quarta-feira, 2 de março de 2011

Nem "Di'Maria's" nem "Ramires'"


Hoje, frente ao rival da segunda circular, o Benfica pode alcançar a vigésima vitória seguida em todas as competições, um registo muito forte de uma equipa que vive o melhor momento da época. Nada comparado com aquilo que se via há três meses atrás, pois aí o Benfica não entusiasmava ninguém e ganhava com muito esforço.

Agora o Benfica pode-se orgulhar das suas exibições. Agora sim, joga como uma verdadeira equipa. A equipa melhorou psicologicamente, respirando confiança, virando resultados e ganhando alguns com extrema facilidade (tal como o FC Porto faz). E, desta vez, o mérito pode-se realmente atribuir a Jorge Jesus, pois conseguiu entender as lacunas da equipa e colmatá-las com soluções internas.

No entanto, o que fez esta equipa mudar tanto? A confiança é parte, mas não tudo. A evolução passou, naturalmente, por uma melhoria táctica, que tornou a equipa claramente mais forte. Talvez faça confusão ao adepto ver como a equipa, com os mesmos jogadores de há 3 meses atrás, joga de forma tão diferente. Continua a não existir Di María nem Ramires, nem jogadores que se assemelhem. O que mudou na estrutura?

Na esquerda, Coentrão continua a ser o tal semelhante de Di María. Gaitán continua a preferir ir para o centro mas já se habituou à sua verdadeira posição, entendendo-se melhor com Coentrão e jogando no seu esplendor, entregando o reforço Fernandéz à bancada. A asa esquerda continua a mais ofensiva da equipa, enquanto que na direita já não há Ramires nem algo parecido. Agora há Salvio, um ala que gosta de encarar o defesa e driblar até à linha. O mais parecido com Ramires, Ruben Amorim, está lesionado até ao fim da época e já antes era suplente. No entanto, Maxi sobe muito menos, pois as suas costas já não estão bem protegidas (Salvio é pouco disponível para defender). Do outro lado, Gaitán até já recupera bolas no último terço do terreno, servindo para equilibrar quando Coentrão vai até à linha.

Nem mesmo a saída de David Luiz abalou, por agora, esta estrutura e organização. As exibições estão a um nível alto e a equipa está embalada. Mérito, sobretudo, para Jorge Jesus. Jara está finalmente a aparecer, fruto de uma adaptação de seis meses que Jesus fez questão de consolidar. No momento certo, aí aparece Jara, um bom suplente para o ataque.

Hoje o Benfica pode chegar às vinte vitórias seguidas. Grande registo.

terça-feira, 1 de março de 2011

Recuperando talentos: Diego Benaglio


Volto a esta rubrica para falar, desta feita, de um grande guarda-redes que passou pelo nosso campeonato: Diego Benaglio. O guarda-redes suíço tem agora 27 anos e, depois de ter passado pelo Nacional, tornou-se titular indiscutível do Wolfsburgo.

É preciso recuar ao Verão de 2005 para encontrarmos a data de ingresso do guardião na Madeira. Chegou vindo do Estugarda (depois de fazer formação no Grashoppers), com 21 anos, e o seu sonho era o de jogar com mais regularidade, uma vez que em três épocas, havia feito 37 jogos na Alemanha (o que não é nada mau para um jovem acabado de sair do seu país e, na altura, com a concorrência de Timo Hildebrand). Chegou então para substituir Hilário, transferido para o Chelsea, e acabou por roubar rapidamente o lugar a Belman e tornar-se indiscutível na baliza da Choupana.

Esteve três época em Portugal e acumulou grandes exibições, sendo seguido várias vezes pelos "grandes" nacionais e por equipas estrangeiras. E, de facto, ao fim de três ano em Portugal acabou mesmo por seguir para o estrangeiro, perdendo Portugal um dos melhores guarda-redes da década. Saiu para o Wolfsburgo por 1,5M€ em Janeiro de 2008, na altura treinado por Feliz Magath e que viria a ser campeão em 2008/2009. Benaglio conseguiu ser eleito um dos melhores guarda-redes da época de 2009 e agora já se fala no interesse da Juventus.

No Verão passado foi noticiado o interesse do Sporting mas não me parece que interesse a Benaglio voltar a Portugal. Grande, grande guarda-redes!

Sai Paulo Sérgio, entra... José Couceiro



Sábado de manhã chegou a notícia que muitos esperavam na 5ªfeira: "Paulo Sérgio despedido do Sporting" circulou nos meios de comunicação social. Ao mesmo tempo era a anunciado que José Couceiro iria assumir o comando da equipa até ao fim da temporada. O próprio director-geral para o futebol iria assumir a equipa até Junho.

Como pode ser isto explicável aos jogadores? Não se pode usar o argumento do "click" psicológico uma vez que, tal como sucedeu com Carlos Carvalhal, o plantel sabe que esta é uma situação provisória, apenas para "segurar as pontas". Para mais, o Sporting é uma equipa que não conseguiu cumprir os objectivos a que se propôs e, para mim, também Paulo Sérgio serviria para salvar a honra do clube, uma vez que honra e coragem foi algo que não lhe faltou na sua passagem em Alvalade. Por fim, surge a questão: será Couceiro melhor treinador que Paulo Sérgio? Na minha opinião, não. Só não percebo porque é que os comentadores da televisão vêm agora falar muito mal de Paulo Sérgio como se ele fosse o único culpado pela crise e como se Couceiro fosse um Deus, dizendo que tem muita coragem. Enfim, não se percebe. Mas isso já é outra história.

Na estrutura de um clube, as posições devem estar bem definidas. E não me parece solução ser o director-geral para o futebol a treinar a equipa. Se querem uma solução interna, então coloquem o adjunto como treinador interino. Esta situação é, talvez, inédita no futebol português. Pior ainda se se verifica num "grande". Para mim, isto demonstra o estado do Sporting. Mau, muito mau.

Venham as eleições!