quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A diferença dos tempos

Ontem foi dia de Champions e isso significou FC Porto. E acima de tudo, Falcão e o seu "taco" (calcanhar em espanhol).

Ontem, num jogo em que o FC Porto já desesperava pela vitória, num jogo de paciência que os dragões sempre foram superiores e em que Fucile, Hulk e Guarin foram gigantes, apareceu Falcão. O tal que parece que foi desviado do Benfica, e já leva 6 golos em 9 jogos oficiais. Falcão estreou-se a marcar numa competição europeia. E de que maneira!

Toda a gente se lembrou, aos 75 minutos, de Rabat Madjer.
É preciso, no entanto, recuar mais de 22 anos para nos podermos lembrar. No Estádio do Prater, em Viena, apareciam em campo Bayern de Munique, o todo poderoso Bayern, e o FC Porto, grande surpresa da prova e que não tinha Gomes, o famoso "Bibota", para atacar os alemães.


Numa equipa em que alinhavam 3 estrangeiros, muito diferente de agora (só Meireles, Bruno Alves e Rolando são portugueses no onze titular) e em que sobressaía um fortíssimo meio-campo com André, Jaime Magalhães e António Sousa (além de Quim), o Porto entrou com 10% de possibilidades de vencer. Nas empresas, no trabalho, nas ruas, os não-portistas falavam de uma derrota para calar os tripeiros. Riam-se aquando da possibilidade do Porto ganhar.
Os portistas esperavam para ver, mas mesmo eles tinham a consciência de que vencer seria tarefa quase impossível. O Bayern aparecia como o Barcelona de Guardiola apareceu o ano passado. Mais ou menos nesta proporção, o Bayern era tido como uma equipa quase invencível e temível.

E começava o jogo no Prater. Aos 24 minutos chegou o golo que todos já esperavam: Kogl marcou e inaugurou o marcador. Todos pensavam que a vitória era do Bayern. Aos 45', saía Quim e entrava Juary. O baixinho brasileiro que se iria tornar um dos heróis. Aos 77 minutos, Juary recebe um passe já dentro da área, passa a Madjer que já sem o guarda-redes pela frente, atirou a contar. Ficou conhecido pelo calcanhar de Madjer. O calcanhar que correu o mundo. Dois minutos depois, Madjer era assistido na linha lateral, pediu para entrar. Pegou na bola, correu pela esquerda e viu a entrada de Juary. Cruzou e Juary voou, tocou com o pé direito e fazia a reviravolta. Em Viena acontecia o impossível. Artur Jorge comandava no banco.

22 anos, 4 meses e 3 dias depois, Falcão imitou-o. Obviamente que é preciso ver a DIFERENÇA DE TEMPOS! O jogo ontem era para a 2ªjornada da fase de grupos. Não um jogo histórico. Mas foi um calcanhar importante para ganhar ao Atlético, adversário directo, e para dar confiança à equipa para desafios futuros.
Depois Rolando confirmou a vitória. Hulk recupera as arrancadas e Fucile secou Simão. Depois Guarin deu consistência ao meio-campo e o FC Porto ganhou!

A diferença dos tempos...

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