terça-feira, 21 de junho de 2011
Os empréstimos do Benfica
Por esta altura, o Benfica tem um plantel vasto em opções, tão vasto que há excedentes. Esses excedentes, como em todas as épocas desportivas, são emprestados e dois brasileiros já seguiram o seu caminho: Airton e Felipe Menezes retornaram ao seu país de origem para representar, respectivamente, Flamengo e Botafogo.
Ora, não posso deixar de revelar a minha surpresa por estes empréstimos se concretizarem com clubes brasileiros. Porquê? Porque, sinceramente, não acho que seja a melhor opção o regresso ao Brasil de dois futebolistas em evolução. Se uma equipa europeia quer fazer com que os jogadores evoluam de forma eficaz para contribuírem no ano seguinte para o clube, não deve fazer com que os jogadores regessem ao seu ‘habitat natural’. Assim, invertem o processo de evolução e fazem com o que o jogador regrida neste mesmo processo. E faz com que acabem por voltar menos preparados do que antes, uma vez que desaprendem aquilo que conseguiram interiorizar ao longo da sua estadia na Europa.
Na minha opinião, aliás, Airton devia ser opção imediata no plantel encarnado, pois não tenho dúvida de que é melhor que Matic e Nuno Coelho. Quanto a Felipe Menezes, reconheço-lhe valor mas a verdade é que o Benfica tem muitas e bem melhores soluções para a posição “10”. Aimar, Gaitán, Bruno César, Carlos Martins ou até mesmo Enzo Pérez poderão fazer aquela posição e portanto não faz sentido manter Menezes no plantel; no entanto, mais valia ficar no campeonato português (numa equipa de menor dimensão, onde jogasse regularmente e se mostrasse a Jesus) do que voltar ao Brasil, até porque o Botafogo está bastante bem servido nessa posição (Maicosuel, Arévalo são dois grandes “meias”). A rever por parte da Direcção encarnada.
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Nuno, deixa me só acrescentar um pequeno pormenor. Talvez o empréstimo do Felipe Menezes seja já numa perspectiva de "o mandar embora e nunca mais voltar", isto é, que não seja uma garantia para o nosso futuro. Contudo, claro que não me importava de o ver noutro clube português. Outra coisa que conta bastante é a vontade do jogador. Os jogadores brasileiros têm sempre a grande "pancada" e expectativa de um dia regressarem ao seu país. Não sei porquê, adoram o futebol de lá, e passam a sua carreira a dizer expressões como: "Quando um dia regressar ao Brasil..." e o que me pareceu neste caso foi exactamente isso.
ResponderEliminarRelativamente ao Airton... É pena, realmente. É um jogador de grande capacidade física e só vai 'desaprender' como tu dizes, e bem, para o Flamengo. Resumidamente, eu não gosto do futebol brasileiro, aliás, detesto. Quando vi o Brasil - Venezuela agora para a copa américa, só me conseguiam irritar. Passe para ali, passe para aqui, tabela aqui, tabela ali... E bolas na baliza? ZERO! O que me surpreende é que mais de metade da equipa jogava na Europa e não jogavam como tal, talvez seja do treinador ou nos próximos jogos melhorem. Mas pronto, adiante, é a maneira de eles jogarem... Acho que o Airton era uma mais valia para nós e concordo que seja muito melhor que o Matic. Se o quisessem emprestar, que o fizessem a uma equipa portuguesa que sentisse falta de um jogador desses (ok, quase todas o iriam desejar; a meu ver, no Sporting, era titular, nem que fosse a central, pois parece me também capaz de jogar nessa posição).
Enfim, isto é só uma pequena repetição de uma das nossas conversas futebolísticas sobre os empréstimos do Benfica. Esta política está muito errada, têm que olhar mais para quem em Portugal sente falta desses jogadores. Para além de os podermos seguir de perto, também se podem adaptar ao nosso futebol e AINDA melhorar a qualidade das equipas mais fracas, evoluindo assim o futebol português. Infelizmente tenho que dizer para o Benfica pôr os olhos nos homens do norte pois esses sim, sabem trabalhar no duro! Espero que esta mentalidade mude o mais rapidamente possível.
Um abraço Nuno!
Gonçalo Teixeira
Pois Gonçalo, no que toca ao Menezes eu também acho que é para nunca mais voltar. Apesar de tudo, não concordo porque ´um jogador que tem algum valor, na minha opinião, e bem trabalhado podia chegar longe.
ResponderEliminarPor outro lado, acho que este não é só um problema do Benfica. Há contratações a mais, sim, mas não só na Luz. Além do mais, o Porto também tem cometido alguns erros no empréstimo de jogadores mas a questão é que normalmente não precisam deles. É a grande diferença para o Benfica.
Claro, concordo com a parte do Porto. Apesar de achar que trabalham melhor, houve muitas contratações falhadas também... Apenas acho que o Porto tem aproveitado melhor os portugueses do que o Benfica o que, para mim, também é um facto importante. O David Simão, dizem que é o melhor dos ex-júniores que veio... Mas tenho a certeza de que não vai ter espaço... O único que acho que tem hipóteses é o Nelson Oliveira. Apesar de dizerem (eu não os costumava ver jogar) que comparativamente com o D.Simão, este último é melhor, nós não temos grandes referências fixas no ataque para além do Cardozo e, possivelmente, o Rodrigo (apesar de este não ser muito fixo), portanto achava importante o Nelson ficar. No entanto, nem sei se ele desempenha bem a função de ponta de lança mais fixo... Não faço bem ideia do que andam bem a pensar...
ResponderEliminarPois Gonçalo, também acho que deveria haver mais jovens da formação no plantel. Mas, por outro lado, acho que só devem ficar no plantel se for de facto para jogar, nem que seja só em alguns jogos. Porque estarem lá encostados é pior, como estaria o David Simão, devido à forte concorrência que há para aquela posição.
ResponderEliminarQuanto ao Nelson, é um jogador de área e é um bom reserva, sem dúvida, além de ser português. O Rodrigo é um grande jogador e apesar de não ser muito fixo, joga melhor como ponta-de-lança.