto e Farías foram heróis, na noite em que o brilho de Lima foi ofuscado pela derrota da equipa da casa. Mas mais que tudo, o que conta no fim é a equipa que passa. O Futebol Clube do Porto.

Em Belém, foi uma equipa atrevida que enfrentou o tetra-campeão nacional, talvez moralizada pelos últimos empates do Dragão. E a verdade é que o tal atrevimento deu frutos cedo, logo aos 13 minutos. Lima aplicou um belíssimo chapéu a Beto, que, no entanto, parece ter sido mal batido no lance. Apesar deste golo, os portistas, com maior experiência, souberam reagir e, na jogada seguinte, empatar o jogo com boa finalização de Falcão. O jogo estava aberto e passado poucos minutos podia ter havido reviravolta no marcador, mas Varela falhou de forma incrível o segundo dos visitantes.

O intervalo chegou, os minutos foram passando e o jogo adormecendo. Aos 80', numa jogada em que Lima mostrou toda a sua capacidade de controlo de bola (desde o meio-campo até à entrada área com a bola quase colada ao pé), o brasileiro bisou na partida e fez o 2-1. Mas novamente o Porto respondeu rápido e empatou no minuto seguinte com golo de Rodríguez.

Veio o prolongamento, Rodriguez foi expulso nos primeiros minutos da primeira parte, mas o resultado não se alterou. Chegaram os penalty's e Romário, bastante nervoso, falhou o penalty que permitiu a Farías, no pontapé seguinte, fechar o jogo em favor dos azuis-e-brancos. Desta maneira, os dragões seguem para a fase seguinte da Taça, enquanto que o Belenenses caiu de maneira inglória.

Quanto aos restantes jogos, o Sporting eliminou o Mafra, garantindo a sexta vitória consecutiva. Em relação às outras partidas, o Pinhalnovense conseguiu qualificação inédita para os quartos da Taça, juntando-se a Paços (2-1 ao Nacional na Madeira), Sporting de Braga (3-1 em Freamunde), Naval (1-0 em Lordelo) e Rio Ave (eliminou o Guimarães nos penalty's). Chaves e Beira-Mar vão discutir amanhã a última vaga na corrida ao título.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A lei Bosman

No último Verão participei num programa para jovens chamado "Universidade de Verão" em Coimbra. E num dia, entrámos em contacto com três professores da Faculdade de Direito. Analisámos um caso prático: a lei Bosman. E toda a gente criticou a FIFA que, naquela altura, teve grandes reticências em abrir os mercados internacionais. Viam (os meus colegas) isso como uma discriminação. Errado. Quando pedi a vez para falar, não o pude fazer porque tínhamos de ir embora. Não os pude corrigir...

A FIFA nunca pensou em discriminar ninguém, antes pelo contrário. A organização que gere o futebol mundial esteve, isso sim, à frente de muita gente na maneira de pensar. Vejamos se não tenho razão: em 1995, apostava-se em jogadores nacionais em vez de muitos estrangeiros de qualidade duvidosa (e em Portugal, centenas de brasileiros). Todos conhecemos vários casos de "flop's" e a percebemos que 90% são estrangeiros. Esta aposta em mercados fora de portas leva a que muitos jogadores se percam em clubes de menor dimensão. Se eu gosto de ver Saviola ou Falcão? Claro. Mas também gostaria de ver actuar nos nossos relvados Tiago, Pedro Mendes, Nuno Morais ou outros desta classe, já para não falar dos mundialmente famosos Bosingwa, Cristiano Ronaldo ou Simão Sabrosa; com esta situação, muitos jogadores nacionais nem sequer são falados no seu país e os naturalizados vão aumentando de dia para dia com esta globalização.

Com esta aposta aumentam as dívidas e gasta-se dinheiro em jogadores que acabam por não se adaptar; com este aumento das dívidas (sobretudo as grandes movimentações) algumas equipas ficam muito mal financeiramente. Repare-se que as duas melhores selecções nacionais de sempre (1966 e 2004) eram compostas por jogadores que habitavam maioritariamente em Portugal.
Em 66, todos; em 2004, viam-se quatro presenças no onze titular de jogadores que não estavam cá: Jorge Andrade (Deportivo); Figo (Real Madrid); Cristiano Ronaldo (Manchester United); Pauleta (PSG). Este ano, apenas quatro homens jogam em Portugal (Eduardo, Bruno Alves, Meireles, Liedson). E nos suplentes, vemos os guarda-redes, Rolando, Veloso e Moutinho. Manifestamente pouco. Os jogadores conhecem-se mal.

Depois, a abertura dos mercados levou ao aumento o desemprego dos jogadores nacionais. As pessoas desanimam-se com o mau espectáculo praticado, às vezes até têm dificuldade em dizer os nomes dos jogadores (ex: Panandetiguiri).

No entanto, apesar da globalização, os jogadores de cada país nunca perderão a sua identidade. É isto que torna o futebol interessante. A uniformização das maneiras de jogar só tornaria enfadonho. Um jogador brasileiro tratará sempre a bola de maneira diferente da de um alemão. É a lei do futebol. Há vários estilos e sempre haverá, por mais transferências que haja...

"O Acórdão Bosman não está, certamente, na génese de todos os males que afectam o futebol europeu. Porém, a verdade é que veio obliterar salvaguardas que os responsáveis do futebol haviam estabelecido de forma conscienciosa, nunca com o objectivo de sobrepor o futebol à legislação da União Europeia, mas antes com o propósito de preservar a natureza específica do jogo e prevenir a exploração".Isto disse-o Lars Christer-Olsson, director-executivo da UEFA em 2005, aquando da comemoração dos 10 anos da Lei Bosman.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O renascimento de Ronaldinho


Escrevo um post sobre um dos três melhores jogadores que eu já vi actuar: Ronaldinho Gaúcho (a par de Figo e Zidane). Agora no AC Milan, parece renascer.

O gaúcho já ganhou quase tudo o que há para ganhar: Campeonato do Mundo(2002, pelo Brasil), ganhou uma Liga dos Campeões (em 05/06) e ainda ganhou o Campeonato e a Supertaça de Espanha. Já foi FIFA World Player (2004 e 2005), Bola de Ouro (2005) e a nível individual ganhou muitos mais prémios. Marcou presença no "onze do ano" da UEFA por três anos consecutivos (2004, 2005 e 2006) e já se tornou Futebolista de Ouro "Golden Foot) em 2009. Este é um breve resumo do palmarés do brasileiro.

Começou a carreira no Grémio de Porto Alegre, clube que já lançou muitos jogadores de qualidade para a Europa (em Portugal o caso mais conhecido é o de Jardel) e que foi ideal para o médio. Ele, que nasceu a 21 de Março de 1980, estreou-se com apenas 18 anos no onze titular, tendo 6 aparições no ano de 98. Foi no sofá que assistiu à derrota do Brasil frente à França (3-0), na final do Mundial desse ano. No ano seguinte, já apareceu melhor, foi ganhando espaço na equipa e conseguiu fazer 20 jogos e marcar 6 golos no total. A explosão foi em 2000, quando fez 24 jogos e 17 golos (entre Liga e Taça do Brasil). Ronaldinho foi olhado de maneira diferente na Europa. Estava pronto para dar o salto e fê-lo para o "modesto" Paris-Saint-Germain (por 5M€).

Em França, o canarinho somou dois anos de grande nível, fazendo 77 jogos e marcando 25 golos no total. Pode-se por aqui perceber facilmente que este organizador de jogo facilmente aparece em zonas de finalização, para além de assistir os seus companheiros. No fim da primeira época, tornou-se titular no Brasil campeão do Mundo e o PSG espantou o Mundo por o ter conseguido segurar. Mas terminada a segunda época (02/03), foi impossível manter Ronaldinho no seu plantel. O Barcelona entrou na corrida e acenou com 32,250,000€ para a compra do passe do médio. Assim o fez e Juan Laporta, nos anos seguintes, não se arrependeu.

Foi na Catalunha que Ronaldinho atingiu o auge. Em cinco épocas, fez 145 jogos oficiais, marcando 70 golos (quase média de 1 golo em cada 2 jogos, bastante para um médio). O canarinho é a imagem típica de um jogador do seu país: rápido, inteligente, tecnicista e finalizador, vindo das favelas do Brasil e que se tornou gente graças a muito trabalho. A imagem do futebol mundial mais bonito esteve nos seus pés. Durante anos, apaixonou multidões. E mesmo no último ano em Barcelona, afectado por lesões e supostamente em "crise", Ronaldinho marcou 8 golos em 17 jogos na Liga Espanhola. Foi aí que saiu para Itália, com 28 anos, para tentar reencontrar-se.

Parece agora estar a renascer. Quase com 30 anos e depois de um primeiro ano em Milão novamente muito criticado, Dinho pode ter renascido. A alegria de jogar e o sorriso de cavalo parecem voltar ao fim de dois anos. Todos disseram que estava acabado para o futebol e o melhor era voltar ao Brasil. Nunca acreditei nisso. Nenhuma lenda se "apaga" aos 28 anos. O brasileiro, para minha grande satisfação, não foi excepção. Com 29 anos (quase 30), tudo volta ao normal. O hat-trick no último Domingo e o habitual gesto de festejo(na foto) parecem ser os indicadores para se poder pensar assim. Aquele génio, que meteu os miúdos a tentarem vírgulas durante anos, que fazia os passes sem olhar, que se ria cada vez que fazia um golo ou assistia alguém, aquele que fez samba cada vez que marcava um golo, parece estar de volta. Não é tarde, não! O povo agradece.

O AC Milan, se ganhar à Fiorentina o jogo em atraso, pode ficar a três pontos do rival Inter e o 'derby' é já no sábado. Se o génio se solta, dificilmente o conseguirão parar. Mourinho que se cuide...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O regresso às goleadas


Este post, como podem reparar, entra na etiqueta "Benfica". Por simples razão: este é um post sobre o Benfica e não tanto sobre a goleada (mais uma) imposta ontem.

Ontem, os encarnados visitaram o "Caldeirão os Barreiros". E venceram por 5-0, contando com a ajuda de Olberdam, Robson (foram expulsos) e de Roberto Souza (marcou auto-golo). Mas o que conta são os três pontos conquistados num terreno sempre difícil e que o Benfica tornou fácil ao fim de 30 minutos.

De facto, este Benfica foi, sobretudo, eficaz. Não produziu uma exibição de topo mas, tal como o líder Braga, foi bastante eficaz e ainda se pode "queixar" de um 'penalty' roubado, por derrube de João Guilherme sobre Aimar. Jesus apresentou o onze-base desta época, o que já não fazia para o campeonato desde o dia 26 de Setembro (devido a alguma lesão ou castigo impeditivo). Quim, Maxi, Peixoto, Luisão, David Luiz, Javi, Ramires, Di Maria, Aimar, Saviola e Cardozo. E quem tem este onze, "arrisca-se" a golear várias vezes, como tem acontecido várias vezes ao longo desta época. A oitava goleada esta época em provas oficiais: as outras, foram "oferecidas" ao Setúbal(8-1), Belenenses(4-0), Leixões(5-0), Nacional(6-1) e Académica(4-0) para o campeonato, e Everton(5-0) e Poltava(4-0) para a Liga Europa. 44 golos para o campeonato à 16ªjornada é muito bom para uma equipa que nos últimos quatro anos, não passou do terceiro lugar. E para quem já questionava (e há-de voltar a acontecer) o poder ofensivo do "grande" Benfica, pois tiveram aí a resposta. Grandes jogadores juntos fazem mossa em qualquer equipa. E com toda a equipa junta de novo, tudo ficou mais fácil. Agora, as soluções são Kardec e Edér Luís, além dos já benfiquistas Weldon e Nuno Gomes. O segundo ainda tenho de ver como é, mas parece ter a confiança de Jesus(já jogou na Taça da Liga e ontem).

O Benfica leva uma incrível média de 2,75 golos por jogo, a segurança defensiva aumentou este ano. O meio-campo é compacto e de grande qualidade (provavelmente o melhor a jogar na Liga Europa) e controla bem os jogos para o clube da Luz, que costuma ter elevados níveis de posse de bola. Depois, conta com um "coelho" que desfaz qualquer defesa e que já leva 7 jogos consecutivos a marcar. Onde há Saviola, há perigo.E os adversários já sentiram isso na pele muitas vezes (17, em todas as competições). A máquina encarnada promete mais, muito mais. Promete lutar arduamente pela Europa, promete lutar até à última pelo título. Este Benfica é diferente dos outros. E sempre que alguém começa a questionar alguma coisa, lá vem uma goleada para calar as bocas críticas. Mais uma, já se torna hábito...

Olhar sobre a 2ªvolta



Começando esta análise por baixo, penso que as equipas que vão continuar em dificuldades são cinco: Belenenses, V.Setúbal, Olhanense, Leixões e Naval. Quanto ao Paços de Ferreira acho que tem jogadores muito experientes e vai acabar por continuar entre os grandes. A Académica joga outro futebol, muito superior aos seis clubes que estão entre si.
Analisando esta luta pela manutenção, as duas equipas que para mim têm pior plantel, são Leixões e Naval. Mas não me parece que qualquer um destes vá descer. José Mota e Augusto Inácio são treinadores muito e experientes e matreiros, habituados a fazer "omeletas sem ovos" e, sobretudo a Naval, estas equipas têm um ou outro jogador (como Zé Manel ou Carlitos) capazes de impor respeito no balneário e manter o grupo coeso, condição fundamental para a formação de uma boa equipa. José Mota treina há muitos anos em Portugal e já provou o que consegue fazer com pequenas equipas (Paços na Taça UEFA).

Quanto às outras três, penso que o Vitória de Setúbal fará uma 2ªvolta em crescendo, tal como tem acontecido nos últimos jogos desde que Manuel Fernandes chegou. Para mais, chegaram alguns reforços dos sadinos (Ricardo Silva, Ney, Neca e Henrique) que acrescentarão qualidade e experiência à equipa e que, tal como o treinador disse, lhe permitirão dinamizar e pôr a jogar o Vitória da maneira que ele mais gosta. Em relação ao Olhanense e Belenenses, a situação é diferente. Os algarvios têm um treinador jovem e jogadores igualmente jovens, contando com vários emprestados do FC Porto. Além disso, perdeu Miguel Garcia para o Minho e ainda no último fim-de-semana empatou em casa com o Paços. Por fim, o Belenenses. Tem bons jogadores (Devic, Diakité, Zé Pedro, Lima) e, com a troca de treinador, talvez arrebite. Nesta luta, faz-me confusão ver alguns jogadores (Zé Pedro, Ukra, Diego Ângelo) mas são eles que têm de pegar no barco e tentar subir a sua equipa.

LUTA PELA EUROPA

Nesta luta, vêem-se envolvidos Sporting, Nacional, Vitória, Marítimo, U.Leiria e Rio Ave. O Sporting deve assegurar o quarto lugar com os novos reforços e com a consolidação da equipa por parte de Carvalhal. Tem subido de forma, leva cinco vitórias seguidas e está a fazer melhores exibições semana após semana.
Quanto aos outros clubes envolvidos, penso que a saída de Ruben Micael do Nacional pode ser um grave transtorno na equipa e vai, provavelmente, prejudicar a equipa madeirense; o Vitória é um clube que luta sempre por lugares europeus e tem um bom plantel e um treinador jovem e com métodos que melhoraram claramente a equipa; as outras três equipas partem numa segunda linha e União de Leiria e Rio Ave têm sido surpresas agradáveis neste campeonato. O Marítimo já leva quatro derrotas consecutivas mas o plantel, experiente, saberá com certeza dar a resposta adequada.

O TÍTULO

Aqui, pouco há mais para dizer. Já referi imensas vezes que o Braga é a maior surpresa do campeonato, contratou gente muito boa (Luís Aguiar, Rafael Bastos e Renteria... ainda Miguel Garcia e Tiago Pinto) e pode conseguir uma gracinha se mantiver o nível de eficácia que tem apresentado. Quanto ao Benfica, é a máquina que tod a agente sabe e o FCP já está a seis pontos dos líderes. Veremos se com Ruben Micael os dragões crescem e começam a jogar melhor. Veremos...

Académica 0-2 Braga


Ontem, acabou a primeira jornada da segunda volta. Os líderes (Benfica e Braga) entravam em campo para tentarem aumentar a vantagem sobre o FC Porto e, se possível, isolarem-se no comando. O primeiro a entrar em campo era o Sporting de Braga. Jogou em Coimbra, perante uma Académica que para o campeonato só sabia ganhar. Domingos conhece bem os jogadores, soube pensar na melhor maneira de parar os alas academistas (ontem Lito e Sougou) e conseguiu desta maneira anular o habitual jogo ofensivo dos anfitriões.


André Villas Boas parece querer complicar. Ou muito me engano, ou houve algum problema com João Ribeiro, porque aquele que foi o grande obreiro da mudança radical no ataque da Briosa, foi suplente nos últimos dois jogos do campeonato. No mínimo estranho. E mais estranho foi quando o deixou no banco até aos 75 minutos (!), e optou por fazer entrar antes dele Miguel Fidalgo e...Hélder Cabral!! Ninguém percebeu. A verdade é que chegou a primeira derrota em casa na "era-Villas Boas" e fico com a sensação de que se podia ter feito bem mais.

A Académica fez a pior exibição desde que o novo treinador chegou. E nem sequer na defesa esteve certa (neste plano, Pedrinho e Nuno Coelho estiveram muito mal mesmo!). Nuno Coelho então, esteve péssimo. Abriu autênticos buracos entre linhas, e não soube dar a ajuda devida à defesa (houve vários remates dos médios do Braga na zona de intervenção do trinco academista). E desta maneira, o Braga sentiu-se dono e senhor do jogo, controlou o meio-campo e, além da ajuda de Nuno Coelho, contou com o apoio de Tiero, que esteve a anos-luz do que já conseguiu fazer nestes últimos tempos. A única coisa que o ganês soube fazer, foi fazer faltas e tentar fintas em zonas proibidas (que, diga-se, até esteve bem nesse aspecto). Quanto a Licá, é uma autêntica nulidade. Por isso, ainda percebo menos as substituições de ontem.

Cris, que estava a ser o melhor do meio-campo, saiu aos 59' para entrar Miguel Fidalgo; depois (e ainda com João Ribeiro no banco) o treinador viu que estava a perder ainda mais o meio-campo e compensou-o com a entrada de Hélder Cabral, tirando Lito (e pondo Licá na ala); por fim, meteu João Ribeiro aos 78 minutos para sair Emídio Rafael. Licá, pior em campo, acabou por ficar em campo os 90 minutos. Não percebi. Passando ao filme do jogo, a Académica e o Braga entraram encaixados. Aos 13 minutos surgiu o primeiro lance de perigo, mas Emídio Rafael empurrou Meyong na área, ficando 'penalty' por assinalar. Passados alguns minutos, Emídio mandou uma pontapé de ressaca que chegou perto do poste da baliza de Eduardo. Aqui pensei que a Briosa ia acordar para o jogo. Mas não e o Braga acabou por chegar à vantagem num lance ridículo, com Mossoró a roubar a bola a Pedrinho e a deixar-se cair dentro da área. 'Penalty' e golo por Meyong. Estava feito o mais difícil para os visitantes: inaugurar o marcador.

Mas passados apenas 5 minutos, mesmo antes do intervalo, a Académica criou a sua maior oportunidade durante o jogo: Sougou disparou na esquerda, passou por Evaldo em velocidade, cruzou, Leone aliviou mal, deixando a bola à mercê de Cris, que atirou a rasar o poste. Foi um desespero no estádio. No minuto seguinte, Sougou voltou a disparar sobre Evaldo mas um engraçado fiscal de linha meteu-se à frente do Sougou e não lhe permitiu fazer o cruzamento. Chegou-se ao intervalo com 0-1.

Depois, a segunda parte foi controlada pelo Braga, jogo jogado muito a meio-campo mas, para mim, uma autêntica desilusão. Ambas as equipas não criaram oportunidades e o "grande" Braga tentou sempre defender a vantagem. O único que ainda ia fazendo qualquer coisa era Mossoró (de facto, os adeptos do Braga têm razão quando cantam que "Ninguém pára o Mossoró") e lá foi o jogo adormecendo. Domingos ganhou a batalha a André Villas-Boas, que ainda viu Nereu a ser expulso e Licá sofrer o segundo golo. Jogo acabou, Braga ganhou e lidera a par do Benfica. Quanto à Briosa, 10º lugar e um lugar desconfortável na tabela (a 3 pontos do 15º Vitória de Setúbal), quando podia ter ficado no grupo dos oitavos, igualando Rio Ave e Marítimo (com 19 pontos).

domingo, 17 de janeiro de 2010

Ruben Micael, seja bem-vindo


Isto é o que os adeptos portistas estarão a dizer neste momento. Ruben Micael, que eu já falei como jogador ideal para as necessidades que o Porto tem, dá finalmente o salto para um clube de maior dimensão. Este salto dá-se, então, para o actual campeão nacional, tetra-campeão. E é sempre bom ver um grande jogador português jogar num grande clube português.

É importante que isto aconteça. Quem não gostaria de ver os grandes jogadores nacionais jogarem nos nossos estádios? Com certeza que as assistências iriam ser maiores. Quanto à transferência em si, que ainda carece de confirmação oficial, deve rondar os cinco milhões de euros, valores estabelecidos por Rui Alves como aceitáveis para a mudança do jogador para o Dragão.
Compreende-se e até talvez seja barato para a importância que tem (ou tinha) na Madeira. O madeirense é um médio de classe. Pensa o jogo, sabe passar bem a bola e consegue fazer a transição da maneira mais correcta. E é isto que o FCP precisa. Alguém que faça tudo isto e transporte a equipa para outra dimensão de jogo. Belluschi não se conseguiu adaptar e Guarin e Tomás Costa já provaram ser opções pouco válidas para o lugar. Quanto a Valeri ainda é uma incógnita. Por tudo isto, contratar Ruben Micael (um jogador já adaptado ao futebol nacional, com classe provada e não muito caro) se tornou numa prioridade para os dirigentes nortenhos que assim encetaram esforços para contratar o "14" do Nacional já em Janeiro.

Para Jesualdo é ver chegar o "tal" jogador. Aquele que o Porto mais precisava. Agora, talvez recuperar recuperar Ukra fosse uma boa ideia, dependendo do castigo aplicado a Hulk. Claro que não assumiria a titularidade, mas poderia ser um bom suplente. E num plantel como o dos Dragões, ter bom banco torna-se fundamental para o treinador se sentir seguro quando quiser fazer gestão do mesmo. E é bem provável que o novo reforço assuma a titularidade num futuro muito próximo. Quanto ao médio, é o salto desejado e merecido há já algum tempo. Aos 23 anos, o madeirense consegue chegar a um «grande» e, ainda com margem de progressão, a Europa pode ser real daqui a pouco tempo. Veremos se esta esperança nacional se poderá tornar no novo comandante do meio-campo da selecção após o abandono de Deco (o qual já deve estar próximo). E que bom seria ver alguém que possa substituir o luso-brasileiro!

Para já, aquilo que se sabe é que Ruben Micael deve ser apresentado como reforço do Futebol Clube do Porto. Só o futuro dirá se foi boa escolha ou não...

Análise à 1ªvolta IV


Neste último post sobre a 1ªvolta do campeonato, falo, naturalmente, da luta pelo título. E esta envolve três equipas, como é hábito. O que não é hábito, é neste lote não estar incluído um «grande» e estar outra equipa no seu lugar: Sporting de Braga. De facto, o Braga dos últimos anos muito tem ameaçado, prometido muito mas, este ano, passou das "palavras" aos actos". Ser-se líder no virar do campeonato não é para qualquer um e os bracarenses vão provando domingo a domingo que a sua capacidade de jogo é da melhor que se vê em Portugal no momento.

E assim, são justamente líderes. A par do Benfica, é certo, mas com vantagem no confronto directo (até ai os arsenalistas surpreenderam ao venceram os três grandes). E desde o início que os minhotos se assumiram como equipa-sensação. Os primeiros sete jogos contaram-se por vitórias, Sporting e FC Porto caíram aos pé do líder sensação. E apesar do discurso de treinador e presidente até há bem pouco tempo, o Braga ia demonstrando que era, de facto, candidato ao título. Os mais cépticos ainda dizem que mais tarde ou mais cedo hão-de cair, mas a verdade é que esse precipício tarda em aparecer. Mais que tudo, esta equipa joga muito bom futebol e, quando assim o pedem, joga com muita inteligência, sabendo gerir perfeitamente o jogo.
O equilíbrio caracteriza uma equipa que só perdeu uma vez: no 'derby' minhoto frente ao Vitória de Guimarães. Domingos sabe gerir um balneário; depois da precoce eliminação da Liga Europa, soube fechar a equipa, torna-la um colectivo e pô-la a jogar decentemente. E muito mais do que isso. E a verdade é que não se têm dado mal até agora...

Quanto ao Benfica, também se nota radical mudança em relação ao ano passado. Joga futebol de ataque, lutando sempre até ao último segundo para melhorar o resultado. Foi assim que obteve as goleadas que obteve, mas torna-se preocupante ver que este Benfica ainda não recuperou um único resultado nas competições em que entrou. E ainda mais se virmos que esta equipa ou goleia ou vence por um. A excepção aconteceu nos jogos contra o Paços de Ferreira(3-1) e na Europa [Everton fora(2-0), BATE em casa(2-0)]. Portanto, esta ainda não é uma equipa totalmente segura. Os adeptos deitam os foguetes antes da festa. E torna-se vital aos dirigentes e ao treinador perceber que ainda nada está ganho. Vieira é uma pessoa que não tem cabeça: no início do campeonato andava calado e muito bem, agora já fala pelos cotovelos (como no ano passado) a dizer que o Benfica é Portugal e que o Benfica vai ser campeão de certeza.
Enfim, tristezas à parte, o Benfica sofreu uma grande transformação e Jesus percebeu como devia pôr a equipa a jogar, de maneira a que se conseguissem os resultados desejados. Nada está ganho, é verdade, mas pelo menos parece que está menos difícil do que noutros anos. Preciso é, sobretudo, ter muita calma e paciência...

Por fim, o FC Porto. O tetra-campeão ganhou o hábito de ser perseguido e o 3ºlugar é estranho para quem ganhou os últimos quatro campeonatos. Viragem de campeonato sem o FCP em 1º é, de facto, muito estranho para os portugueses. Mas esta éoca veio trazer um novo Benfica e um "incómodo" Braga, para além da maior fraqueza dos Dragões, que tardam em conseguir esquecer Lucho Gonzalez.
Uma vez mais, Pinto da Costa teve de engolir o que disse, porque supostamente o plantel não ia sofrer mudanças em Janeiro. Ruben Micael, no entanto, vai ser jogador do Porto. Às vezes acho que é melhor as pessoas não abrirem a boca. Para o FCP torna-se vital abrir esta segunda volta de feição mas o empate de ontem não ajuda. O Porto fez uma 1ªvolta algo irregular, na qual deixou a ideia de que se tornou dependente de Silvestre Varela. O ex-Estrela tornou-se na estrela-maior deste Porto e agora, com a sua subida de forma, os azuis-e-brancos rezam para que o extremo os ajude. Pois com Hulk fora e a indaptação de Belluschi, restam poucas opções para decidir jogos. A grande prioridade é melhorar. Pois que venha a 2ªvolta!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Análise à 1ºvolta III


Continuo a falar sobre esta primeira volta da Liga Sagres. Agora, olhando um pouco mais para cima. Luta pela Europa. Podemos ver várias equipas envolvidas nesta luta: os já tradicionais Nacional, vitória Guimarães, U.Leiria e Marítimo e duas surpresas: Rio Ave, pela positiva, e Sporting pela negativa. Depois, uma ausência nos habituais: Sporting de Braga, por razões que todos conhecemos.

E o campeonato, nesta luta, foi claro desde o início. Os clubes foram somando pontos, o Sporting foi perdendo (no caso de um grande) e portanto a luta ficou intensa. Estão seis equipas envolvidas, às quais se pode juntar, com um pouco de sorte, a Académica. A diferença entre o 4º (Sporting) e o 9º (Rio Ave) é de 5 pontos e pode-se ver por aqui que está bastante renhida.

Começando por baixo, o Rio Ave está a fazer um campeonato acima das expectativas. Está a fazer exibições regulares, assentadas no êxito defensivo. O quarteto formado por Fábio Faria, Gaspar, Sílvio e Zé Gomes, com Carlos na baliza, permite aos vila-condenses ter segurança no sector mais recuado e João Tomás e Bruno Gama, na frente, conseguem espalhar o pânico nas defensivas contrárias. Com o experiente Carlos Brito no comando técnico, os nortenhos têm feito um campeonato que está a deixar os adeptos bastante satisfeitos e já conseguiu empatar em casa com Braga e Sporting.

Quanto ao Marítimo, até começou bem com um empate na Luz, mas depois os resultados não corresponderam ao esperado e Carlos Carvalhal, agora treinador do Sporting, foi despedido à 6ªjornada. Mitchell Van der Gaag ficou num período de testes à frente da equipa e devido aos bons resultados obtidos (ganhou em Coimbra por 4-2, ganhou ao Paços por 3-1 e empatou com o Sporting em Alvalade), conseguiu o contrato desejado e conseguiu mais alguns bons resultados (vencer o FC Porto, por exemplo). Mas agora, os madeirenses perderam os últimos três jogos para o campeonato, dois deles com adversários directos na luta pela Europa (Rio Ave e Vitória, ambas as derrotas em casa) e as contas ficaram mais complicadas. No entanto, e ainda com a segunda volta por começar, o Marítimo tem bastante tempo para recuperar e, se for preciso, dar alguns retoques neste mercado de Inverno. Veremos como reage a equipa na recepção ao Benfica.

O U.Leiria e o Vitória de Guimarães tiveram caminhos semelhantes nesta primeira metade. Começaram mal (o Leiria somando vários empates e o Vitória somando 6 pontos nas primeiras 6 jornadas) e os treinadores acabaram por sair, apesar de o terem feito por razões diferentes: Manuel Fernandes por convite do Setúbal, Nelo Vingada por demissão. Substituíram-nos Lito Vidigal e Paulo Sérgio, respectivamente. E as equipas subiram claramente de rendimento. O Vitória é, para mim, a equipa que tem o quinto melhor plantel da Liga; o Leiria é uma equipa equilibrada, que tem bons jogadores (como a dupla Cássio/Carlão e Silas) e vai-se ajeitando como pode.
Mas é de crer que os vimaranenses se aguentem por mais tempo nesta luta, visto que os objectivos do Leiria são outros. Quanto ao Vitória, o 5ºlugar é o objectivo e a competição vai ser bastante complicada. Veremos quem sairá melhor...

Por fim, Sporting e Nacional. Duas equipas totalmente diferentes: realidades diferentes, treinadores com métodos diferentes, objectivos diferentes e massa adepta com contentamento diferente. Mas...iguais na classificação. Estranho? Sim. Mas a verdade é que este Sporting não é o Sporting habitual. A equipa esteve bastante mal e à 9ªjornada (altura em que Paulo Bento se demitiu) já levava 12 pontos de desvantagem para o líder Braga. As exibições roçavam o péssimo e perante esta situação o histórico técnico pediu a demissão. Houve uma jornada em Vila-Conde com o adjunto a comandar e depois chegou Carlos Carvalhal. A equipa demorou a engrenar, mas agora parece estar num bom caminho, conseguindo duas vitórias consecutivas com exibições mais positivas. Se se mantiver neste caminho, acabará por não ter grandes dificuldades em segurar o 4º lugar que, no entanto, é manifestamente pouco para o que são os objectivos dos leões.
Quanto ao Nacional, está a fazer um belíssimo campeonato e nem mesmo com o afastamento de Manuel Machado, a equipa madeirense perdeu fulgor e mantém-se igual aos leões. Jokanovic sabe bem o que tem de fazer para manter a equipa no trilho das vitórias... E a continuar assim, "arrisca-se" a conseguir o objectivo "Europa"...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

CAN - 1ªjornada


Completou-se ontem a 1ªjornada da Taça das Nações Africanas. E esta foi recheada de surpresas. Em todos os grupos houve resultados anormais.

Começando pelo grupo de Angola, o jogo inaugural foi verdadeiramente inacreditável. Depois de estar a vencer por 4-0 aos 79 minutos, os anfitriões acabaram por se deixar empatar. E apesar de não ser grande surpresa, acabou por o ser pelo facto de ter sido uma recuperação fantástica.
Depois, seguiu-se o Malawi-Argélia. E houve um resultado que ninguém acreditava ser possível. 3-0. O Malawi, com jogadores totalmente desconhecidos, ganhou à Argélia (onde jogam Halliche e Yebda) que vai participar no Mundial 2010 e eliminou o poderoso Egipto. Esta equipa encarou o jogo de maneira displicente e acabou por se dar mal com os tais desconhecidos.

Depois, seguiu-se o jogo entre a Costa do Marfim e o Burkina-Faso, treinado por Paulo Duarte. As odds nas casas de apostas eram baixíssimas. Os "elefantes", a grande potência africana futebolística, a selecção de Drogba, Kalou ou Yaya Touré, encarava o jogo como clara favorito. Mas esse favoritismo não se verificou no relvado e o resultado acabou por ficar num nulo, claramente penalizador para os costa-marfinenses, que se vêem na obrigação de ganhar ao Gana para se verem livres da máquina de calcular. O jogo é já amanhã!

O grupo C actuou anteontem. Egipto e Nigéria protagonizaram o jogo grande desta primeira jornada da CAN 2010. E os egípcios, mesmo sem Aboutrika, superiorizaram-se em grande escala e venceram os nigerianos por 3-1. Aqui acabou por surpreender a capacidade de reacção às críticas que os homens treinados por Hasan Shahata sofreram depois da eliminação frente à Argélia para o Mundial 2010.
Quanto ao outro jogo, Moçambique fez uma boa recuperação contra o Benim e acabou por empatar um jogo que começou a perder cedo. Mesmo sem Dário, os moçambicanos conseguiram um ponto, importante para dar moral num grupo quase impossível de passar.

Por fim, o grupo D. A grande surpresa foi o Gabão, que venceu os Camarões de Samuel Eto'o por 1-0, com golo do experiente Cousin, capitão de equipa e jogador do Hull City. Acabou por ser injusto para os camaroneses, mas o guarda-redes Didier Ovono (que chegou a estar à experiência no Paços) conseguiu manter a sua baliza inviolável. A Zâmia e a Tunísia empataram a uma bola e mesmo aí houve surpresa no resultado. Esperava-se uma vitória dos tunisinos. A 2ªjornada começa hoje e tudo se começará a definir.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Análise à 1ªvolta II


Hoje continuo a minha análise sobre a 1ªvolta do presente campeonato. Olho para o fundo da tabela classificativa: Belenenses, Leixões e Olhanense somam 11 pontos e precisam de subir na 2ªvolta.

Mas o começo dos azuis até nem foi mau. Empatou em Matosinhos e ganhou à Naval. O problema foi depois; perdeu em Braga, foi goleado pelo Benfica (0-4) e empataram em Coimbra, quando a Académica estava fraquíssima. Seguiram-se os fracos resultados com a derrota em casa com o Nacional. E assim sucessivamente, até à 14ªjornada. Com a derrota em Leiria, João Carlos Pereira foi despedido do comando técnico do Belenenses, clube histórico do futebol nacional. A lesão de Yontcha por 3 meses, em nada ajudou o clube mas os maus resultados são inexplicáveis perante um plantel que até tem bons valores (como Devid, Zé Pedro ou Arroz). Adu quase nem sequer foi usado e ninguém percebeu algumas opções do treinador despedido. Agora, com Toni, espera-se aluma mudança para os lados de Belém.
Quanto ao Leixões, o caso é diferente. A nível de individualidades, a equipa parece orfã de um "craque" e vale sobretudo pelo colectivo. Mas a segunda pior defesa desta Liga (em igualdade com o Nacional) conta com José Mota no comando e a sua experiência pode servir de apoio à equipa leixonense. O principal problema é que esta equipa sofreu uma grande renovação no Verão e chegaram vários nomes desconhecidos ou de divisões inferiores portuguesas, o que dificultou a sua adaptação. Veremos como reage numa 2ªvolta em que terá de visitar Olhão e Belém.
Por fim, o Olhanense. Esta equipa é um caso estranho. Tem bons jogadores (jovens), um bom treinador (jovem), mas talvez esta juventude acabe por ser prejudicial. Ukra, Castro, Zequinha, Tengarrinha, Rabiola e Ventura estão emprestados pelo Porto mas há mais jovens neste plantel (João Gonçalves ou Stephane), todos eles com menos de 22 anos. Mas juntando alguma experiência, casos de Carlos Fernandes, Rui Duarte ou Djalmir, não se percebe o porquê de se verificar tal posição. Já se falou várias vezes na substituição de Jorge Costa, mas a verdade é que a direcção algarvia mantém a confiança no técnico que levou à subida de divisão na época passada.

Depois, segue-se o Vitória de Setúbal. Depois de iniciar o campeonato a empatar em Guimarães, perdeu 3 vezes seguidas (com o famoso 8-1 na Luz), com um parcial de 1-13. Carlos Azenha foi despedido depois da derrota em casa frente ao Leiria por 0-4. Quim tornou-se o interino durante três jogos, em que os sadinos venceram a Naval e perderam dois jogos. Com Manuel Fernandes tudo mudou. As exibições, os resultados (houve bastante melhoria). Em casa, o Setúbal de Manuel Fernandes só perdeu contra o Sporting, empatando um jogo e ganhando dois. A garra que impõe à equipa, os gritos que manda para dentro do campo, o amor que tem ao clube e a pouca ligação que tem com o politicamente correcto, caracterizam este treinador que já anda no mundo do futebol há bastantes anos. Se continuar assim, o Vitória conseguirá a manutenção com toda a certeza.

De seguida, a Naval e o Paços. Estas equipas, na minha opinião, acabarão por se safar. A Naval tem um plantel relativamente fraco mas foi fazendo pontos importantes desde que Inácio chegou ao comando. Substituiu Ulisses Morais que foi para a Capital do Móvel treinar o Paços de Ferreira. Estas duas equipas tem tido percursos normais para o que são os seus objectivos e se seguirem neste trilho, acabam por conseguir a manutenção sem grandes sobressaltos.

Para concluir, a Académica. Foi estranho o 7ºclassificado do último campeonato ter iniciado o campeonato com 1 ponto em 4 jogos. Mas estranho só para quem não teve atenção à pré-época e só para quem não conhece Rogério Gonçalves. Nunca pus as mãos no fogo por este homem. Por onde passou, deixava um rasto de destruição. E o mesmo se passou aqui. Pegou numa equipa totalmente solidificada, que apenas tinha perdido Saleiro e Nuno Piloto do onze titular (Peskovic é guarda-redes, não conta). O seu trabalho foi desastroso, tomou opções incompreensíveis (Tiero esteve tempo a mais nas reservas, um jogo ou dois era suficiente para ele perder a mania), Sougou passou algum tempo no banco, a opção por Licá nunca percebi. Gostar de André Fontes também não é propriamente agradável. E a insistência em Amoreirinha, quando Berger já pedia uma oportunidade há imenso tempo. Opções erradas que prejudicaram a Briosa.
Esta foi uma escolha de José Eduardo Simões; partiu a Direcção. Esperou até à 7ªjornada: a Académica somava 3 pontos, somados em empates (dois em casa, um fora) e somava igualmente péssimas exibições. O nível da equipa não era aquele. Saiu após o 2-4 com o Marítimo, em Coimbra. E depois veio André Villas Boas. Que não fez mais que pôr a Académica a jogar bem. E até que enfim. "Descobriu" João Ribeiro, resgatou Tiero, meteu Berger a titular, Nereu na baliza. Éder assumiu as funções de ponta e a Briosa começou a tirar rendimentos rapidamente. Marcou a sua personalidade no Dragão e na Luz, apesar de sair derrotado em ambos os casos. Mas em casa, conta por vitórias os 4 jogos que fez para o campeonato e recuperou a boa maneira de defender pelo menos em Coimbra (fora já sofreu 12 golos em 4 jogos). A Académica não joga um futebol de manutenção. Joga futebol muito superior. A manter-se assim, a primeira metade da tabela não estará tão longe quanto parece.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Análise à 1ªvolta I


Hoje começo a escrever os comentários acerca da primeira volta da Liga Sagres 2009/2010, que ontem terminou. E em ano de fraco Sporting, temos um intruso entre Benfica e Porto. É o líder Sporting de Braga, grande surpresa do nosso campeonato. Depois, nada de novo. A baixa assistência nos jogos, a má arbitragem, as equipas com enormes dificuldades financeiras e as várias chicotadas psicológicas que se verificaram. Foram 9 as mudanças de treinador na primeira metade do campeonato. Nem mesmo o Sporting, que mantinha Paulo Bento há 4 anos, resistiu a esta tentação. Com estas mudanças, uma das equipas que mais subiu foi a Académica, com a substituição de Rogério Gonçalves por André Villas Boas.

Neste primeiro post sobre a primeira metade deste campeonato, faço a eleição dos jogadores que, para mim, mais brilharam, obedecendo a posições no terreno.

Na baliza:
Peiser (Naval)- Para mim, o melhor guarda-redes desta primeira volta. Fez exibições absolutamente brilhantes, sem qualquer erro, e a Naval agradece ao francês por vários pontos conquistados através da sua segurança. A exibição na Luz ficou atravessada nas gargantas dos encarnados;

Nilson (V.Guimarães)- É o 5ºano no Vitória. Portanto, um velho conhecido dos portugueses e admira-me como ainda não deu um salto para um clube maior. É um grande guarda-redes.

Eduardo (Sp.Braga)- Titular da selecção, titular na baliza da defesa menos batida. Para este saldo positivo, muito contribui Eduardo com grandes defesas e sempre com voz de comando. As duas grandes defesas nos descontos contra o FC Porto, levou o Braga a uma das vitórias mais importantes neste campeonato (pelo que significou).


Nas laterais:
João Pereira (Sp.Braga)- Não acho que seja o melhor lateral português (Bosingwa, sem dúvida), nem o melhor da nossa liga (Fucile). Mas é, sem dúvida, de grande qualidade e a sua regularidade, ao lado de Evaldo, ajudou o Braga a manter o equilíbrio.

Fucile (FC Porto)- Na minha opinião, é o melhor lateral da nossa liga. Joga, faz jogar, defende, ataca, cruza, corta, passa bem, é inteligente. As lesões incomodam-no frequentemente, mas o uruguaio é um poço de bom futebol.

Evaldo (Sp.Braga)- Com tantos problemas nos laterais-esquerdos no campeonato português, Evaldo é, de longe, o melhor nessa posição na nossa Liga.

Alonso (Marítimo)- O defesa do Marítimo é muito experiente e ataca muito bem. Van der Gaag agradece ter um jogador como ele, que foi acusado de traição quando trocou o Nacional pelo rival Marítimo.

Defesas-centrais:
Bruno Alves (FC.Porto)- Um dos melhores centrais mundiais, Portugal torna-se pequeno para o ver jogar. Golos, força, garra, físico que impõe respeito e ser capitão do tetra-campeão, torna-o no maior símbolo deste Dragão.

David Luiz (Benfica)- Por muito que digam que ele é caceteiro, não joga nada, etc..., David Luiz prova dentro de campo que é um grande jogador, com técnica (como todos os brasileiros), bom jogo aéreo mas, fruto da inexperiência, ainda lhe falta alguma inteligência a jogar.

Moisés (Sp.Braga)- Pode parecer exagero meter quase todos os defensores do Braga no plantel ideal desta 1ªvolta, mas a verdade é que merecem. Moisés foi o patrão do sector mais recuado e tornou-se numa das peças fulcrais, quer ao lado de Leone, quer o lado de Rodriguez.

Fábio Faria (Rio Ave)- O Rio Ave é a terceira defesa menos batida do campeonato. O jovem defesa, que se diz estar contratado pelo Benfica para a próxima época, faz uma dupla de grande qualidade com Gaspar e o campeonato tranquilo que os vila-condenses estão a fazer, muito depende desta dupla.

Médios-defensivos:
Javi Garcia (Benfica)- É um verdadeiro muro. Os 6M€ que o Benfica pagou para obter os seus serviços, parecem agora trocos para a qualidade do espanhol. A chegada à selecção deve ser uma questão de tempo, mas é difícil que esteja no Mundial por falta de entrosamento.

Miguel Veloso (Sporting)- Parece ter recuperado a confiança dentro do campo. É um jogador de qualidade, mas precisava de maior regularidade para que as pessoas o levassem a sério. Este ano, atingiu-a...

André Santos (U.Leiria)- É internacional sub-21 e, sinceramente, era para mim um desconhecido no início do ano. Mas esta época está a provar o porquê da sua chamada e está demonstrar maturidade anormal para a sua tenra idade.

Médios-ofensivos:
Ruben Micael (Nacional)- Uma confirmação. O jogador madeirense está a protagonizar uma grande época que apenas não culminou com a sua chamada à selecção porque Queiroz anda a dormir. Marcou 7 golos na Liga Europa e agora vê a "paga". Meio mundo anda atrás dele.

Nuno Assis (V.Guimarães)- Com 31 anos, parece jogar como quando se tem 24. A idade parece passar-lhe ao lado e ele comanda todas as operações do "seu Vitória". Foi chamado (apesar de não utilizado) à selecção de todos nós e bem merecida foi a sua chamada.

Hugo Viana (Sp.Braga)- O maior pensador do líder. Joga ao lado de Vandinho mas não é um médio-defensivo. Um jogador fantástico que, aos 26 anos, relançou definitivamente a carreira.

Mossoró (Sp.Braga)- Que grande jogador! Foi resgatado ao Marítimo na época passada e bom proveito dele tira Domingos neste momento. Suplente com Jesus, mostra agora toda a sua qualidade na posição de "10", apoiando Meyong, assistindo e marcando golos.

Alas:
Varela (FC Porto)- Falhou 5 jogos do campeonato? Falhou, sim. Mas é impossível pensar no FCP sem pensar em Varela. O FC Porto foi um pouco abaixo quando saiu por lesão e voltou a subir quando regressou. Uma agradável surpresa pelos lados do Norte.

Sougou (Académica)- O senegalês já demonstrou vontade em renovar o contrato com a Briosa, que expira em Junho de 2011. É muito tecnicista e sabe (como ninguém cá em Coimbra) marcar golos (já leva 7). As suas arrancadas estão a ficar famosas e é óptimo para a Académica ter nas suas fileiras um jogador assim.

Alan (Sp.Braga)- Um dos sete jogadores do Braga que coloco neste plantel. Agora tem perdido algum fulgor, mas as suas exibições no primeiro terço desta Liga Sagres merecem grande destaque. Sporting, FC Porto e Benfica (assistiu num dos golos) sentiram na pele os efeitos directos da doença "Alan".

Avançados:
Cardozo (Benfica)- É o melhor marcador, com uma média de um golo por jogo (falhou o jogo contra a Naval, por isso contabiliza 14 golos em 14 jogos). É a referência goleadora desta Liga e já tem clubes interessados nos seus serviços.

Saviola (Benfica)- "El Conejo" é, na minha opinião, o melhor jogador a actuar em Portugal. Começou a época a facturar, mas é agora que está atingir o máximo da forma, marcando por 6 jogos consecutivos. É um jogador fabuloso que por 5M€ se tornou num dos melhores negócios dos últimos 15 anos neste Benfica.

Falcão (FC Porto)- A ave de rapina leva 10 golos no campeonato e está a 4 do "Tacuara". Apesar da concorrência de Farías, o colombiano, com toda a sua garra, agarrou o lugar e tornou-se no goleador da equipa (mesmo na altura em que Rodriguez e Varela estavam lesionados).

João Tomás (Rio Ave)- Num ataque que marca poucos golos, João Tomás, com 34 anos, renasceu na 1ªliga, depois de andar no Boavista. Leva 6 golos no campeonato e está em boa forma. Volta-se a falar na possibilidade de ser chamado à selecção nacional

Treinador: Domingos Paciência (Sp.Braga)- A sua equipa é líder ao fim de 15 jogos. É preciso dizer mais?

A revelação: André Santos (U.Leiria)- copio o que já disse.

A confirmação: Ruben Micael (Nacional)

O goleador: Oscar Cardozo (Benfica)- Média de um golo por jogo, desde de Jardel que não se via tal goleador em Portugal.

As grandes desilusões:
- Caicedo (Sporting)- Chegou emprestado pelo City mas nunca se conseguiu impor. Pior do que isso, só os golos falhados de baliza completamente escancarada.
- Keirrison (Benfica)- O rótulo de craque pesou-lhe demasiado e nunca conseguiu ter a confiança de Jorge Jesus. Um jogador a seguir... futuramente.
- Amaury Bischoff (Académica)- Veio do Arsenal para Coimbra mas nem com Rogério Gonçalves nem com André Villas Boas conseguiu ter oportunidades suficientes para mostrar o seu valor.

O melhor: Hugo Viana (Sp.Braga)- Dentro de campo, é o líder do líder. Pensa o jogo com inteligência, passa com mestria, remata bem, assiste, cruza e ajuda nas tarefas defensivas. O melhor.

A equipa: Sporting de Braga- Repito-me, mas é a verdade. Esta equipa é grande. Pode até ficar em 3º, mas é grande na mesma. Por tudo o que está a fazer. Depois de ganhar ao Sporting, as pessoas disseram que ia perder contra o FCP. Depois de ganhar ao FCP, ia perder contra o Benfica. Ganhou. Perdeu o derby do Minho. Mas mantém-se líder. Justamente. Veremos se na 2ªvolta mostra a mesma força. É bom que alguém se intrometa na luta dos grndes para se quebrar o marasmo em Portugal.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Derby regional


Este Domingo, houve mais um Académica vs Naval. O 5º a contar para a 1ªdivisão; e, pelo segundo ano consecutivo, a Briosa saiu vencedora. 2-0 foi o resultado.

A Académica de André Villas Boas leva já um impressionante registo de 4 vitórias em outros tantos jogos em casa para a Liga Sagres, com um parcial de 9-0, mas a exibição de ontem foi, sem dúvida, a pior destes 4 jogos. Nesta equipa, tornou-se natural marcar cedo. Aos 8 minutos, após falha de dois defesas da Naval, Lito aproveitou para abrir o marcador. Golo cedo, a tranquilidade que já costuma ser hábito nesta equipa academista. Mas não. A Briosa não demonstrou aquele fogo normal, adormeceu a partir do primeiro golo e, não fosse o opositor ser a Naval, podia ter corrido sérios riscos de sofrer o empate.

Mas não sofreu e até acabou por marcar o segundo em cima do intervalo. Julgo que, se não fosse este segundo golo, talvez a exibição fosse um bocadinho melhor. Porque, com toda a certeza, o treinador daria outro tipo de palestra ao intervalo, obrigando os jogadores a jogar melhor e a procurarem de outra maneira o segundo golo. A verdade é que isso não aconteceu. O jogo ainda se tornou mais frio (e frio este muito naquele Estádio) e nem Sougou teve daquelas arrancadas típicas, que as pessoas já esperam de si. A Académica, como anfitriã, limitou-se a gerir a vantagem a 2ªparte inteira e perigo foi o que não houve na baliza figueirense. Dois golos bem anulados e uma atrapalhação de Sougou já dentro da área, foi aquilo que de melhor teve a segunda metade dos visitados.

Do outro lado, Inácio tem, sobretudo, falta de mão-de-obra. Aquela equipa está cheia de nomes desconhecidos e de qualidade reduzida e nem Marinho nem Kerrouche conseguiram fazer aquilo a que estão acostumados. Marinho ainda foi pior porque falhou um golo com Nereu fora da baliza (tropeçou na relva). Kerrouche ainda mexeu com o jogo mas acabou por ser inofensivo. Nenhum jogador sozinho consegue transportar uma equipa.

A Académica tem é de perceber que o Braga não é a Naval. E, portanto, há que trabalhar para melhorar alguns aspectos. Mas o score está lá...

Recuperação épica


Ontem começou a CAN. Angola vs Mali inauguraram a competição que reúne as melhores selecções de África. E para início, não podia ter sido melhor. 8 golos, muita emoção, futebol de ataque, sem medo de qualquer parte. Foi um jogo aberto e o resultado (4-4) espelha isso mesmo, Mas mais que tudo, este jogo fica para a história como, talvez, a maior recuperação da história do futebol. O Mali, mesmo estando a perder por 4-0 aos 79 minutos, não desistiu e conseguiu o empate. A inexperiência angolana acabou por falar mais alto, num jogo que tinha tudo para ser de sonho para os Palancas Negras.

Angola iniciou com Carlos na baliza, Mabina na direita, Kali e Rui Marques ao centro e Stélvio mais descaído sobre a esquerda, Xará, Dedé e Zuela numa linha de três e Gilberto no apoio a Flávio e Manucho. Do outro lado, Seydou Keita sentou-se no banco, Kanouté e Diarra foram titulares, Sissokho não jogou por lesão. Manuel José pediu garra e concentração à sua equipa, que levou muito a sério os avisos do treinador na 1ªparte. A selecção anfitriã esteve bastante concentrada nas marcações defensivas, foi jogando no meio-campo, à espera do Mali.

Aos 25 minutos, surgia um contratempo: Dedé lesionou-se e Djalma entrou para o seu lugar. Manuel José tomou uma decisão que visava um maior pendor ofensivo por parte dos angolanos. Aos 34, Keita (na foto), a estrela do jogo, entrou para o lugar de Maiga. Dois minutos depois da entrada do jogador do Barcelona, Angola inaugurou o marcador por Flávio (livre de Gilberto). Foi o delírio. O Estádio 11 de Novembro, cheio (50 mil espectadores) para ver a equipa da casa na estreia, animaram-se ainda mais do que o que já estavam e os cânticos sucediam-se.

Apenas 6 minutos depois, quando Angola tentava gerir a vantagem até ao intervalo, há um cruzamento vindo da direita de Mabiná e direitinho à cabeça de Flávio. 2-0 e a festa aumentava. Importante vantagem antes do intervalo mas, sabia Manuel José, longe de estar decidido. Voltava-se do intervalo com a sensação de que o Mali ia pegar no jogo e massacrar Angola. Controlou mais as operações, é certo, mas longe do tal domínio que se esperava. E eis que aos 65', Gilberto é tocado dentro da área. O próprio encarregou-se de marcar e fazer 0 3º. Incredulidade, talvez em todo o Mundo. Angola vencia o Mali, de Kanouté, Keita ou Diarra, por 3-0!! E mais incredulidade houve, quando 7 minutos depois, em novo 'penalty' (polémico derrube sobre Gilberto), Manucho fez o quarto. E aí, todos pensaram que o jogo estava decidido. Todos, menos ... os do Mali.

Angola sofreu o primeiro aos 79 minutos. Keita marcava. Ninguém acreditava no empate. Aos 88', Keita bisou. Houve um sobressalto. Manuel José levantou-se, aos berros, a dizer que queria passes, controlo de bola, concentração. Mas parece que, dentro do campo, só os do Mali o ouviram. Aos 93', Kanouté fez o 4-3 e faltava um minuto para o jogo acabar. A bola era dos angolanos. Bastava passar tempo. Mas o que é que Kali faz? Mal teve a bola, mandou um estoiro para a área do Mali. Faltavam 50 segundos, o Mali tinha a bola. Jogada rápida, bola na área, Carlos não segura e Yatabaré aparece para o empate. Manuel José, Flávio e todas as pessoas que viam o jogo, não queriam acreditar. De grande festa, houve silêncio em Angola. Um silêncio assustador. Mas é bom para Angola. Os jogadores são muito inexperientes, têm de aprender a não ser crianças quando estão em campo.

Manuel José foi a berrar até à conferência de imprensa, e com razão. Veremos se agora os angolanos têm capacidade de reagir nos dois jogos seguintes. Veremos...

sábado, 9 de janeiro de 2010

Moutinho, o homem dos 150 jogos


Hoje, João Moutinho completa 150 jogos ao serviço do Sporting no campeonato português. 12935 minutos. Média de 86,233 minutos/jogo. É capitão. E por todos estes dados, Moutinho já entrou na história do Sporting. De há cinco épocas para cá, quando se estreou pela mão de José Peseiro (04/05 frente ao Gil Vicente), que o médio leonino tem vindo a cimentar uma posição dentro do balneário e dentro da equipa, jogando com grande regularidade e nível. A chegada à selecção acabou por ser natural e o jogador deve estar entre os convocados do prof.Carlos Queiroz para o Mundial 2010.

Moutinho foi mais um produto das escolas do Sporting. Brilhou nos juniores e em 04/05 viu o seu nome constar na equipa frente ao Gil Vicente. A partir daí, foi alternando entre o banco e a titularidade durante 15 jogos. No entanto, Moutinho partiu para a temporada seguinte com o estatuto de jogador em crescimento e no qual os dirigentes dos leões depositavam grandes esperanças. Rapidamente passou de esperança a certeza. Com a substituição de Peseiro por Paulo Bento, nada mudou e o nº28 continuou a ser titular, sendo cada vez mais indiscutível.

As épocas foram passando e Moutinho foi amadurecendo. Mas este jogador, que parece ter 30, tem apenas 23 anos. Um jovem que nasceu muito jovem para o futebol. Moutinho é titular indiscutível, o capitão, presença assídua na selecção nacional e, sobretudo, um bom jogador. Mas não é um jogador de top. É a minha opinião. Não é vistoso, mas é útil; tem força; é regular. Rende mais ao centro, pode ser que com a chegada de Izmailov ao onze e a sua deslocação para o centro, possamos ver de novo em acção o melhor Moutinho. Vamos ver. Por agora, 150 jogos não é para toda a gente...