sábado, 3 de outubro de 2009

Académica, um problema inexplicável

Ontem deu-se mais uma chicotada psicológica nesta liga: a segui a Azenha, Ulisses Morais e Carvalhal, foi Rogério Gonçalves a ser despedido do comando técnico da Académica de Coimbra.

Eu estive no estádio e vi o mesmo que qualquer pessoa normal viu... A Briosa jogou muito mal,os jogadores parecem ter desaprendido desde o ano passado, a equipa não se encontra no seu habitat táctico que era natural na era de Domingos. Diagonais sem sentido, o bloco baixíssimo contra uma equipa que está por baixo (Marítimo) e muita desorientação acima de tudo.

Esta foi a Académica de ontem e a Académica de Rogério. Desde o início que foi um treinador contestado e nunca reuniu consenso entre os adeptos e direcção. Foi Simões quem assumiu a sua contratação e isso fez com que a direcção se partisse em opiniões diferentes. A pré-época não foi muito auspiciosa mas como os amigáveis não contam para nada, toda a gente deu o benefício da dúvida.
Mas quando começou o campeonato, a Briosa entrou muito mal. Perdeu em Braga, num jogo mau, empatou em casa com o Paços num jogo péssimo e perdeu 2-0 com o Sporting, sendo que até agora, foi o melhor jogo da época.

Mas mesmo assim, Rogério continuou. E continuou da mesma maneira. A Briosa, a jogar contra 10 durante desde os 10 minutos e contra 9 desde os 63', perdeu 2-1 em Olhão, sendo que o golo daequipa foi obtido num penalty convertido por Lito.
Seguiu-se o Belenenses e quando toda a gente esperava uma vitória, os estudantes empataram a 1 novamente, voltando-se a deixar empatar, tal como tinha acontecido no jogo com o Paços. Muita contestação, assobios, lenços brancos e insultos. A massa associativa desesperava.

Na semana passada, em Vila do Conde, a Académica voltou a empatar, desta feita a 0 bolas. Mas esta semana, a situação tornou-se insuportável: depois de um jogo miserável, a Briosa voltou a perder em casa, por 2-4. E os adeptos não perdoaram nem Simões, nem Rogério. Inevitavelmente, Rogério Gonçalves foi despedido.

E está na hora da mudança. Adorava que Cajuda viesse para cá. É um treinador que não deixa os jogadores entrarem em brincadeiras e é inteligente tacticamente.

Quem não vê que Emidio Rafael está a anos-luz do que Pedro Costa pode oferecer à equipa??
Quem não vê que Tiero tem de voltar à equipa para dar alguma clarividência ao meio-campo?
Quem não vê que Sougou tem de ter mais posse de bola do que Miguel Pedro??

A Académica parece mergulhar em questões tácticas pertinentes que estão aos olhos de todos. A aposta num meio-campo forte não pode passar por Miguel Pedro. Tiero, com a sua inteligência, pode dar mais. O guarda-redes também tem de mudar. Rui Nereu parece agora a escolha ideal, visto que Ricardo joga com pouca confiança e parece não se importar se a bola entra ou não.

Parece óbvio também que Miguel Fidalgo é o ponta-de-lança que dá mais garantias. Amaury Bischoff, jogador-craque, tem de ocupar a ala esquerda do ataque. Com Sougou e Amaury no apoio a Miguel Fidalgo, Tiero pode ganhar o seu espaço na equipa, trabalhando ao lado de Cris, mas no movimento ofensivo, deslocando-se um pouco mais à frente.

Nuno Coelho parece um jogador com outra cultura de jogo, um miúdo de grande classe mas que ainda não impõe respeito necessário naquela zona. Quando o impuser, será clara a melhoria de jogo dos pretos. Paulo Sérgio, em jogos de maior pendor físico, será a escolha ideal. Sougou, quando atingir a forma a que nos habituou, começará a rachar defesas. Mas para isto tudo, é preciso que atinjam, de facto essa forma.

Como é possível explicar esta mudança de jogo? A equipa perdeu um guarda-redes, que nem sequer influi no jogo da equipa. Perdeu, é certo, o cérebro do meio-campo, Nuno Piloto. E perdeu Saleiro. Mas a Briosa não estava assim tão dependente de Piloto. Por isso, torna-se inexplicável esta mudança repentina.

A Académica de Domingos era uma equipa de futebol vistoso, que ganhava e dominava jogos, sofria poucos golos e mandava em sua casa.
A Académica 09/10 é tudo menos isso. Esperemos pelo novo "mister". Ulisses Morais, Manuel Cajuda ou Carlos Carvalhal? Veremos brevemente.

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