segunda-feira, 16 de agosto de 2010

As primeiras escorregadelas





Completou-se hoje a primeira jornada da Liga ZON Sagres 2010/2011 com o jogo entre Olhanense e Vitória de Guimarães. 0-0. Logo a abrir tivemos o vice-campeão Braga que defrontou outro vice-campeão (mas este da Liga de Honra), o Portimonense. O que se esperava aconteceu e os anfitriões ganharam por 3-1, com justiça e eficácia. Deu tempo para Élton, avançado que vem referenciado como craque, se estrear com a camisola bracarense.

Domingos apresentou o esquema táctico habitual, 4x2x3x1, desta feita com Paulo César nas costas de Lima e Matheus na ala esquerda. A mobilidade que o ex-jogador do FCP tanto privilegia foi conseguida e os arsenalistas ultrapassaram os algarvios com alguma tranquilidade. Pode-se falar da boa atitude do Portimonense mas esta equipa acabou por nunca ser realmente perigosa e o controlo do jogo pertenceu sempre à equipa da casa. Assim, o Braga voltou como acabou a última época, em grande e provou que a eliminação do Celtic aos seus pés não foi obra do acaso. Acautele-se o Sevilha.

Depois, no Sábado, jogaram FC Porto e Sporting. Sortes diferentes; o primeiro com um 'penalty' quão justo como divino, ou seja, caído do céu, resultado de uma infantilidade de Jonathas. A pressão alta e a posse de bola faz parte deste "novo Porto", mais agressivo. No entanto, na primeira parte sentiu-se que a defesa estava demasiado atrás tendo em conta o posicionamento do meio-campo. Com Varela a não conseguir fazer o habitual, sobrava Hulk e Belluschi (o primeiro a empurrar a equipa para a frente); depois, apareceu o "Incrível", apostando no seu remate mas por vezes demasiado individualista. Acabou por decidir com um pontapé fortíssimo sem hipótese para Salin na conversão do 'penalty'. Gostei de ver Lupéde, defesa-central da Naval, que acabou por manchar a sua exibição com uma falta sobre Guarín que justificava o cartão vermelho.

O clube de Alvalade iniciou o campeonato na Mata Real, defrontado o Paços de Ferreira. Ainda sem Pizzi, apenas confirmado como reforço no dia de hoje, "os castores" jogaram na mesma em 4x3x3, com Caetano e Manuel José a ocuparem as alas, no apoio ao ponta-de-lança Mario Rondón. Paulo Sérgio optou por poupar Vukcevic no primeiro tempo, lançando Valdés na ala e pondo Carriço como trinco. Ambas as apostas saíram falhadas ao técnico dos leões, que tinha em Matías o elemento mais perigoso do meio-campo (e talvez único, visto que Maniche não teve uma exibição muito conseguida); o Paços foi aproveitando para ir fazendo algumas boas jogadas e ao intervalo, Paulo Sérgio foi obrigado a mexer na equipa. Entrou Vuk para o lugar de Valdés e finalmente o Sporting começou a jogar melhor. Viu-se a diferença com a entrada de um dos jogadores em melhor forma na equipa leonina. Remate de trivela logo a abrir e mais algumas boas jogas. No entanto, foi a equipa da casa a chegar ao golo numa grande jogada de Manuel José, que tirou Evaldo do caminho e cruzou para Rondón finalizar com classe. Estava feito o único golo da partida e apesar do Sporting depois ter tentado empatar nunca conseguiu.

JÁ É HÁBITO VENCER NA LUZ

Por fim, o último grande a entrar em acção foi o Benfica, actual campeão em título. A questão era perceber a evolução de uma semana em que foi derrotado pelo maior rival na final da Supertaça para esta semana em que defrontava a Académica. Jogou melhor, claro, mas voltou a claudicar em alguns momentos do jogo e até chegou a ser apático (algo que no Benfica da época passada não existia).

Jorge Costa percebeu que Jesus iria manter o losango. Então tratou de montar uma teia para combater esse losango, que teve em Peixoto o "elemento menos". Amorim também não esteve no seu melhor e Aimar e Cardozo irreconhecíveis. Sobrou Saviola,o primeiro a dar um esticão na equipa, e Fábio Coentrão, que nem parece que teve menos férias que muitos dos seus companheiros de equipa. As suas pilhas duram eternamente e quer a lateral quer a extremo, Coentrão provocou enormes desequilíbrios na defesa da Briosa, não só demonstrados com a assistência para o golo de Jara. No entanto, uma equipa não se pode limitar a um ou dois jogadores e isto foi manifestamente pouco para "dar cabo da Académica".

A Briosa, por seu turno, depois de um fim de pré-época fraco, acabou por mostrar bons argumentos contra o Benfica e, sobretudo, garra e vontade de marcar golos. Apesar de jogar na Luz, a Académica não se amedrontou e sempre que tinha a bola procurava a baliza de Roberto explorando a rapidez doas alas Diogo Valente e Sougou. Miguel Fidalgo era uma presença incómoda para Sidnei e David Luiz e Nuno Coelho fez uma grande exibição no meio-campo.
De facto, apenas Diogo Melo esteve uns furos abaixo dos restantes colegas. Até Addy, na sua estreia pela Académica, fez uma boa partida até ao momento da expulsão. A primeira parte mostrou uma Académica atrevida e com vontade de algo mais que não apenas um empate, tal como Jorge Costa tinha prometido.

No entanto, logo aos cinco minutos da segunda metade, Addy viu dois cartões amarelos no espaço de um minuto e foi directo para os balneários. Isto condicionou a estratégia da equipa de Coimbra, e Jorge Costa foi obrigado a repensar a estratégia. Entrou Pedro Costa para defesa-esquerdo saindo o ponta-de-lança Diogo Valente e entrou Laionel para o lugar de Diogo Valente. Foi exactamente isto que eu tinha pensado mal Addy foi expulso. Desta forma, a Briosa continuava a ter a baliza em mente com dois alas muito muito rápidos como Sougou e Laionel, jogando abertos nas alas com Pedro Costa a compensar a expulsão de Addy. Assim, a equipa manteve-se equilibrada nos sectores e a forma de defender não foi alterada.

Depois foi o que já se esperava. Benfica a massacrar até ao fim e a Briosa a bater-se bravamente contra os encarnados. Quando Jara marcou, aos 62 minutos, houve um enorme suspiro de alívio pois toda a gente que a vitória estaria quase garantida. Mas não foi isso que se passou e no último minuto de compensação, Paraíba inspirou-se e fintou tudo o que lhe apareceu à frente até colocar a bola em Laionel. Este correu uns metros e atirou uma bomba-chapéu com efeito que só parou na baliza de Roberto. 1-2 e vitória da Briosa.

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