terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ibson, sempre mal-entendido


Muito se fala na questão da substituição de Lucho Gonzalez no Futebol Clube do Porto. Faz muita falta, é certo. Mas acho que o Porto nunca percebeu a melhor maneira de substituí-lo.

Lucho desempenhava funções especiais na equipa: defendia, atacava, fazia a transição meio-campo/ataque e entendia-se às mil maravilhas com Raul Meireles. Pinto da Costa contratou Belluschi e Valeri para o substituir. O primeiro é bom jogador; o segundo ainda ninguém sabe. Depois, há Guarin e Tomás Costa. Mas estes dois ainda não deram mostras de real valor para poderem jogar naquele lugar.

Jesualdo (ou Pinto da Costa) quis Belluschi para assumir o papel de "Comandante" da equipa. Mas a verdade é que o argentino não é jogador para actuar naquela posição. É mais para um losango. E acho que esta contratação foi muito mal-estudada pelo FC Porto. Logo se denotaram falhas defensivas em Belluschi, naturais num jogador que nunca tinha sido levado a fazer tal coisa. Mas se essas falhas eram assim tão óbvias, como é que ninguém da estrutura dos dragões percebeu isso? Muito estranho. A verdade é que ninguém pensou nisso. Toda a gente viu Belluschi como Anderson, um nº10 que se podia adaptar facilmente ao estilo de jogo do Porto e jogar da maneira que Jesualdo queria. Mas até agora, ainda nenhuma evolução se viu.

Uma questão? Se Jesualdo não queria um nº10, mas sim alguém semelhante a Lucho, porque raio é que Belluschi foi contratado? Não percebi. Se o sistema dos azuis-e-brancos não dá para o ex-Olympiakos, porque raio é que o contrataram? Não percebi. E acho que pouca gente percebeu. O argentino é muito mais "Aimar" do que "Lucho" e gosta de pegar sozinho na equipa, não tendo alas a "incomodarem-no". E assim torna-se complicado perceber o que é que Belluschi anda a fazer no plantel do Porto.

Desta maneira, recordo-me de um jogador. Um grande jogador, por sinal. Ibson. Lembram-se? Eleito o melhor do Brasileirão em 2008, nunca foi percebido no FCP. Mesmo com mudanças de treinadores, Ibson nunca mais voltou aos dragões. Porquê? Também nunca cheguei a perceber. E Ibson era o jogador perfeito para o lugar de Lucho. Sabe defender bem, sabe atacar muito bem, faz transições e sente-se confortável naquele sistema. O FCP enxutou-o. Co Adriaanse e Jesualdo nunca chegaram, sequer, a olhar para ele. Não percebo como. Um jogador talentoso e perfeito para aquele lugar. Mas foi embora definitivamente para o Spartak de Moscovo. Nunca compreendi a sua trajectória: de ídolo no Brasil para Portugal, voltou a ser ídolo no Brasil e há uns meses transferiu-se para ... o Spartak. Incompreensível.

A única solução que vejo é esta: experimentar Valeri naquela posição e ver no que dá. Ou então, tentar introduzir em Belluschi alguns conceitos mais tácticos. Vamos ver a evolução destes dois argentinos no FC Porto...

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