quinta-feira, 10 de junho de 2010

Que role a bola!


Amanhã irá começar o Mundial 2010. O primeiro Mundial a ser realizado em África e logo num país que há vinte anos atrás vivia ainda em pleno regime de 'apartheid'. Curioso ver como se portará a África do Sul, que em 1995, a jogar o Campeonato do Mundo de Rugby em casa conseguiu a vitória. Mas no futebol, os sul-africanos não são tão fortes (nem coisa que se pareça), apesar de contarem com um povo com enorme vontade de ganhar.

Os adeptos africanos são diferentes de quaisquer outros. O futebol é vivido de forma diferente, de forma mais intensa, apesar de nunca nenhuma selecção ter chegado sequer à final. Mas sem dúvida que se a vontade contasse, a África do Sul sairia vencedora no primeiro dia da competição.

Falando agora das questões futebolísticas, este é um Campeonato onde se destacam dois grandes favoritos: Brasil e a campeã europeia Espanha. Numa segunda linha, Inglaterra, Holanda e a sempre poderosa Itália. Depois, Argentina, Portugal, Alemanha e França. O Brasil fez uma qualificação impecável, em resposta às críticas que caíram sobre Dunga e ainda, pelo caminho, venceu a Copa América e a Taça das Confederações. Apesar de tudo, a ausência de vários jogadores estimados e esperados nos 'canarinhos' fizeram colocar algumas dúvidas em relação aos suplentes dos brasileiros. Diego, Pato, Ronaldinho, Adriano, David Luiz ou Marcelo são alguns dos nomes ausentes da convocatória e que poderiam dar bom jeito à equipa durante o torneio.

A Espanha vem com o estatuto de campeã europeia, mantendo a equipa e acrescentando-lhe alguns valores como Piqué e Busquets. Quem se dá ao luxo de ter Fabregas, Silva, Mata ou Pedro como suplentes só pode ser uma grande selecção. Só acho que joga com um meio-campo excessivamente defensivo, com um duplo-pivôt (Xabi Alonso, com um ano medíocre no Real, e Busquets), Xavi no transporte (também não é propriamente ofensivo) e Iniesta na organização. Depois, Villa e Torres como dupla matadora. Com um grupo relativamente acessível, os grupos dos dois gigantes cruzam-se nos oitavos-de-final. Possivelmente teremos um duelo ibérico, mas isso são outras histórias.

Depois, a sempre perigosa Itália que não conta com gigantes de outros tempos, como Totti, Toni ou Del Piero. Pirlo falhará os dois primeiros jogos, pelo menos, e veremos se Camoranesi consegue recuperar bem fisicamente. Mas esta não é a selecção de outros tempos. O cinismo mantém-se, até porque Lippi continua a ser o técnico. Mas o poder é diferente. De Rossi, o "Gladiador", é o patrão da selecção que procura o penta-campeonato; a Argentina é uma incógnita, com um grande ataque mas fraca defesa; a Alemanha, sem Ballack, terá maiores dificuldades do que com outras equipas recentes e tem um grupo perigoso com Gana e Sérvia (que ficou à frente da França na fase de qualificação e tem jogadores experientes e de qualidade); a Inglaterra e Holanda assentam o seu futebol na qualidade e num futebol diferente (a Inglaterra com melhor defesa e a Holanda com um futebol bonito e de ataque, presente nas figuras de Robben, Van Persie, Sneijder e Van der Vaart).

Depois, Portugal e França. A França acabou por ter a sorte de calhar no grupo dos 'Bafana Bafana', mas terá México e Uruguai "à perna". Sem deslumbrar na qualificação, a famosa mão de Henry acabou por levar os gauleses à maior competição futebolística do planeta. Portugal também é uma incógnita; não parte como favorito, antes como 'outsider' mas toda a gente se lembra dos resultados recentes da nossa selecção. Veremos como corre, a entrada em cena é na próxima Terça-Feira.

Que seja um grande Mundial. O primeiro em África, é bom lembrar. Que a bola role e que role com qualidade. Futebol espectáculo é o que se pede...

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