Sir Bobby Robson

Este não foi apenas um treinador. Foi muito mais. Foi um pai para José Mourinho, foi um dos homens que revolucionou o futebol português, foi alguém que sempre saiu de cabeça levantada de qualquer derrota ou vitória. Foi Bobby Robson.

Nasceu a 18 de Fevereiro de 1933 em County Durham, Inglaterra e teve uma carreira recheada de sucesso, sobretudo quando deixou de ser jogador e passou a treinador. Robson destacou-se como futebolista no Fulham e no West Bromwich e contou com 20 internacionalizações ao serviço dos ingleses. Foi em 1969, um ano depois de ter começado a carreira de treinador, que se tornou treinador do Ipswich Town, clube modesto que se tornou grande no tempo de Robson. Ganhou uma Taça de Inglaterra e uma Taça UEFA e seguiu para o banco do seu país, que treinou de 7 de Julho de 1982 até 1990.
Ao início, Robson não teve um início fácil e nem sequer conseguiu a qualificação para o EURO'84 mas a Federação Inglesa manteve a confiança e dois anos mais tarde, a Inglaterra caiu aos pés de Maradona nos quartos-de-final. Dois anos volvidos, Robson voltou a falhar redondamente no Europeu de futebol e foi eliminado ainda na fase de grupos. Já em 90, levou a sua selecção às meias-finais onde viria a perder contra a Alemanha Ocidental nas grandes penalidades.

A seguir a esta experiência, Robson foi para o PSV Eindhoven, de onde sairia em 92 para treinar o Sporting. No entanto, Robson disse desde logo que o clube estava "num estado terrível" e termina a época de 92/93 em 3ºlugar. Eram várias as divergências com o presidente do clube, José Sousa Cintra, o qual Robson definiu como um "canhão perdido" e em Dezembro de 1993, quando a equipa estava pela 1ªvez nos últimos quinze anos no 1º lugar do campeonato, o presidente leonino despede Robson alegando a eliminação das competições europeias frente ao Casino Salzburgo como a razão para tal demissão.
Apenas 6 meses depois, Robson é anunciado como novo treinador do FC Porto dizendo que sabe o que Pinto da Costa quer: "sucesso, vitórias, é o que ele quer e eu compreendo-o" disse, na chegada a Portugal. Levou consigo José Mourinho (que era seu tradutor no Sporting) e com ele, Mourinho aprendeu muito. Robson venceu os títulos de 95 e 96 e atingiu a uma vitória na Taça de Portugal frente ao Sporting. Era Robson.
Este inglês foi dos poucos que Pinto da Costa não quis ver partir ao fim de dois/três anos, mas a chamada do Barcelona foi mais forte que tudo e numa equipa com Ronaldo, Figo ou Baía, Robson conquistou uma Taça das Taças, a Supertaça espanhola e a Taça do Rei. No fim dessa época, passou a ocupar um cargo na estrutura do clube catalão, deixando Mourinho ao dispor de Van Gaal. Mas não contente com isso, Robson voltou aos bancos na época seguinte, naquela que foi a sua última experiência a nível internacional, levando o PSV ao 3ºlugar na Eridivisie.
Em Setembro de 99, Robson tornou-se treinador do Newcastle, onde ficaria até 2004 e onde conseguiu algumas qualificações para a Liga dos Campeões.
Acabava aí a aventura de ser treinador.
O cancro nos intestinos debilitou-o, Robson foi-se acabando e agora faleceu. 31 de Julho de 2009, um dia muito triste para a história do futebol. Acho que Bettencourt tem razão ao afirmar que "despedir Robson foi um erro histórico no Sporting". É ele, Sir Bobby Robson. Uma lenda do futebol.