domingo, 23 de janeiro de 2011

Boca x Rver Plate: O clássico de sempre


Ontem, no Estádio Mar del Plata, Boca Juniors e River Plate protagonizaram o primeiro duelo do ano de 2011. O Clausura ainda não começou e os particulares de Verão, perante um calor intenso, vão dando para satisfazer os adeptos argentinos. Ontem, para a Taça Desafio, Boca e River jogaram com tudo (excepto Riquelme, do lado do Boca, por limitações físicas) e acabaram por levar a um bom jogo, sobretudo da parte do Boca.

O Boca tem um sistema de jogo mais europeu, assente no 4x4x2 tradicional brasileiro mas com os médios-ala mais vagabundos. As principais estrelas são Insuarralde (defesa-central) e Palermo, que regressou ao fim de seis meses de reforma (e regressou da melhor forma). No entanto, para além de Palermo, ontem os melhores do Boca foram Martín Calvo, lateral-direito de 29 anos, muito experiente e há alguns anos no clube, e Pablo Mouche, ala/segundo avançado de 23 anos que anda a ser seguido por vários clubes ingleses e que ontem fez dupla com Palermo. Sem o brilho de outros tempos, é certo, este foi um clássico agradável, com agressividade de ambos os lados e dois bons golos. O primeiro, depois de Mouche "inventar" espaço na direita e cruzar para Palermo, que tocou para a esquerda para o golo de Colazo; e o segundo, depois de um cruzamento de Clemente para uma grande cabeçada de Palermo (sempre ele, a marcar o 16º golo no maior clássico argentino).

Mouche (na foto) é um jogador que tanto faz as alas como o corredor central e parece-me ser bastante inteligente.Movimenta-se bastante bem, cria o seu próprio espaço e os espaços dos outros com quem joga, sendo bastante solidário e pouco egoísta em campo. Internacional Sub-20 argentino, deverá seguir carreira no Birmingham; quanto a Calvo, irrepreensível tacticamente, cobre muito bem defensivamente, tendo uma grande visão de jogo e capacidade de passe. O treinador Falcioni gosta de equipas ofensivas e até nas bolas paradas se percebe isso mesmo (por exemplo, o Boca só deixa um homem atrás quando tem um livre ofensivo a seu favor).

Quanto ao River, joga em 3x4x2x1 e ontem, sem Funes Mori (no Sul-Americano Sub-20), só apareceu na segunda metade, quando Pereyra acordou. É o médio mais móvel da equipa, caindo várias vezes na esquerda para buscar jogo e fazer chegar a bola ao avançado (ontem, Pavone). A equipa tem pouca profundidade e pouca mobilidade táctica, o que claramente prende os jogadores. Ainda terá de evoluir bastante se quiser ter sucesso no Clausura.

Quanto ao Boca, está de parabéns, num clássico sem o brilho de outros tempos.

Sem comentários:

Enviar um comentário