domingo, 27 de dezembro de 2009

Boxing Day ... Hull vs Manchester United



Por estes dias, o futebol europeu pára. Época festiva, os jogadores tiram férias para passarem tempo com a família. Em Inglaterra não. Entre 26 e 28 de Dezembro jogam-se duas jornadas do campeonato, e chama-se a est altura o "Boxing Day". A origem do nome nasce das caixas ('box' em inglês) que, durante esta época, eram colocadas nas igrejas para receberem dinheiro para os pobres. Essas caixas eram abertas no dia de Natal e, apurada a colecta, esta era distribuída no dia seguinte, 26, o Boxing Day. (Informação copiada do Semanário Expresso).

É uma tradição histórica em Inglaterra. As famílias enchem os estádios e joga-se futebol do melhor. Ontem não tive oportunidade de ver o Birmingham-Chelsea mas hoje sentei-me para ver o Hull City vs Manchester United, jogo que fechou a 19ªjornada da Premiership. Ou seja, fecha a 1ªvolta do campeonato. Os "red devils" precisavam de vencer para reduzir a desvantagem para o Chelsea para apenas 2 pontos. E assim aconteceu.

Vi este jogo porque este ano ainda não tinha visto um jogo inteiro do Manchester. E não fiquei lá muito satisfeito com o que vi. Fala-se muito que o MU baixou de rendimento depois da saída de Ronaldo; sim, é verdade. Mas mesmo assim, o bi-campeão inglês tem obrigação de fazer muito melhor do que o que eu vi hoje. Ganhou 1-3, é certo, mas não mostrou um futebol muito agradável. O que eu acho é que o Manchester depende de Rooney.

O MU iniciou o jogo num 4x4x2 tradicional, duplo-pivôt (Carrick e Fletcher) à frente da defesa e dois alas (Giggs e Valencia) no apoio a Rooney e Berbatov. Este é o sistema tradicional desta equipa que não contou com Nani (por opção) nem com Ferdinand (por lesão). Owen sentou-se no banco.

O Manchester depende muito de Rooney. Quando ele aparece, a equipa de Ferguson aparece. Quando ele não joga bem, acontece o mesmo à sua equipa. Os adeptos perguntam-se porque é que Ferguson não gosta de Owen, quando ele é melhor que Berbatov. O búlgaro é um jogador algo lento e neste sistema não tem rendido muito. Não é a melhor opção para jogar em parelha com Rooney e neste enquadramento, Owen aparece como clara solução ao lugar. Seria óptimo vê-lo voltar à titularidade de um grande inglês. Outra questão fundamental é o rendimento (ou falta dele) de Valencia: O United teve de pagar 36M€ por ele, mas está a anos-luz do rendimento exigido pelos adeptos e pela crítica. Hoje fez mais um jogo fraco e parece claro que Park e Nani são melhores opções para aquele lugar. O equatoriano não tem rendido como se quer e parece óbvio que não pode continuar assim. O Manchester fez uma aposta de risco ao pagar tanto por um jogador que jogava no Wigan e que, com a saída de Ronaldo, podia ainda não estar preparado para tal responsabilidade. Não teria sido melhor ir buscar alguém mais seguro?

Quanto à restante equipa, vi uma belíssima exibição de Michael Carrick no meio-campo, a impôr leis. Rooney, esse, está em grande forma. Marcou o 1º golo, aquele que "abriu o livro", fez o cruzamento que levou ao auto-golo de Dawson e, para concluir, assistiu Berbatov no 3º. Mias um golo na conta pessoal, mais uma belíssima exibição. Ferguson agradece, Capello reza para que o avançado se mantenha assim até ao Mundial 2010.

Quanto ao Hull, deu-se ao luxo de ter Geovani, Hesselink e Kilbane no banco, mas mesmo assim rubricou uma boa exibição. Jogou taco-a-taco com o vice-líder da Premier League e mereceu mais do que a derrota. Chamou-me a atenção um jogador, conhecido internacionalmente: Bernard Mendy, lateral-direito, que já passou pelo PSG. Muito seguro a defender, a atacar quando assim tinha de ser. Por acaso, faz-me alguma confusão como este jogador nunca atingiu outros voos! Passou pelo PSG e agora pelo Hull, mas nunca representou um clube de maior dimensão. É, tal como Lucho, daqueles jogadores que tenho de pena de não ver pisar outros palcos.

O Manchester United reduziu a desvantagem para o Chelsea, para dois pontos. Vê o Arsenal a dois pontos. Estes são os três grandes candidatos ao título em Inglaterra. Mas o GIGANTE é o Chelsea. Vamos ver se a equipa de Sir Alex Ferguson tem capacidade para reagir à diferença de valores.

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