sábado, 25 de julho de 2009

A evolução infeliz do futebol

Gostava de ter vivido no tempo de antigamente. No tempo em que o futebol era apenas isso. Futebol era um desporto, no qual os jogadores eram apenas jogadores de futebol. Ao ver a apresentação do Cristiano Ronaldo, agora CR9, percebi definitivamente que os jogadores já não têm o mesmo estatuto de antigamente. Os jogadores, agora, são facilmente confundidos com popstars. Fui buscar esta ideia a um texto de um comentador que eu adoro, Luís Freitas Lobo, mas, pensando bem, ele tem toda a razão. Agora falando por mim, os jogadores de hoje em dia usam brincos e milhares de tatuagens, aparecem em capas de jornais ou revistas porque compraram um carro novo ou porque simplesmente têm uma nova namorada. Confundem-se facilmente com celebridades quando eles são jogadores de futebol. Por exemplo, vejo em Kaká tudo o que eu gosto num jogador de futebol. É um craque, a mania não lhe subiu à cabeça, não usa brincos nem tem tatuagens e mesmo assim teve menos 30 mil pessoas do que a apresentação de Ronaldo. Triste, muito triste.

Mas sabem porque é que isso acontece? Porque CR9, tem as mulheres do seu lado. Tem mulheres histéricas, sobretudo. Mulheres que não vêem a essência do futebol, que apenas vão ao estádio para o verem. Não para o ver como jogador, mas para o verem como “bonitão”. Antigamente, era raro ver uma mulher num estádio. Se calhar por isso é que os jogadores não eram tão mariconços. Olho para Veloso, Nani ou Ronaldo e olho para Figo, Rui Costa ou Couto e vejo logo as diferenças. E mesmo assim apenas 10/12 anos os separam. Mas essa década basta para separar duas gerações tão diferentes. Mas ainda assim, antigamente o futebol era ainda mais diferente. Talvez a entrada das mulheres no mundo da bola (e isto não é machismo) não tenha tido o efeito positivo como se desejava. Agora passaram a existir equipamentos cor-de-rosa numa estratégia de marketing para que as mulheres possam comprar equipamentos… Agora os jogadores armam-se para deixar as mulheres loucas… E isso não é futebol. É tudo menos futebol. O futebol começa-se, cada vez mais, a tornar-se um negócio. E esse negócio já teve melhor rumo. No tempo de Di Stéfano, Eusébio ou Pelé havia amor à camisola e os jogadores eram capazes de representar o mesmo clube durante 10 anos sem sequer pensarem em sair. Este ano acabou o último exemplo desses magos: Paolo Maldini. Sénior durante 24 anos pelo AC Milan nunca quis sair do clube. Hoje em dia ninguém se contenta com nada. Podem estar no Manchester, Inter ou Real mas pensam sempre em sair.

Entristece-me esse pensamento. Parem para pensar e logo conseguirão perceber que tenho razão. As mulheres e a obsessão pelo dinheiro não traz nada de bom ao futebol. As mulheres que gostam de futebol, são bem-vindas. As que não gostam, não o são.No entanto, não há condições para isto melhorar. O futebol está-se a tornar cada vez mais “fora das quatro linhas” e um jogador que seja um craque dentro do campo, pode-se estragar facilmente fora do campo. Best, Maradona, Jardel e agora muitos mais, porque é cada vez mais frequente.

É pena, o futebol não é isto.

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