quinta-feira, 27 de maio de 2010

O balanço do campeonato

Este foi um campeonato "À Benfica". Muitos adeptos para receber os jogadores, enchentes por onde o clube passava e, por fim, o campeonato que todos esperavam desde o último. Campeão justo, sem dúvida. O Braga, esse, agradável surpresa se tornou mas acabou por cair "de pé" na última jornada, apenas na última contra o melhor ataque e uma das duas melhores defesas (precisamente ex-aecquo com o Braga), contra aqueles que mais ganharam e menos perderam e contra aqueles que melhor futebol praticaram. Pode ter sido a Liga dos Túneis, mas a verdade é que o Benfica provou não precisar de nada disso para vencer a Liga Sagres e mostrou dentro de campo ser o melhor.

A reforma passou pelas mãos de Jorge Jesus. Coentrão, David Luiz e Di María renascidos, Cardozo com estatuto de indiscutível, Luisão como ainda não se tinha visto e as contratações-chave de Ramires, Javi Garcia e Saviola. Ainda contou com o regresso às grandes exibições de Pablo Aimar e com dois suplentes de ouro: Carlos Martins e Ruben Amorim. Depois, ainda houve um Weldon fundamental na 1ª jornada e nas visitas à Figueira da Foz e a Coimbra. Maxi na direita e Quim, gigante, a defender a baliza. O trabalho táctico foi visível, apenas faltando maior inteligências nos jogos no estrangeiro (Marselha e Liverpool).

Este Benfica caracterizou-se pelo espectáculo. A chamada "equipa das goleadas". Foram várias e começaram logo na 3ªjornada, com a recepção ao Vitória de Setúbal, ainda longe da forma que mostrou no final de época. 8-1 foi o resultado mais volumoso desta Liga.Mas também houve vitórias sofridas. Basta lembrar a recepção à Naval, que acabou com um golo de Javi Garcia aos 89 minutos; ou aquela em Vila do Conde que Saviola resolveu no início da 2ªparte mas com uma exibição pálida. E mais uma ou outra. Mas no cômputo geral, este Benfica tornou-se a melhor equipa portuguesa, com um nível exibicional superior a qualquer outra.

Também um super-Braga andou na luta pelo título até à última. Culpa de Domingos e da boa gestão de António Salvador, que formou um grupo ganhador com alguns jogadores dispensados pelos grandes e experientes. Hugo Viana, Mossoró, Alan, Moisés, Evaldo ou Eduardo foram estrelas cintilantes desta Liga, sem esquecer muitos outros que tiveram papel importante nesta surpreendente equipa. No fim, apuramento para uma pré-eliminatória da Champions, um inédito 2º lugar e uma equipa que fica para a história.

Depois, um FC Porto como há muito não se via, que se ficou pelo 3º lugar (o 2º da década) e por várias más exibições. No fim, nove vitórias consecutivas para finalizar. Deu a sensação de, se o campeonato começasse agora, o Porto seria candidato. Mas este é uma prova de regularidade e aí, os dragões falharam. E o castigo de Hulk não serve de desculpa, pois este nada andava a fazer antes do castigo (e mesmo comentadores portistas públicos diziam isso, apesar de depois do castigo terem logo mudado de opinião). Não foi o castigo de Hulk que tirou o penta ao Porto.

O Sporting também esteve muito abaixo das expectativas, numa época em que conheceu dois treinadores e três directores para o futebol. Época conturbada. Mas nada pode justificar tenebroso 4º lugar, a 28 pontos do líder Benfica. Ainda para mais, pareceu que o dinheiro nasceu das árvores, pois se no tempo de Paulo Bento nunca havia dinheiro para nada, já em Janeiro se gastou 12 milhões de euros. Torna-se estranho ver esta situação.

Quanto à luta pelo 5º lugar, o Nacional acabou por ficar mal nesta luta e Vitória de Guimarães e Marítimo lutaram até à última pelo 5º lugar. Ganhou o Marítimo, com a vitória na cidade Berço na última jornada.

Depois, fiquei surpreendido ao ver o Belenenses descer, pois apostava muito mais no Setúbal ou na Naval do que no Belém. Mas dois treinadores de grande experiência (Manuel Fernandes e Augusto Inácio) acabaram por salvar estas duas equipas com um toque de classe. Depois, realce para a mudança da Académica com a chegada de Villas-Boas, que fez 7 pontos nos últimos três jogos do campeonato. Bom tónico para se se mantiver na Briosa.

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