sábado, 24 de abril de 2010

A batalha dos dois gigantes




Terça-Feira, jogou-se o Inter-Barcelona. Para muitos, a primeira mão de uma final antecipada. Um belíssimo jogo, mais espectacular do que se pensava, mas nem por isso menos táctico. Mourinho soube contrariar os pontos fortes do Barcelona, fechando muito bem os espaços no seu meio-campo defensivo. Ajudou, efectivamente, Messi ter jogado na 1ªparte mais pelo centro mas a verdade é que o Barça é mais do que "apenas" Messi e Mourinho teve sempre em conta esse importante aspecto.

Foi uma partida bem disputada; pensei que Mourinho ia colocar Stankovic no meio-campo, tirando Pandev do onze mas "Il Speciale" surpreendeu ao manter a linha aberta de três avançados com o macedónio em campo. A verdade é que talvez tenha ganho o jogo graças a esta "pequena" alteração. O contra-ataque é a principal arma deste Inter; o Barcelona tem um futebol, como todos sabem, mais trabalhado e bonito, um futebol apoiado e paciente, obrigando o adversário a correr atrás da bola. No entanto, o a equipa treinada pelo português soube contrariar essa tentação, ao fechar de uma maneira excelente à zona, tendo Cambiasso e Thiago Motta jogado à frente do quarteto defensivo e feito as dobras a Maicon e Zanetti muito bem. A partir daqui, o Inter manteve sempre a coesão defensiva, apenas arrombada por Maxwell, numa entrada repentina que ofereceu o golo a Pedro (que, para não variar, não falhou).

A primeira parte foi equilibrada, com a equipa italiana a mostrar uma face diferente do seu futebol, com maior pendor ofensivo do que é hábito. O Barça, sempre fiel à sua ideologia (posse de bola), acabou por encontrar uma barreira que nem Xavi, nem Messi conseguiram derrubar (apesar de serem sempre os mais procurados pela equipa). Portanto, o empate ao intervalo era justo.

No intervalo preparam-se estratégias para, a parir dos 50/55 minutos, altura em que as equipas recuperam o ritmo, se atacar o resultado. Mas o Inter teve uma entrada repentina na segunda metade, personificou-a naquele raide de Maicon e inverteu o resultado a seu favor. Aos 55 minutos, Mourinho mexia finalmente na estrutura, colocando Stankovic e tirando Pandev. Os anfitriões controlavam e, à entrada do minuto 61, Milito (o inevitável Milito- duas assistências e um golo) fez o 3-1. Restava aos catalães reduzir os estragos e ao Inter defender o resultado.

Com a qualidade defensiva já referida, os 'nerazurri' souberam aguentar uma importantíssima vantagem de dois golos. Ainda para mais, Puyol não poderá jogar a 2ªmão e será ligeiramente mais fácil marcar ao Barça. Com um golo apenas, o Inter obrigará os espanhóis a marcar quatro golos para passar. Mourinho está com um pé na final... Agora falta o outro. Parabéns Mou!

Nota: Mourinho tem uma filosofia: ganhar. Ao longo de todos estes anos, foi respondendo às críticas da imprensa, adeptos ou até jogadores, às desconfianças que caíram em si quando foi contratado por Benfica, FC Porto, Chelsea ou Inter.
Sobretudo em Itália, encontrou uma imprensa terrível que Mourinho foi calando com as tradicionais ironias e, sobretudo, com vitórias dentro do campo. Exigia-se a Champions. Muitos se riram no início do ano quando se falou no Inter poder estar entre os favoritos. E agora? Quem se ri, claro, é Mourinho. O 1ºlugar está a um ponto, a Champions à distância de uma derrota por um golo de diferença em Barcelona e uma vitória na final em Madrid. É o melhor do Mundo. Alguma dúvida?

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