segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Observando a Europa: Sevilha



O próximo adversário do FC Porto na Liga Europa é o Sevilha e a verdade é que muitos antecipam um grande jogo. Acho que pode ser um jogo bastante interessante, de facto, mas não o melhor desta eliminatória. O Sevilha, apesar de ser boa equipa, está longe da força de épocas anteriores, colocando-se em 7º lugar com 31 pontos em 22 jogos, a 6 pontos do 6ª classificado e treze pontos do 4º, último posto a dar acesso à Champions (objectivo do clube).

Ainda assim, achei por bem ver alguma coisa deste Sevilha pós-mercado que acabou por apenas contratar Rakitic, quando se perspectivava um novo jogador para a defesa. A verdade é que é mesmo no sector mais recuado que reside o principal problema do Sevilha, onde a falta de velocidade dos centrais (sobretudo, mas também dos alterais) é gritante e a dificuldade em sair a jogar também, obrigando a equipa não possa jogar com o bloco muito alto no risco de sofrer um golo nas costas da defesa. A saída de Squillaci para o Arsenal no Verão não foi devidamente colmatada e a equipa acabou por se ressentir disso mesmo.

Agora, concentra as suas forças do meio-campo para a frente. No entanto, acho que há um erro a apontar no novo onze sevilhano: com o aparecimento de Rakitic no centro do meio-campo, ao lado de Zokora, a equipa perdeu o duplo-pivôt pressionante que tinha e que lhe dava muita força ao meio-campo. Falo da dupla Zokora-Romaric, acabando o segundo por "sair" para a esquerda. Assim, a equipa perde capacidade de pressão no centro (Rakitic é um "10" e não um "8") e perde criatividade na esquerda, uma vez que Romaric é um jogador mais talhado para fazer o passe de transição do que propriamente para desempenhar as funções de um extremo (drible, passar o adversário, cruzar para o avançado).

Depois, os perigos andam à solta: Jesús Navas na direita é a estrela da equipa, que tem Kanouté como avançado móvel entre linhas, jogando na companhia de Negredo ou Luís Fabiano, dependendo do adversário. Luís Fabiano é mais para os jogos em casa, onde o Sevilha é mais ofensivo e procura com maior intensidade o golo. Assim, Gregorio Ballesteros coloca um homem mais fixo na frente. Fora, por norma, joga Negredo, que recuperou de lesão e pode jogar na quinta. Os espanhóis são uma equipa que dão pouco espaço entre linhas, também um pouco por medo da sua defesa.

Nas bolas paradas, não coloca ninguém no ataque a defender cantos e, portanto, o FCP pode ter mais gente na área adversária. Nos cantos ofensivos, Ballesteros coloca quatro homens na grande área e dois no limite, colocando duas linhas de dois defesas cada atrás.

Sinceramente, parece-me que o FC Porto pode perfeitamente ultrapassar este Sevilha. No entanto, tem de tentar resolver já a eliminatória para evitar surpresas no Dragão.

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