sábado, 27 de março de 2010

A definição de prioridades


Soube agora mesmo que o Benfica-Sporting se vai jogar numa Terça-Feira. Dia 13 de Abril, às 20.45h. Cinco dias depois da segunda mão dos quartos-de-final da Liga Europa, em Anfield Road, que se adivinha dificílima para o Benfica. Mas a verdade é que jogar apenas (um relativo apenas) cinco dias depois desta segunda mão vem demonstrar que Jorge Jesus já passou a olhar de outra maneira uma conquista europeia, talvez orgulhoso pelo que a sua equipa fez em Marselha e entusiasmado com possível eliminação de um grande clube inglês (que de grande esta época teve pouco) aos seus pés.

O Benfica conquistou, na sua história, duas Taças dos Campeões Europeus. Na década de 60, no tempo do grande Eusébio, ganhou a Real Madrid e Barcelona, em anos consecutivos, abrindo as portas da Europa ao futebol português. Depois, sucederam-se finais na década de 60 (mais três perdidas- Bela Guttman lanço a famosa maldição dos 100 anos sem vencer a Liga dos Campeões-), as quais só voltariam a aparecer na década de 80: em 82/83, com Eriksson ao leme, o Benfica perdeu a final da Taça UEFA por 2-1 (agregado das duas mãos) e, cinco anos depois, perderia a final da ainda Taça dos Campeões Europeus em grandes penalidades para o PSV. Dois anos depois, o Benfica atingiu de novo a final da TCE, mas perdeu-a (1-0) para o Super-Milan de Rijkaard, Gullit e Van Basten. Esta foi a última final europeia do Sport Lisboa e Benfica, que tenta agora voltar à glória europeia (se bem que não na Liga dos Campeões) através de uma equipa que joga e encanta pelos relvados por onde passa.

É preciso ter calma. A vitória contundente na Taça da Liga foi a primeira conquista da "Era Jesus". Mas a verdade é que o cansaço vai-se acumulando, o FC Porto não está em bom momento e adversários mais difíceis virão certamente (logo hoje, Sporting de Braga, e já na quinta o Liverpool) e as coisas vão-se complicar. Mas a demonstração de qualidade em Marselha (que massacre!) e a vitória expressiva no Algarve confirmaram o valor de uma equipa que tem sede de ganhar, marcar muitos e jogar bem. A fase mais difícil vem agora (em 17 dias, recebe Braga, Liverpool e Sporting, e visita o Anfield e a Figueira da Foz)e muito se joga nesta altura. A gestão do plantel tem de ser feita (para Aimar é necessário cuidado extremo e outros, como Saviola ou Cardozo, começam a denotar algum desgaste).

A verdade é que o plantel parece dar garantias no banco de suplentes. Olha-se e vêem-se jogadores como Sidnei, Airton, Amorim (que grande jogador!), Carlos Martins (forma fantástica), Menezes, Kardec ou Éder Luís, que acabam por tirar possíveis dores de cabeça a Jorge Jesus em caso de lesão ou castigo dos habituais titulares. Assim se formam as grandes equipas. De soluções no onze, de soluções no banco e de soluções no balneário (Nuno Gomes, Quim, Moreira, Mantorras e Luisão são as maiores referências). Estas, por vezes, são as mais importantes. E aqui também se baseia o sucesso do Benfica. Em experiência.

Hoje tudo está em campo. Não fiz este texto a pensar no jogo desta noite. Fiz para falar na definição de prioridades: e essas, agora, quase deixaram de existir para o Benfica. Europa e nacional tudo junto. Veremos se ganha algum título.

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