quarta-feira, 18 de agosto de 2010

FC Porto: Identidade Villas-Boas


Dois jogos, duas vitórias. Este é o balanço do Porto na “Era Villas-Boas”; no entanto, ainda é cedo para se falar em grande equipa ou em possível grande época. Até porque as exibições não foram as melhores, perfeitamente natural numa equipa que perdeu um símbolo e se prepara para perder mais dois (Bruno Alves já joga na Rússia e Meireles e Fucile preparam-se igualmente para viajar).

Apesar disso, a identidade deste “novo Porto” já está definida. Posse de bola e pressão alta são características desta equipa que tem em Fernando um novo conceito de pivot. Novo não para o mundo do futebol, mas sim para a equipa. Na época passada, o brasileiro jogava um pouco mais atrás, assim como a defesa, mas agora joga uns passos mais à frente, fazendo toda a diferença e obrigando a defesa (e o resto da equipa) a subir no terreno. Com Jesualdo, Fernando jogava mais próximo da defesa; agora, joga a semelhante distância da defesa e dos dois médios mais ofensivos (Moutinho e Belluschi, por enquanto).

Pode-se dizer que o FC Porto não mudou de sistema. Mas mudou. Não em relação ao 4x3x3 ou 4x4x2, mas sim em relação aos princípios de jogo incutidos na equipa pelo novo treinador. Este 4x3x3, apesar de ser o mesmo sistema de Jesualdo, é completamente diferente do 4x3x3 da época transacta. Os dragões não têm problemas em ir passando a bola até chamarem o adversário, não têm problemas em avançar no terreno com futebol apoiado e a passar de um corredor para o outro. É uma equipa que dá valor à bola e a equipa sente-se confortável com ela nos pés. Isso é o mais importante; depois, há sempre elementos como Varela, Hulk e Falcão, sempre com a baliza em mente e que assustam qualquer defesa a nível mundial. No jogo contra o Benfica, a estrela foi Varela; no jogo contra a Naval, foi Hulk. E se calhar, contra o Beira-Mar, será Falcão. De facto, são três jogadores de encher o olho, faltando Ruben Micael para completar o puzzle.

Veremos a evolução desta equipa e amanhã joga-se o primeiro teste europeu. Na Bélgica contra o Genk. Sem Bruno Alves. E sem Meireles e Fucile.

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