segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Senhores da bola I - Eusébio



Começo hoje uma nova rubrica. Dar destaque a jogadores que marcaram história, nacional e internacional, é importante. Eusébio, obviamente, será o primeiro.

Eusébio da Silva Ferreira nasceu em Lourenço de Marques, Moçambique, no dia 25 de Janeiro de 1942. Para apresentação, é preciso dizer que marcou cerca de 730 golos (os dados nunca são exactos) em mais de 1100 jogos. Conhecido por: PANTERA NEGRA.

Fez a sua formação no Sporting de Lourenço Marques e foi pelo Natal de 1960 que chegou a Lisboa e houve muita polémica sobre um contrato que supostamente seria do Sporting. A palavra da sua mãe Elisa prevaleceu e o Benfica ganhou o concurso, e assinou um contrato de 350 contos com o Pantera. Estreou-se no Estádio da Luz no dia 23 de Maio de 1961, num jogo contra o Atlético e logo aí começou a provar a sua veia goleadora, marcando três dos quatro golos. No entanto, por causa de burocracia, o moçambicano não pôde jogar a final da Taça dos Campeões Europeus em 1961, contra o Barcelona de Kocsis e Czibor.

Mas Eusébio ainda não sabia o que estava para vir... Em 1962, e apesar de uma época a nível nacional algo pobre (3º lugar), o Benfica marcava presença na final de Berna, contra o todo-poderoso Real Madrid, onde brilhavam Puskas, Di Stéfano(um dos 5 melhores futebolistas de sempre) e Gento. Quando as pessoas esperavam uma clara vitória do Real Madrid, o Benfica respondeu da forma que sabia. Aos 23' perdia por 2-0, com bis de Puskas. Mas volvidos apenas dois minutos, José Águas reduziu, após Eusébio ter rematado ao poste no livre. E aos 34', Cavém empatou à bomba.

O Benfica animava. Mas Ferenc Puskas, o húngaro imparável, voltou a marcar aos 38' para desespero dos benfiquistas e de todos os portugueses.
Mas Eusébio estava lá. Aos 51', Coluna empatava e aos 65' sofria penalty. Eusébio apareceu para marcar e...não falhou!

O Benfica liderava e 3 minutos depois, Eusébio apareceu na área, a defesa merengue tremeu de medo e o Pantera fuzilou na cara de Araquistain. GOLO! E o SLB era bi-campeão europeu.

O remate fortíssimo e a velocidade/arranque que ninguém tinha caracterizavam-no. A France Football elegeu-o como segundo melhor do mundo. A Juventus apareceu com 16 mil contos, muito muito dinheiro para a altura e para um jovem de 20 anos. Mas Oliveira Salazar não deixa e envia-o para a tropa, impedindo a venda do tesouro nacional. Em 66 consagra-se como estrela. O Mundial leva-o a Inglaterra, onde mostra o que é.

Na fase de grupos, a Hungria perde 3-0 e a Bulgária perde 3-1. Caíram aos nossos pés. E à 3ªjornada, chegava o confronte que todos queriam ver. Eusébio vs Pelé. Ou melhor, Portugal vs Brasil. E todos pararam para ver a selecção nacional a ganhar 3-1. Simões abriu o marcador aos 15'. Mas o Brasil lutava, Jairzinho e Pelé davam trabalho mas o Pantera resolveu que estava na hora de arrancar e marcar. E aos 27 minutos, lá estava ele, a marcar. José Pereira fez uma exibição grande na baliza, Rildo reduziu aos 70', mas Eusébio decidiu aos 85'. E Portugal assumia candidatura à vitória.

E os quartos-de-final, trouxeram a Coreia do Norte. Uma surpresa. E ainda mais o foi, quando aos 25 minutos ganhava por 3-0. Aí Eusébio chateou-se e impôs o seu ritmo. levantou a moral da equipa e começou a atacar os malditos asiáticos.
27: Jaime Graça mete a bola na área, Eusébio antecipa-se a um defesa e marca golo.
43: penalty e golo de Eusébio.
56: Coluna recupera a bola, toca para Graça, dá em Eusébio, mete na direita em Simões e o minorca passa a Eusébio. Na área, não falhou.
59: Novo penalty, novo golo.

O Pantera recuperava. 4 golos na reviravolta... E José Augusto a concluir e a fechar em 5-3.

Vinha aí a Inglaterra. A anfitriã, que tinha os árbitros do seu lado e como capitão, o grande defesa do Man.United Bobby Moore e Bobby Charlton.
A ajuda arbitral notou-se ao longo do jogo e Bobby Charlton também. Dois golos, aos 30' e aos 80'. Eusébio reduziu de penalty mas tava acabado. O 3ºlugar soube a pouco.
Nesse ano, 1966, Eusébio ganhou o troféu de Fifa World Player (Pele não foi incluído porque jogava fora da Europa) e a Bola de Ouro.

Foi fustigado pelas lesões, 6 operações ao joelho esquerdo e uma ao direito. Eusébio, mesmo assim, nunca deixou de jogar e teve sempre grande amor à camisola e espírito de equipa. Jogava futebol a sério, não como os de hoje em dia (como C.Ronaldo). Eusébio nunca sequr reclamou por não sair do glorioso.
Eram assim os jogadores de antigamente. Em Setembro de 73, organizaram-lhe uma festa de despedida mas continuou a jogar até 1979. Passou pelos E.U.A., pelo México, pelo Canadá e já em Portugal, pelo Beira-Mar e União de Tomar, onde viría acabar a carreira.

Em 1992 passou a ter uma estátua em sua homenagem no Estádio da Luz. Foi 1 vez campeão europeu, 3 vezes "vice", ganhou 11 campeonatos e 5 taças em Portugal. Agora faz parte da estrutura para o futebol, no Sport Lisboa e Benfica.

OBRIGADO PANTERA NEGRA!

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