sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A estreia de Deco


Sempre fui um admirador de Deco. Desde o ano em que o FC Porto conquistou a Taça UEFA que me agrada ver Deco a rematar, a distribuir, a criar, basicamente, a jogar. Foi um craque. Um jogador de top mundial que nunca chegou a um pódio da UEFA. É triste. Sem ele, possivelmente não havia Porto campeão europeu. Sem ele, o trio mágico do Barcelona campeão europeu (Deco, Ronaldinho e Eto'o) não teria existido. Uma vez perguntaram a Rijkaard se achava Ronaldinho o jogador mais importante da equipa; ele respondeu que não, era Deco, porque era ele que distribuía para todo o lado, que idealizava e melhor pensava o jogo na equipa. Dito pelo próprio treinador.

Era assim Deco. Fintava quando era necessário, bom no drible, mas era a passar que melhor se sentia. De vez em quando, lá mandava um grande remate (marcava livres muito bem) e a bola entrava e lá festejava mais efusivamente. Era um jogador calmo, pacífico e muito raramente foi expulso. Tinha um toque de bola para poucos e foi um dos melhores "10" das últimas duas épocas. A camisola 20 sempre o acompanhou fora do FC Porto. Cá, era o 10, naturalmente. Pois, Deco foi um desses jogadores de top de uma posição que está em vias de extinção. Mas a forma cerebral de pensar o jogo de toda a equipa, a fora como se antecipava aos adversários não na luta pela bola mas na forma como pensava as jogadas seguintes (e isto numa fracção de segundo). Era um génio. Na selecção teve dois grandes Europeus mas nos Mundiais 2006 e 2010 não esteve no seu melhor, se bem que em 2006 ainda tenha feito alguns bons jogos; em 2010, por questões físicas e tácticas, Deco foi "impedido" de mostrar o seu melhor.

Agora, com 33 anos, chegou ao Fluminense, ao seu país de origem. Lá, onde muitos acabam carreiras e a idade não é problema, Deco já começou a espalhar magia. Foi no jogo com o Goiás, que terminou com a vitória do Flu (líder do Brasileirão) por 3-0, com o primeiro golo a partir de uma assistência perfeita de Deco para Washington; no segundo golo, desmarcou Mariano que cruzou para o golo de Emerson. Primeiro jogo e já um cheirinho do que é Deco. E com 33 anos. A idade passa mas a classe mantém-se.

Ganhou tudo. Duas Ligas dos Campeões, uma Taça UEFA, foi eleito o melhor jogador do Mundial de Clubes em que o Barça perdeu na final para o Internacional, e os maiores campeonatos da Europa: Espanha e Inglaterra, para além de ter vencido tudo cá dentro. Taça, Campeonato e Supertaça pela mão de José Mourinho, que o aproveitou a partir da dispensa do Benfica para o Salgueiros.
Pegou nele e Deco provou o seu valor.

Obrigado pela passagem por Portugal, um dos melhores jogadores que o nosso país já viu!

Sem comentários:

Enviar um comentário