domingo, 11 de julho de 2010

Comentário fim de Mundial - O plantel ideal


O Mundial 2010 acabou há cerca de duas horas. A Espanha, apontada como uma das grandes favoritas, acabou por vencer, batendo a Holanda por uma bola a zero. Inicio aqui uma série de comentários ao que foi este Mundial e ao que poderão ser alguns dos seus intervenientes no futuro.

O plantel ideal é composto por mais de 23 jogadores.

Guarda-Redes:
Eduardo (PORTUGAL) - Apesar de só ter feito quatro jogos, destacou-se por ter feito belíssimas exibições em todos os jogos. Sofreu apenas um golo, jogando contra Espanha, Brasil e Costa do Marfim (claro que com grande ajuda da defesa). Foi um dos melhores de Portugal.

Casillas (Espanha) - O guarda-redes do campeão do Mundo esteve muito bem, provando todas as suas credenciais. Sofreu dois golos em sete jogos e na final salvou a sua selecção ao fazer uma defesa por instinto a um remate de Robben.

Neuer (Alemanha)
- Belíssimo Mundial do jovem guardião alemão que já foi associado a um clube como o Manchester United. Não era um desconhecido mas afirmou-se depois deste torneio.

Laterais:

Maicon (Brasil) - É o melhor lateral-direito do Mundo, sem dúvida. Supera Bosingwa e o seu compatriota Daniel Alves e funciona muitas vezes quase como um extremo, sendo implacável a defender. Marcou um golo contra a Coreia (sorte ou grande golo?) e sai como um dos melhores da canarinha.

Lahm (Alemanha) - O capitão improvisado (seria Ballack) acabou por ser uma grande voz de comando e tornou-se num dos melhores germânicos. Exibições regulares de grande nível, a pedir o salto para um dos três grandes campeonatos europeus.

Fábio Coentrão (PORTUGAL) - O jovem de que se dizia não saber defender, mostrou arte, muito empenho e coragem e também imperturbável disciplina táctica. Foi uma excelente surpresa, garantindo o futuro naquela posição. Relegou Duda para o banco.

Fucile (Uruguai) - À esquerda ou à direita, Fucile mostrou-se verdadeiramente. Depois de uma época de altos e baixos no FC Porto, o jogador uruguaio acabou por mostrar aquilo que verdadeiramente vale. Nunca duvidei do valor dele, e neste Mundial acabou por me provar o que pensava. Merece dar o salto.

Defesas-Centrais:
Ricardo Carvalho (PORTUGAL) - O líder da defesa nacional, o mais experiente (mas nem por isso velho), o mais inteligente e a puxar a equipa nos momentos certos. Muito por "culpa" dele , sofremos apenas um golo.

Puyol (Espanha)
- Fundamental na organização defensiva espanhola, marcando o golo que apurou a equipa para a final. Puyol, capitão do Barcelona e um dos sub-capitães espanhóis mereceu a conquista do troféu.

Juan (Brasil) - A mim, que gostava tanto de falar mal dele, surpreendeu-me. O Brasil apresentou uma consistência apenas abalada pela Holanda de Robben e Sneijder, e Juan esteve muito bem, mostrando-se até em melhor nível do que Lúcio.

Tanaka (Japão)
- Pensei em Piqué, mas o central japonês merece o destaque por jogar numa selecção bastante inferior e que, apesar de se ter ficado pelos oitavos-de-final, mostrou-se ao Mundo com um agradável futebol e uma boa estrutura defensiva. Tanaka destacou-se nessa estrutura.

Médios-defensivos:

Van Bommel (Holanda) - Um verdadeiro tanque no meio-campo holandês, a impor respeito, mostrando uma qualidade que ainda não tinha mostrado, fazendo lembrar Cocu nos bons velhos tempos.

Scweinsteiger (Alemanha)
- Não é bem um médio-defensivo mas ganhou esses conceitos no Bayern e na selecção nos últimos dois anos. Está um jogador diferente do que era em 2008, e ganhou com isso (ao contrário de outros). Faltou mais vezes o seu pontapé-canhão.

Michael Bradley (EUA) - Uma boa surpresa a selecção americana, que teve em Bradley um dos seus pontos fortes. Jogou pouco, é certo, mas nem por isso deixou de se destacar. Com Donovan e Bradley aquele meio-campo funciona melhor.

Médios-Ofensivos:

Xavi (Espanha)
- Um verdadeiro maestro. Mete a ola onde quer, adjectivos esgotam-se para tanto futebol. Merece ser eleito o melhor do Mundo este ano, mesmo não o sendo (Messi joga noutra galáxia). Logo a seguir ao E.T., ele é o melhor.

Sneijder (Holanda) - Marcou vários golos, assistiu, apareceu nas alturas decisivas e carregou, juntamente com Bommel e Robben, a equipa até à final. Grande época no Inter, culminada com esta medalha de prata.

Ozil (Alemanha) - O menino com cara de E.T. mostrou-se ao Mundo, com grandes exibições. Jovem mas com grande maturidade, teve os olheiros em cima dele desde, provavelmente, o segundo jogo. Fala-se já em Barça e Manchester United.

Robben (Holanda) - Foi sendo poupado ao longo da fase de grupos, mas quando finalmente apareceu, mostrou o que vale. Desde o golo à Eslováquia aos dois contra-ataques da noite de ontem, Robben fez a cabeça em água às defesas que encontrou. É certo que podia ter resolvido a final e não o fez, mas os melhores também falham.

Honda (Japão)
- Bom Mundial do jovem extremo japonês que joga em Moscovo. Já tinha alguns apontamentos interessantes na Liga dos Campeões mas no Mundial acabou por os melhorar. Merece jogar numa equipa melhor.

Donovan (EUA) - Foi o principal responsável da passagem aos oitavos, marcando um golo aos 92 minutos contra a Argélia. Mas não é só por isso que está aqui. Jogou muito bem na fase de grupos e contra o Gana, acabando por merecer algo mais.

Iniesta (Espanha) - Não foi muito regular ao longo do Mundial mas acabou por decidir a final e talvez por isso me tenha decidido rapidamente.

Avançados:

Forlán (Uruguai)
- É preciso dizer alguma coisa?

Villa (Espanha)
- "Villa-Maravilha" encantou e carregou a equipa até às meias-finais, altura em que perdeu algum protagonismo, fruto de exibições cansativas nos cinco jogos anteriores. Apresentou-se a grande nível e acabou por ser um dos melhores marcadores da competição.

Muller (Alemanha) - O novo puto-maravilha da Alemanha foi considerado "O" melhor marcador do Mundial 2010 e formou com Klose e Podolski um trio espectacular e mortífero.

Klose (Alemanha) - Pode ser suplente no Bayern, podem-lhe chamar de velho, mas a verdade é que Miroslav Klose vê os anos passar e a qualidade a não diminuir. Sem limitações físicas poderia ter ultrapassado Ronaldo no primeiro lugar dos melhores marcadores de sempre em Mundiais.

Asamoah Gyan (Gana)
- É o único jogador africano neste plantel e merece o destaque. Joga na ala, no centro, de cabeça ou com os pés, marca golos, cruza e assiste, é inteligente e é jovem. Asamoah joga no Rennes. Das duas uma: Ou os olheiros dos melhores clubes europeus andam cegos ou então são muito burros...


O pódio dos treinadores:


1º Vicnete Del Bosque (Espanha) - A lei do mais forte foi aplicada. No balneário contribuiu um homem muito experiente e senhor do seu nariz.

2º Bert Van Marwijk (Holanda) - Transformou a defesa holandesa numa boa defesa, segura. Aproveitou Sneijder e Robben, e acabou por chegar ao segundo lugar quando nem sequer era apontado como um dos grandes favoritos.

3º Oscar Tabarez (Uruguai) - Pôs a selecção uruguaia a jogar um futebol muito atractivo, tipicamente sul-americana. Formou uma equipa com "E" grande depois de uma qualificação conturbada. Ganhou o grupo e foi por ali fora. Deu muito trabalho a Holanda e Alemanha (perdeu por ambas as vezes por 3-2).


Onze titular:
Eduardo; Maicon; Ricardo Carvalho; Puyol; Coentrão; Van Bommel; Ozil; Xavi; Sneijder; Forlán; Villa

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