segunda-feira, 1 de março de 2010

O grito do leão, o voo da águia e a queda do dragão


Semana importante no futebol nacional, onde se poderiam eliminar candidatos e onde os clubes de Lisboa decidiam o seu futuro nas competições europeias. Ontem, era o último dia da tal semana. Conclusões: O FC Porto já não é candidato ao título, Benfica e Sporting seguem para os oitavos da Liga Europa e o Sporting joga como este ano ainda não se tinha visto. Everton e FC Porto, em competições diferentes, caíram com estrondo em Alvalade, fruto de duplo 3-0, pareceram um acordar demasiado tardio para as hostes leoninas. A luta do título (e, provavelmente, da Champions) está agora reduzida a dois e o Sporting de Braga, qual grande equipa, parece cada vez mais próximo de atingir um lugar na maior competição europeia de clubes.

Começo por ontem. Ou melhor, pelo dia 21 de Fevereiro. O Braga visitava o Dragão. Para o anfitrião jogava-se cartada decisiva no caminho do penta, para o visitante era a oportunidade de saltar para a liderança isolada (ganhando o jogo). Uma máquina liderada por Varela demoliu o muro que, não sendo o de Berlim (esse demolido 1989 e novamente em 2010 pelo Benfica), era "apenas" melhor defesa deste campeonato. 5-1. Perante a fragilidade apresentada até aí pelo Sporting, pensava-se que a vitória do FC Porto em Alvalade era mais certa que a própria goleada desse dia. Mas eis que Quinta-Feira, os leões "deram cabo" de uma equipa inglesa em grande forma, o verton, e assustaram os portistas.

Ontem estava em campo a honra dos leões e o penta dos dragões. Aos 6 minutos, Yannick tornou confuso o caminho para esse penta-campeonato, tão esperado pelos adeptos azuis e que ficou, a partir daquele momento, bem mais longe. E depois foi um festival sportinguista. Fucile até pareceu mau jogador, nunca jogou tão mal desde que habita na cidade portuense; Ruben nem parecia o Ruben; Bruno Alves, nem ele jogou bem. Depois, os lisboetas tiveram Yannick a jogar como nunca, secundado por Veloso, Pedro Mendes, Moutinho, Izmailov e Liedson. No fim, 3-0. Talvez exagerado, sim, mas uma vitória justa para Carvalhal que, como disse na conferência de imprensa, tem dado o seu corpo a todas as balas, que cravam-se incómodas até ao fim da época. Carvalhal não é o culpado. Aliás, na hora das vitórias, tal como ele voltou a referir, Carvalhal tem mérito e não se deve olhar apenas para outros elementos. Uma vitória dele e com justiça. Agora pode utilizar a Europa como um escape a uma época terrível.

Por outro lado, Sábado, Braga e Benfica entravam em campo para ganhar. Os minhotos, depois de tremerem em casa frente ao Olhanense, acabaram por vencer 3-1. Mesmo sem Mossóro, os arsenalistas ganharam mais um jogo. Em Matosinhos, e depois do mau tempo desse dia, passou lá um furacão chamado Benfica. Di (ou será Tri?) Maria atacou com unhas e dentes os matosinhenses, talvez mostrando-se aos vários olheiros que marcaram presença no Estádio do Mar. E se se mantiver assim, até parece que 40M€ é o que ele vale (que não o é) e que se torna pouco quando se trata de um jogador da sua craveira (grande, mas não regular). Depois, sauda-se a estreia de Éder Luís a marcar no campeonato e ainda a boa exibição encarnada, mesmo sem Aimar e Javi García (por razões diferentes).

A luta está reduzida a dois emblemas. Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Braga batalham afincadamente por uma taça que premeia o mais regular. O Benfica merece ir na frente: é o que mais ganha, o que mais marca, o que menos sofre e o que melhor futebol joga. O Braga, carraça aborrecida, tenta mostrar que o pragmatismo tem é maneira de se jogar bom futebol e as vitórias sucedem-se.

Qual deles levará a melhor? Só o tempo o dirá...

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