sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Análise ao Clássico I - Benfica

Domingo é o grande Clássico. "O" Clássico. Sport Lisboa e Benfica vs Futebol Clube do Porto. O choque de gigantes. E o país quase pára para acompanhar este jogo. É 1ª volta, é certo. Mas fundamental para complicar ainda mais o campeonato.

Analisarei este jogo em três partes. A 1ª pelo lado do Benfica, a 2ª pelo lado do Porto; a 3ª pelo clássico no geral.

E é óbvio que o Benfica partirá em situação delicada para esta partida. Seis ausentes, 5 deles no meio-campo e 3 titulares, irão com certeza fazer diferença na maneira de jogar benfiquista. Sem Dí María é uma coisa, sem Ramires é outra, sem Aimar ainda pior. Com os três fora, é péssimo. Não há Di Maria? Põe-se o Coentrão, pensa o adepto comum. Não há Coentrão? Então nasce um problema. Não há Ramires? Mete-se o Amorim, pensa o adepto comum. Também não há Amorim? Então nascem dois problemas. Não há Aimar? Então, já são três problemas. E é esta a forma de pensar de toda a gente. O meio-campo encarnado vai estar debilitado, sobretudo pelas "doenças" dos três que maior diferença fazem na equipa: "El Gigi"; "El Mago" e a "gazela". Peixoto, Carlos Martins e Menezes são os substitutos naturais, face às ausências de Coentrão e Amorim, normais sbstitutos de Di Maria e Ramires.

Depois, outro problema. A lesão de Sidnei, que, ao que tudo indicava, iria ser titular, com Shaffer a sentar-se no banco de suplentes. O argentino não consege melhorar as suas capacidades defensivas e, aqui, a culpa é toda de Jorge Jesus que nem sequer o rodou nos jogos menos importantes do campeonato. Ora, sem ritmo de jogo, é difícil aguentar Hulk, Varela, Rodriguez ou seja quem fôr o ala-direito do Porto. Com a defesa em dúvida, devido às gripes dos habituais titulares, mais um problema. Apenas laterais e na baliza, Jesus parece ter decidido quem irá ser titular.

Depois, o meio-campo. Sector onde é mais fácil perceber quem serão os titulares. Javi, Peixoto, Menezes e Martins. E se os adeptos poderiam pensar em Urreta para interior-esquerdo, recuando Peixoto para defesa, logo podem tirar o "cavalhinho da chuva", pois está sem ritmo competitivo. No ataque, Cardozo e Saviola.

Esta equipa será, certamente, inferior. Desde logo, a menor capacidade ofensiva, retirada pela ausência do onze de um verdadeiro extremo criativo (Di Maria ou Coentrão) que possa fazer a diferença no um-para-um. A dimensão "faixa" para o Benfica será reduzida, pois terrenos como estes são estranhos a jogadores como Peixoto e Martins. Podem-se safar, Peixoto até tem rotinas, mas nada de especial. Será em Shaffer que o glorioso poderá ter alguém que disfarce a posição ala. Ataca bem, cruza bem, mas a falta de entrosamento na equipa, poderá prejudica-lo. Nada de que Jesus se possa queixar.

Quanto melhor for o entendimento entre aquele meio-campo, melhor será para o clube da Luz. Mas torna-se difícil pensar em grandes jogadas, em grandes movimentos se aqueles quatro nunca jogaram juntos. Basicamente, não se conhecem. E sem meio-campo, não há Saviola ou Cardozo. Haverá apenas dois jogadores, não uma dupla integrada com mais quatro. Serão apenas dois. Menezes, ainda inexperiente, tenderá a usar-se da técnica para conseguir passar por todos; Peixoto não convence; Martins ainda não tem o ritmo ideal para um clássico. Demasiados problemas. Urreta vai-se sentar no banco, a pensar na sua vida. E depois haverá outras opções: Weldon ou Nuno Gomes ou mesmo Keirrison. Parece pouco. E é.

O Benfica será obrigatoriamente diferente. A principal questão passa por se perceber se essa diferença será assim tão grande, se Jesus consegue inventar o tal meio-campo. Os movimentos nunca poderão ser iguais. O que o treinador encarnado poderá fazer, é tentar fazer algo parecido ou, por outro lado, renovar por completo, tentar surpreender o Porto.

Jesus terá de inventar. Não tem muito por onde escolher. Mas inventar não passa apenas por colocar os jogadores em campo. Passa por perceber fragilidades adversárias, explora-las e com os jogadores que se tem na mão. É agora esse o principal problema de Jesus. Mas aqui se distinguem os bons dos muito bons treinadores...

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